Na escola, de acordo com a diretora, Eurismar Silva Ribeiro, são cerca de 300 alunos que estão sem água há 20 dias, desde que a pequena adutora que funcionava a 800 metros do local foi desligada.
Faltar água, segundo ela, é normal na região, embora não por tanto
tempo. “Nossa comunidade recebe água por meio da tubulação que vem do
Jaibaras. Normalmente, a água falta por dois ou quatro dias e
conseguimos manter com nossa caixa d'água ou pegar com a vizinhança, mas
dessa vez nem eles têm água”, conta.
Eurismar explica que pega água no canal, mas faz um processo de
purificação caseiro para poder usá-la. “Fervemos e aplicamos cloro, mas
as crianças reclamam do gosto porque nem sempre dá tempo do gosto do
cloro passar. Não houve reclamação de dor de barriga dentro da escola
ainda, mas acredito que existam casos”, afirma a diretora.
Quando indagada sobre a água que alunos e funcionários bebiam, ela
conta que, para os funcionários, é água mineral, pois eles mesmo
compram, mas que para os alunos, dependendo da situação, chega a ser a
mesma água do canal. “Não dá pra comprar água mineral pra todo mundo,
né?”, admite.
De acordo com o estudante João Paulo Alves Vasconcelos Filho, que cursa
o 7º ano na instituição, os funcionários chegam a colocar os galões de
água mineral para encher dentro do canal. “Eles enchem o garrafão no
canal, mas dizem que é mineral, só que a gente já viu o vigia fazendo
isso. Depois da merenda, eles trazem as louças cheias de resto de comida
e lavam aqui, no mesmo lugar em que tiram a água”, afirma ele. Sobre o
sabor da água e da comida, ele diz que é impossível de consumir: “Quando
não tem gosto de remédio (cloro) tem gosto de sujo”.
A superintendente da Secretaria de Educação do Município, Neuverina
Albuquerque, diz que a situação que era de conhecimento da Secretaria
era de que a falta d'água era pontual e durava apenas três dias, e que a
água do canal era usada apenas para a lavagem dos banheiros. “Mas,
frente a esse quadro apresentado, abasteceremos a escola com
carros-pipas, em trabalho conjunto com o Saae. A longo prazo, teremos a
construção de uma estação de tratamento local afim de atender a toda a
comunidade do Setor 1”, finalizou
Por Jéssyca Rodrigues
Diário do Nordeste
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