Quando foi anunciado como técnico do Fortaleza para a atual temporada, no final de novembro do ano passado, Marcelo Chamusca já estava fazendo a pré temporada com o Salgueiro, que logo entraria na disputa da primeira fase do confuso Campeonato Pernambucano. Já descolado do trabalho de oito anos como auxiliar do irmão, Péricles, Marcelo aceitou a proposta da diretoria do Fortaleza, justamente depois do bom trabalho realizado no Campeonato Brasileiro pelo Salgueiro (subiu com o time da Série D para a Série C).
No Pici foi recebido pela diretoria, que acreditou no seu desempenho anterior e nas referências, mas imprensa e torcedores tinham muito pouca noção do que vinha pela frente. Alguns se manifestaram de forma desrespeitosa, inclusive, algo sempre lamentável, com um pré julgamento que só prejudica. Passados dois meses de trabalho efetivo vejo que a avaliação é das melhores.
Em pouco tempo e começando do zero, o Fortaleza, por mais que as limitações técnicas sejam evidentes, tem um esquema de jogo definido. Taticamente, titulares e reservas têm plena noção do que precisam fazer. O grupo tem respondido bem às orientações e o ambiente com o treinador é bom.
Com uma longa carreira como técnico e auxiliar (destes, quatro morando e sendo campeão no Japão, outros tantos como treinador da base de Vitória e Bahia ou no futebol do Qatar), mas longe dos holofotes, o baiano Marcelo Chamusca conhece futebol e mantém a serenidade, mas ao berrar e esculhambar a equipe no primeiro tempo da partida contra o Crato, domingo passado, durante o tempo técnico, mudou o jogo que, até então, tinha o Fortaleza fazendo uma partida lamentável do ponto de vista técnico e de motivação.
Chamusca tem cumprido bem a sua missão, vencendo as desconfianças naturais e, principalmente, dando espaço efetivo para jogadores da base, como Edinho, Walfrido e Romarinho. Garantiu os dois pontos extras para o hexagonal do estadual e a vaga na Copa do Brasil de 2015 com quatro rodadas de antecipação. Agora tem 15 dias para preparar o time para a segunda fase do cearense. Por mais que os adversários tenham restrições técnicas importantes, a campanha de 32 pontos conquistados em 36 disputados é relevante. Seu time joga para frente, tem essa busca constante pelo gol e não por acaso foram 36 marcados até então.
Para o título, o Fortaleza não é favorito, mas chegar na final é, sim obrigação e a diretoria deve cobrar exatamente isso. Ainda assim apostar na manutenção do trabalho que tem sido feito, independente de conquista no estadual, é fundamental para o grande objetivo da temporada do clube que, mais uma vez, se renova: voltar para a Série B.
Blog do Graziani,
por Fernando Graziani
Tribuna do Ceará
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