27 de maio de 2015

Estudantes da Escola Profissional de Bela Cruz ganham prêmio nos EUA

Estudantes EUA
As alunas Maria Vanessa Oliveira Teodósio e Fátima Natanna de Miranda, da Escola Estadual de Educação Profissional Júlio França, do município de Bela Cruz, localizado a 245 quilômetros da Capital, ganharam dois dos oito prêmios conquistados pelo Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel ISEF). Esse ano, a iniciativa foi realizada em Pittsburg, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, de 10 a 15 de maio passado. A EEEP Júlio França integra a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 3.
 
As representantes da rede estadual apresentaram o projeto SOS SECA: Semeando Vida no Semiárido Cearense Através de Sistemas de Captação e Dessalinização de Água de Baixo Custo. A pesquisa foi orientada pelo professor Fernando Nunes Vasconcelos, coordenador pedagógico da EEEP, que acompanhou a dupla durante a Feira. O trabalho recebeu prêmios da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, no valor de 10 mil dólares, e pelo 4º lugar na categoria Ciência da Terra e Meio Ambiente, de 500 dólares, o que equivale a mais de 33 mil reais.
 
Fernando Nunes explica que o projeto propõe políticas de manejo e controle do problema da seca com o objetivo de mitigar seus efeitos. "Para isso, construímos de forma cooperativa sistemas de captação e dessalinização de água de baixo custo com foco em aspectos ambientais, sociais e econômicos. Foram desenvolvidas cisternas 65% mais econômicas e dessalinizadores eficazes na redução do teor de sal da água salobra", ressalta.
 
A competição é baseada na qualidade de projetos e pesquisas desenvolvidos por estudantes de todo o mundo que ainda não chegaram ao ensino superior. Os jovens competiram e foram julgados pela sua capacidade criativa e pensamento científico, rigor, competência e clareza mostrada em seus projetos. As alunas e o professor fizeram as exposições e defenderam o trabalho na língua inglesa. "Participar da Isef foi uma experiência inspiradora que fortalece o trabalho de excelência em iniciação científica júnior desenvolvido em âmbito escolar - destaca Fernando.
 
Vanessa Oliveira considera que a experiência é resultado de muito empenho e superação de dificuldades. "O trabalho com pesquisa é uma grande oportunidade de exercício de nosso protagonismo e, portanto, deve ser apoiado e defendido".
 
Natanna de Miranda também comemora a participação da Escola no projeto. "É o reconhecimento de uma pesquisa que obedeceu padrões de cientificidade e foi apoiada integralmente pela escola", frisa.
 
Neste ano, a Intel ISEF alcançou sua 66ª edição e reuniu 1.700 estudantes de mais de 70 países. A delegação cearense contou ainda com alunos do instituto Federal que recebeu também foi premiado.

Governo do Estado do Ceará

Governador leva Lei do Piso dos Professores à Assembleia Legislativa

O projeto de lei que vai promover um reajuste total de 13,01% no salário de 48.842 professores da rede pública estadual será entregue pelo governador Camilo Santana à Assembleia Legislativa do Estado. O chefe do Executivo Estadual vai ao encontro dos deputados nesta quinta-feira (28) às 11h, para apresentar a mensagem, que segue o trâmite normal da Casa, sendo encaminhada para apreciação das comissões e depois para votação no plenário.

A conquista histórica da categoria foi concedida pelo governador no último Dia Internacional da Educação (28 de abril), quando ele anunciou que iria igualar o vencimento básico do magistério cearense ao piso nacional dos docentes. "Nós mantivemos diálogo franco e aberto com os representantes da categoria, buscando construir as condições para que, mesmo num ano de dificuldade fiscal, pudéssemos honrar o nosso compromisso. Este ato é uma demonstração de que nosso governo valoriza muito a Educação e seus profissionais. Somos parte do grupo que luta pelo fortalecimento de um ensino de qualidade para o povo brasileiro e do Estado do Ceará”, garantiu Camilo Santana à época do anúncio.


De acordo com as negociações com a categoria, o valor será pago retroativo ao mês de janeiro de 2015, com repercussão na tabela para professores de nível médio e superior ativos, inativos, pensionistas e temporários. O percentual total de 13,01% foi alcançado incluindo o reajuste de 6,45% já concedido pelo Governo do Estado aos professores no início deste ano. Com a correção da lei, o piso salarial passará a ser de R$ 2.840,16.


Outros benefícios
No mesmo dia do anúncio da Lei do Piso, Camilo Santana ainda sancionou a lei que garante o auxílio-alimentação para mais de quatro mil professores temporários e autorizou a prorrogação do concurso público para o magistério estadual. E em 6 de maio deste ano, o governador deu posse a 212 novos concursados da Secretaria da Educação do Estado.



Serviço:
Governador leva Lei do Piso dos Professores à Assembleia Legislativa
Data: 28/05/2015
Horário: 11h
Local: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará - Av. Desembargador Moreira, 2807, Bairro Dionísio Torres


Governo do Estado Ceará

Pecnordeste quer mudar práticas

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Os promotores do evento ressaltam a importância da atividade pecuária para o Estado do Ceará
Em meio ao cenário desafiador imposto aos produtores rurais cearenses em decorrência da seca de quatro anos consecutivos, o Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste) surge como oportunidade ao homem do campo para a criação de novos negócios. O evento, que acontece em sua 19ª edição, no período de 16 a 16 de junho, no Centro de Eventos do Ceará, foi lançado na manhã de ontem.
O Pecnordeste oferece também espaço para o aprendizado de novas técnicas para serem utilizadas no meio rural, a fim de aumentar a produtividade, através de mecanismos que permitem a melhor convivência com a pouca oferta de água.
Flávio Saboya, coordenador da Pecnordeste, destaca o papel que o setor pecuário exerce no Estado, trazendo renda e alimento às famílias. Entretanto, lastima a defasagem técnica que ainda persiste entre trabalhadores do ramo.
"Lamentavelmente, as práticas do nosso homem do campo ainda são muito tradicionais. Eles estão fazendo o que faziam há cem anos. A pecuária no Semiárido nordestino pode ser uma atividade extremamente competitiva e empreendedora, mas precisa de gestão, inovação e tecnologia. O Pecnordeste oferece espaço para isso, permitindo que o pecuarista encontre soluções para suas atividades", ressalta Flávio.
Conforme o coordenador geral da Pecnordeste, Paulo Helder de Alencar Braga, 70 caravanas do Interior já estão confirmadas para o evento. No total, a expectativa é de que mais de 4 mil produtores inscrevam-se para participar do seminário, além de 30 mil visitantes.
"É um seminário que reúne sete cadeias produtivas do agronegócio, e duas não ligadas à pecuária, que são o turismo rural e o artesanato", explica Flávio, apontando que o evento é o maior do tipo no Nordeste.
De acordo com Paulo Helder estão programadas 92 palestras técnicas, 17 oficinas e três mesas redondas durante o seminário.
Estudantes
Há, ainda, uma parceria entre a organização do evento, a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado, no sentido de levar estudantes da rede pública para conhecer o Pecnordeste. "A gente tenta mostrar para a população da cidade a importância do homem do campo, porque é ele que produz o alimento para colocar nas nossas mesas", lembra Paulo Helder.
Racionamento
"As águas estão sendo reduzidas. Somos os primeiros a receber os cortes (setor da agricultura e da irrigação). Ontem tivemos reunião com a Cogerh e eu senti, por parte da direção do órgão, muita sensibilidade em ter um trabalho participativo. Estamos nos propondo a designar pessoas nos municípios, na tentativa de encontrar uma solução que seja mais compatível com a realidade dos produtores, mas que também coopere com a redução hídrica, priorizando o consumo humano".
A Cogerh está identificando todas as propriedades que têm a outorga (direito de usar água) na região do Baixo Jaguaribe. O órgão, então, corta parte da cota de água que seria destinada para o local. "Para o pequeno produtor, isso pesa muito. Ele só tem aquela pequena área irrigada. É possível a gente socializar mais esse corte da água na tentativa de não criar grandes problemas para alguns, que poderiam ser distribuído entre todos", acrescenta Paulo Helder.
Exportador
O Ceará, atualmente, é o quinto maior exportado de mel do Brasil. Já esteve em segundo lugar, mas, por causa dos quatro anos de seca consecutivos, a produção do Estado vem caindo. "Apesar disso, como a atividade está sendo trabalhada pelos institutos de pesquisa, a SDA, o Sebrae, a UFC, os incentivos do governo com projetos sociais, acredito que mesmo durante a seca, nos próximos anos o Ceará desponte como um dos maiores exportadores de mel, ressalta Vinícius Araújo de Carvalho, meliponicultor e apicultor.
Mais informações
XIX Seminário Pecnordeste
Data: de 16 a 18 de junho
Local: Centro de Eventos do Ceará
Sistema Faec/Senar e Sebrae-CE

Bruno Mota
Repórter

Diário do Nordeste

Perda da safra é acima de 90% em algumas regiões do sertão

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Desolados, os agricultores do sertão esperam pela liberação do Seguro Safra para amenizarem as perdas que tiveram em 2015
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
A falta de maior volume de chuvas durante a quadra invernosa deste ano já responde por inúmeros prejuízos no setor agrícola cearense. Em Mauriti, maior produtor de grãos do Estado, agricultores já iniciaram o processo de contabilizar as perdas nas lavouras de milho, ocasionadas pela manutenção da estiagem que assola o Interior cearense e caminha para o seu quarto ano consecutivo.
A perda de milho em Mauriti chega a 100% e os produtores rurais, a maioria agricultores familiares, agora espera pela liberação dos recursos oriundos do Programa Garantia Safra e pelo perdão das dívidas adquiridas através de linhas de financiamento agrícola, como forma de diminuir os prejuízos.
Em grande parte das regiões que formam o município, o que sobrou do milho mal dá para alimentar o rebanho bovino. Em algumas propriedades, inclusive, a forragem produzida a partir da palha da cultura já foi consumida pelos animais.
Muitos agricultores reclamam, ainda, da falta de assistência técnica por parte da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), durante o processo do plantio e da redução na quantidade de sementes distribuídas pelo Programa Hora de Plantar, que acabou fazendo com que grande parte dos produtores comprassem sementes em casas especializadas.
"Aqui a gente perdeu a lavoura inteira. Nos plantamos 17 tarefas de terra e não deu uma espiga de milho nem pra contar a história", lamenta a agricultora Maria de Fátima Pereira Furtado, residente no sítio Malhadinha, na zona rural de Mauriti. Conforme a rurícola, os prejuízos contabilizados poderiam ter sido diminuídos se o volume de sementes distribuídas pelo Governo do Estado tivesse sido maior. "Esse ano eu só consegui receber um saco de milho de 20kg. O resto eu comprei tudo. Plantei seis sacos de milho. Paguei R$ 25 em cada um deles. Menos o que recebi do governo", disse.
O agricultor Domingos Maranhão, que plantou cerca de 100 hectares de milho em uma propriedade localizada na região de Coité, também perdeu toda a lavoura por causa da falta das chuvas. Ele reclamou da falta da assistência técnica e da pouca quantidade de sementes distribuídas pelo programa estadual neste ano. "Assistência técnica não teve nenhuma. A gente só recebe assistência técnica quando faz algum projeto e encaminha pro banco. Fora isso, não tem assistência. Eu comprei 30 sacos de 60kg de milho pra plantar esse ano. Perdi tudo. Não sobrou nada. O que tinha ficado o gado já comeu. Agora é esperar pelo governo. Pedir a Deus que a presidente perdoe as dívidas feitas com os bancos. Se não, é trabalhar dobrado pra pagar a conta", comentou o agricultor.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Mauriti, além da cultura do milho, a safra de feijão para este ano também já está comprometida em mais de 90%. O secretário de Politicas Agrícolas da entidade, Moacir Batista, avaliou que a situação em torno da produção de grãos no município vem se complicando a cada ano por falta das chuvas, principalmente, mas, também, devido a existência de falhas nas políticas públicas em vigor.
"A situação é péssima. A produção este ano é quase nenhuma. Além, da falta de chuvas, que é a grande causa do problema, há, ainda, a falta de assistência técnica e a questão da redução na distribuição das sementes. Esse gargalo precisa ser solucionado pelo governo do Estado, embora se saiba que as distribuições aconteçam mediante os prognósticos que o governo possui em relação as chuvas de cada ano", frisou o sindicalista.
Outras regiões do Ceará também apontam perdas na produção de ambas as culturas. O prejuízo aconteceu por falta de água nas lavouras. No Centro Sul, por exemplo, os dados parciais de perda de produtividade do milho e do feijão oscilam entre 70% e 80%. "A tendência é se agravar ainda mais", disse o gerente regional da Ematerce, Joaquim Virgulino Neto.
Nos municípios de Várzea Alegre e Lavras da Mangabeira, que costumam registrar boas chuvas, neste ano, o quadro é adverso. "Tivemos um déficit de 37% de pluviometria", observa o gerente do escritório da Ematerce, Cléber Correia. "O resultado é a perda de 75% ou mais da safra".
Na região dos Inhamuns e do Sertão Central o quadro é ainda mais preocupante. Os percentuais são mais elevados, chegando a perdas de 100% de milho e de 90% de feijão. "Quem plantou perdeu", observa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tauá, Francisco Pedrosa. Nos municípios de Milhã, Solonópole, Mombaça, Irapuan Pinheiro e Piquet Car.
Situação generalizada
O secretário de Agricultura de Irapuan Pinheiro, Clerto Josino, disse que a última avaliação feita por representantes de entidades ligadas ao setor rural aponta perda média de 90% do milho e de 70% do feijão. "Essa é a realidade da região, é uma situação generalizada".
O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais no Ceará, Fetraece, Luís Carlos Ribeiro, confirma que a situação é preocupante e que a perda da lavoura de grãos supera os 80%. "Infelizmente, essas são as informações que temos recebido", disse. Os dados conclusivos sobre perda da safra de grãos no Ceará serão feitos em cada município por ocasião do laudo de vistoria do Garantia Safra. Os dados disponíveis pelo governo do Estado, por meio da Ematerce, ainda referem-se à avaliação feita na segunda quinzena de abril passado e indicam índices de perda bem menores do que os registrados no decorrer de maio.
A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), por meio da Assessoria de Imprensa, informou que o Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias divulga no próximo dia 29 o relatório final sobre a perda de safra de grãos no Ceará. Conforme a SDA, a cultura de milho representa 67% do plantio de grãos no Estado e terá uma perda elevada neste ano em decorrência da irregularidade das chuvas. A reportagem tentou ouvir a Ematerce sobre a falta de assistência técnica apontada pelos agricultores do município de Mauriti. Conforme a assessoria de Imprensa da empresa, um diretor técnico entraria em contato para esclarecer a situação, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.
Roberto Crispim/Honório Barbosa 
Colaboradores

Diário do Nordeste

Exclusivo: Lugar misterioso em Quixadá abrigou membros de estranha civilização indígena

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Machu Picchu, no Peru, é considerada um dos mais importantes centros urbanos da antiga civilização inca. Por muito tempo foi tratada como a “cidade perdida dos incas”, tendo sua localização revelada ao mundo apenas em 1911, com a expedição do arqueólogo americano Hiram Bingham. Hoje movimenta o turismo na região e é tratada como Patrimônio da Humanidade.
Guardadas as devidas proporções, o município de Quixadá, localizado no Sertão Central do Ceará, também conta com riquíssimo material para exploração histórica e arqueológica. Numa das muitas elevações rochosas da chamada Terra dos Monólitos, por exemplo, há um sítio arqueológico com sutis semelhanças com a velha cidade peruana. Dezenas de pequenas cavernas dominam o cenário. Há mais de cem anos o local é conhecido por populares que moram nas proximidades, mas eles mantém sua localização com muita discrição.
VISITA DE ARQUEÓLOGOS ESTRANGEIROS
7arqueologoNa década de 1970, arqueólogos vieram dos Estados Unidos para estudar o lugar. Eles já chegaram com mapas e fotografias feitas por satélite e conheciam detalhes do território quixadaense, deixando alguns sertanejos impressionados.
De acordo com os moradores mais idosos da região, os pesquisadores encontraram no local  estranhos artefatos, bem como uma imensa quantidade de cerâmica trabalhada, obviamente, por povos antigos. Havia também recipientes para alimentação, martelos de pedra, cachimbos, e outros objetos que, apesar da evidente antiguidade, apontavam para uma sociedade bastante organizada e tecnologicamente desenvolvida, tal como era o caso dos “filhos do sol” do Império Inca, no Peru.
Muito deste material – inclusive dois objetos estranhos, semelhantes a capacetes petrificados, e outras pedras parecidas com peças de encaixe rotatório -, foi catalogado e levado para os Estados Unidos. Curiosamente, os locais previamente apontados pelos11310917_769148773199053_1246349730_nequipamentos trazidos pelos americanos estavam marcados com pedras trabalhadas no formato de rústicas rosas-do-vento. Escavados, revelaram a existência dos estranhos objetos petrificados.
Como o local em que o sítio se encontra é de difícil acesso, sendo inviável a utilização de veículos motorizados para alcançá-lo, animais de carga foram usados pelos americanos para transportar algumas das peças mais importantes.
Apesar da extração – que não se sabe se foi autorizada pelas autoridades brasileiras da época – o material que ainda pode ser encontrado no local, embora relativamente escasso em comparação com o que havia nas décadas da primeira metade do século vinte, é conclusivo: membros de uma antiga civilização indígena habitaram o lugar.
MISTÉRIOS DO LUGAR
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Como era de se esperar, relatos misteriosos, relacionados com as coisas deixadas pelos antigos moradores indígenas, tem sido passados de geração em geração. Alguns são de ‘arrepiar a espinha’.
Entre aqueles que conhecem o lugar, há quem conclua, por exemplo, que os antigos habitantes foram índios que tiveram contato com civilizações extraterrestres e que, por isso, teriam aprendido um modo de vida diferente dos demais habitantes da região. É claro que não há base científica para tal afirmação, mas há curiosidades que alimentam o imaginário popular. A propósito, Quixadá tem recebido inúmeras visitas de ufólogos que estudam exaustivamente o fascinante e misterioso território do município.
A própria localização do sítio arqueológico, no ponto mais alto da serra que os antigos habitantes escolheram para morar, causa certa estranheza. Não havia, por exemplo, como realizar o transporte fácil da água necessária à sobrevivência da quantidade evidentemente grande de pessoas que ali viveram. Também não há evidências da existência de projetos antigos de retenção das águas da chuva, apesar de esta ser a opção mais lógica quando se considera a questão.
Em contrapartida, do local é fácil visualizar a amplidão do horizonte nos quatro pontos cardeais, apontando para um provável favorecimento da vista para o céu, para as estrelas. Histórias assim foram sendo passadas dos pais para os filhos ao longo do tempo. Até que estudiosos deem uma explicação final, porém, permanece apenas o mistério.
MORTE APÓS CONTATO COM ARTEFATO
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Outro exemplo de tais relatos misteriosos tem a ver com a morte de um homem que teve contato com uma espécie de “urna” deixada ali. O senhor José Augusto Pinheiro de Holanda (foto abaixo), atual proprietário do local, é quem descreve o que aconteceu.
Captura de Tela (22)Segundo ele, na década de 1960 um grupo de trabalhadores extraía madeira, principalmente o cedro, que já foi abundante na região. Um dos membros do grupo resolveu se afastar para caçar. Ele levava consigo apenas uma espingarda. Durante a caça acabou encontrando um misterioso artefato que até hoje é descrito como uma espécie de “urna”. O objeto era um pouco mais alto que o caçador e suficientemente largo para impedir que ele o abarcasse com os dois braços, o que foi tentado. O agricultor relata que o homem sentiu vontade de atirar uma pedra no objeto, mas foi tomado por enorme sensação de medo. Acabou fugindo do local.
Mais tarde ele contou o que tinha encontrado e os amigos combinaram de ir ao local na manhã do dia seguinte, já que estava anoitecendo. Mas para a tristeza de todos eles, o trabalhador que teve contato com a “urna” misteriosa acabou morrendo em um ataque epilético naquela mesma noite.
Dias depois da estranha morte, o dono da fazenda, Sr. José Augusto Holanda, pai do atual proprietário, convocou um grupo de homens para encontrar a urna, mas nunca obteve êxito. Até hoje – quase meio século depois do episódio -, o objeto permanece perdido, alimentando o imaginário de quem conhece a história.
EQUIPE DA FRANÇA DOCUMENTA O LOCAL
No último mês de abril, uma equipe francesa esteve visitando o lugar. Levados ao local pelo empresário Almeida, do ramo de hotelaria, eles fizeram registros fotográficos e gravaram vídeos que serão exibidos em canais de TV do país europeu. As histórias contadas pelos moradores da área, de fato, tem o efeito de impressionar os ouvintes.
A LOCALIZAÇÃO
O sítio arqueológico está situado na chamada Serra dos Macacos, na localidade de Ouro Preto, no município de Quixadá. A maior quantidade de artefatos históricos pode ser encontrada no ponto mais alto da serra, de propriedade da mesma família desde o ano de 1895, como relata o atual dono do lugar, o senhor José Holanda.
Serra dos Macacos
Conforme o presidente da Academia Quixadaense de Letras, João Eudes Costa, que documentou exaustivamente a história do município, o território de Quixadá foi habitado por índios Canindés e Jenipapos. Obviamente, porém, não há como afirmar de forma dogmática que os habitantes da Serra dos Macacos pertenciam a estes povos, especialmente em vista do conhecido costume destes grupos de migrar pelos leitos dos rios, e não de estabelecer morada nos isolados cumes das serras.
gabrielavivacquaNa fauna do local destaca-se, ainda hoje, a grande quantidade de macacos-prego. Como não são caçados e se reproduzem com facilidade, há uma grande quantidade deles ali. Em décadas passadas, o cedro dominava a flora do território, mas após ampla atividade de extração, o cenário mudou completamente, deixando a árvore praticamente desaparecida.
Os relatos misteriosos contados pelos moradores da região, a significativa quantidade de artefatos históricos e a fauna e a flora do território são ingredientes que ensejam a possibilidade de que o espaço seja transformado, em breve, em Parque Arqueológico, com a finalidade de ser explorado na área do turismo. O sítio arqueológico da Serra dos Macacos é, indubitavelmente, mais uma das grandes riquezas do povo quixadaense.
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Gooldemberg Saraiva
( bergsaraiva@gmail.com )
Foto Serra dos Macacos: Rostand Medeiros
Foto Macaco Prego: Gabriela Borges
Colaborou: Wanderley Barbosa
Colaborou: Almeida, do Hotel Pedra dos Ventos
MonólitosPOST.com