Pela primeira vez em décadas, a camada de ozônio parou de aumentar e caminha para ser recuperada. O buraco sobre a Antártida deve começar a se reduzir a partir de 2020, e será completamente reconstituído até 2050.
As informações são um relatório da ONU publicado nesta quarta (10), com as conclusões de um estudo que durou quatro anos e envolveu cerca de 300 cientistas.
Isso deve ter um forte impacto sobre as condições climáticas do Hemisfério Sul, onde o buraco na camada de ozônio chega a 29,5 milhões de quilômetros quadrados.
Se no último relatório, de 2010, não havia sinalização de qualquer tipo de melhoria, agora o prognóstico é muito mais animador. A entidade comemora a descoberta e atribui a recuperação à cooperação internacional em reduzir as emissões de gases nocivos.
A camada de ozônio protege a terra de raios ultra-violetas emitidos pelo sol e, diante da emissão de diversos gases, estava perdendo sua força com a formação de buracos que chegaram a ter a dimensão de verdadeiros continentes.
"Diante de certos indicadores positivos, a camada de ozônio deve se reconstituir até meados do século", comemorou o diretor-executivo do Programa da ONU para Meio Ambiente, Achim Steiner.
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
O auge do problema foi identificado em 1993. Agora, a constatação é de que, a cada ano, a concentração de gases nocivos tem caído em 1%.
A previsão é de que, diante desse cenário, 2 milhões de casos de câncer de peleconseguirão ser evitados até 2030.
Para os cientistas, o que garantiu o resultado foi a aplicação do Protocolo de Montrealque, em 1987, estabeleceu regras para o uso de certos produtos, como o CFC, empregados em geladeiras e aerossóis.
O acordo foi fechado depois que se constatou que, em todo o mundo, a camada encolheu de forma dramática em toda a década de 80 e parte dos anos 90. Desde então, as emissões de CFC caíram em 90%.
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário