2 de agosto de 2014

Destemido, Fortaleza supera expulsão e derrota ASA de virada em Arapiraca

O Fortaleza dita o ritmo do Grupo A da Terceirona. Jogando em Arapiraca neste sábado à noite, o Leão provou contra o ASA a qualidade de seu time. Saiu perdendo, teve o atacante Waldison expulso ainda no primeiro tempo, mas foi buscar a virada e bateu o adversário por 3 a 1, disparando na liderança da chave, agora com 19 pontos.

Destaque para o atacante Robert, autor de dois gols, e o meia Edinho, que balançou a rede uma vez e infernizou a defesa adversária. O atacante Wanderson marcou o único gol do Alvinegro, que já acumula cinco jogos sem vencer e, com nove pontos, corre o risco de entrar na zona de rebaixamento nesta nona rodada. A derrota também abala o técnico Beto Almeida, que vem sendo pressionado pela torcida e pode perder o cargo.
Pela 10ª rodada da Série C, o Leão vai jogar no próximo sábado em casa, às 16h, contra o Salgueiro. O ASA vai atuar apenas no dia 11, em Maceió, às 21h30, diante do rival CRB.
Por Arapiraca

Há 25 anos corpo de Gonzagão passava em frente ao nicho de Padre Cícero

Era desejo de Gonzagão passar em frente ao Nicho de Padre Cícero antes de ser levado para o sepultamento em Exu-PE (Foto: Agência Miséria)
O sol já se apresentava no ocaso quando um caminhão do Corpo de Bombeiros com a urna mortuária do cantor Luiz Gonzaga do Nascimento, o famoso “Rei do Baião”, ganhava as ruas do centro de Juazeiro do Norte na direção da Capela do Socorro. Segundo revelou o Padre Murilo de Sá Barreto há exatos 25 anos, era desejo do artista pernambucano passar em frente ao Nicho de Padre Cícero antes de ser levado para o sepultamento no município de Exu (PE), sua terra natal.

O caixão chegou em uma aeronave no início da tarde no Aeroporto Regional do Cariri procedente de Recife, onde Gonzagão faleceu, mas o seu filho queria evitar o trajeto pelo centro de Juazeiro. Após ponderações do sacerdote, o cantor Gonzaguinha terminou concordando e o cortejo foi emocionante com milhares de juazeirenses ao longo das ruas a aplaudir. No Socorro, outro grande número de fãs de Gonzagão aguardava para as últimas homenagens.

Ele morreu no dia 2 de agosto de 1989 e sua relação com o Cariri cearense era muito forte tanto que a missa de sétimo dia em sufrágio de sua alma na Igreja Matriz de Exu terminou celebrada pelo Padre Murilo que o tinha como ídolo. Uma das passagens do artista em Juazeiro que muito chamou a atenção foi no dia 23 de maio de 1986 quando o então Presidente da República, José Sarney, veio lançar o Proine (Programa de Irrigação do Nordeste).

Na Praça Padre Cícero, verdadeira multidão o aguardava por conta dos altos índices de popularidade do presidente em virtude da política econômica. Próximo ao palanque, Luiz Gonzaga relutava com o cerimonial, a fim de cantar uma música para Sarney. Os assessores resistiam, porém um interlocutor fez o apelo chegar ao presidente e, de imediato, este autorizou. Além disso, mandou que o artista subisse ao palanque ao invés de cantar embaixo na área destinada à Imprensa.

Na chegada da comitiva, Luiz Gonzaga desembainhou a sanfona e fez ecoar na praça a música Vozes da Seca dele e do compositor Zé Dantas. Os aplausos do público foram imediatos quando o “Rei do Baião” bradou: “Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão/Mas doutô uma esmola a um homem qui é são/Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...”. O presidente Sarney ouviu os versos com atenção e até aplaudiu Gonzagão apesar do tom crítico da letra.

Site Miséria lembra ainda nesses 25 anos de morte de Luiz Gonzaga que o mesmo gostava de passear pelo Cariri, a partir da feira livre do Crato e no centro comercial de Juazeiro. Cantou ainda as coisas da região como as romarias e a devoção em torno do Padre Cícero, além de homenagear a beata Mocinha em uma de suas músicas. O Rei do Baião não esqueceu a Festa de Santo Antonio de Barbalha e nem a Exposição do Crato. Por toda essa sua relação próxima com o Cariri são muitas as homenagens nos dias dos seus aniversários de nascimento ou morte como agora.

Por Demontier Tenório
Site Miséria