4 de setembro de 2018

Desafios na busca de um tratamento efetivo contra o Alzheimer

Série de imagens do cérebro de um paciente com Alzheimer obtidas através de PET.
Série de imagens do cérebro de um paciente com Alzheimer obtidas através de PET. 
Alzheimer, a causa mais frequente de demência, é um dos grandes desafios de saúde dos países desenvolvidos. Aproximadamente 50 milhões de pessoas padecem essa doença em todo o mundo. As previsões são claras: o envelhecimento progressivo das populações e o aumento na expectativa de vida farão com que esse número duplique em 20 anos.
Ainda que os dados sejam taxativos, na realidade, só refletem uma pequena parte do drama que essa demência significa. Quando uma pessoa tem Alzheimer não é só ela que sofre, como afeta notavelmente sua família e cuidadores. Além disso, uma vez que essa doença é, com o tempo, altamente incapacitante e tem duração média de 8 a 10 anos, significa também um desafio econômico importante aos sistemas de saúde pública. A estimativa é que, atualmente, cada paciente custe anualmente 24.000 euros (112.000 reais).
Apesar de a primeira identificação da doença ter ocorrido há aproximadamente 100 anos com o psiquiatra alemão Alois Alzheimer, o certo é que não existe, hoje em dia, nenhum medicamento que tenha demonstrado conseguir prevenir e atrasar a deterioração cognitiva e a demência associada ao Alzheimer. Dessa forma, os remédios usados para o tratamento da doença são dirigidos principalmente ao alívio dos sintomas. Por que, apesar de serem destinados bilhões de euros na pesquisa do Alzheimer, em todo o mundo e por muitas décadas, possuímos opções terapêuticas tão pobres?
Infelizmente, a pesquisa do Alzheimer está particularmente recheada de obstáculos, incógnitas e frustrações. Para começar, não sabemos ainda o que provoca a doença. Sabemos que a genética e os fatores ambientais têm seu papel, mas isso não é de grande ajuda. Também não estamos certos de como se desencadeia a doença ainda que exista uma descoberta típica para confirmar o diagnóstico de Alzheimer: Presença de placas de beta amiloide e novelos neurofibrilares de tau no cérebro de uma pessoa com demência. Mas essas placas e novelos são causa ou consequência da doença? O certo é que, atualmente, não sabemos.
Durante muitos anos, existiram principalmente três posturas sobre como a doença progride. A corrente majoritária afirma que são as placas de peptídeos beta amiloide que provocam a morte dos neurônios. De fato, a ampla maioria dos mais de 100 testes clínicos em andamento para o Alzheimer são tratamentos dirigidos ao peptídeo beta amiloide. Outro grupo, menos numeroso, defende que são os novelos neurofibrilares da proteína tau os que realmente matam os neurônios. Por outro lado, também existe um grupo de pessoas que pensa que, ainda que os dois fatores desempenhem certo papel na evolução da doença, poderia ser outra coisa que está realmente danificando os neurônios e que ainda não identificamos.
Seja como for, o certo é que os testes clínicos de novos tratamentos para o Alzheimer em humanos são uma decepção atrás da outra. Entre 2002 e 2012, os remédios testados fracassaram em 99,6% dos casos. Os resultados dos testes dos últimos anos também não oferecem um panorama otimista, com mais fracassos retumbantes de remédios inicialmente promissores como o solanezumab.
E se o enfoque principal na pesquisa do Alzheimer estiver equivocado? É uma pergunta que surge nesse campo, cada vez com mais força. Para entender o que está no âmago dessa pergunta e por que tantos testes clínicos de tratamentos experimentais estão falhando é preciso considerar dois aspectos fundamentais nessa doença.

Animais

Por um lado, não conhecemos atualmente nenhum modelo animal que sofra a doença de Alzheimer como nós a sofremos, com seus sintomas (demência) e sinais típicos (placas e novelos) no cérebro. Ainda que os golfinhos e os chimpanzés sejam hoje os principais “suspeitos” de sofrê-la, com os sinais típicos, não temos a menor ideia de como sua memória é afetada. A situação não é muito melhor nos animais de laboratório. Mesmo que camundongos e ratos sejam modificados geneticamente para que sofram a doença cada vez mais de maneira semelhante a nós, continuam existindo importantes diferenças entre os humanos e esses pequenos roedores. Por exemplo, na maioria das experiências com esses animais, não ocorre uma morte neuronal como acontece em humanos. Além disso, na absoluta maioria das pessoas afetadas pelo Alzheimer não há uma razão genética por trás, ao contrário dos modelos animais onde a genética é essencial. Como se não bastasse, o transcurso do Alzheimer é extremamente lento em humanos, enquanto em roedores, com uma expectativa de vida muito pequena, isso não pode acontecer.
São todas essas razões e muitas outras que poderiam explicar por que tratamentos eficientes em roedores não estão funcionando em humanos... mas há algo mais. Muito antes de que uma pessoa comece a notar as primeiras lacunas de memória, no cérebro já ocorreram mudanças biológicas que não foram detectadas ao não se realizarem os testes oportunos. É possível que os testes clínicos falhem porque os doentes estão sendo tratados em uma fase muito tardia, sem nenhuma oportunidade de reverter ou parar o processo? É a pergunta fundamental na pesquisa do Alzheimer. Justamente por isso, estão sendo destinados grandes esforços para se descobrir marcadores precoces da doença e começar os tratamentos experimentais bem cedo, antes do surgimento dos primeiros sintomas.
Dizia o famoso inventor Edison que ele não havia fracassado e sim encontrado 10.000 soluções que não funcionavam. A ciência é a exploração de terrenos desconhecidos e, portanto, as decepções fazem parte de sua rotina enquanto se amplia o horizonte daquilo que conhecemos. Como Edison, a pesquisa científica não está fracassando com o Alzheimer, está encontrando milhares de soluções que não funcionam, enquanto conhecemos cada vez mais e melhor essa doença com a esperança de encontrar um tratamento realmente eficiente.
Por Esther Samper
Com informaçoes do El País

Por que é importante desenvolver a inteligência emocional em crianças

Lidar com frustrações, colocar-se no lugar do outro, saber ouvir “não”. Do momento no qual saímos do útero à hora da morte, tomar decisões e conviver com nossos pares serão atividades intermináveis. “A inteligência emocional é a ferramenta que temos para lidar com as adversidades da vida”, define Mario Louzã, psiquiatra especialista em Psiquiatria Geral pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Quando trabalhada desde a infância, a habilidade torna-se natural na vida adulta — gerando indivíduos equilibrados e, consequentemente, felizes.
A capacidade de tolerar frustrações e digerir emoções é, segundo Louzã, crucial para que a criança entenda como é o mundo real, em oposição ao universo de fantasia comum da infância. “A inteligência emocional vai permear o desenvolvimento da criança tanto quanto outras características mais concretas, como o desenvolvimento neuropsicomotor.”
A infância, na verdade, é um período especialmente fértil para o aprendizado de conceitos importantes, como empatia e tolerância. De acordo com a neuropsicóloga Thaís Quaranta, a criança deve ser ensinada a se importar com os sentimentos dos outros desde pequena.
“Se ela bate ou morde o amiguinho, é mais adequado dizer que o colega está triste pelo fato de ter doído e machucado, do que simplesmente obrigar a criança a pedir desculpas”, exemplifica. Pedir desculpas apenas por pedir não ajuda a reconhecer ou a se colocar no lugar do outro”, orienta Thaís.
Na ciência, a inteligência emocional é estudada há anos. Pesquisadores da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas mais altruístas e afetivas são mais habilitadas para reconheceram estados emocionais dos outros, graças à grande atividade em regiões importantes do cérebro, como a junção temporoparietal e o córtex pré-frontal medial.
Por outro lado, quando uma área cerebral chamada giro supramarginal, responsável por nos ajudar a regular o egoísmo, está em pleno funcionamento, a falta de empatia não só pode ser identificada, como corrigida. Ao mesmo tempo, danos nessa região reduzem de forma significativa a capacidade de se colocar no lugar do outro.
No universo infantil, desenvolver a inteligência emocional ajuda, por exemplo, a lidar com o bullying. Letícia Dantas Amaral, 10 anos, é outra menina depois das aulas sobre autoconhecimento. “A maior mudança é que ela está muito mais focada, tomando as próprias decisões. E está mais feliz com esta posição”, descreve a mãe da garota, Chris Dantas. “O bullying continua, mas o sofrimento não. Ela está mais empoderada.”
Chris Dantas é arte-educadora há mais de 25 anos e coordenadora do Espaço Arte há uma década. O local oferece um programa artístico de inteligência emocional infantil, no qual as emoções dos pequenos são trabalhadas por meio da música, teatro, dança e artes plásticas.
“A base da inteligência emocional é o autoconhecimento, e a arte, por si só, trabalha isso”, explica Chris Dantas. A ideia do curso é desenvolver, a partir do conhecimento de si mesmo, autogestão, resiliência e empatia.
Ter inteligência emocional, de acordo com a educadora, é, entre outras coisas, a capacidade de fazer escolhas — e de lidar com elas. “Nossa proposta é ensinar desde os 3 anos de idade como gerenciar as próprias emoções”, define Chris.
Autoconhecimento indispensável
Para Dante Sassi Lignelli, 7 anos, entrar em contato com conceitos de inteligência emocional também foi benéfico. Com autismo leve, o menino sofria para se enturmar na escola. “Nas brincadeiras, ele é sempre o ‘bobinho’ ou o que tem de correr atrás dos amigos”, conta a psicóloga Lisa Sassi, 45 anos e mãe de Dante. “Quando ele está feliz, ele canta. Se abraçava alguém, especialmente se fosse um menino, sofria bullying.”

A colônia de férias voltada para o desenvolvimento emocional de crianças foi um divisor de águas na vida do garoto. “Lá, ele mexeu com plantas, participou de ‘shows de talentos’ com as crianças. Isso ajudou muito a autoestima dele. Senti um crescimento em sua autonomia. É sutil, mas o vi mais inteiro. Mais tranquilo”, descreve Lisa. Até as disputas com a irmã, Uva Sassi Lignelli, 6 anos, diminuíram.
Comandada por uma equipe de psicanalistas, psicólogas, professoras e coachs, a Academia CrêSER também tem como foco a inteligência emocional infantil. “A maneira mais eficaz de ajudar crianças nesse processo é trabalhar com a família, pois esse é o principal ambiente de formação dessa identidade e seus valores”, ensina Robervânia Feitosa, pedagoga e coach.
Segundo Robervânia, crianças que não conseguem lidar bem com a frustração, com baixa autoestima, necessidade de chamar atenção, de fazer birra e com dificuldade de expressar seus sentimentos, por exemplo, precisam ser observadas de perto. “É necessário ler as entrelinhas do comportamento apresentado e identificar qual necessidade não foi suprida e qual habilidade precisa ser trabalhada.”
Por Glaucia Chaves
Com informações do Metrópoles 

O Estado brasileiro gasta demais?

O Estado brasileiro gasta mesmo demais?
O Brasil gasta pouco para um país que pretende reduzir as desigualdades
Há anos ouvimos no debate político e econômico do País que o Estado brasileiro é muito grande e que gasta demais. Com base nessa alegação, inclusive, o Congresso aprovou no final de 2016 a emenda constitucional que congelou por 20 anos a despesa primária da União em termos reais, o que significa, dado que a população cresce, a progressiva redução dos gastos do governo em termos per capita.
A acusação de gasto excessivo geralmente se apoia em dois tipos de evidência, ambas falaciosas. A primeira  aponta que o gasto total do governo em relação ao PIB é no Brasil superior ao verificado em outras economias em desenvolvimento. 

De fato, enquanto essa relação é de cerca de 38% no País, ela é de apenas 30% na média geral desse grupo e de 33% na média da América Latina. Ocorre que a relação entre gastos do governo e PIB simplesmente não possui nenhuma ligação óbvia com o grau de desenvolvimento de uma nação, mas, sim, com o nível de desigualdade que sua sociedade considera tolerável e, daí, com a parcela do seu produto total que decide concentrar nas mãos do Estado para que ele possa implantar mecanismos distributivos como as transferências de renda e o fornecimento de serviços públicos universais.
É por isso que gastos elevados do governo são encontrados tanto em países desenvolvidos (a grande maioria deles) quanto em alguns de renda mais baixa como Moldávia e Bolívia, e gastos baixos são registrados na maioria dos países em desenvolvimento e também em alguns países ricos que são mais tolerantes à desigualdade como os EUA.
A segunda evidência aponta que o gasto do governo no Brasil seria excessivo em vista da baixa qualidade dos serviços públicos que fornece quando comparados aos existentes em países com gasto supostamente equivalente.
Ocorre que a comparação, feita com esse gasto em relação ao PIB, é, apesar de recorrente, absolutamente descabida, uma vez que o que determina a qualidade dos serviços é o valor real do gasto per capita, ajustado pelas diferenças no poder de compra entre os países, e nunca o valor relativo. Quando nos apercebemos disso e comparamos no gráfico abaixo o que importa, vemos que o gasto do Estado por habitante no Brasil é, na verdade, de três a quatro vezes menor que o registrado nos países desenvolvidos com os quais a qualidade dos serviços públicos é normalmente comparada.
Ou seja, o Estado brasileiro não gasta muito. Ao contrário, gasta pouco para um país que pretende dispor de um sistema de proteção social capaz de reduzir as desigualdades como o que existe em países desenvolvidos e que está previsto em nossa Constituição.
Certamente, a atual estrutura de gastos públicos possui distorções relevantes – certos gastos deveriam cair e muitos outros aumentar –, e sua execução possui ineficiências que devem ser decididamente combatidas.
Além disso, a estrutura tributária com a qual os recursos necessários para custear esses gastos são arrecadados é extremamente complexa e regressiva, tornando urgente sua profunda reformulação.
Entretanto, por mais importantes que tais considerações sejam, elas não devem mascarar o elemento central na discussão sobre o tamanho dos gastos do Estado, que reside no quanto a sociedade tolera que grande parte da população se mantenha na pobreza em meio à riqueza de alguns.
Essa discussão é certamente legítima, mas deve ser bem informada, evitando os argumentos falaciosos aqui apontados e tão frequentemente evocados no debate.
*Emilio Chernavsky é doutor em economia pela USP
Com informações da Carta Capital

Com alta de 1,68% anunciada para amanhã, gasolina tem recorde de preço

Greve de caminhoneiros provoca fila para abastecimento de combustível em posto de gasolina no Rio de Janeiro.
Cinco dias após o último aumento no preço da gasolina, a Petrobras acaba de anunciar que a partir de amanhã (5), nas refinarias de todo o país, o preço do derivado estará 1,68% mais caro. Com o novo aumento, o preço do litro da gasolina passará de R$ 1,1704, que vigorava desde o último sábado (1º), para R$ 2,2069. É o valor mais alto cobrado pelo preço do litro da gasolina desde junho do ano passado, quando a Petrobras mudou a política de preços e passou a acompanhar as oscilações do preço da commoditie no mercado externo.
“Os preços médios informados consideram a média aritmética nacional dos preços à vista, sem encargos e sem tributos, praticados na modalidade de venda padrão nos diversos pontos de fornecimento, que variam ao longo do território nacional, para mais ou para menos em relação à média. Essa variação pode ser de até 12% para gasolina A”, informa a Petrobras.
Na última sexta-feira, após três meses de congelamento em decorrência de acordo do governo que pôs fim à greve dos caminhoneiros e que envolveu subsídio governamental ao produto, a Petrobras anunciou aumento de 13% no preço médio do óleo diesel comercializado nas refinarias do país.
Por Nielmar Oliveira 
Com informações da Agência Brasil

O Brasil gasta mais no ensino básico do que no superior

O Brasil gasta mais no ensino básico do que no superior
Entre 2000 e 2014, o investimento em educação por aluno quase triplicou em termos reais, em especial na educação básica, que compreende a infantil, a fundamental e o ensino médio
Dentre as inúmeras divergências entre os grupos “de direita” e “de esquerda”, a necessidade de investir mais em educação parece uma convergência, a despeito das distintas concepções quanto ao método.
Nesta eleição presidencial, algumas candidaturas têm defendido a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Há também críticas à expansão ocorrida no ensino superior nos anos recentes. Notadamente, os representantes da área econômica de Marina Silva, Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin defenderam na série de entrevistas da GloboNews a cobrança de mensalidades.
Um dos argumentos utilizados é que no Brasil o gasto com ensino superior é maior do que com o ensino básico. A urgência em melhorar a formação dos nossos jovens é inequívoca, e há pouco dissenso sobre a necessidade de melhorar nossa educação básica. Entretanto, precisamos tirar conclusões com olhar acurado sobre os dados.
De acordo com os dados do censo escolar de 2017, o Brasil conta com 144.150 escolas públicas, sendo a maior parte da rede municipal. O Estado brasileiro financia 39,7 milhões de alunos no ensino básico das escolas públicas. Já os estudantes do ensino superior público chegam a 1,99 milhão em 298 instituições públicas (federais, estaduais, municipais).
O Estado no Brasil é composto por 5.570 municípios, 26 estados, 1 distrito federal e a União. Nessa medida, para termos referência do gasto no ensino público, temos que levar em conta todos os níveis de governo, haja vista que esse serviço é de responsabilidade dos três níveis.
Embora o pacto federativo ainda não esteja plenamente ajustado e haja sobreposição, em princípio, as competências seriam as seguintes: os municípios com ensino fundamental, os estados com ensino médio e a união com o ensino superior. Entretanto, a União repassa recursos para os estados e municípios, já os estados repartem recursos com os municípios para a área de educação.
Assim, o orçamento do Ministério da Educação é uma informação parcial sobre o gasto com educação no Brasil e não deve ser utilizada para conclusões sobre o total do gasto, já que a União foca seu gasto no ensino superior.
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Ao se observar a tabela 1, verifica-se que o investimento em educação cresceu no Brasil nos últimos anos, em especial no ensino médio. Verifica-se também que o gasto com ensino superior chegou a 1,2% do PIB em 2014, ao passo que o gasto com ensino básico é de 4,9% do PIB. Então, claramente, o poder público no Brasil gasta muito mais no ensino básico, o que não foge da lógica, haja vista que temos quase 40 milhões de alunos no ensino básico, ao passo que no superior somam quase 2 milhões.
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A tabela 2 demonstra que o investimento em educação por aluno quase triplicou em termos reais entre 2000 e 2014, derrubando o mito de que não houve avanço em investimento público no Brasil. Mais do que isso, o investimento cresceu mais na educação básica, com o triplo de recursos por aluno, tanto na educação infantil, quanto na fundamental e no ensino médio. Já no ensino superior, os valores são relativamente constantes, embora o custo por aluno seja bem maior. Isso não foge da lógica, uma vez que no ensino superior boa parte da mão de obra tem mestrado e/ou doutorado, além da pesquisa e da extensão, com qualidade reconhecida.
Não é possível discordar de que precisamos melhorar a qualidade do ensino brasileiro, em todos os níveis. Impõe-se também a ponderação de que os resultados do investimento em educação vêm a médio e longo prazo. Não podemos, de outro lado, tirar conclusões apressadas sobre os gastos em educação sem antes observar minimamente o que tem ocorrido nos últimos anos. É falsa a argumentação de que o Brasil gasta mais no ensino superior e também é falsa a afirmação de que não houve crescimento no investimento em educação básica no Brasil. É imperativo o rigor analítico para definir políticas públicas tão relevantes e, por certo, os profissionais que estudam a área com maior especialidade do que este autor podem contribuir mais com a discussão.
* Róber Iturriet Avila é doutor em economia e professor adjunto do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira – INEP. Censo Escolar 2017 – notas estatísticas. Brasília, jan. 2018, disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2018/notas_estatisticas_Censo_Escolar_2017.pdf Acesso em : 26 ago. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Indicadores Financeiros Educacionais. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/indicadores-financeiros-educacionais . Acesso em 26 ago. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estatística da Educação Superior 2016. Brasília, ago. 2018. Disponível em: . Acesso em: 26 ago. 2018.
Por Róber Iturriet Avila 
Com informações da Carta Capital

Fortaleza recebe o Figueirense visando reencontrar caminho das vitórias

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Líder da Série B do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza pretende se recuperar da dura derrota no final de semana nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), diante do Figueirense, no Castelão. Pela 25ª rodada da competição, os comandados de Rogério Ceni desejam reencontrar o caminho das vitórias.
“Gostaria de ter vencido, mas só tenho de tecer elogio ao time, por jogar, manter posse de bola. Você se desorganiza quando está perdendo, é normal. Não estou irritado, estou chateado. Mas feliz porque todos fizeram o melhor dentro de campo”, disse Ceni na saída de campo após o revés diante do Goiás, por 3 a 1, no sábado. “Temos de nos preparar para tentar fazer a nossa melhor partida contra o Figueirense, contar com o torcedor e vencer”, finalizou.
O meia Dodô também comentou o revés e os passos para o próximo duelo. “Levantar a cabeça, a gente é líder. Viemos de uma fase boa. Então, é levantar a cabeça para na terça a gente voltar ao caminho da vitória”. Mesmo com o resultado, o Fortaleza é o líder da Série B com 46 pontos, seis a mais do que o segundo colocado, o CSA.
O time ainda não se manifestou sobre as condições físicas de Gustavo e Ederson, lesionados e substituídos na derrota. No entanto, a formação deve ser a mesma da que vem sendo frequentemente utilizada.
O Figueirense, ao contrário, vem de importante vitória contra seu maior rival, o Avaí, fora de casa, após um mês de altos e baixos. Mesmo sem ter tido muito tempo para comemorar, já que o plantel viajou para Fortaleza no último domingo, o técnico Milton Cruz ressaltou que os aspectos negativos durante o torneio ficaram para trás e a expectativa agora é retomar os bons resultados, principalmente contra o líder da Série B, com quem briga diretamente pelo acesso à elite do futebol.
“O mês de agosto foi triste para nós. Pessoal fala que agosto é mês do desgosto, do cachorro louco… Não via a hora de virar o mês. Começamos bem setembro, com o pé direito. O que tinha que acontecer de ruim já aconteceu”, disse o treinador após o triunfo em cima do Avaí.
Para o confronto, o técnico não poderá contar com Zé Antônio, suspenso, e conta com a volta do zagueiro Nogueira. No mais, a formação deve ser a mesma que aquela da vitória do último final de semana.
FICHA TÉCNICA

FORTALEZA X FIGUEIRENSE


Local: Estádio Castelão, em Fortaleza (CE)

Data: 4 de setembro de 2018 (terça-feira)
Horário: 21h30 (de Brasília) 
Árbitro: Ronei Candido Alves (MG)
Assistentes: Magno Arantes Lira e  Luiz Antonio Barbosa (MG)

FORTALEZA: Marcelo Boeck; Tinga, Diego Jussani, Ligger e Bruno Melo; Derley, Felipe, Dodô, e Marlon; Ederson e Gustavo

Técnico: Rogério Ceni

FIGUEIRENSE: Denis; Matheus Ribeiro, Cleberson, Eduardo Bauermann e João Paulo; Betinho, Matheus Sales, Renan Mota e Gustavo Ferrareis; Elton e Juninho

Técnico: Milton Cruz

Com informações da Gazeta Esportiva