25 de outubro de 2016

Multas são reajustadas em até 66%; alterações entram em vigor no próximo dia 1º

Movimento de carros na BR-116Multa para quem dirigir sob efeito de álcool é reajustada dos R$ 1915,40 para R$ 2.934,70 (Foto: Camila de Almeida/O POVO)
Novos valores das multas e outras alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como velocidade máxima nas vias e categorias de infrações, entram em vigor na próxima terça-feira, 1º, em todo Brasil. A mudança chega em decorrência da lei federal 13.281, sancionada em maio deste ano. As multas sofreram reajuste de até 66%.  
 
As infrações leves aumentarão de R$ 53,20 para R$ 88,38. As médias passam de R$ 85,13 para R$ 130,16. As infrações graves serão alteradas de R$ 127,69 para R$ 195,23, enquanto as gravíssimas passam de R$ 191,54 para R$ 293,47. A multa para quem dirigir sob efeito de álcool é reajustada dos R$ 1915,40 para R$ 2.934,70. Se houver reincidência em 12 meses, o valor será dobrado para R$ 5.869,40.
 
Também sofreu alterações a velocidade máxima das rodovias, sendo elas vias rurais pavimentadas e das estradas não pavimentadas. O limite permitido nas rodovias de pista dupla é de 110 km/h para automóveis, camionetas e motocicletas e de 90 km/h para outros veículos. Em rodovias de pista simples, o limite é de 100 km/h para o primeiro grupo e de 90 km/h para os demais. O limite para todos os veículos, nas estradas, é de 60 km/h.
 
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A multa para quem estacionar em vagas reservadas sem autorização passa de grave para gravíssima. Deixa de ser infração média o manuseio de aparelho celular enquanto dirige para ser gravíssima. A autuação poderá ser aplicada se o condutor dirigir com uma das mãos para manusear o aparelho.
 
Medidas administrativas de recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), retenção do veículo e a penalidade de suspensão do direito de dirigir por 12 meses continuam valendo, inclusive para o condutor que se negar a fazer o teste com o bafômetro. 
 
 O POVO 

Reunião que definiria 2º representante cearense no Nordestão é adiada

Uniclinic x Serra Talhada Série D PV (Foto: Lucas Moura/Agência Diário)Vice estadual, o Uniclinic desistiu da vaga, mas já cogita voltar atrás (Foto: Lucas Moura/Ag. Diário)
A reunião que definiria o segundo representante cearense na Copa do Nordeste, marcada para esta terça-feira (25), foi adiada. O encontro seria na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), onde está sendo realizado o velório de Carlos Alberto Torres, ex-capitão da Seleção Brasileira na Copa de 1970 e que era também comentarista do SporTV. A discussão, que envolveria Federação Cearense de Futebol (FCF), Departamento de Competições da CBF e ainda a emissora detentora dos direitos de transmissão do torneio deve ser realizada nesta quarta-feira (26).
Até agora, apenas o Fortaleza, atual campeão cearense, está confirmado na Copa do Nordeste. O Uniclinic, vice-campeão, alegou falta de estrutura e anunciou a desistência da vaga ainda em setembro deste ano. No entanto, pediu para que a cota de participação fosse mantida para o time. Se o pedido for julgado improcedente, o presidente do clube, Vanor Cruz, já estuda a possibilidade de rever a decisão.

No entanto, o Guarani de Juazeiro (3º lugar do Cearense), que abriu mão da vaga anteriormente, resolveu querer a vaga de volta e disputar o Nordestão. O Guarany de Sobral, 4º lugar, desistiu da vaga mais cedo. O Ceará, que foi apenas o 5º, também está na briga pela vaga.
Por Fortaleza, CE

Câmara aprova em segundo turno PEC que limita gastos públicos por 20 anos


Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Após votação em dois turnos, matéria segue para o Senado
Deputados acabam de aprovar em plenário em segundo turno, por 359 votos a 116, a proposta de emenda à Constituição (PEC 241), que limita os gastos públicos da União, estados e municípios à inflação do ano anterior por 20 anos. O placar foi ainda maior do que na primeira votação, tal como era esperado pelo Palácio do Planalto. A oposição ainda tentou obstruir os trabalhos, mas a matéria entrou em votação, depois de rejeitados todos os destaques, e foi aprovada com 478 deputados presentes na Casa. Duas abstenções foram anotadas em plenário.
No esforço de garantir o placar positivo na votação desta terça-feira (25), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) promoveu na noite de ontem (segunda, 24), um coquetel aberto a cerca de 300 deputados para pedir empenho na aprovação da medida. O presidente Michel Temer e ministros do núcleo político também participaram do encontro, realizado na residência oficial da Presidência da Câmara.
Nas vésperas da votação em primeiro turno, o presidente Michel Temer lançou mão da mesma estratégia e reuniu os deputados em um jantar no Palácio da Alvorada.
De um lado, governistas dizem que a matéria, embora um duro mecanismo de ajuste fiscal, organizará as contas públicas no médio prazo. Segundo essa tese, essa alegada responsabilidade no uso das verbas públicas vai trazer equilíbrio para a economia e, consequentemente, atrair investimentos internacionais para o país, além de promover segurança jurídica internamente. “[A PEC] vai na direção da reconstrução da economia, da busca incessante da geração de emprego e na recuperação também da renda das famílias”, disse o líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA). O tucano Marcus Pestana (MG) comparou a situação da economia do país com a economia doméstica. “Toda dona de casa sabe que não se pode gastar mais do que se tem”, disse. “Quando há um rombo permanente, ou se vende patrimônio, ou se endivida. Mas não se pode vender a geladeira para comprar comida, e uma dívida, em ritmo de bola de neve, leva à insolvência”, acrescentou o deputado.
Oposicionistas discordam. Para eles, o limite de gastos vai asfixiar melhorias para setores como saúde e educação, em conta a ser paga pelos mais pobres. De acordo com esse entendimento, a suposta economia feita pelo governo, com o auxílio de estados e municípios, só servirá para pagar os juros da dívida pública (mais de 60% do Produto Interno Bruto) e acenar positivamente para o mercado financeiro internacional.
“Essa PEC é contra o serviço público. Não haverá mais funcionários para atender na área da educação, da saúde, da Previdência, da segurança. O trabalhador vai ficar totalmente desprovido de qualquer garantia”, disse Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “Só precisou ser PEC porque as únicas áreas em que a Constituição prevê piso são saúde e educação. Se não quisessem tirar dinheiro da saúde e da educação, não precisaria ser emenda constitucional”, argumentou Jorge Solla (PT-BA).
Na tentativa de preservar os investimentos nas áreas sociais por meio dos destaques, parlamentares da oposição entregaram ao presidente da Câmara um abaixo-assinado com cerca de 330 mil assinaturas contra a PEC 241, coletadas pelo site Avaaz.
Com a aprovação da PEC 241 em dois turnos na Câmara, a medida segue para o Senado, que já estabeleceu um cronograma de votações. A expectativa é de que a matéria seja votada na Comissão de Constituição e Justiça no dia 9 de novembro e de lá segue para o Plenário da Casa, onde a conclusão dos dois turnos de votação deve acontecer ainda na primeira quinzena de dezembro.
Para agilizar a votação na segunda Casa, Michel Temer e Renan Calheiros realizarão um jantar no Palácio da Alvorada com senadores da base aliada nesta quarta-feira (26).
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Oposicionistas entregaram abaixo-assinado com cerca de 330 mil assinaturas contra a PEC 241
Novo regime
A proposta vai além da simples mudança no regime fiscal da União, e impõe novos limites na elaboração e execução do Orçamento por 20 anos e prevê uma das mais importantes alterações no modelo de Estado desenhado pela Constituição de 1988. Também obrigará modificações em outros artigos constitucionais e em várias leis ordinárias que regem programas de governo e suas metas. As mudanças nas leis nacionais, estaduais e municipais serão obrigatórias para enquadrar na nova regra os orçamentos de todas as instâncias de poder.
Uma das primeiras modificações terá de ser feita nas leis que regem a política salarial dos servidores públicos. Todas as regras que vierem a prever aumento real, com reposição acima da inflação, não poderão ser nem mesmo negociadas ou prometidas, sob pena de descumprimento do limite de gastos previstos na emenda. Também haverá mudança nos critérios para o cadastramento e pagamento do Benefício de Prestação continuada (BPC) que prevê um salário mínimo a quem tem pelo menos 65 anos e nunca contribuiu para a Previdência. O dinheiro sai do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social e estará sujeito aos limites da emenda, mesmo que aumente o número de dependentes ou o valor do benefício.
A emenda também implicará mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo. Por lei, o valor do mínimo deve ser reajustado pela inflação do ano anterior, acrescido da variação do PIB de dois anos antes. Para não descumprir a regra constitucional do limite de gastos, a lei que reajusta o piso terá de ser modificada para evitar que as despesas da União, Estados e Municípios furem o limite de gastos impostas pela emenda 241. Pelas estimativas, se a nova regra estivesse em vigor desde 2006, o valor do salário mínimo seria de R$ 550 e não os atuais R$ 880.
A equipe econômica do governo e a base de sustentação parlamentar do presidente Michel Temer no Congresso – formada por PMDB, DEM, PSDB, PP, PSD e outras bancadas menores – consideram o remédio do limite de gastos “amargo”, mas necessário. Sem ele, argumentam, haverá o caos econômico, a incapacidade de o país continuar honrando seus compromissos, até mesmo com despesas corriqueiras como os salários de servidores, dos aposentados e até de fornecedores, o que provocaria a desorganização da economia.
Para reforçar o argumento a favor da limitação de gastos, os governistas alegam que o elevado déficit fiscal da União provoca o crescimento da inflação e a consequente elevação das taxas de juros, que retroalimenta o déficit e provoca desemprego, mais recessão e uma arrecadação tributária menor ainda. Além, disso, as projeções do governo apontam para um aumento do comprometimento de 80% do PIB com as dívidas interna e externa.

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