8 de novembro de 2013

O adeus à TV de tubo: produção dos aparelhos no Brasil termina depois da Copa

Uma busca rápida em sites de varejistas é suficiente para se ter uma ideia de como é difícil achar uma TV de tubo. No primeiro semestre deste ano, elas corresponderam a apenas 2,5% do total vendido, segundo a consultoria GfK. As TVs de LED tinham ampla maioria, com 83% das vendas de varejistas.

Os aparelhos de TV estão em 97,2% dos lares brasileiros. Os de tubo ainda são encontrados em 65,1%, e eram o principal aparelho em 20,8% das residências. Três anos atrás, tinham presença bem mais significativa: em 71,1% dos lares, segundo a CVA Solutions, empresa de consultoria e pesquisa de mercado. Assim como os aparelhos de tubo estão em extinção, TVs em preto e branco não estavam nem em 1% dos lares (0,23%, exatamente). E 2,8% dos domicílios não tinham qualquer aparelho.

A televisão surgiu no Brasil em 18 de setembro de 1950. Na época, o polêmico empresário das comunicações Assis Chateaubriand mandou colocar televisores em vários pontos de São Paulo, como o Jockey Clube, as Lojas Mappin e o saguão dos Diários Associados, de propriedade dele. Em 1950, eram mil receptores. Em 1960, pularam para 621.919. Em 1972, havia mais televisores que geladeiras nos lares, segundo o “Almanaque da TV”.

- A TV de tubo deve ser produzida apenas até junho e depois acaba. Ainda existem amantes da TV de tubo, que ainda pode ser mais barata. Mas é uma mudança de tecnologia muito grande, com TVs mais leves, LCD, plasma - afirma Kiçula.

Para o diretor da consultoria de pesquisas da IT Data Ivair Rodrigues, o aumento dos custos dos fabricantes é responsável pela mudança. Com menos fornecedores fabricando a TV internacionalmente, nem mesmo um milhão delas deverá ser fabricado no Brasil este ano. A maior parte das remanescentes é dirigida ao mercado nordestino.

- A TV de tubo já está morta há muito tempo. Tudo que vai sendo descontinuado começa a ter problemas - afirma, citando o videocassete, que pode custar mais que um aparelho de DVD. - É uma substituição de uma tecnologia por outra. O preço de uma TV de LCD caiu muito. Há dois anos, uma LCD comum de 42 polegadas custava R$ 3.500. Hoje, sai por menos de R$ 1.500.

As TVs continuam o carro-chefe das vendas de fabricantes de eletroeletrônicos. Em um ano em que o Minha Casa Melhor, programa do governo voltado para a aquisição de móveis e eletrodomésticos pela população de baixa renda, continua a impulsionar as vendas, a expectativa é que 14,5 milhões de aparelhos de TV sejam vendidos neste ano. Pouco mais que o número comercializado no ano passado: 14,3 milhões.

O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário