24 de abril de 2017

Nem Ceará nem Ferroviário querem assumir o favoritismo na decisão do Estadual

Givanildo nega que haja favorito ao título, mas Vladimir joga esta condição para o Ceará

O Campeonato Cearense voltará a ser decidido em um clássico, porém, não o mais tradicional do Estado. Com Ceará e Ferroviário finalistas, é o Clássico da Paz que volta à tona, 19 anos depois.

E, se em um duelo tradicional sempre vale a mesma pergunta, com taça em jogo a indagação é quase uma obrigatoriedade: existe favorito para o título?

“Não tem, pela armação (maneira de jogar) que o Ferroviário está. Eu vi o jogo (contra o Fortaleza, que eliminou o Leão) e é clássico”, opina o técnico do Ceará, Givanildo Oliveira.

O comandante alvinegro também se valeu da classificação em cima do Guarani de Juazeiro para reafirmar a previsão de não encontrar facilidade diante do adversário da final. “Jogamos três (partidas) pra decidir contra o Guarani e foi desse jeito a dificuldade. Contra o Ferroviário, que é clássico, não vai ser diferente”, compara.

SEMPRE FAVORITO
Não é assim que pensa o técnico coral, Vladimir de Jesus. Quando questionado sobre o assunto, a resposta é direta: “Independente de qualquer coisa, o Ceará vai ser favorito sempre”. Os argumentos para apontar a condição ao adversário são técnicos e financeiros: “O Ceará é um clube de Série B do (Campeonato) Brasileiro, que tem investimento de R$ 700mil a R$800 mil ou mais (folha salarial mensal), tem um treinador multicampeão, principalmente quando o assunto é Estadual. Então, não podemos assumir essa condição, mas sabemos que, da mesma forma que passamos pelo Fortaleza, podemos ser campeões”.

A classificação do Ferroviário, no entanto, deixou uma nova impressão sobre a equipe. Eliminar o Fortaleza com uma vitória e dois empates, sofrendo apenas um gol, com propostas de jogo bem definidas, fez cair qualquer subestimação ao elenco coral.

Além disso, o bom momento gera empolgação e a confiança adquirida pelos atletas ao chegar à final pode ser combustível para o grupo nos dois ou três jogos que definem o campeão.

Vladimir de Jesus até admite que os últimos feitos do Ferroviário podem fazer o Ceará ter mais precaução com o Tubarão, porém diz não acreditar que isso anule o favoritismo alvinegro. “O Givanildo é um treinador extremamente experiente.

Ele pode até olhar para nós de forma diferente (após a classificação), mas o Ceará continua sendo favorito”, esquiva-se.

Apesar de apontar o jogo como equilibrado, o técnico do Ceará reconhece uma evolução na criação de jogadas da sua equipe. Givanildo apontou o jogo da classificação do Ceará para a final como o melhor que o clube fez sob seu comando. “À medida em que os jogos vão passando, a equipe vai melhorando”. 


Por Brenno Rebouças
Com informações do Jornal O Povo

Hotel de comitiva de cearenses sofre ataque terrorista em Israel

O Leonardo Beach Hotel fica numa movimentada zona turística, à beira do Mar Mediterrâneo (Foto: Luiz Viana/Especial para O POVO)
Tel Aviv - O hotel onde está hospedada uma comitiva de cearenses, que está a trabalho em Israel, foi palco de um atentado terrorista, na tarde desse domingo, 23. Quatro pessoas ficaram levemente feridas, sendo três turistas e um funcionário do hotel. A delegação do Ceará inclui, entre outros, o deputado estadual Carlos Matos, o reitor da UECE, Jackson Sampaio, o reitor da UVA, Fabiano Carvalho, o vice-reitor da URCA, Francisco Júnior, a pró-reitora da extensão da UFC, Márcia Tavares, o pró-reitor do IFCE, Wally Menezes, os executivos do Banco do Nordeste Eduardo Gaspar e Luiz Esteves e o vice-presidente do Grupo de Comunicação O POVO, Dummar Neto. Nenhum membro da comitiva foi atingido.
Por volta das 14h e 30min, um homem de 18 anos entrou desarmado no Leonardo Beach Hotel, que fica numa movimentada zona turística, à beira do Mar Mediterrâneo. Dirigiu-se tranquilamente à recepção, apanhou um grampeador de papel, entrou na loja de conveniência e agrediu um casal de turistas com o objeto. Câmeras internas flagraram a ação, que foi considerada "um incidente relacionado ao terrorismo" pelas autoridades israelenses.
Na fuga, um funcionário do hotel tenta imobilizar o agressor, mas também é atacado e ferido. O marido da mulher atacada consegue em seguida mobilizar o terrorista, que é preso momentos depois pela polícia, após quebrar a porta de vidro do Hotel. Uma das vítimas, Jacqueline Wingerover, de 50 anos, e seu marido, de 70, ficaram levemente feridos. Outro homem, de também 70 anos, sofreu golpes do agressor no atentado.
O terrorista é palestino, da cidade de Nablus no norte na Cisjordânia e, segundo relato de um recepcionista do hotel, teria dito que "queria matar um judeu". A imprensa local divulga a versão de que ele havia recebido uma autorização especial de entrada no país, por meio de um programa que permite o acesso temporário de palestinos em Israel, como parte do esforço para reduzir a tensão entre árabes e judeus.
Recepcionista do hotel, o ucraniano Oleg Yokrvedson, de 60 anos, disse aceitar o fato como "corriqueiro (Foto: Luiz Viana/Especial para O POVO)
Da comitiva cearense participam representantes de governos, BNB, universidades, empresários e imprensa. O objetivo é promover a integração entre os dois países, com foco na gestão de recursos hídricos, inovação e aceleração de startups, que são empresas iniciantes. A rapidez da operação policial e a aparente tranquilidade dos funcionários do hotel fez com que a comitiva de cearenses nem percebesse o incidente. Parte do grupo havia chegado ao hotel momentos depois do ataque.
Recepcionista do hotel, o ucraniano Oleg Yokrvedson, de 60 anos, demonstrava calma e disse aceitar o fato como "corriqueiro". Ele vive em Jerusalém e conta que já viu de perto muitos, até casos mais graves, anteriormente. "Esse rapaz deve pagar de 15 a 20 anos de cadeia e certamente vai virar um herói em sua comunidade", comenta indiferente. O ataque aconteceu na véspera do Dia do Holocausto, quando os judeus prestam homenagens às vítimas da segunda guerra mundial.
Segundo Eduardo Gaspar, do Banco do Nordeste e um dos organizadores da missão cearense, o fato não deve atrapalhar os trabalhos do grupo, que seguirá a programação estabelecida até o próximo dia 28. Ainda devem se juntar à delegação o secretário de Planejamento do Estado, Maia Junior, o secretário adjunto da Secitece, Francisco Carvalho, e o Presidente do BNB, Marcos Holanda.
As vítimas do atentado foram socorridas no local pelo serviço de urgência médica, encaminhadas para o Ichilov Hospital e liberadas. Desde 2015, cresce o número de ataques de palestinos motivados pela chamada "intifada dos lobos solitários". Pessoas que não têm relação direta com grupos terroristas e agem por conta própria, se utilizando geralmente de facas e outras armas brancas. Neste período, já foram mortos 41 israelenses, três turistas estrangeiros e 250 palestinos.
 Luiz Viana enviado especial a Tel Aviv
Com informações do O POVO 

Coreia do Norte ameaça atacar porta-aviões dos Estados Unidos

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A escalada de tensões entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos continua. O governo norte-coreano disse nesse domingo (23) que "está pronto para afundar o porta-aviões norte-americano que está a caminho da Península Coreana. Além disso, no sábado (22) um cidadão dos Estados Unidos foi impedido de sair do país.

O navio porta-aviões norte-americano USS Carl VInson (CVN 70) foi enviado às águas da Península Coreana, após novos testes com mísseis por parte da Coreia do Norte. O navio se aproxima da península e com isso também se intensificam as ameaças do líder Kim Jong-Un.

A imprensa norte-americana conversou com funcionários do governo de Donald Trump. Especula-se que Trump deve telefonar para o presidente chinês, Xi Jinping, e para primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Na semana passada o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, visitou o Japão e a Coreia do Sul e regressou da visita sem demostrar disposição para tentar dialogar.

Pence disse que os Estados Unidos querem que a Coreia do Norte abandone os testes nucleares e que não "haveria diálogo, pelo menos por enquanto".

Além disso deve ocorrer uma reunião em Washington na quarta-feira (26) entre líderes do Senado e funcionários do alto escalão do governo Trump para discutir a crise com a Coreia do Norte.

No meio da tensão, a prisão do professor de cidadania coreana e norte-americana, Tony Kim, nesse domingo, acirra o ânimo de Washington e preocupa os países aliados. Tony Kim foi até a capital norte-coreana, Pyongang para dar aulas em uma universidade durante um mês, mas ele foi impedido de regressar.

Já são três cidadãos norte-americanos detidos pelo governo norte-coreano. A prisão teria ocorrido no sábado, segundo um comunicado da universidade.

Com informações da Agência Brasil

Fortaleza contrata meia Adenilson

Armador de 25 anos reforça o Tricolor na sequência da temporada 2017 (Foto: Arquivo/Pedro Chaves/Federação Cearense de Futebol)

O Fortaleza Esporte Clube anuncia a contratação do meia Adenilson, de 25 anos, que disputou o Campeonato Cearense Série A de 2017 pelo Guarani de Juazeiro. 

Adenilson Martins do Carmo defendeu o Rubro-Negro de Juazeiro do Norte em 2015, 2016 e 2017, além de passagem pelo Uniclinic, no ano passado. Nesta temporada, pelo Leão do Mercado, foram 12 partidas disputadas no Estadual e dois gols marcados. 

Após o fim da participação do Guarani de Juazeiro na competição, Adenilson se apresentará ao Tricolor na próxima quinta-feira para iniciar os trabalhos visando à disputa do Campeonato Brasileiro Série C. 

O Departamento de Futebol do Leão trabalha para acertar novas contratações e finalizar desligamentos do elenco em breve. 

A estreia do Fortaleza na Série C será diante do Remo, no dia 14 de maio, às 19h, no estádio Mangueirão, em Belém. 

Em nota, Fortaleza pede desculpas à torcida por mau início de temporada

A vida do Fortaleza não está fácil em 2017. O primeiro semestre do Tricolor do Pici não foi como planejado pela diretoria e pela torcida. As eliminações precoces em Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Campeonato Cearense fizeram com que a diretoria, em nota oficial publicada no site do clube nesta segunda-feira (24), pedisse desculpas ao torcedor. 
No comunicado, a diretoria se desculpa pelas eliminações e pela ausência de resultados no que diz respeito às contratações, renovações e desligamentos realizados. Garante que as medidas cabíveis para montar um elenco competitivo para a disputa da Série C serão feitas e coloca como "obrigação e compromisso com o torcedor" conquistar o acesso à Série B no ano do centenário tricolor, em 2018.
Jorge Mota, presidente do Fortaleza (Foto: Juscelino Filho)Jorge Mota, presidente do Fortaleza (Foto: Juscelino Filho)

Confira a nota, na íntegra.
Nação Tricolor, 

Os últimos dias não foram fáceis para nós. Na verdade, infelizmente, os últimos meses. Compartilhamos angústias, preocupações, incertezas e tristezas pelos resultados em campo. Por isso, não há outra forma de iniciar esta Nota Oficial: pedimos desculpas. 

Após dois anos (2015-2016) à frente do comando do Fortaleza Esporte Clube, com a conquista do bicampeonato cearense, presença nas quartas de final da Copa do Nordeste duas vezes e nas oitavas de final da Copa do Brasil em 2016, fomos reeleitos com ampla maioria dos votos dos nossos associados em dezembro, em pleito democrático, para um novo biênio. 

Seguimos nossos projetos de campanha e demos sequência à profissionalização e modernização do departamento de futebol do clube, com a estruturação do Centro de Inteligência do Fortaleza Esporte Clube (CIFEC) e contratação de um Executivo de Futebol para procurar maximizar os acertos na formação do elenco para a temporada 2017. 

Foram estabelecidos critérios - técnico, táticos, físicos e psicológicos - para as contratações, renovações e desligamentos realizados. O grupo de jogadores foi reformulado quase por completo. Os resultados e as atuações, entretanto, não vieram de forma satisfatória ou suficiente. 

Deixamos a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e o Campeonato Cearense de forma precoce, o que é lamentável. Por isso, Nação Tricolor, nós, da Diretoria Executiva do Fortaleza Esporte Clube, pedimos desculpas pelos resultados negativos nestes quatro primeiros meses de 2017. 

Outros clubes do Brasil e do mundo já passaram por momentos esportivos complicados, com derrotas, insucessos e adversidades - até por décadas. É inerente ao esporte, onde há apenas um vencedor. Isso, porém, não serve de desculpa. Até porque não há outro clube, no Brasil ou no mundo, com uma torcida apaixonada e leal como a nossa, que, ano após ano, bate recordes de público a nível nacional. 

Por isso, Nação Tricolor, é momento de olhar adiante. O duro revés sofrido na quarta-feira ainda não cicatrizou, mas servirá de lição. Os últimos dias serviram, também, para análise e reflexão em relação a nossas atitudes nos últimos meses. Afinal, ainda temos mais um ano e sete meses de gestão pela frente. 

Teremos, a partir do próximo mês, a oportunidade de escrever uma nova - e vitoriosa - história em 2017. As atitudes cabíveis serão tomadas, sem medir esforços, para disputarmos de forma competitiva o Campeonato Brasileiro Série C em busca do almejado acesso. É nossa obrigação e nosso compromisso colocar o Fortaleza na Série B no ano do centenário. 

Pedimos desculpas, mais uma vez, pelos equívocos. Mas precisamos recomeçar a temporada, com os ajustes e as mudanças necessárias. Precisamos, mais do que nunca, do apoio - e também da cobrança - da Nação Tricolor até novembro. E sabemos quem podemos contar com vocês, pois o amor pelo Tricolor é incondicional e interminável. O Fortaleza Esporte Clube, de glória e tradição, retomará os caminhos vitoriosos. 

Diretoria Executiva do Fortaleza Esporte Clube  

Por 
Fortaleza, CE

Quadrilha rouba R$ 125 milhões em assalto na fronteira do Paraguai com o Brasil

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Um grupo formado por cerca de 50 pessoas assaltou a sede da empresa de transportes de valores Prosegur, no município paraguaio de Ciudad del Este, na tríplice fronteira com o Brasil (Foz do Iguaçu) e a Argentina (Puerto Iguazú), para roubar cerca de US$ 40 milhões (o equivalente a R$ 125 milhões).

O dinheiro estava depositado em um cofre que foi aberto com uso de explosivos e fuzis antiaéreos. A informação é da Agência Télam.

O jornal paraguaio La Nación informou que o assalto foi liderado por membros da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), que também atacaram a sede da polícia e do governo. Um policial identificado como Sabino Ramón Benítez morreu no enfrentamento com os assaltantes.

O chefe da Divisão de Homicídios da Polícia de Ciudad del Este, comissário Richard Vera, afirmou que os delinquentes "transformaram em pedaços com bombas o edifício da Prosegur".

O roubo se estendeu por mais de três horas e ficou registrado em dezenas de gravações amadoras, em que é possível ver o incêndio de veículos e ouvir o som de tiros e o estrondo das explosões.

Bombas ativadas
Segundo o chefe policial, ainda pela manhã os investigadores trabalhavam para desativar as bombas que os assaltantes colocaram "em pontos estratégicos da cidade". "Há bombas ao redor do edifício, que estão sendo desativadas esta manhã. O grupo incendiou 14 veículos em pontos estratégicos da cidade para evitar que nós [a polícia] chegássemos ao local. Abandonaram veículos blindados com bombas ativadas", relatou o comissário Vera ao canal TN.

Ele disse que, ao chegar ao local, os assaltantes "primeiramente ativaram, de maneira simultânea, todas as bombas nos veículos que foram abandonados em diversos pontos da cidade. Em seguida, assassinaram o policial e explodiram as bombas dentro do edifício, que literalmente voou em pedaços".

As explosões afetaram as casas vizinhas, e a polícia ainda está avaliando os danos e contabilizando os feridos.

Detenção de brasileiro
O comissário Vera vinculou o assalto à detenção há poucos dias, no Paraguai, de um dos criminosos mais procurados no Brasil, conhecido como "Robertinho", que era o número 2 da estrutura do PCC.

O governador do departamento paraguaio de Alto Paraná, Justo Zacarías Irún, informou que o presidente Horacio Cartes ligou para ele nesta madrugada e ordenou que as Forças Armadas apoiem as ações da Polícia. "O presidente [Cartes] me ligou por volta de 1h40 [2h40 no horário de Brasília]. Ele determinou o apoio das Forças Armadas", declarou à Rádio ABC Cardinal.

O ministro do Interior, Lorenzo Lezcano, afirmou que já tinha informações sobre um assalto que estava para ocorrer em Ciudad del Este, mas "não sabia a hora, o lugar ou a dimensão". "Em fevereiro já havíamos emitido um alerta", disse Lezcano à Rádio ABC Cardinal.

Com informações da Agência Brasil

Emmanuel Macron e Marine Le Pen vão disputar 2º turno presidencial na França

Emmanuel Macron e Marine Le Pen discursam após o término da votação na França (Foto: Eric Feferberg e Alain Jocard/AFP)
O 2º turno da eleição presidencial será disputado por Emmanuel Macron, de centro, e Marine Le Pen, da extrema-direita. François Fillon, dos republicanos, e Jean Luc Mélenchon, da extrema-esquerda, ficaram de fora, num resultado histórico. Macron obteve 24,01% dos votos e Le Pen, 21,30%. François Fillon, dos republicanos, foi o terceiro colocado, com 20,01%, e o socialista Jean-Luc Mélenchon ficou com 19,58%.

"Enquanto nosso país está passando por um momento único em sua história, marcado pelo terrorismo, os desafios econômicos e ambientais, sofrimento social, ele respondeu da forma mais bonita, votando maciçamente. Ele decidiu me colocar na liderança no primeiro turno das eleições", disse Macron a seus eleitores.

Le Pen afirmou a seus apoiadores que esta eleição é histórica e que a França não terá mudança com o "herdeiro de Hollande", referindo-se a Macron. Ela criticou a globalização e afirmou que é hora de os franceses se tornarem livres da elite arrogante. "A sobrevivência da França está em jogo", disse, ao pedir que os "patriotas" a apóiem.

Macron é favorito para vencer Le Pen no segundo turno, em 7 de maio. Uma pesquisa realizada na manhã seguinte ao primeiro turno mostra o candidato centrista derrotando a candidata de extrema-direita por 61% a 38%. Em outras duas pesquisas realizadas no domingo à noite, ele aparece com 62% e 64% das intenções de voto, respectivamente.

Os grandes derrotados da noite, o conservador François Fillon e o socialista Benoît Hamon, anunciaram imediatamente que votarão no social liberal para evitar assim o triunfo da extrema direita. Após assumirem o desastre que representa para seus partidos ficarem fora do segundo turno, ao mesmo tempo, pela primeira vez na V República Francesa (instaurada em 1958), ambos reconheceram sua responsabilidade pessoal nos resultados.

A última vez que a esquerda deixou de ter um candidato no segundo turno foi nas eleições presidenciais de 2002, disputadas por Jacques Chirac (conservador) e Jean-Marie Le Pen (extrema direita e pai da atual candidata Marine Le Pen).
"É uma derrota moral para a esquerda", afirmou Benoît Hamon, candidato derrotado do Partido Socialista (PS), que também defendeu o voto em Macron no segundo turno.

Mélenchon também se pronunciou publicamente, mas explicou que aguardaria a oficialização dos resultados para dar mais detalhes de seu posicionamento.

O segundo turno, que será realizado no próximo dia 7 de maio, permanece cercado de expectativa. Isso porque o resultado pode levar ao enfraquecimento ou até mesmo ao fim da União Europeia e da zona do euro. Macron defende a permanência da França no bloco.

 Já Le Pen apoia o chamado Frexit -- a saída do país do mercado comum.
O tema teve destaque na campanha em meio à discussão sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da UE. A crise migratória no continente também levanta debates sobre a proteção das fronteiras. A França, juntamente com a Alemanha, é um dos países fundadores da UE e chamada de "locomotiva" da construção do bloco.

Com informações do G1

O Brasil vai parar na sexta? Desde 1996 o país não tem uma greve geral

  • Homero Sérgio/Folhapress
    Trabalhadores e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) bloqueiam o trânsito na rua Teodoro Sampaio, em São Paulo durante greve geral, no dia 14 de março de 1989
    Trabalhadores e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) bloqueiam o trânsito na rua Teodoro Sampaio, em São Paulo durante greve geral, no dia 14 de março de 1989
Os movimentos sociais e centrais sindicais convocaram para a próxima sexta-feira (28) uma greve geral nacional contra a reforma da Previdência e mudanças na legislação trabalhista propostas pelo governo Michel Temer. Segundo os sindicatos, espera-se que a greve seja geral, ou seja, una diferentes categorias profissionais em vários Estados da federação em prol de uma única causa e que elas, juntas, parem o país.
O último movimento que teve a proposta de paralisar o Brasil, ocorrido em 15 de março, apesar de ter sido nacional, não tinha a proposta de ser uma greve. "Em alguns lugares, acabou sendo. A ideia inicial era fazer assembleia na porta das fábricas, mobilizar os trabalhadores, atrasar o trabalho, mas não paralisar de fato, o que acabou acontecendo em algumas categorias", explicou João Cayres, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em São Paulo. 
Nesse dia, serviços essenciais, como os transportes de massa, chegaram a ser interrompidos em algumas cidades no início da manhã, estratégia considerada essencial para garantir a adesão de trabalhadores a uma paralisação.
Cayres afirmou que há uma grande expectativa do movimento sindical para o dia 28. "Desde 1996 o Brasil não vive uma greve geral. Os sindicatos estão mobilizando suas bases, aprovando a participação das categorias em assembleia", disse.
Segundo Paula Marcelino, professora do departamento de Sociologia da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP (Universidade de São Paulo), o que vai garantir o sucesso da greve geral é quais categorias vão aderir a ela. "Certas categorias têm uma capacidade de pressão mais expressiva, como os metalúrgicos, o setor dos transportes, petroleiros. Os professores, por exemplo, não têm praticamente nenhuma", explica. 
A maior greve geral nacional já realizada no Brasil aconteceu em 1989, mas ainda assim não conseguiu parar completamente os setores produtivos do país.
A greve foi geral, mas não total"  
Jair Meneguelli, presidente da CUT em 1989
"Estamos falando de um país de dimensão continental, mesmo para uma única categoria conseguir com que os trabalhadores parem em todos os Estados não é algo simples", pondera Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia com ênfase em políticas e do trabalho da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Mesmo assim, entre os dias 14 e 15 de março de 1989, 70% da população economicamente ativa do país teria paralisado suas atividades, segundo levantamento feito pelas centrais sindicais na época -- o Brasil tinha mais de 59 milhões de trabalhadores. A verdade é que não dá para saber se essa porcentagem é exata, porque houve uma verdadeira guerra de números entre os comandos de greves e as entidades patronais quanto a adesão à greve. "Tivemos algumas greves gerais depois da redemocratização, mas acredito que essa foi a mais expressiva", afirma Marcelino.
Um levantamento feito pela "Folha de S. Paulo" mostrou que, só no dia 14 daquele ano, em 12 das 26 capitais brasileiras nada funcionou. Nas demais, a paralisação foi parcial. O comando unificado da greve avaliou em US$ 1,6 bilhão o prejuízo causado pela paralisação nos dois dias -- valores da época.

14 e 15 de março de 1989: dias que quase pararam o Brasil

Fernando Santos/Folhapress
Guarda da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) faz a segurança da garagem dos ônibus, em São Paulo durante greve geral, em 14 de março de 1989
Já imaginou conseguir fazer a feira com uma taxa de inflação galopante atingindo mais de 1.000% no final do ano? Essa era a realidade do brasileiro no ano de 1989, cuja inflação acumulada ficou em 1.782,9%, a maior taxa já registrada na história do país.
Na tentativa de controlar a inflação, o presidente da época, José Sarney (PMDB), decretou em janeiro daquele ano o último plano de estabilização do seu governo: o Verão, que entre outras medidas, congelou preços e salários e criou o cruzado novo.
Diante da perda do poder aquisitivo do trabalhador gerada pelo "choque verão", a CUT (Central Única de Trabalhadores) e pela antiga CGT (Central Geral dos Trabalhadores) convocaram a greve geral de 1989.
Duas grandes greves gerais já haviam sido realizadas depois da redemocratização, em 1986 e 1987, todas sob a bandeira da reposição salarial dos trabalhadores diante da inflação. As greves atingiram todos os Estados do país, em maior ou menor proporção, mas não chegou a paralisar nenhuma das capitais, como em 1989. 
Segundo reportagem da "Folha de S. Paulo" da época, a mobilização paralisou Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES), São Luís (MA), Belém (PA), João Pessoa (PB), Curitiba (PR), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE) e Rio de Janeiro (RJ). Nas demais capitais, várias categorias paralisaram, mas a greve foi parcial.
Chico Ferreira/Folhapress
Piqueteiros fecham comércio durante manifestação da greve geral, no Rio de Janeiro (RJ), em 15 de março de 1989
Pochmann conta que as greves do final da década de 1980 aconteceram no auge do chamado novo sindicalismo, com sindicatos mais engajados e combativos. "O Brasil se tornou o segundo país do mundo em número de greves, perdendo apenas para a Espanha", explicou.
Sobre a de 1989, ele explica que o maior engajamento conquistado nela se deu por causa da influência do espírito cívico que girou em torno da promulgação da Constituição de 1988 e as primeiras eleições gerais para presidente após 21 anos de ditadura militar, que aconteceriam em novembro daquele ano. 

Em São Paulo, teve boato sobre ônibus nas garagens

Vidal Cavalcante/Folhapress
A então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (à época do PT), em janeiro de 1989
Na maior cidade do país, nenhum ônibus da antiga CMTC (Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo) circulou nos dois dias de greve geral, deixando de transportar mais de 2,1 milhões de paulistanos em cada dia.
Os metroviários ficaram de fora da mobilização por causa de uma ameaça de demissão do governo de Orestes Quércia (PMDB). Mas o metrô registrou queda de 40% no movimento. Bancos e comércio abriram suas portas parcialmente, mas tiveram pouco movimento.
Teve até o boato de que a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (então no PT, hoje no PSOL), tinha algo a ver com a paralisação dos ônibus -- o que foi veementemente negado por ela.
Tirando os ônibus das ruas, até eu faço greve"
  Luiz Antônio Fleury Filho, secretário de Segurança de São Paulo na época

Em Porto Alegre, houve a paralisação total do transporte público nos dois dias e o prefeito da cidade na época, Olívio Dutra (PT), chegou até a participar de piquetes feitos pelos bancários.
O apoio de prefeitos à greve fez com que o governo Sarney classificasse a mobilização como "chapa-branca". O presidente disse na época que "a greve teve êxito, assim mesmo relativo, onde o poder público colaborou com o movimento".
No segundo dia de paralisação, o governo Sarney aceitou chamar os trabalhadores para negociar as perdas salariais.

Por que não teve mais uma greve geral tão grande como a de 1989?

Depois de 1989, outras greves gerais foram realizadas na década de 1990, com destaque para a de 1991, no governo Collor, e de 1996, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Mas elas não conseguiram alcançar as façanhas de 1989.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Piqueteiros obrigam comerciantes a fechar as portas na rua Direita, durante greve geral convocada pelas centrais sindicais, em São Paulo, em 22 de maio de 1991
Ocorrida em 22 e 23 de maio de 1991, a greve geral foi convocada pela CUT e CTGs pela reposição mensal da inflação e das perdas salariais. Foi considerada exitosa apenas na Paraíba, onde, segundo a CUT, 95% das categorias profissionais aderiram à paralisação. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) calculou em US$ 150 milhões -- valores da época -- os prejuízos causados pelas paralisações.
Já a de 1996, que aconteceu no dia 21 de junho, foi contra a política de privatização, flexibilização de direitos trabalhistas e desemprego. Segundo as centrais sindicais, o movimento conseguiu atingir 12 milhões de trabalhadores brasileiros – 19% da população economicamente ativa.
Fernando Henrique chegou a dizer que "greve não aumenta salário".
Ela perturba os que estão querendo aumentar o salário"
FHC, à época

"Depois da década de 1980, houve um período de fragmentação sindical. A alta taxa de desemprego tornou mais difícil a mobilização dos trabalhadores. Além disso, a queda da inflação proporcionada pelo Plano Real esvaziou a principal reivindicação dos trabalhadores", explica Marcio Pochmann.
Paula Marcelino pondera, no entanto, que elas conseguiram parar setores produtivos importantes. Segundo ela, o fato de que as eras Lula e Dilma não foram marcadas por greves gerais não significa que o movimento sindical brasileiro esfriou.
"Lula e Dilma, com contradições indo e voltando, acabaram beneficiando os trabalhadores com várias políticas econômicas e sociais", explicou, acrescentando que "uma conjuntura melhor para conquista dos trabalhadores, da política econômica mais geral, desincentiva uma greve geral".
Segundo ela, engana-se quem acha que as categorias estavam desmobilizadas. "Esse período teve um número de greves bastante expressivo. Foram greves ostensivas e vitoriosas. Em 2012, 95% dos acordos salariais foram fechados acima do índice de inflação", conta a pesquisadora.

Isso pode mudar por causa das reformas do governo Temer?

Avener Prado/Folhapress
Manifestantes protestam na Av. Paulista contra reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, em 15 de março de 2017
Segundo os especialistas ouvidos pelo UOL, tudo indica que sim. Marcelino afirma que o movimento sindical entrou em um período defensivo, de não mais focar na reivindicação de direito, mas de lutar para manter o que foi conquistado.
"A conjuntura está bastante favorável para uma greve geral bem forte. Esse é um governo ilegítimo, que o tempo inteiro propõe uma nova política que afeta trabalhadores de maneira direta", acredita.
Pochmann concorda e diz que, diferentemente das greves gerais das últimas décadas, os temas tratados não dizem respeito mais aos problemas econômicas que são sentidos no bolso do trabalhador. "Os temas são sobre o Brasil como um todo [a política econômica, a forma política com que o país é conduzido]. Além disso, há uma capacidade muito maior de mobilização que ultrapassa os sindicatos", disse.
Por Mirthyani Bezerra 
Com informações do  UOL