21 de setembro de 2017

Com elenco recheado de cearenses, Fortaleza tenta repetir acesso com "filhos da terra"

Nos dois últimos acessos do Fortaleza, em 2002 e em 2004, ambos à Série A do Campeonato Brasileiro, o elenco tricolor contava com um número substancial de cearenses. Desta vez, são apenas nove cearenses no elenco, mas no time considerado titular, alguns assumem uma importância grande para o sucesso do Fortaleza até aqui na Série C do Campeonato Brasileiro.

A dupla de laterais titular é genuinamente cearense. Felipe, de Maranguape, e Bruno Melo, de Paracuru, são absolutos na posição. Bruno Melo, inclusive, marcou três gols na Série C, ajudando o Fortaleza a conquistar pontos importantes na primeira fase da competição
.Bruno Melo, lateral-esquerdo do Fortaleza, é cearense (Foto: Thiago Gadelha/Agência Diário)
Bruno Melo, lateral-esquerdo do Fortaleza, é cearense (Foto: Thiago Gadelha/Agência Diário)

No meio-campo, há quatro cearenses. Ronny, Leandro Lima, Everton e Wesley. Destes, os três primeiros têm atuado mais. Leandro Lima desbancou Adenílson e é o meia de criação do Fortaleza nesta reta final da disputa. Ronny, que veio do Hertha Berlim, marcou três gols que deram cinco pontos ao Fortaleza. O último deles, inclusive, contra o Moto Club, garantindo a vitória e a classificação ao mata-mata.

Fecham a lista o terceiro goleiro Matheus Jesus (da Capital), da base, o zagueiro Max Oliveira (também da Capital), que não vem mais sendo relacionado, mas que teve sua época como titular do elenco. Além deles, o lateral Eduardo (de Santana do Acaraú) também está na lista de cearenses do atual elenco tricolor.
Leandro Lima, meia do Fortaleza, também é cearense (Foto: Stephan Eilert)
Leandro Lima, meia do Fortaleza, também é cearense (Foto: Stephan Eilert)

Marcaram época
No elenco de 2004, que conquistou o último acesso do Leão (à época, o time subiu da Série B para a Série A do Brasileiro), é possível elencar vários atletas nascidos no Ceará que atuaram pelo Tricolor e tiveram grande importância. O torcedor, decerto, irá lembrar de nomes como Erandir, Rogerinho, Mazinho, Dude, Sérgio e Índio.

No time de 2002, o elenco tricolor estava recheado de atletas nascidos na Terra do Sol. Ao todo, eram 20 atletas. No time titular do último jogo, pelo menos sete jogadores eram genuinamente cearense. Se resgatarmos alguns nomes, a torcida irá rememorar Jefferson, Carlinhos, Chiquinho, Sérgio, Erandir, Dude e Clodoaldo. Este último, por sinal, é um dos maiores ídolos da história do Tricolor do Pici.
Erandir, ídolo no Fortaleza, vestiu a camisa do Ferroviário nesta temporada no Cearense (Foto: Raíssa Feijó/Ferroviário)
 Erandir, ídolo no Fortaleza, vestiu a camisa do Ferroviário nesta temporada no Cearense (Foto: Raíssa Feijó/Ferroviário)

Para o jornalista e editor do caderno Jogada do Diário do Nordeste, Gustavo de Negreiros, os cearenses fizeram a diferença nos dois anos do acesso. Os destaques ficam com Dude, Clodoaldo e Erandir.

- Dude é um jogador daqueles que ainda resgatam aquele sentimento de amor à camisa. Foram mais de 400 jogos pelo Fortaleza e a participação dele foi fundamental nas duas campanhas de acesso, seja como titular absoluto ou como opção no banco. Clodoaldo nem se fala. Melhor jogador do Estado do Ceará na década de 2000, sem dúvidas. Em 2002, ele foi fundamental pelos gols, dribles e partidas marcantes, inclusive na partida contra o Jundiaí, em São Paulo, ele marcou 3 vezes na goleada de 6 a 1 que sacramentou a ida do Leão para a Série A. Em 2004, Clodoaldo teve passagem mais discreta, oscilando no banco de reservas. Erandir, esse sim pode ser considerado peça fundamental nas duas campanhas de acesso. Seguro, raçudo e com boa saída de bola, ele atingiu nível elevado até se transferir para o Atlético-PR - afirmou o jornalista.

Vale observar que Ronaldo Angelim, ídolo tricolor, nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Itu. Foi morar no Ceará muito cedo e, por isso, não está na lista como cearense de origem. Mas o coração do Magro de Aço decerto é tricolor.
Em 2002, Clodoaldo era um dos cearenses do elenco tricolor (Foto: Kiko Silva/Agência Diário)
Em 2002, Clodoaldo era um dos cearenses do elenco tricolor (Foto: Kiko Silva/Agência Diário)

Cearenses no elenco 2017

Goleiro: Matheus Jesus (Fortaleza)

Lateral-direito: Eduardo (Santana do Acaraú) e Felipe (Maranguape)
Zagueiro: Max Oliveira (Fortaleza)
Lateral-esquerdo: Bruno Melo (Paracuru)
Meia: Everton (Maranguape), Leandro Lima (Fortaleza), Ronny (Fortaleza), Wesley (Fortaleza).


Último time titular de 2002, cearenses em negritoJeffersonErandir, Marcão, Ronaldo Angelim, Chiquinho, Kel, Dude, Juninho, SérgioClodoaldo e Vinícius.


Último time titular de 2004, cearenses em negrito: Bosco; Erandir, Fernandão e Ronaldo Angelim; Sérgio, Marcelo Lopes, DudeMazinho Lima e Juninho Cearense; Guaru e Marco Antônio.

Por Juscelino Filho
Com informações do GloboEsporte.com, Fortaleza CE

Catalunha: Adeus, Espanha?

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O movimento catalão é intrigante. Não tanto pelo fato de grande parte da população de uma região aspirar com veemência a se separar de um país europeu ao qual está unida há mais de 300 anos, mas pela inépcia com que o governo de Madri enfrenta a situação. Mais difícil ainda é entender a disposição do líder do PSOE, Pedro Sánchez, e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, de aderirem sem ressalvas a um legalismo pouco persuasivo.
Desde 2012, cada uma das celebrações da Dia da Nacional de Catalunya, aniversário do 11 de setembro de 1714 no qual as forças castelhanas dos Bourbon tomaram Barcelona e suprimiram sua soberania, mobiliza centenas de milhares em um espetáculo de dimensões e organização impressionantes.
Na Europa do Pós-Guerra, apenas Roma, em 2002 contra as reformas trabalhistas de Berlusconi e em 2003 contra a invasão anglo-americana do Iraque, teve manifestações políticas maiores. Mas estas não se repetem todo ano nem representam uma região de apenas 7,5 milhões de habitantes com a capital de 1,6 milhão.
O entusiasmo sustentado dessa parcela importante da população não significa o apoio de uma maioria esmagadora dos catalães à independência total. As pesquisas de opinião dão à proposta um apoio ora um pouco acima, ora algo abaixo de 50%.
Meio país
Desde 2012, as manifestações pela soberania da Catalunha são impressionantes. (Foto: Roser Vilallonga)
Mas o simples fato de a ideia criar tamanha mobilização, conquistar a maioria do Parlamento regional e empolgar políticos e partidos de forma nenhuma fanáticos ou extremistas – o maior, Convergência Democrática da Catalunha, é de resto um comezinho partido liberal – deveria bastar para inspirar tanto.
Some-se a isso que a grande maioria da população da Catalunha – mais de 80%, em pesquisas recentes – quer a soberania, entendida como o direito de decidir, mesmo se for para deixar como está. Uma boa parte está aberta a um meio-termo. Talvez a Catalunha como estado de uma Espanha federal e plurinacional, como sugere o partido Podemos.
Pode ser significativo que as manifestações de 2013, 2014 e 2015, quando a independência não estava na ordem do dia, tenham reunido até 1,8 milhão e a deste ano, a três semanas da data marcada para o referendo, tenha ficado em 800 mil.
Carles
Puigdemont seria mais um político liberal se a questão mal resolvida pela Espanha não lhe desse uma estatura épica (Foto: Luis Gene/AFP)
A palavra de ordem desta feita foi Adéu Espanya e muitos daqueles dispostos a reafirmar seus direitos como nacionalidade podem não querer se comprometer irrevogavelmente com a solução mais radical.
Entretanto, em vez de reconhecer a importância política da questão e negociá-la, o governo de Madri e o Judiciário espanhol optaram por tratá-la como mera questão legal. Juízes e procuradores invocam a Constituição para anular leis votadas pelo Parlamento de Barcelona, abrir processo criminal contra o chefe do governo catalão, Carles Puigdemont, ordenam à polícia catalã confiscar cédulas e urnas e ameaçam prender mais de 700 prefeitos que ofereceram instalações municipais para o plebiscito marcado para 1º de outubro.
Funcionaria, talvez, se fosse frivolidade ou onda passageira, mas não é o caso. É inútil esperar que metade da população de uma região e a maioria de suas lideranças esqueçam suas aspirações apenas por estas serem ilegais para um Estado cuja legitimidade deixaram de reconhecer. Prisões não constrangerão as lideranças – pelo contrário, lhes darão uma aura heroica.
É possível recorrer à força, inclusive militar, para impedir o referendo, dissolver o Parlamento e o governo de Barcelona, e impor interventores, mas o resultado provável seria ampliar o apoio à independência e pôr todo o país no caminho do autoritarismo. Pode ser uma forma de adiar o desfecho, mas torná-lo ainda mais desagradável, inclusive para Madri.
Pode-se compreender que Mariano Rajoy e o rei Filipe VI sejam incapazes de enxergar alternativas. Estão amarrados demais ao ranço totalitário do franquismo e às consequências de uma transição democrática que, como a brasileira, deixou de apurar, julgar e punir os crimes da longa ditadura da qual são herdeiros.
Somado às denúncias de corrupção que os acossam, o patriotismo, como diria Samuel Johnson, é o último refúgio, mas, se esta já pode ser uma manobra arriscada quando o foco é um inimigo externo, mais perigosa é quando se volta contra uma região e uma gente que supostamente se quer manter unidas ao país.
A história pode ajudar a entender. Talvez surpreenda a muitos, inclusive àqueles com algum estudo, saber que “a Espanha” só veio a existir em 1716. Na época de ouro de Cristóvão Colombo, Hernán Cortés, Francisco Pizarro, Miguel de Cervantes, Lope de Vega e Calderón de la Barca havia “as Espanhas”, um grandioso conglomerado de Estados governados por um mesmo soberano sem unidade jurídica, caráter nacional ou nome oficial.
O monarca em Madri intitulava-se “rei de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias...” e seguia uma lista de mais de 30 reinos, principados, ducados e senhorios com um “etc.” ao final para cobrir qualquer esquecimento.
Não era apenas uma questão de terminologia. Cada reino tinha suas próprias leis, costumes e língua ou dialeto. Enquanto nos mais de dez reinos que constituíam a “coroa de Castela” o Legislativo fora esvaziado e o rei governava por decreto, no reino basco de Navarra e nos reinos ibéricos da “coroa de Aragão” – Aragão propriamente dito, Catalunha, Valência e Maiorca – os respectivos parlamentos ou “cortes” mantinham plenos poderes, inclusive sobre guerra e paz.
A coroa de Castela carregou sozinha os frutos e os ônus da conquista das Américas e das Filipinas. A coroa de Aragão nem sempre acompanhou suas aventuras navais e militares e cuidou das próprias batalhas, negócios e domínios na Itália e no Mediterrâneo, assim como Portugal geriu suas colônias e marinha em separado quando lá reinaram os Filipes.
Isso mudou após Carlos II de Habsburgo morrer sem filhos, em 1700, e legar seus domínios decadentes à dinastia Bourbon. O testamento foi contestado pelos Habsburgo austríacos, resultando nos 13 anos da Guerra da Sucessão Espanhola.
Castela aderiu aos Bourbon, mas Aragão preferiu os Habsburgo, em parte por se ressentir de uma invasão francesa em 1697. Foi só após aquele fatídico dia de 1714 que os domínios remanescentes foram unidos no “Reino da Espanha” e a soberania da Catalunha, suprimida.
Não foi apenas um castigo à sua insubmissão, mas consequência lógica da mentalidade centralizadora e absolutista dos Bourbon, forjada na submissão dos senhores feudais da França e que logo se voltaria também contra a autonomia dos Países Bascos e de Navarra, que os tinham apoiado. 

Escócia perdera a soberania para o Reino Unido poucos anos antes, mas de forma não violenta. Uma aventura colonial fracassada falira seu Estado e sua própria elite abriu mão da soberania em troca do perdão da dívida com a Inglaterra. Alemanha e Itália se unificaram bem mais tarde, mas com amplo apoio popular em todas as suas regiões.

A unificação espanhola foi mal resolvida também porque, ao contrário dessas nações, o Estado resultante nunca enfrentou uma grande guerra que o unisse contra um inimigo externo. Pelo contrário, sua história foi marcada por conflitos internos, nos quais se enfrentaram espanhóis de diferentes regiões e ideologias com diferentes aliados internacionais, como na Guerra Civil Espanhola de 1936-1939.
A República Espanhola proclamada em 1931 concedera à Catalunha e ao País Basco uma autonomia que as condições da guerra transformaram em quase independência, incluindo o controle de alfândegas, portos, ferrovias e milícias, mas, com a vitória de Francisco Franco e seus 36 anos de ditadura, o centralismo impôs-se de forma ainda mais intransigente que na monarquia, inclusive com a proibição da publicação de livros em catalão e do uso da língua em público.
Na Catalunha, como no País Basco, a defesa da identidade cultural confundiu-se com a resistência democrática, liberal ou de esquerda. E mais ainda entre os catalães e bascos de raiz incomodados com a migração de espanhóis de outras regiões, alguns dos quais se arrogavam superiores por só falarem castelhano.
Apesar de a redemocratização conceder autonomia limitada a todas as regiões, a óbvia identificação do Partido Popular com a herança franquista e a pouca atenção dos socialistas para suas questões específicas fizeram os grandes partidos nacionais criarem poucas raízes na Catalunha e no País Basco fora dos migrantes e descendentes, fortaleceram os partidos locais e possibilitaram a suas lideranças acentuarem o particularismo para ampliar seu controle da região e evitar a diluição de sua influência no contexto espanhol, apesar da oposição de grandes empresas catalãs com negócios em toda a Espanha.
O fato de não ter havido na Catalunha luta armada comparável à da ETA no País Basco aparentemente só facilitou à classe média se assumir separatista sem o receio de ser considerada “terrorista”.
O conflito ficou mais ou menos restrito a questões culturais e educacionais durante os anos de razoável prosperidade da redemocratização e da formação da União Europeia, mas tornou-se muito mais sério após a crise de 2008, cujos efeitos na Espanha foram particularmente devastadores.
A Catalunha e o País Basco são regiões mais prósperas que a média e à questão da nacionalidade somou-se a crença de que se sairiam melhor se independentes. Os escândalos no resgate de grandes bancos (não catalães), no Partido Popular e nos negócios da família real também não favoreceram a causa da unidade.
Se décadas de negação franquista não fizeram desaparecer o problema, não bastará voltar a proclamar sua inexistência por lei.
Por Antonio Luiz M.C. Costa 
Com informações da Revista Carta Capital

Ameaça ou "voz isolada"? Deputados dividem-se sobre general Mourão

General Mourão
O general não foi punido pelo comando do Exército
À exceção de deputados de oposição, os parlamentares da Câmara têm preferido não repercutir as polêmicas declarações do general Antônio Hamilton Mourão. Enquanto a maioria dos congressistas da base aliada prefere manter-se em silêncio sobre o tema, o militar tem recebido apoio de colegas após garantir haver "planejamentos muito bem feitos" para uma possível solução do "problema político" em uma palestra na maçonaria, em Brasilia.
Alguns deputados não enxergam em Mourão uma ameaça por considerarem o militar pouco influente no comando do Exército, chefiado pelo general Eduardo Villas Bôas. Em entrevista à TV Globo na noite de terça-feira 19, o comandante da Força descartou uma punição a Mourão, a quem chamou de "um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão". Segundo ele, a questão foi "resolvida internamente". Em 2015, no governo de Dilma Rousseff, Villas Bôas exonerou Mourão do Comando Militar do Sul após críticas do general à ex-presidenta. 
CartaCapital, o deputado Arnaldo Jordy, do PPS, partido do ministro da Defesa, Raul Jungmann, chamou de "absurdas e atabalhoadas" as declarações de Mourão, mas o considera "uma voz isolada". "Não é de hoje que de dentro das Forças Armadas, em momentos delicados, de crise maior, surge uma uma manifestação desse tipo. Já vimos isso desse mesmo Mourão e de outros. Mas é um ponto fora da curva", afirma o parlamentar. 
Na mesma linha, o deputado Otavio Leite, do PSDB, afirma não ver "qualquer crise institucional no seio do Exército". "Foi uma manifestação isolada, com baixa repercussão, longe de criar uma atmosfera de conspiração contra a democracia", comenta. O deputado afirmou não ser necessária uma punição, mas uma "chamada de atenção". "É como se fala nas esquinas do País: é preciso dar um toque no general. Ele está completamente fora dos tempos em que crises e caminhos são superados pelas regras democráticas, pelas instituições republicanas."
Jordy também não prevê repercussões graves das declarações de Mourão. “Não tem que minimizar, mas não podemos superestimar algo que não é tão importante. Esse general não tem nenhuma representação institucional expressiva.”
Já os deputados da oposição querem esclarecimentos sobre quais seriam "os planejamentos" de que fala Mourão. O PSOL entrou com um requerimento para que Jungmann esclareça qual seria o suposto plano do Exército mencionado pelo general. A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou também requerimento de convite para o ministro da Defesa esclarecer as declarações de Mourão. 
Liderança do PSOL na Câmara, o deputado Glauber Braga considera as declarações "gravíssimas". "Ele diz que já existe um planejamento e uma ameaça de intervenção", diz. "As Forças Armadas têm um papel fundamental na garantia da democracia e da soberania. Agora, a defesa de uma intervenção a partir de planejamentos já existentes é muito preocupante."
"Iminência de caos"
Ao tentar justificar as declarações de Mourão em entrevista, Villas Bôas fez um polêmico comentário sobre a possibilidade de intervenção das Forças Armadas em situações de "iminência de caos", o que não está previsto na Constituição.
Em nota enviada a CartaCapital, o Exército afirmou que as situações de "caos" seriam soluções emergenciais como "o emprego das Forças Armadas como resposta do Estado ao descontrole da ordem pública". A Força cita as missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que regulamenta a atuação de tropas no Rio de Janeiro, por exemplo. 
Na quarta-feira 20, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, lançou uma nota pública para apontar o papel e os limites constitucionais da atuação das Forças Armadas. O MP afirma que elas são plenamente subordinadas ao poder civil e seu emprego depende sempre de decisão do presidente da República, que a adota por iniciativa própria ou em atendimento a pedido dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado ou da Câmara.
Ditadura
Na entrevista, Villas Bôas foi questionado também sobre os anos de ditadura. Ele afirmou que é "necessário entender aquele momento", no qual a polarização teria levado "a uma exigência da própria sociedade para que se fizesse uma intervenção". O comandante do Exército elogiou o desempenho econômico no período. "Durante o governo militar o Brasil passou da 47ª para a 8ª maior economia do mundo."
Em sua palestra na maçonaria, Mourão afirmou que há um incômodo de "sua geração" com os "sucessivos ataques" ao Exército, feitos, segundo ele, de "forma covarde" e "não coerente com os fatos que ocorreram no período de 1964 a 1985"
Também na terça 19, o general quatro-estrelas da reserva Augusto Heleno, ex-comandante de tropas no Haiti, declarou "apoio irrestrito a Mourão" em seu perfil no Facebook. O militar afirma que seu colega "limitou-se a a repetir, sem floreios, de modo claro e com sua habitual franqueza e coragem, o que está previsto no texto constitucional". "A esquerda, em estado de pânico depois de seus continuados fracassos, viu nisso uma ameaça de intervenção militar. Ridículo”, escreveu. 
O deputado Glauber Braga afirma que o desembaraço de Mourão ao defender uma saída autoritária tem relação direta com o governo de Michel Temer. "Alguns estão se sentido à vontade, e é claro que a questão é multifatorial, mas isso ocorre por haver um presidente da República sem qualquer autoridade pra comandar as Forças Armadas."
Questionado se a Comissão da Verdade produziu rancores entre setores mais autoritários no Exército, Braga afirma que a falta de uma autocrítica formal das Forças Armadas ao período obriga a se "manter a atenção". "É inadmissível que se venha a justificar de maneira pública os arbítrios que ocorreram de 64 a 85."
Por José Antonio Lima e Miguel Martins 
Com informações da Revista Capital

Fluminense encara a LDU, em Quito, por vaga nas quartas de final

Estádio Casa Blanca será o palco do confronto desta quinta-feira, valendo vaga nas quartas de final da Copa Sul-Americana

Mais uma vez o Fluminense decidirá a vida em 2017 em Quito. Assim como aconteceu na fase anterior da Copa Sul-Americana, quando eliminou a Universidad Católica, o time comandado por Abel Braga jogará na cidade equatoriana, a 2.850 metros acima do nível do mar. Além da altitude, o Tricolor precisará passar pela LDU, adversário que já derrotou o Time de Guerreiros em duas decisões continentais. O jogo no Estádio Casa Blanca está marcado para 17h15 local (19h15 de Brasília).

Na partida de ida, disputado na quinta-feira passada, no Maracanã, o Fluminense venceu por 1 a 0, gol de falta do meia Gustavo Scarpa. Por isso, entrará em campo com a vantagem do empate. Caso balance a rede, obrigará o adversário a ganhar por dois gols de diferença para avançar. Se a LDU devolver o resultado, a decisão da vaga nas quartas de final será nos pênaltis.

- Sabemos a importância do jogo. Os dois times têm história. Esperamos fazer um bom jogo tático para conseguir a classificação. Não estamos relaxados por causa da vantagem. Vamos analisar o começo do jogo e, aos poucos, atacar. Eles têm um time qualificado, assim como é o nosso - ressaltou o volante equatoriano Orejuela, que volta a ficar à disposição após desfalcar a equipe contra o Atlético-PR, no domingo passado, pelo Brasileirão.

Além da altitude e da pressão adversária, o Time de Guerreiro terá que superar ainda os desfalques dos zagueiros Henrique e Renato Chaves, ambos machucados, e do artilheiro do time na temporada e na Copa Sul-Americana, Henrique Dourado, que está suspenso.

A delegação tricolor embarcou para Quito no início da manhã da última terça-feira. No dia seguinte, o time fez um treino de reconhecimento no Casa Blanca e agora fica concentrado até momentos antes do jogo, que vale uma vaga entre os oito melhores do torneio. O vencedor deste confronto encara o Flamengo nas quartas de final. 

Fotos: Nelson Perez / FFC
Com informações da Comunicação / FFC