Goiás x Ceará: 7º jogo sem vitória do Vovô aconteceu fora de casa (Foto: Reprodução/SporTV)
Há sete jogos sem vencer na Série B do Campeonato Brasileiro, o Ceará já tem a pior campanha do returno, com apenas três pontos - resultado de três empates entre a 20ª e a 24ª rodada da competição. Antes, vice-líder da Segundona, o Vovô perdeu sua "gordura" e está fora do G-4, em 5º lugar, com 38 pontos.
Nesta terça-feira, o time cearense volta a campo, em casa, e pressionado, contra o Sampaio Corrêa, lanterna da Segundona. Objetivo é vencer o confronto marcado para as 21h30, na Arena Castelão, e torcer por combinação de resultados para voltar a vencer e integrar o G-4.
O GloboEsporte.com/ce fez um exercício de pesquisa e elegeu os sete fatores que têm atrapalhado o Alvinegro de Porangabuçu em seu objetivo de voltar à elite do futebol brasileiro. Da falta de atacantes que resolvam quando Bill não está bem ou fora do jogo até o "fantasma" da comparação com 2014, o time tem sofrido. E tenta, contra o lanterna Sampaio, reverter a má fase e voltar ao caminho das vitória.
Vamos a eles:
A última vez que a torcida do Ceará viu seu time ganhar em casa foi contra o Criciúma, em 16 de julho. Na ocasião, o Vovô marcou 1 a 0. De lá para cá, o retrospecto é pouco empolgante: são três empates - dois por 0 a 0 (contra Vasco da Gama e Avaí) e um por 1 a 1 (contra o CRB). Se tivesse vencido, o time estaria com 44 pontos e dividiria a ponta com o Vasco.
Bill é o artilheiro do Alvinegro de Porangabuçu na Série B, com 11 gols. Depois dele, o vice-artilheiro é Felipe, com apenas quatro gols. E o detalhe é que ele sequer é atacante. Joga como meia. Rafael Costa, que é o segundo a ter marcado mais gols pelo Vovô neste ano, também só tem quatro tentos também. Aliás, o atacante vive um jejum interminável. O último "balançar de redes" foi contra o Bahia, em 2 de julho. Além dele, as opções para o setor são poucas e ineficientes até agora: William Henrique tem um gol só e tem feito jogos abaixo do esperado. Ciel, que seria uma esperança, contundiu-se na segunda partida. Robinho e Serginho também não têm dado conta do recado, a ponto de Sérgio Soares ter escalado Wescley avançado contra o Goiás, também sem sucesso.
Bill: quando ele não joga ou não vai bem, fica difícil o Ceará marcar algum gol (Foto: Reprodução)
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BANCO COM POUCAS OPÇÕES
Esse fator só ajuda a confirmar o anterior. Não é só no ataque que o Ceará tem opções reduzidas. Nas laterais e no meio-campo, falta gente que crie ou que possa entrar em campo, simplesmente. Novamente, contra o Goiás, Tiago Cametá jogou pela direita e Sanchéz, pela esquerda. Quando o lateral esquerdo precisou sair, Buiú, que é da direita, foi substituto. Aliás, isso já é comum com Eduardo, que não viajou por estar doente. O atleta costuma atuar pelos dois lados. No meio-campo, o setor de criação sofre com as poucas opções. Felipe e Wescley, os titulares, não têm reservas à altura. Tomas Bastos não tem rendido e Richardson e Diego Felipe (volantes) nem sempre podem fazer bem duas funções. Guilherme Biteco, Zé Mário e Zezinho passaram mais tempo machucados do que jogando. Esperança é que Felipe Menezes seja a solução.
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MAUS RESULTADOS CONTRA ADVERSÁRIOS DIRETOS
Esse é um fator importantíssimo. O confronto direto com adversários que estão colados com o Ceará na briga pelo acesso poderia ter dado a folga necessária. Nesses seis jogos passados, não conseguiu vencer Vasco da Gama e CRB (em casa), mesmo com mais volume de jogo, e Atlético-GO (fora), quando chegou a estar na frente. Mesmo sem ter perdido, o time perdeu oportunidades claras de abrir vantagem na classificação.
Contra o CRB, Ceará saiu perdendo, buscou o empate, mas não teve boa finalização para conseguir a virada e a vitória
(Foto: LC MOREIRA / Agência Estado)
A defesa alvinegra, que vinha se saindo relativamente bem na Série B, e tinha encontrado na dupla Valdo e Charles, um motivo para respirar mais aliviado, tem falhado nesses últimos compromissos. Os gols sofridos contra CRB e Goiás são provas disso. Em lances mal marcados, os atacantes adversários chegaram com certa facilidade para marcar. Agora, então, com a lesão de Éverson, que vinha com grandes defesas, o torcedor ficará ainda com a dúvida sobre a atuação de Lauro.
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MEIO-CAMPO QUE NÃO CRIA
Com a necessidade do técnico Sérgio Soares de improvisar no setor ofensivo, avançando Felipe ou Wescley, o meio-campo alvinegro tem andado bem capenga quando o assunto é criar. A tendência é que o panorama não mude muito pela falta de opções no setor ofensivo. Se Ciel voltar a tempo ou Lelê estrear bem, pode ser que os meias consigam voltar a articular bem. E não ficar mais rodeando a área adversária ou apostando mais nos cruzamentos.
Wescley tem sido improvisado. E mesmo quando não, tem deixado a desejar na criação e no meio-campo alvinegros (Foto: Christian Alekson/cearasc.com)
Por fim, a relação de semelhança que o torcedor e a própria imprensa vem traçando (e está acontecendo!) com 2014, quando o Ceará terminou o 1º turno como líder, tem influência na cobrança da (e na) equipe. E, a cada jogo que não ganha, a pressão vai se tornando maior. Sorte que a última rodada favoreceu o Vovô e os adversários próximos não venceram. Com isso, o Ceará tem chances claras de voltar ao G-4, se vencer o lanterna Sampaio Corrêa, nesta terça-feira (13).
Por GloboEsporte.comFortaleza, CE