Representante maior da “onda anti-Renan”, o senador David Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado (2/2) o novo presidente do Senado Federal. Ele venceu, para chegar nesse posto, um dos maiores nomes da chamada “velha política”: Renan Calheiros (MDB-AL). O resultado ocorreu após o alagoano retirar a própria candidatura do pleito.
Franco favorito num primeiro momento, Calheiros insistiu na votação fechada. Ele tinha consciência que seu nome sofreria mais resistência que seus opositores caso os pares tivessem que citá-lo publicamente na hora da escolha.
Essa mesma consciência tinha o grupo de David. Por isso mesmo ele insistiu na votação aberta e outras estratégias para que os senadores expusessem os seus votos. Resultado: Renan saiu do páreo. David venceu. Mas quem é David?
Iniciante no Senado, ele foi eleito em 2014. Natural de Macapá, David Samuel Alcolumbre Tobelem teve 131.695 votos. Ele tem 41 anos e uma carreira política iniciada no final dos anos 90, no PDT. Pela legenda, elegeu-se o vereador mais jovem de em Macapá, em 2000. Assumindo o mandato na Câmara Municipal no ano seguinte, ocupou a presidência da Comissão de Indústria e Comércio e foi vice-presidente da Mesa.
Em 2002, ele concorreu e foi eleito deputado federal. Na Câmara, foi membro das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, e de Defesa do Consumidor. Por dois anos consecutivos, coordenou a bancada de seu estado.
Em 2004, porém, ele foi citado em uma operação que investigava superfaturamento em obras no Amapá. Na chamada Operação Pororoca, da Polícia Federal, Alcolumbre foi mencionado por supostamente fazer parte de um esquema de fraudes em licitações de 17 obras nos municípios de Macapá, Santana e Oiapoque. Ele e outros cinco deputados do estado foram citados como intermediários na liberação de verbas federais para obras em que há indícios de superfaturamento.
Em 2005 filiou-se ao Partido da Frente Liberal (PFL), cujo diretório regional passou a presidir. Reeleito deputado em 2006, agora no novo partido, iniciou o mandato em fevereiro de 2007, tornando-se titular, terceiro e segundo vice-presidente da Comissão Permanente de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara.
Com a transformação do PFL em Democratas (DEM), em 2007, passou a exercer a presidência do diretório regional da nova legenda no Amapá. Tornou-se membro, também, da comissão executiva nacional do DEM e do Conselho Político da Juventude Democratas.
Em 2009 licenciou-se do mandato e assumiu o cargo de secretário municipal de Obras e Serviços Públicos em Macapá, na gestão de Roberto Góes (PDT).
Retornou à Câmara em Março de 2010. Concorreu novamente ao cargo nesse ano. Recebeu 14.655 votos e foi reeleito.
Nas eleições municipais de 2012, foi candidato à prefeitura de Macapá na coligação “Macapá Melhor”, que incluía o DEM, PSDB, PTB e PRP. Ele teve apenas 21.796 votos, o que lhe rendeu a quarta colocação no primeiro turno do pleito que, ao fim, elegeu Clécio Luís, do PSOL.
Dois anos depois, bateu o clã de José Sarney (MDB) nas eleições para o Senado, representado por Gilvam Borges (MDB). Ele assumiu o mandato no dia 1º de fevereiro de 2015, tornando-se o senador mais jovem do país nessa legislatura.
Segundo o portal do Senado, o parlamentar começou, mas não concluiu, o curso de Economia no Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap). Ele é comerciante e vem de uma família judia.
Suspeitas
O que iria provar ser um passo importante de uma carreira promissora, também deixou explicações a serem dadas no caminho. Alcolumbre é investigado, segundo a revista Crusoé, por supostamente ter recebido caixa 2 nas eleições para o senado e ter fraudado documentos de registro da candidatura. As investigações não estão concluídas e ele sequer foi denunciado.
Com informações do Metrópoles