7 de novembro de 2014

Sem Clássico-Rei na primeira fase, clubes definem fórmula do Campeonato Cearense

Clássico Rei
Em reunião na tarde desta sexta-feira (7), na sede da Federação Cearense de Futebol (FCF), os dez clubes definiram a fórmula de disputa do Campeonato Cearense de 2015. A competição, que será disputada em 18 datas, terá início no dia 14 de janeiro e não terá Clássico-Rei entre Ceará e Fortaleza na primeira fase.
Os times foram divididos em dois grupos - cinco de cada lado. As equipes se enfrentam em ida e volta, e as três melhores avançam para a fase seguinte. Na segunda etapa, os classificados do Grupo A enfrentam os classificados do Grupo B, em partidas de ida e volta. Os dois melhores de cada grupo avançam às semis, e os dois classificados chegam à final.
Atual tetracampeão, o Ceará está no Grupo B da competição, enquanto o arquirrival Fortaleza está no Grupo A. Assim, os dois não se enfrentarão na primeira fase do torneio.
A decisão da competição será no dia 3 de maio.
Confira os grupos
Grupo A: Fortaleza, Horizonte, Icasa, Quixadá e São Benedito
Grupo B: Ceará, Guarani de Juazeiro, Guarany de Sobral, Itapipoca e Maranguape
Diário do Nordeste

Fortaleza elenco tem reapresentação marcada para a tarde desta sexta feira (07), 16 horas, no Estadio Alcides Santos, no Pici.

Elenco tem reapresentação marcada para a tarde desta sexta feira (07), 16 horas, no Estadio Alcides Santos, no Pici.
Depois do jogo do último dia 25, diante do Macaé, pela Série C, os jogadores que possuem contrato em vigência com o Fortaleza tem reapresentação marcada para esta sexta feira (07), 16 horas, no Estádio Alcides Santos, no Pici. 

Jogadores se apresentam ao preparador físico Roger Gouveia, que dará continuidade aos trabalhos do elenco, visando as competições na próxima temporada e possíveis amistosos que o clube vem buscando acertar. Gouveia contará também com o apoio do departamento de fisiologia do clube, para inicialmente submeter os atletas às avaliações físicas 

Fortaleza reinicia os trabalhos com o elenco hoje, visando dar a melhor condição possível para seus jogadores, tendo em vista que o clube disputará quatro competições importantes em 2015, começando com o Campeonato Cearense, depois teremos Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série C. 

ASSESSORIA DE IMPRENSA DO FORTALEZA

Jornalistas: Nodge Nogueira/Raissa Feijó
 

Profeta cearense prevê inverno promissor em 2015.

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Jeremias Silva Mota garante que, ao contrário dos últimos três anos, uma profecia anuncia um grande inverno para toda a região Nordeste
FOTOS: ANTONIO CARLOS ALVES
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A boca da casa do joão-de-barro está voltada para o poente, o que, segundo o profeta popular, é sinal de que teremos um bom inverno
 Profecia e ciência. Profetas populares x El Niño. Com a proximidade do período da quadra chuvosa no Ceará, entre janeiro e junho, as expectativas se voltam para as experiências dos profetas populares que colocam suas observações a serviço do homem do sertão.
Existem também os prognósticos analisados por órgãos como a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que estuda as situações climáticas a fim de anunciar para o Estado como será a situação de chuvas, principalmente no Ceará. A Fundação, aliás, só se pronunciará oficialmente no mês de janeiro.
Açudes cheios
O profeta popular Jeremias Silva Mota, de 78 anos, natural da cidade de Buriti dos Alves, no vizinho Estado do Piauí, mas residindo na cidade de Alcântaras, norte do Ceará, disse, durante passagem por Canindé, durante a Romaria de São Francisco das Chagas, que, em 2015, teremos bom inverno, principalmente para encher açudes. Jeremias se baseia na construção da casa do joão-de-barro, que está com a boca para o poente, "espaço onde o sol dá adeus ao dia, cedendo seu lugar para início da noite, protegida de grandes precipitações. Quando ele faz sua morada nessa posição é fatal. Teremos inverno, sim. Nos anos anteriores, ele fez sua casinha com a boca para o 'nascente', onde o sol anuncia a sua chegada para iluminar um novo dia. Deu no que deu", alertou o profeta.
Jeremias lembra que 2015 será o ano de lembrar a maior seca da história. "O ano de 1915 foi quando muitas pessoas morreram de fome e sede. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Uma profecia anuncia um grande inverno para o Nordeste, pode esperar meu jovem".
Formigas
Segundo ele, nos últimos quatro anos de seca no Ceará, suas experiências sempre foram as piores possíveis. "Tentei de todas as formas e nada dava sinal de chuva. A mudança de local das formigas, as pedras de sal de santa Luzia. O agricultor pega as pedras, coloca numa tábua, marca os meses e coloca no sereno da noite. De manhã, olha qual pedra derreteu. Se molhar os locais dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho, é sinal de água correndo no sertão. Mas tudo foi um fracasso só".
El Niño
Outra esperança sertaneja são os indícios do fenômeno climático "El Niño", previsto para este segundo semestre e que já começa aparecer. De ocorrência cíclica, provocada pelo aumento de temperatura das águas da região tropical do Oceano Pacífico. Não relacionado às mudanças climáticas, o El Niño torna os eventos de seca e de chuva mais agudos, o que pode resultar em desastres naturais e prejuízos às cidades e à população.
O fenômeno foi batizado de com esse nome em homenagem ao Menino Jesus (em Espanhol), El Niño, por provocar eventos em período próximo ao Natal.
Prevenção
"No Nordeste, a seca costuma se agravar. Na região do Sul as chuvas intensas são o principal efeito", explica o geógrafo Christovam Barcellos, da Fundação Osvaldo Cruz, em seu artigo escrito na revista "Radis" - "Prevenção a uma ocorrência anunciada", uma forma de guia para evitar ou minimizar efeitos com temporais e seca, acentuados pelo fenômeno El Niño e que pode durar até o ano que vem. Segundo ele, a intensidade do fenômeno em 2015 deverá ser de fraca a moderada. Mesmo assim, há risco de enchentes e deslizamentos de terra no Sul.
Relatórios
Essas previsões de fenômenos climáticos são acompanhadas pelos meteorologistas do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) por meio de relatórios.
Esses documentos informam como deverão ser as condições de precipitação e temperatura, em relação aos padrões climatológicos normais. São analisados modelos climáticos e sistema de escala global que irão influenciar as condições de tempo no Brasil.
Como o fenômeno El Niño é uma das principais fontes de influência do clima no País, acaba por condicionar as previsões realizadas para o trimestre.
Mais informações
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
Avenida Rui Barbosa, 1246
(85) 3101-1093

Antônio Carlos Alves
Colaborador
Diário do Nordeste

Agricultura familiar aposta na criação de cabras leiteiras

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A criação de cabras se alastra pelo sertão; dentre outras vantagens do animal, as partículas de gordura do seu leite são de tamanho reduzido em relação ao da vaca. Com isso, o leite é rapidamente absorvido, em cerca de 40 minutos, enquanto o de vaca demora, em média, duas horas
FOTOS: ANTONIO CARLOS ALVES
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As cabras, além de mais resistentes, degradam menos o meio ambiente por seu porte menor e por se adaptar facilmente ao semiárido
Com uma das maiores secas do sertão do Ceará nos últimos 50 anos, a criação de cabras leiteiras e de corte tornou-se a grande opção viável e rentável para pequenos produtores rurais que formam a agricultura familiar.
Em vários municípios do Estado do Ceará, como Canindé, Caridade, Itatira, Paramoti, Tauá, Quixadá, Tejuçuoca, Morada Nova e Banabuiú, a atividade vem crescendo nos últimos anos graças ao associativismo e aos recursos liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS).
Além disso, têm sido fundamentais ações de campo desenvolvidas pelo Instituto Agropolos do Estado e Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), escritórios da Ematerce local e regional, sindicatos dos trabalhadores rurais e secretarias de agricultura municipais.
Nesses nove municípios, o plantel gira em torno de 85 mil cabeças de caprinos, oriundas do projeto do Governo do Estado intitulado cabra leiteira.
O projeto social de ovinocaprinocultura leiteira e de corte está mudando a vida de muitas famílias de áreas de assentamentos na maioria integrantes do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).
Conforme o zootecnista da Ematerce de Canindé, Samuel Pimenta, assessor regional responsável pela cadeia produtiva na região, o projeto tem um grande valor social e traz resultados positivos para as famílias carentes do Semiárido.
"A ideia da SDA, no decorrer das ações, é a distribuição, a todas as famílias beneficiadas, de sementes para RESERVAS estratégicas, entre as quais, o sorgo forrageiro, feijão guandu e palma forrageira, além de promover a capacitação para os criadores em manejo alimentar, sanitário e reprodutivo de animais, além da gestão associativa e cooperada, enumera.
Para participar do projeto de cabras leiteiras e corte, os produtores participam de dias de campo para produção de silagem, feno, ração, mineralização e missões técnicas. "Um fato que nos deixa animados é que, após a entrega dos animais, os criadores já fazem a ordenha e se beneficiando do leite caprino. O público-alvo desse projeto são as famílias que participam da Bolsa Família", acrescenta o secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins.
Os recursos são da ordem de R$ 2,5 milhões. Na opinião de Nelson, a criação de cabras é uma das grandes potencialidades da região. A caprinocultura de corte e leite fortalece a cadeia de segurança alimentar. "Enquanto os criadores de bovinos estão com as mãos na cabeça para salvar seus animais, os criadores de caprinos encontram mais facilidades de conviver com a seca ou estiagem. Nunca ouvir dizer que um bode ou uma cabra venha a morrer de fome ou sede numa seca", diz Nelson.
Os prefeitos de Canindé, Celso Crisóstomo; Itatira, Antônio Almir; Caridade, Simone Tavares; Paramoti, Samuel Boyadijian; e de Tejuçuoca, Valmar Bernardo lembram que a produção dos agricultores familiares será destinada para o Programa do Leite Fome Zero. As compras no Estado já somam até cinco mil litros de leite caprino por dia a um preço de R$ 1,20. "Não existe comunidade nenhuma no mundo que consiga sair da zona de pobreza sem antes apostar na produção do campo, principalmente por meio da agricultura familiar", garante o prefeito de Canindé Celso Crisóstomo.
Inclusão
Na visão do prefeito de Tejuçuoca Valmar Bernardo, o leite de cabra é potencialmente tido como um produto de inclusão da agricultura familiar no mercado, notadamente no Nordeste brasileiro, onde a caprinocultura leiteira de base familiar vem se desenvolvendo em larga escala, dando mais uma alternativa de sustento aos produtores.
Valmar conta que a cabra foi o primeiro animal capaz de produzir alimentos domesticados pelo homem, há cerca de dez mil anos. "De lá para cá, sempre acompanhou a história da humanidade, conforme se atesta em diversos relatos históricos, mitológicos e até bíblicos, que mencionam a presença dos caprinos", salienta o prefeito da Cidade, que ficou conhecida nacionalmente com a capital do bode, por realizar uma das maiores festas agropecuária em homenagem ao animal, o 'Tejubode''.
"É uma atividade que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. A população mundial de caprinos é estimada em cerca de 609 milhões de cabeças", salienta Valmar.
Resistentes e produtivas
"Há registros mostrando que as cabras existem no Brasil desde 1560. Por serem animais de menor porte e mais dóceis, foram trazidos em navios no lugar das vacas para garantir o suprimento de leite das tripulações vindas de Portugal. São pequenas, resistentes e produtivas. Apesar disso, levaram 450 anos para saltar da condição de animal de subsistência para status de espécies comercialmente rentável'', explica Samuel Pimenta, zootecnista regional da Ematerce de Canindé.
O Brasil já se posiciona como 11º maior produtor de leite de cabra do mundo, com mercado estimado em 25 milhões de litros anualmente.
O leite de cabra chega a ter 30% menos colesterol que o de vaca, além de possuir menor teor de açúcar. Aproximadamente 6% das crianças têm sintomas de alergia ao leite de vaca, que podem caracterizar-se por distúrbios digestivos, corrimento nasal, otites, erupções cutâneas, entre outras alergias.
As partículas de gordura do leite de cabra são de tamanho reduzido em relação ao leite de vaca. Com isso, o leite é rapidamente absorvido, em cerca de 40 minutos, enquanto o leite de vaca demora, em média, duas horas. Deixa menos resíduos no intestino, evitando fermentação e má digestão. O leite de cabra é fonte de cálcio e vitaminas, sendo utilizado na ação preventiva e curativa de osteoporose.
Iniciativa faz sucesso com produtores da região
Canindé O sucesso do projeto para criar cabras no sertão já pode ser sentido nos comparativos feitos por Samuel Pimenta. O zootecnista afirma que se os criadores cuidarem da sanidade do rebanho, empregarem novas técnicas de manejo alimentar e reprodutivo, que possibilitem melhorias e qualidade dos animais na ampliação do plantel de maneira uniforme e saudável, todos terão sucesso.
"Com as técnicas adequadas, a redução da mortandade fica praticamente zero. Para ele, uma das raças mais adaptadas para a região do Semiárido é o Anglo Nubiano, uma raça mista tanto para carne como para leite. Já a Saaney é mais interessante para o leite. Temos também raças nativas como Canindé e Moxotó, que têm aptidão para produção de carne", diz.
"A exigência alimentar dessas raças não é tão grande. Possui excelente desempenho alimentar no ganho de peso e produção de leite. Elas são típicas de regiões semiáridas, onde o índice pluviométrico é baixo, na qual se adaptam bem às condições de escassez de chuvas, se alimentando de pastagens nativas da nossa Caatinga como, por exemplo, leucena, excelente proteína, a vagem da algaroba, feijão guandu, mameleiro, todas plantas predominantes da nossa região", ressalta Pimenta.
Comparação
Para mostrar a viabilidade para se criar bodes, Samuel Pimenta faz um comparativo interessante. "Uma vaca de 500 quilos come cerca de 40 quilos de forragem, diariamente, e bebe 50 litros de água por dia, o que equivale de 10 a 12 caprinos adultos durante o dia. A cabra bebe em média 12 litros de água e se mantém com 6 quilos de alimento no mesmo período. "A cabra representa um meio de alimento de sobrevivência e uma saída econômica para muitas famílias do sertão do Ceará".
A vaca para primeira cria está apta a partir de três anos e só pare um filhote dentro da normalidade. Já a cabra está pronta para cobertura a partir dos oito meses e é comum nascer dois filhotes. O intervalo entre os partos de uma vaca está na média de 18 meses; da cabra, oito meses.
Mais informações
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA)
Avenida Bezerra de Menezes, 1820, São Gerardo
Telefone: (85) 3101-8002

Antonio Carlos Alves
Colaborador

Regional
Diário do Nordeste