20 de junho de 2016

Correios anunciam reajuste de 10,64% em tarifas postais

As tarifas postais dos Correios serão reajustadas em 10,64% para serviços nacionais e internacionais, conforme portaria assinada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (20).
O Ministério da Fazenda informou que a expectativa dos Correios é de arrecadar R$ 60 milhões a mais por mês com o reajuste. "O objetivo é atualizar as tarifas em relação à inflação acumulada no último ano", informaram os Correios.
Para entrar em vigor, a medida ainda depende de uma portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, informou o governo. O anúncio do novo reajuste ocorre cerca de seis meses após o último aumento, em dezembro do ano passado.
Segundo o Ministério da Fazenda, o aumento ocorrido no fim de 2015 não foi "reajuste", e sim uma "revisão" de tarifas.
"Reajustes são alterações tarifárias que visam recompor a perda inflacionária do período.  Revisões ocorrem por outros motivos, em geral fora da governabilidade do ente que presta o serviço remunerado pelas tarifas, o que, no caso, foi o fato de não ter havido autorização para o reajuste das tarifas no ano de 2013", informou o governo.
O primeiro porte da carta não comercial terá seu valor corrigido de R$ 1,05 para R$ 1,15. No caso de telegrama nacional redigido pela internet, a nova tarifa é de R$ 7,07 por página. Antes, a tarifa vigente era de R$ 6,39.
A tarifa da Carta Social, destinada aos beneficiários do programa Bolsa Família, permanece inalterada, em R$ 0,01.
"Os serviços dos Correios são reajustados anualmente com base na recomposição dos custos repassados à estatal, como aumento dos preços dos combustíveis, contratos de aluguel, transportes, vigilância, limpeza e salários dos empregados. As novas tarifas não se aplicam ao segmento de encomendas e marketing direto", informou o governo.
Do G1, em Brasília

Virgínia Raggi é eleita primeira prefeita de Roma

Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas, chega para conceder coletiva de imprensa neste domingo (19) em Roma (Foto: REUTERS/Remo Casilli)Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas, chega para conceder coletiva de imprensa neste domingo (19) em Roma (Foto: REUTERS/Remo Casilli)
A advogada Virgínia Raggi, de 37 anos, foi eleita prefeita de Roma, neste domingo (19), em uma vitória que representa um duro golpe para o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.
Com 80% das urnas apuradas, a candidata do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) aparece com 67% dos votos, bem à frente de Roberto Giachetti, apoiado pelo Partido Democrático (PD, centro-esquerda) de Renzi. No primeiro turno, Virgínia obteve 35% dos votos.
O M5S foi fundado pelo humorista Beppe Grillo em 2009. Os resultados das eleições municipais deste domingo, realizadas em 126 cidades italianas, devem confirmar o avanço do M5S, movimento que se tornou, em 2013, o segundo maior partido da Itália, com 25% dos votos nas eleições legislativas. Seu discurso de denúncia sistemática da corrupção política continua a angariar adesões.
"Hoje é algo muito especial. Temos a sorte de ter alguém novo que poderá mudar as coisas. Todos os outros fracassaram. Espero que eles consigam", disse à AFP o aposentado Aldo, de 72 anos, que votou no M5S em Roma.
A denúncia da corrupção foi a palavra de ordem da campanha de Virgínia Raggi. Ela não divulgou, porém, muitos detalhes de seu programa para reduzir a enorme dívida da cidade (12 bilhões de euros). Tampouco antecipou nomes de sua futura equipe.
Matteo Renzi, encarregado de formar um novo governo na Itália, fala com jornalistas nesta segunda-feira (17) no palácio presidencial italiano (Foto: Filippo Monteforte/AFP)Matteo Renzi, premiê italiano, em imagem de arquivo (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
Essa última questão é essencial, já que o M5S não conta com políticos veteranos, o que já se notou em sua gestão das cidades onde governa, como Parma, ou Livorno.
Nos últimos dias, a imprensa italiana criticou Virgínia por não ter declarado receitas provenientes de consultorias, o que a candidata nega.
"Não sabem mais como me atacar. Já esclareci. Está tudo declarado", afirmou ela.
A reta final da campanha não contou com a presença de Renzi, que está na Rússia, nem com a de Grillo. Tampouco se ouviu a voz de Matteo Salvini, o líder da Liga Norte. Silvio Berlusconi, que tenta sem sucesso continuar sendo o líder da centro-direita na Itália, continua hospitalizado, após uma cirurgia de coração aberto.
Essas eleições "deixarão uma marca na política italiana, uma marca de descontinuidade e uma possível ruptura do sistema", afirmou no sábado, em um editorial, o diretor do jornal "La Repubblica", Mario Calabresi.
Com o M5S, "elegeram-se as caras novas e a simpatia, considerou-se a inexperiência como o maior valor. E se associou à esperança", completou, comparando seus militantes com passageiros que assumem o controle de um avião em protesto pelos atrasos nos voos e pelos benefícios dos pilotos.
Da AFP

Estudo aponta que 53,3% dos municípios do Ceará terminaram 2015 endividados

dividas municipios cearáSegundo levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 53,3% dos municípios do Ceará terminaram o ano de 2015 com gastos maiores que as receitas. No País esse índice alcançou 52,7% Municípios. O levantamento foi elaborado com 3.669 cidades brasileiras, cerca de 65% do total existente, para entender a realidade das finanças locais durante a atual gestão.
Pelo ranking o Ceará foi o terceiro em número de municípios endividados, perdendo só para Pernambuco (68,5%) e Santa Catarina (58,3%). Aparecem ainda entre os mais endividados;São Paulo (46,8%) e Rio Grande do Sul (44,3%).
A entidade utilizou os dados extraídos do Finanças do Brasil (Finbra), disponibilizado pelo Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). A base permite cálculos de vários indicadores, cujo enfoque foram as condições dos orçamentos municipais.
Do total de cidades pesquisadas, foi verificado que 52,7% encerraram 2015 com déficit primário. A Confederação explica que a nomenclatura é utilizada para apontar os casos onde os gastos públicos superam a arrecadação. Por outro lado, 47,3% obtiveram superávit primário nesse mesmo período. Isso ocorre quando o setor público gasta menos do que arrecada.
Uma análise mais aprofundada, de acordo com o porte dos Municípios, permite observar como a crise afeta as cidades brasileiras. Para aquelas com até 10 mil habitantes, e por isso consideradas de pequeno porte, a incidência de superávit é maior do que os casos de déficit nas finanças locais.
Entretanto, se forem observadas as cidades com população superior a 10 mil e até 1 milhão de habitantes, a realidade se inverte. Os casos de déficit passam a ser maiores que os de superávit. Isso significa que os Municípios brasileiros, de modo geral, estão sufocados com a falta de recursos e enfrentam dificuldades para o fechamento das contas.
Segundo informações divulgadas pelo Banco Central recentemente, o governo federal apresentou um déficit de R$ 111,2 bilhões em 2015. O montante foi um dos piores já registrados até hoje. Com o cenário econômico desfavorável e economia engessada, os números levantados pela pesquisa da CNM apenas confirmam algo que a entidade vem discutindo há anos. A crise afeta milhares de prefeituras brasileiras e a tendência é que o número de cidades em situação de déficit primário cresça até o fim deste ano.
Com CNM
Ceará Agora

5 partidos controlam 84% das cidades do CE e buscam manter hegemonia

Quase quatro anos depois da eleição municipal de outubro de 2012, e do prazo da janela partidária - que autoriza políticos a mudarem de partido sem pôr em risco o mandato -, cinco legendas se consolidam como as maiores forças no Ceará. PDT, PT, PSD, PMDB e PSDB juntos governam 154 municípios, dos 184 totais. Ou seja, quase 84% das cidades cearenses. Nas eleições de outubro, lutarão para manter os atuais espaços e conquistar novos. 
O maior grupo, com 69 administrações (Incluindo a Capital), é do PDT dos irmãos Ferreira Gomes, que ganhou musculatura depois de vários nomes ligados ao governador Camilo Santana (PT) se desfiliarem do Pros, em setembro de 2015, para aderirem ao trabalhismo. Com estratégia de reeleger Roberto Cláudio, além de divergências com a instância nacional do partido, seguidores do ex-governador Cid encontraram abrigo em uma, agora, robusta sigla, que promete se fortalecer mais no pleito de outubro angariando novas prefeituras ou engordando a aliança.
Com o maior número de deputados na Assembleia Legislativa (12 no total), e, consequentemente, mais representatividade no interior do Estado, o PDT tem Juazeiro do Norte, Sobral e Fortaleza como uma das principais prioridades. Os municípios são polos essenciais para a eleição de 2018 (pleito já discutido nos bastidores da base e oposição) onde as disputas serão acirradas e com resultados imprevisíveis. O discurso, no entanto, é de cautela para evitar problemas com aliados. “O PDT não precisa crescer sozinho. Vamos trabalhar também para que os nossos aliados elejam os seus prefeitos”, disse Zezinho Albuquerque (PDT), presidente da AL-CE.
Maior força de oposição ao governo estadual, o PMDB, do senador Eunício Oliveira, quer avançar em municípios governados pelo PDT. Fortaleza, Sobral e Lavras da Mangabeira são localidades que fazem parte de constantes reuniões do partido para encontrar uma estratégia de vitória. Juazeiro do Norte, atualmente governado pelo partido, além da maioria dos municípios da Região Metropolitana com aliados do PMDB, também são peças-chave para evitar a perda de território para o “inimigo”. Pelo menos 80 peemedebistas sairão candidatos ao executivo no Ceará. Na Capital, o rumo da legenda ainda segue indefinido.
A estratégia do PT
Enfraquecido na RMF, o PT governa 29 cidades. A candidatura do maior número possível de petistas é estratégia para evitar um maior desgaste da imagem da sigla, após o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ao contrário da Capital, que terá a candidatura da deputada Luizianne Lins, o partido deve se firmar ao lado do PDT no interior do Estado. De acordo com petistas, a expectativa é aumentar o número de prefeituras. Retomar o controle da Capital é uma prioridade para a executiva nacional, além de prefeituras estratégias no Interior.

O PSD, com 28 administrações, busca seu espaço também visando 2018. O presidente estadual, deputado Domingos Neto, afirmou que a sigla terá candidato próprio em todas as regiões do Estado. Aliado do governador, o parlamentar também firmou aliança com o PDT em cidades polos, como Sobral. O PSDB, apesar de ter apenas 6 prefeituras, espera crescer após aproximação com o PMDB e o PR. Luiz Pontes, presidente estadual, acredita em pelo menos 50 candidaturas.
O Povo

Romário anuncia pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro

O senador Romário (PSB-RJ), concede entrevista para anunciar sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro(RJ) - 20/06/2016
O senador Romário (PSB-RJ), anuncia sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro(RJ) - 20/06/2016(Reprodução/Twitter)
O senador Romário (PSB-RJ) anunciou nesta segunda-feira que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de outubro deste ano. A pré-candidatura foi lançada na sede do diretório fluminense do PSB, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Após o anúncio, Romário postou no Twitter que quer "apresentar uma alternativa para a cidade".
"O Rio é a cidade em que eu nasci, que eu amo, e pretendo estar ao lado da população para encontrar saídas para os problemas que enfrentamos. Sei que não será fácil, mas me sinto preparado para a função. Preparado inclusive para os baixos ataques que sofrerei durante a campanha", tuitou o senador, eleito em 2014 com 4,6 milhões de votos.
Romário deve ter como adversários na disputa pela prefeitura carioca o pupilo do prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo de Carvalho (PMDB), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o senador Marcelo Crivella (PRB), os deputados federais Alessandro Molon (Rede) e Jandira Feghali (PCdoB) e o ex-secretário estadual de Transportes Carlos Roberto Osório (PSDB).
Veja

Edson Celulari é diagnosticado com câncer

O ator Edson Celulari, de 58 anos, foi diagnosticado com um linfoma não-Hodgkin, tipo de câncer que afeta o sistema de defesa do organismo, informa nesta segunda-feira (20) o colunista Ancelmo Gois, do jornal "O Globo". O ator confirmou a informação em sua conta do Instagram e até publicou uma imagem já sem cabelo.
"Reuni minhas forças, meus santos, um punhado de coragem... coloquei tudo numa sacola e estou indo cuidar de um linfoma não-Hodgkin. Foi um susto, mas estou bem e ao lado de pessoas amadas", afirmou. "A equipe médica é competente e experiente. Estou confiante e pensando positivo. Com determinação e fé, sairei deste tratamento ainda mais forte. Todo carinho será bem-vindo."
O linfoma não-Hodgkin
Há mais de 20 tipos de diferentes de linfomas não-Hodgkin, doença que já atingiu, por exemplo, personalidades com a presidente afastada Dilma Rousseff, o ator Reynaldo Gianecchini e o governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) lista os seguintes sintomas do linfoma não-Hodgkin: aumento dos linfonodos do pescoço, axilas e/ou virilha; sudorese noturna excessiva; febre; prurido (coceira na pele); e perda de peso inexplicada.
Na maioria dos casos, o tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia ou ambos. De acordo com o Inca, o Brasil deve registrar 10.240 casos de linfoma não-Hodgkin em 2016, com incidência maior em homens do que em mulheres.
Linfomas não têm, maioria das vezes, causa específica que contribua para seu surgimento, como é o caso, por exemplo, do câncer de pulmão, que tem no fumo um agente catalisador.

Linfoma Hodgkin x não-Hodgkin
Estima-se que os linfomas sejam a nona ou décima ocorrência de câncer no Brasil, variando de acordo com a região do país. Os linfomas são divididos em dois grandes subtipos: os Hodgkin e os não-Hodgkin, porque possuem células com características diferentes.

Os não-Hodgkin são mais comuns, acometendo cerca de 80% dos pacientes. Os Hogdkin atingem apenas 20% do total de pessoas que têm linfoma e costuma ser mais frequente nos dois extremos da vida, principalmente pacientes jovens e os mais velhos.

Edson Celulari, em foto publicada em sua conta do Instagram. (Foto: Reprodução/Instagram/Edson Celulari)Edson Celulari, em foto publicada em sua conta do Instagram. (Foto: Reprodução/Instagram/Edson Celulari)

Do G1, em São Paulo

Quem é Tite: origem de Adenor Bachi, o novo técnico da Seleção Brasileira

Quem é Tite: origem de Adenor Bachi, o novo técnico da Seleção Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Tite foi anunciado como o novo técnico da Seleção Brasileira nesta quarta-feiraFoto: Daniel Augusto Jr / Ag. Corinthians
Filho de um casal de agricultores que sobreviviam com terras emprestadas pelos pais na pequena comunidade de São Bráz, distrito de Caxias do Sul, Adenor Leonardo Bachi nasceu em 25 de maio de 1961 com o destino praticamente definido. Seria agricultor como o pai Genor, a única profissão que ele conhecia até os dois anos de idade.
Só que o próprio pai tratou de mudar de vida, prevendo que o mundo da colônia seria pequeno para aquele garoto espichado com cabelos arredios. O sonho, que começou de brincadeira na decisão escolar municipal no final dos anos 70 e terminou na série de lesões como atleta 10 anos depois, retornou com força incalculável na conhecida trajetória de sucesso como técnico.

Na fé da mãe Ivone e nos passos de seu Genor, o pequeno Adenor vislumbrou o futuro no esporte a partir da convivência dividida entre a escola, no bairro Lourdes, onde o pai fixou residência para trabalhar na Vinícola Riograndense, e os campinhos de São Bráz. Técnico e incentivador, Genor escalava o filho ao lado dos adultos no segundo quadro do Juvenil, tradicional time da região.

Ivone Bachi é a mãe de TiteFoto: Diogo Sallaberry / Agencia RBS
— Como ele era menino, aos 15 anos não conseguia fisicamente disputar com os grandões a bola no meio campo, apesar de talentoso. Então, o pai colocava ele na ponta. Nos finais de semana, ele jogava em São Bráz, e durante a semana, atuava no time da escola — conta o irmão Ademir, o Miro, hoje com 50 anos, mais novo que a irmã Beatriz, 58.
Alto, mas magro, Adenor sofria com as faltas. E, em alguns casos, o pai precisava intervir.

— Teve um jogo que o cara derrubou o meu irmão umas três vezes seguidas. Na primeira, o pai não falou nada. Na segunda, se segurou para não estourar. Na terceira, invadiu o campo e avisou o cara: "É a última falta que tu faz no meu filho" — lembra Miro.

O futebol não era uma opção profissional. Seu Genor queria que os filhos trabalhassem e ajudassem no sustento da família. A filha mais velha, Beatriz, foi a primeira a seguir os conselhos. Funcionária de uma revenda da Volkswagen, arrumou um trabalho e office-boy para o irmão Adenor no final dos anos de 1970. Meio a contragosto, ele foi. A mãe sentiu que o filho não queria aquilo e tratou de resolveu a questão por baixo da máquina de costura, onde guardava um dinheiro.

— Perguntei pra ele o que ele queria. Ele disse que era jogar bola. Então, passei a costurar cada vez mais para dar um pouco de dinheiro para o Ade comprar o lanche. Quando eu não tinha, ele ficava em casa correndo de um lado para o outro como se estivesse treinando — recorda dona Ivone, hoje com 80 anos e com residência fixada em Ana Rech.

Era uma época em que, além de jogar pela equipe da escola, Adenor treinava no Juventude. Porém, não como ele gostaria. Primeiro, porque fazia mais parte de uma turma vinda de um peneirão do que da própria equipe competitiva. Segundo, porque atuava como zagueiro.

— Como tinha estatura boa, jogaram ele lá para trás, mas ele não gostava. Queria ser meia, o camisa 10 — destaca o fã e irmão Miro.

Por Adão Junior 
Zero Hora

Tite é apresentado como novo técnico da Seleção Brasileira

Créditos: Rafael Ribeiro / CBF
É oficial! Tite é o treinador da Seleção Brasileira. Na tarde desta segunda-feira (20), Adenor Leonardo Bacchi foi apresentado oficialmente como o novo comandante da Canarinho. Aos 55 anos, o gaúcho de Caxias do Sul chegou à sede da CBF, no Rio de Janeiro, e conversou com a imprensa no auditório da entidade. Antes, o técnico visitou o Museu da Seleção.
Além de Tite, foram apresentados o auxiliar-técnico Cleber Xavier, o coordenador técnico e tecnológico Matheus Bacchi, e o novo coordenador de futebol da seleção, Edu Gaspar.
Confira alguns trechos da entrevista coletiva de Tite:
- Tite fala sobre o convite para assumir a Seleção
Ideal é início de trabalho. As circunstâncias acontecem. Fiquei sentado numa poltrona em 2014 e não veio. Porque as coisas têm seu tempo. Veio agora, entendi que devia aceitar, por fazer parte da minha carreira estar técnico da Seleção Brasileira. Um objetivo pessoal e talvez o meu melhor momento profissional. Ganhando, mas perdendo muito. Coragem assumir agora.
- Sobre a semana que antecedeu a sua apresentação
Foi um turbilhão, sou um ser humano, tenho os mesmos sentimentos que vocês têm e por condição da vida, de me preparar dia a dia. Não imaginei ser técnico da Seleção, não planejei, faço meu melhor a cada dia. Estabeleço metas a curto e médio prazo, aprendi que futebol é assim. Daqui a um, dois ou três anos vai ser outro profissional. Não sou melhor que ninguém.
- Tite fala com carinho sobre sua mãe, dona Ivone Bacchi
A mãe. Você imagina a realização de ver o filho na Seleção Brasileira? Só peço para as pessoas terem cuidado com ela, carinho quando for falar, porque pode começar a tirar coisas que a emoção vai aflorar. Eu só disse para ela hoje pela parte da manhã. Quando concluímos a negociação, disse para ela: “Mãe, o seu filho é o técnico da Seleção Brasileira”. Ela começou a chorar e me deu a bênção. 
- Após visitar o Museu da Seleção, Tite comenta sobre a história da Canarinho
(A história) Ela inspira e faz o joelho balançar também. Toda uma história extraordinária. Eu me lembro de 1970, ouvindo com 8 anos o rádio, o Tostão recebe uma bola pelo lado esquerdo, passe e infiltração do Clodoaldo, empatamos e eu saí vibrando, feliz da vida. Ou a Copa de 82 que me marcou pela beleza, sou fascinado por meio-campistas. Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico...
- Seleção com a cara de Tite? Não. Do Brasil.
Não tem que ter a cara do Tite, tem que ter a cara do Brasil e da qualidade individual dos atletas. Com a competitividade. Sistema que potencialize, não é minha cara, é a nossa, da característica dos atletas. A priori, muita transição e rapidez com base da Seleção, afora qualidade técnica. Ajustar, potencializar, essa é minha função.
- Integração com times brasileiros
Quero acompanhar trabalho dos técnicos e vou me convidar para assistir, sem intervir, aos treinos dos clubes. Acompanhar treino, conversar com técnico e acompanhar jogo para mensurar. Técnico vai me passar o que o atleta tem e pode executar. Treinos eu não vou conseguir fazer, esse é meu grande desafio. Outro é montagem da equipe, um jogador que possa executar função e se sentir bem.
- Ideia de rodízio de capitães
Ideia de troca de capitania. Podemos divergir de ideias, é da vida, mas com respeito. Todos têm uma responsabilidade em cima da performance, todos vencem, essa é a grande marca de uma equipe de futebol. Essa mudança de capitania traz isso. Há diversos perfis de liderança: técnica, comportamental, o que consegue externar de forma pública as ideias, o exemplar. Vejo ontem a final da NBA. Um toco do LeBron James determina a sequência do Irving, a marcação de um com a qualidade do outro. Senso de equipe. Nós precisamos ter senso de equipe. Aí sim, seja ele num clube qualquer ou na Seleção.
- Comando da Seleção nas Olimpíadas
Era muito fácil o técnico alinhavar uma situação, prever estar na Olimpíada, e trazer louros. Se ganha, medalha de ouro. Senão, tem desculpa pronta de ter assumido em cima da hora. Isso eu não faço. A prioridade é a Seleção Brasileira e desenvolver trabalho em cima da classificação. Preciso ajustar, estar dentro dessa situação o mais rápido possível.
- Disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018
O foco é a classificação para o Mundial. Não estamos na zona de classificação. Acredito que trabalho vá dar condição, mas claro que corremos risco. Se não aceitar possibilidades vai fugir da realidade. Estou aqui porque o resultado não veio.
CBF