A pressão das ruas modificou a rotina do Congresso e produziu uma maratona de votação de propostas que, em muitos casos, aumentam o problema das contas públicas e deverão produzir nas próximas semanas uma média maior de vetos da presidente Dilma Rousseff, nos casos dos projetos de lei.
O Senado tem sido o principal palco de votações, com 17 projetos de lei e sete propostas de emenda constitucional (PECs) aprovados na semana passada. Nos bastidores, interlocutores do Palácio do Planalto mostram preocupação com a "sanha" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para apresentar resultados, e veem com alívio o recesso branco que começa na quinta-feira.
Alertado pelos próprios colegas do exagero nas votações, Renan deixou duas bombas para agosto: a aprovação do passe livre para estudantes e a proposta que aumenta os gastos da União com a Saúde Pública. Só este projeto, que prevê a destinação de 10% da receita corrente bruta da União para a Saúde, causaria um rombo de quase R$ 40 bilhões imediatamente. As iniciativas já aprovadas, somadas a esta, gerariam um rombo de pelo menos R$ 50,8 bilhões.
Ironicamente, foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG), da oposição, que verbalizou semana passada a mesma preocupação do Planalto:
- Ou o Senado entra de recesso ou quebra o país.
Agência O Globo
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