13 de setembro de 2016

Em casa, Ceará perde para o lanterna Sampaio Corrêa e fica fora do G4

Ceará tropeçou no lanterna Sampaio Corrêa (Foto: Divulgação/Ceará)
O Ceará voltaria ao G4 se batesse o lanterna Sampaio Corrêa, dentro de casa, no Castelão, pela 25ª rodada da Série B. Porém, em partida ruim, o Vovô perdeu por 1 a 0 e estagnou nos 38 pontos, fora da zona de acesso. Pelo lado dos maranhenses, o gol de Gustavo Marmentini levou o clube a 20, ainda na última posição.
Com a chance de voltar ao G4, o time de Sérgio Soares perdeu a segunda partida seguida, e segue fora da zona que levará quatro clubes à Série A, em 2017. No último sábado, o algoz dos cearenses havia sido o Goiás.
Na próxima rodada, em jogo que acontece neste sábado, o Vovô encara o Londrina, no Paraná. O Sampaio Corrêa, ainda busca de uma grande reação para fugir do rebaixamento, enfrenta o CRB, dentro de casa.
Gazeta Esportiva

Comissão aprova fim de coligações e institui barreira para partidos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta terça-feira (13) proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece cláusula de barreira para os partidos, acaba com as coligações em eleições proporcionais a partir de 2020 e ainda cria a federação de partidos – uma alternativa para pequenas legendas com o fim das coligações.
Pelo texto, as siglas só terão funcionamento parlamentar, com acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV, se tiverem, a partir das eleições de 2018, um mínimo de 2% dos votos válidos em todo o país, que devem estar distribuídos em pelo menos 14 unidades da Federação, com percentual mínimo também de 2% em cada uma delas.
"O modelo atual fez da criação de partidos um negócio lucrativo", afirma Ricardo Ferraço
Edilson Rodrigues/Agência Senado
"O modelo atual fez da criação de partidos um negócio lucrativo", afirma Ricardo Ferraço
A PEC 36, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), segue para análise do plenário do Senado. O texto garante a livre criação de partidos e resguarda a autonomia estatutária e ideológica deles, porém, induz o enxugamento do quadro partidário. O país tem hoje 35 partidos em atividade, dos quais 28 com representação no Congresso. Outros 43 estão em processo de formalização.
“Nenhum lugar civilizado do mundo enfrenta uma realidade caótica como essa. A proposta visa, pois, moralizar e dar racionalidade ao sistema político, que está hoje na UTI. Infelizmente, o modelo atual fez da criação de partidos um negócio lucrativo, com uso de recursos públicos e comércio de tempo na propaganda gratuita. Uma correção não pode ser mais adiada”, defendeu Ferraço.
A cláusula de barreira chegou a ser aprovada em 1995, mas foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2006, ano que começaria a ser utilizada, sob a alegação de que prejudicaria partidos menores. A decisão, contudo, não impede que seja criada cláusula de desempenho ou se faça distinções para o funcionamento parlamentar.
Congresso em Foco

Mais de 32 milhões de casas não têm acesso à internet; preço é maior barreira

Receita amplia uso da internet para tornar mais rápido o atendimento dos contribuintes
Nos domicílios da classe A, o índice de acesso é de 97% e nos da classe B, 82%Arquivo/Agência Brasil
O preço é a maior barreira no acesso à internet, segundo a 11ª edição da pesquisa TIC Domicílios divulgada hoje (13). O valor do serviço foi apontado como impedimento pelos moradores de 60% dos 32,8 milhões de domicílios que não estão conectados a rede. Entre as residências em que não há uso da internet, 30 milhões pertencem às classes C,D e E.

O estudo foi realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Foram feitas entrevistas pessoais com abordagem em 23.465 domicílios em todo o território nacional, entre novembro de 2015 e junho de 2016.

Entre o último estudo, feito em 2014, e amostra atual, houve variação de apenas 1 ponto percentual no número de domicílios com acesso à rede. Eram 50% e agora são 51%, totalizando 34,1 milhões de residências. A barreira do custo é uma das razões, segundo o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, para a qual não houve avanço significativo no uso de 2014 para 2015 (base atual). O que pode significar, de acordo com ele, que a expansão no modelo atual possa ter chegado ao limite.

“Nas classes A e B nós podemos dizer que temos os mesmos índices de países europeus”, acrescenta Barbosa. Nos domicílios da classe A, o índice de acesso é de 97% e nos da classe B, 82%, enquanto nos de classe C o índice fica em 49% e nos de classes D e E, 16%.

Outro problema, segundo o gerente do Cetic, é a indisponibilidade do serviço em algumas regiões. “Em algumas áreas, como no Norte e áreas rurais, a segunda barreira é a disponibilidade do acesso. A menos que você use uma conexão via satélite, em muitas áreas do território nacional você não tem nenhuma operadora chegando”, destaca.

Para contornar esses problemas, Barbosa defende uma regulação mais forte do mercado, como forma de reduzir os preços, e uma revisão dos tributos que incidem sobre o serviço. “No Brasil nós carregamos, no que a gente paga no acesso, uma proporção muito significativa de impostos.”, ressalta.

Celulares
Barbosa lembrou ainda a importância de as políticas públicas levarem em consideração o uso do telefone móvel como porta de entrada para a rede. A pesquisa mostra também que o telefone celular é o dispositivo utilizado para o acesso individual da internet pela maioria dos usuários: 89%, seguido pelo computador de mesa (40%), computador portátil ou notebook (39%), tablet(19%), televisão (13%), e videogame (8%). De acordo com o levantamento, 56% da população brasileira usaram a internet no telefone celular nos três meses antes da pesquisa. A proporção era de 47%, em 2014, e de 31% em 2013.

O tipo de conexão mais utilizada nos celulares passou a ser o wifi, com 87% dos usuários, seguido pelo 3G ou 4G (72%). Em 2014, o wifi correspondia a 74%, e o 3G ou 4G, a 82%.

Agência Brasil

Sete jogadores do Fortaleza são desfalques na última rodada

Corrêa, volante do Fortaleza (Foto: Bruno Gomes/Agência Diário)Corrêa, volante do Fortaleza, não enfrenta Botafogo-PB (Foto: Bruno Gomes/Agência Diário)
Já classificado à próxima fase, o Fortaleza não terá a presença de sete jogadores no duelo diante do Botafogo-PB na 18ª rodada. Daniel Sobralense, Juliano, Corrêa, Anselmo, Edimar, Lima e Wilian Simões receberam amarelo contra Remo e, dessa forma, ficam fora do jogo. Todos estavam pendurados no último sábado e agora cumprem suspensão automática no jogo fora. 
O Fortaleza carimbou o passaporte à próxima fase da Série C do Brasileiro com antecedência de uma rodada ao vencer com folga o Remo por 4 a 1 na Arena Castelão, na noite deste sábado. Agora, tem 29 pontos. O jogo contra o Botafogo-PB será no Almeidão, no próximo domingo, às 19 horas. Agora, somente Guto segue pendurado no Fortaleza para as quartas. 
Por Fortaleza, CE

Os "7" do Ceará: veja os motivos para a queda de rendimento na Segundona

Goiás x Ceará no Serra Dourada (Foto: Reprodução/SporTV)Goiás x Ceará: 7º jogo sem vitória do Vovô aconteceu fora de casa (Foto: Reprodução/SporTV)
Há sete jogos sem vencer na Série B do Campeonato Brasileiro, o Ceará já tem a pior campanha do returno, com apenas três pontos - resultado de três empates entre a 20ª e a 24ª rodada da competição. Antes, vice-líder da Segundona, o Vovô perdeu sua "gordura" e está fora do G-4, em 5º lugar, com 38 pontos.
Nesta terça-feira, o time cearense volta a campo, em casa, e pressionado, contra o Sampaio Corrêa, lanterna da Segundona. Objetivo é vencer o confronto marcado para as 21h30, na Arena Castelão, e torcer por combinação de resultados para voltar a vencer e integrar o G-4.
O GloboEsporte.com/ce fez um exercício de pesquisa e elegeu os sete fatores que têm atrapalhado o Alvinegro de Porangabuçu em seu objetivo de voltar à elite do futebol brasileiro. Da falta de atacantes que resolvam quando Bill não está bem ou fora do jogo até o "fantasma" da comparação com 2014, o time tem sofrido. E tenta, contra o lanterna Sampaio, reverter a má fase e voltar ao caminho das vitória.
Vamos a eles:
01
NÃO VENCE EM CASA
A última vez que a torcida do Ceará viu seu time ganhar em casa foi contra o Criciúma, em 16 de julho. Na ocasião, o Vovô marcou 1 a 0. De lá para cá, o retrospecto é pouco empolgante: são três empates - dois por 0 a 0 (contra Vasco da Gama e Avaí) e um por 1 a 1 (contra o CRB). Se tivesse vencido, o time estaria com 44 pontos e dividiria a ponta com o Vasco.
02
ATAQUE INEFICIENTE
Bill é o artilheiro do Alvinegro de Porangabuçu na Série B, com 11 gols. Depois dele, o vice-artilheiro é Felipe, com apenas quatro gols. E o detalhe é que ele sequer é atacante. Joga como meia. Rafael Costa, que é o segundo a ter marcado mais gols pelo Vovô neste ano, também só tem quatro tentos também. Aliás, o atacante vive um jejum interminável. O último "balançar de redes" foi contra o Bahia, em 2 de julho. Além dele, as opções para o setor são poucas e ineficientes até agora: William Henrique tem um gol só e tem feito jogos abaixo do esperado. Ciel, que seria uma esperança, contundiu-se na segunda partida. Robinho e Serginho também não têm dado conta do recado, a ponto de Sérgio Soares ter escalado Wescley avançado contra o Goiás, também sem sucesso.
Bill Ceará Serie B comemoração  (Foto: Reprodução)Bill: quando ele não joga ou não vai bem, fica difícil o Ceará marcar algum gol (Foto: Reprodução)

03
BANCO COM POUCAS OPÇÕES
Esse fator só ajuda a confirmar o anterior. Não é só no ataque que o Ceará tem opções reduzidas. Nas laterais e no meio-campo, falta gente que crie ou que possa entrar em campo, simplesmente. Novamente, contra o Goiás, Tiago Cametá jogou pela direita e Sanchéz, pela esquerda. Quando o lateral esquerdo precisou sair, Buiú, que é da direita, foi substituto. Aliás, isso já é comum com Eduardo, que não viajou por estar doente. O atleta costuma atuar pelos dois lados. No meio-campo, o setor de criação sofre com as poucas opções. Felipe e Wescley, os titulares, não têm reservas à altura. Tomas Bastos não tem rendido e Richardson e Diego Felipe (volantes) nem sempre podem fazer bem duas funções. Guilherme Biteco, Zé Mário e Zezinho passaram mais tempo machucados do que jogando. Esperança é que Felipe Menezes seja a solução.

04
MAUS RESULTADOS CONTRA ADVERSÁRIOS DIRETOS
Esse é um fator importantíssimo. O confronto direto com adversários que estão colados com o Ceará na briga pelo acesso poderia ter dado a folga necessária. Nesses seis jogos passados, não conseguiu vencer Vasco da Gama e CRB (em casa), mesmo com mais volume de jogo, e Atlético-GO (fora), quando chegou a estar na frente. Mesmo sem ter perdido, o time perdeu oportunidades claras de abrir vantagem na classificação.

Ceará CRB Castelão (Foto: LC MOREIRA / Agência Estado)Contra o CRB, Ceará saiu perdendo, buscou o empate, mas não teve boa finalização para conseguir a virada e a vitória
(Foto: LC MOREIRA / Agência Estado)


05
ZAGA EM MÁ FASE
A defesa alvinegra, que vinha se saindo relativamente bem na Série B, e tinha encontrado na dupla Valdo e Charles, um motivo para respirar mais aliviado, tem falhado nesses últimos compromissos. Os gols sofridos contra CRB e Goiás são provas disso. Em lances mal marcados, os atacantes adversários chegaram com certa facilidade para marcar. Agora, então, com a lesão de Éverson, que vinha com grandes defesas, o torcedor ficará ainda com a dúvida sobre a atuação de Lauro.

06
MEIO-CAMPO QUE NÃO CRIA
Com a necessidade do técnico Sérgio Soares de improvisar no setor ofensivo, avançando Felipe ou Wescley, o meio-campo alvinegro tem andado bem capenga quando o assunto é criar. A tendência é que o panorama não mude muito pela falta de opções no setor ofensivo. Se Ciel voltar a tempo ou Lelê estrear bem, pode ser que os meias consigam voltar a articular bem. E não ficar mais rodeando a área adversária ou apostando mais nos cruzamentos.

Capa Avaí contra o Ceará (Foto: Christian Alekson/cearasc.com)Wescley tem sido improvisado. E mesmo quando não, tem deixado a desejar na criação e no meio-campo alvinegros (Foto: Christian Alekson/cearasc.com)

07
"FANTASMA" DE 2014
Por fim, a relação de semelhança que o torcedor e a própria imprensa vem traçando (e está acontecendo!) com 2014, quando o Ceará terminou o 1º turno como líder, tem influência na cobrança da (e na) equipe. E, a cada jogo que não ganha, a pressão vai se tornando maior. Sorte que a última rodada favoreceu o Vovô e os adversários próximos não venceram. Com isso, o Ceará tem chances claras de voltar ao G-4, se vencer o lanterna Sampaio Corrêa, nesta terça-feira (13).

Por Fortaleza, CE

Ceará x Sampaio Corrêa - Com técnico na corda bamba, Vozão tem chance de ouro

O Ceará tem uma grande de fazer as pazes com a vitória e aliviar a barra do técnico Sérgio Soares, que já começa a balançar no cargo, nesta terça-feira. Sem ganhar há mais de um mês, o Vozão recebe o desesperado Sampaio Corrêa, às 21h30, na Arena Castelão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Há sete jogos sem ganhar, o Ceará está na quinta colocação, com os mesmos 38 pontos que o CRB, mas fica atrás no número de vitórias (11 contra 10). Já o Sampaio Corrêa caminha a passos largos rumo ao rebaixamento, segurando a lanterna, com 17, 12 pontos a menos que o Paysandu, primeiro time fora da degola.

ELE FICA

Por conta dos resultados ruins, Sérgio Soares vem tendo seu trabalho questionado pelos torcedores, mas a diretoria fez questão de bancar sua permanência.

"Sérgio Soares está firme no Ceará. Nós fomos prejudicados pelas lesões e suspensões. A partir do próximo jogo, teremos retorno de alguns jogadores importantes", garantiu o gerente de futebol Carlos Kila ao Portal Esportes O POVO.
Balançando no cargo, Sérgio Soares tem uma grande chance de respirar no Ceará
Balançando no cargo, Sérgio Soares tem uma grande chance de respirar no Ceará

Diante do time maranhense, Sérgio Soares vai ter retornos importantes. O lateral-esquerdo Thallyson, o volante Baraka e o atacante Bill cumpriram suspensão automática na derrota para o Goiás, enquanto o lateral-direito Eduardo se recuperou de uma dor na garganta. Por outro lado, o meia Ricardinho foi expulso e está de fora. A dúvida do treinador é no gol, já que Éverson sentiu a coxa na última partida.

BOA NOTÍCIA

Um das principais esperanças na reação do clube é Pimentinha. Ele sentiu um problema muscular na vitória contra o Náutico, depois de marcar dois gols, e acabou vetado na última rodada. Depois de uma semana treinando com o acompanhamento dos médicos, o atacante está liberado para reforçar o time fora de casa, provavelmente deixando Henrique no banco de reservas.

Outro que corre contra o tempo para voltar aos gramados é o atacante Edgar, há mais de um mês se recuperando de um entorse no joelho esquerdo. Mesmo com o ataque ‘machucado’, o técnico Flávio Araújo priorizou a defesa nos treinamentos, principalmente nos lances de bola parada. A novidade foi o goleiro Naylson, ex-River, que assinou e já treinou normalmente.
Futebol Interior

Cassado, Eduardo Cunha ameaça revelar segredos políticos

O agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) declarou, logo após anunciado o resultado desfavorável contra si, que sua cassação decidida pelo plenário da Câmara, no final da noite desta segunda-feira (12), foi resultado de uma aliança entre o presidente Michel Temer, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a bancada do PT – que se aliaram para tirar o seu mandato. Logo após o resultado, Cunha deu entrevista e ameaçou contar em um livro todos os bastidores do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Minha cassação foi política. O governo se associou a Rodrigo Maia e ao PT para cassar meu mandato. Foi uma cassação política”, disse Cunha.
Assista a trecho da fala de Cunha logo após a cassação:
O ex-deputado afirmou que está procurando uma editora para publicar seu livro. Segundo ele, as páginas da publicação trarão os bastidores do processo de impeachment de Dilma. “O governo patrocinou a eleição de Rodrigo Maia com a pauta da minha cassação”, disse o agora ex-deputado. Com a decisão desta noite na Câmara, e sua consequente publicação no Diário Oficial, Cunha perde o mandato e os direitos políticos por oito anos.
“Vou revelar todos os diálogos que tive à medida que for me lembrando. A sociedade merece conhecer toda a verdade”, ameaçou Cunha.
Cunha também creditou à conjuntura política atual, às vésperas das eleições municipais, que ajudaram a mobilizar os deputados pela sua cassação. Na avaliação do peemedebista, se sua cassação fosse votada depois das eleições municipais, o resultado seria outro.
O ex-deputado também reclamou da não aceitação de uma proposta feita pelos seus aliados, de fatiar o seu julgamento para cassá-lo e manter seus direitos políticos, como fez o Senado com a ex-presidente Dilma Rousseff. “O Senado usou o regimento da Câmara para fatiar a decisão sobre a presidente Dilma e agora rejeitou o mesmo pedido para o meu caso. Isso mostra que minha cassação foi política”, disse Cunha.
Congresso em Foco

Câmara cassa mandato de Eduardo Cunha por 450 votos a favor e dez contra

Brasília - Eduardo Cunha faz sua defesa no plenário da Câmara dos Deputados antes de iniciar a votação de sua cassação (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Processo de cassação de Eduardo Cunha durou 11 mesesFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil























O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (12) por 450 a favor,  10 contra e 9 abstenções a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha. A medida põe fim a um dos mais longos processos a tramitar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que se arrastava por 11 meses e interrompe o mandato de um dos políticos mais controvertidos dos últimos anos. Com o resultado, Cunha perde o mandato de deputado e fica inelegível por oito anos, mais o tempo que lhe resta da atual legislatura.

A sessão que culminou com a cassação do mandato de Cunha começou por volta das 19h, mas foi suspensa poucos minutos depois pelo presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esperava maior quórum e retomada pouco depois das 20h. Na retomada falaram o relator do processo no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, e o própro deputado afastado.

Rogério rebateu argumentos da defesa e de aliados de Cunha, segundo os quais o fato de ele ter mentido sobre a existência de contas no exterior em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras é um crime de menor gravidade. O relator acusou Cunha de ter faltado com a ética e o decoro parlamentar ao utilizar de manobras para postergar o processo. O relator disse que Eduardo Cunha omitiu, ao longo de anos, da Câmara dos Deputados e nas sucessivas declarações de renda, a propriedade de milhões de dólares em contas no exterior.
BBrasília - Sessão da Câmara dos Deputados destinada a votar pedido de cassação do mandato de Eduardo Cunha (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Aliados de Eduardo Cunha tentaram até o fim uma última manobra para que o deputado conseguisse uma pena mais brandaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O advogado de defesa de Cunha disse que o parlamentar está sendo submetido a um linchamento e que o parecer do Conselho de Ética que pede a cassação do mandato do peemedebista não conseguiu a prova material da existência de contas no exterior. Já Eduardo Cunha disse que o processo contra ele, que pode resultar na cassação do seu mandato, é de natureza política e não tem provas. Ao fazer sua própria defesa no plenário da Câmara, Cunha atacou o governo do PT, disse que está sendo perseguido e que o processo é uma “vingança”. "Eu estou pagando o preço de ter o meu mandato cassado por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que eu estou pagando para o Brasil ficar livre do PT", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Aliados de Cunha tentaram até o fim uma última manobra. O deputado Carlso Marin (PDB-RS) apresentou uma questão de ordem para que fosse votado um projeto de resolução no lugar do parecer do Conselho de Ética, o que poderia resultar numa pena mais branda, como a suspensão de mandato. A iniciativa foi indeferida por Maia. Segundo o presidente da Câmara, os deputados iriam votar, como fizeram, o parecer do Conselho de Ética, pois o projeto de resolução “não é objeto de deliberação do plenário, assim não é possível receber emendas, fazer destaque em matérias constantes dos autos”, disse.

Marun ainda tentou recorrer da decisão e pedir a suspensão da sessão, mas o pedido não recebeu apoio do plenário. Diante do resultado Maia deu seguimento à sessão com as falas dos deputados inscritos. Depois que quatro parlamentares se manifestarem, dois a favor e dois contra, os deputados aprovaram um requerimento pelo encerramento da discussão. Durante todo o processo de votação, Cunha permaneceu em frente à Mesa, conversando com deputados.

Na noite desta segunda-feira, os deputados aprovaram o parecer do Conselho de Ética que pediu a cassação do mandato de Cunha por ele ter mentido durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras sobre ter contas secretas na Suíça que teriam recebido dinheiro do esquema de pagamento de propina envolvendo a Petrobras e investigado na operação Lava Jato.

Agência Brasil