15 de janeiro de 2018

14 de Janeiro dia do Sargento!

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O SARGENTO
É a espinha dorsal das organizações militares, quer sejam Forças Armadas, Policiais Militares ou Corpos de Bombeiros Militares.

O SARGENTO
É o elo que liga o comando á tropa, é a argamassa que firma e estrutura; é todo o edifício hierárquico.

O SARGENTO
Em qualquer das suas múltiplas tarefas, desempenha papel fundamental: é o monitor, o líder, o guia, o companheiro mais velho e mais experiente que orienta, auxilia, aconselha e ensina os seus comandados.


O SARGENTO
Não mede sacrifícios para poupar seus subordinados, mas também não deixa que as faltas passem desapercebidas, corrigindo-as sempre que se fizer necessário.


O SARGENTO
Coloca a razão, o bom senso, a disciplina e a justiça acima de seus sentimentos pessoais.


O SARGENTO
Não teme assumir responsabilidades, e sob suas ordens, os cabos e soldados marcham confiantes.


O SARGENTO
Sabe que a sua disciplina emana do seu treinamento e do orgulho que sente por suas divisas, pois as conquistou com honra, dignidade, esforço e perseverança. 



O Cearense do Sertão.

Ibope: 90% não votariam em candidato que defende governo Temer

Jorge WilliamJorge William | Agência O Globo
Que candidato em campanha terá peito para defender o governo Temer? Uma pesquisa do Ibope feita entre 9 e 17 de dezembro nas dez maiores capitais do Brasil, com usuários de internet das classes A, B e C revela que Temer será um fardo de uma tonelada para se carregar: 90% disseram que não votariam num "candidato que defenda o governo Temer" (5% responderam que "sim").
Em relação à corrupção, o eleitorado confirma um poderoso mau humor com o governo: 42% e 44% avaliam que o nível de corrupção do governo Temer é igual ou maior do que o registrado nos governos Lula e Dilma. Magros 8% dos entrevistados consideram que hoje a roubalheira diminuiu.
Por Lauro Jardim
Com informações do Jornal O Globo

Rodrigo Maia diz ver como 'difícil, mas viável' votar a Previdência em fevereiro

Resultado de imagem para Rodrigo Maia folha uol
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), se disse reticente em relação à votação da reforma da Previdência na casa em fevereiro, como acordado com o governo. Ele afirmou que, para se tornar viável, a aprovação demandará "muito diálogo".
Maia está em Nova York para um encontro com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e conversou com jornalistas neste domingo (14). Segundo ele, a aprovação da matéria em fevereiro "não é fácil", porque uma parcela da população é contra a reforma. "Muitos deputados, em ano eleitoral, se não tiverem muita clareza de que há uma base sólida para a aprovação, podem nem votar, pensando em sua base eleitoral", disse.
Maia afirmou que, para construir uma base de "pelo menos 320, 330 deputados", será preciso "muito diálogo e o envolvimento de outros políticos, inclusive governadores". O deputado lembrou a situação fiscal delicada de alguns Estados e a necessidade de "reestruturar as contas públicas brasileiras". "Eles [governadores] serão beneficiados, a situação fiscal dos Estados vem piorando ano a ano. Se não votarmos, o número de Estados sem poder pagar o décimo-terceiro [de servidores] no ano que vem pode passar de cinco", disse. Maia informou que já conversou com os governadores de Minas Gerais e de Santa Catarina -respectivamente, Fernando Pimentel (PT) e Raimundo Colombo (PSD)- e que ainda falará com outros.
MEIRELLES
Na entrevista, Rodrigo Maia também minimizou um possível desconforto com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles -que responsabilizou o Congresso, que ainda não conseguiu aprovar a reforma da Previdência, pelo rebaixamento da nota de classificação de risco da dívida brasileira pela agência Standard & Poor's. Nos bastidores, os dois travam uma batalha para tentar se viabilizar como o nome de centro para as eleições.
Maia disse que neste momento não mistura extremos e jogou a culpa do atraso na votação da reforma nas denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer, barradas pela Câmara em agosto e outubro -segundo ele, os processos fizeram com que o governo perdesse base na Câmara. "Sobre a reforma da Previdência [e a votação em fevereiro], sempre fui muito realista. O governo sai do fim de 2016 de uma base de 316 deputados e termina, após a segunda denúncia, com 250. É preciso recompor 70, 80 votos." Para ele, reconstruir a base para ter "conforto" na votação é fundamental. "A decisão do governo depois da primeira denúncia foi afastar quem não votasse a favor do presidente, e isso abriu um problema: como se faz agora para ter 308 votos?", disse.
Por James Cimino de Nova York, EUA
Com informações do Folha de S. Paulo

Três razões que farão da viagem do papa Francisco ao Chile a mais difícil que ele já fez

Papa FranciscoPapa Francisco terá turnê 'nada fácil' pela América Latina, como reconheceu secretário do Vaticano
Quando o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, disse que a visita do papa Francisco à América Latina "não seria fácil", ele não estava exagerando. A 22ª viagem papal será alvo de um grau sem precedentes de hostilidade - e justamente no seu continente natal.
Francisco chega nesta segunda-feira ao Chile, em um momento delicado para a Igreja Católica. O país, que recentemente aprovou leis para descriminalizar o aborto e reconhecer uniões civis homossexuais, ainda digere as acusações de que quase 80 clérigos chilenos teriam abusado sexualmente de menores desde 2000.
Além disso, é no Chile que Francisco tem a menor aprovação em todo o continente: recebeu dos chilenos a nota de 5,3 em uma escala de zero a dez (no Brasil, a nota dele é 8,0). Com isso, não chegou a surpreender o pedido do papa, antes de embarcar, para que sua congregação "reze por ele" durante sua visita chilena.
Estima-se que mais de 60% da população do Chile se identifique como cristã, sendo 45% católica, mas trata-se também do segundo país mais secular da América Latina. Cerca de 38% dos chilenos se dizem agnósticos, ateístas ou não religiosos.
A seguir, os três maiores desafios que o papa enfrentará na passagem pelo Chile, antes de seguir ao Peru, no dia 18:

Gastos e pobreza

A viagem foi precedida por críticas aos gastos com a viagem - serão mobilizados 18 mil integrantes das forças de segurança nacional para a visita papal -, enquanto ao menos 15% da população vive abaixo da linha de pobreza.
Extraoficialmente, segundo a agência EFE, a estimativa é de que o governo chileno gastará US$ 11 milhões (R$ 35 milhões) com a visita, sobretudo em medidas de segurança e logística.
Na última semana, ao menos quatro igrejas católicas foram atacadas em Santiago - três delas com explosivos caseiros, acompanhados de panfletos advertindo que o papa seria o alvo seguinte. A polícia atribuiu a autoria dos atos a um grupo anarquista.
A quarta igreja foi poupada porque o explosivo foi desarmado, mas uma mensagem foi deixada em um muro próximo, dizendo que "os pobres estão morrendo".
Igreja alvo de explosivos em SantiagoIgrejas de Santiago foram atacadas com explosivos em protestos pela visita do papa
Ressentimento por conta de acobertamento de escândalo sexual
São previstos, durante a passagem do papa, protestos de grupos feministas e de direitos homossexuais. Mas as manifestações que devem atrair a maior parte dos holofotes vêm de pessoas descontentes com a nomeação, por parte de Francisco, do bispo chileno Juan Barros.
O bispo é acusado de acobertar abusos sexuais atribuídos ao sacerdote Fernando Karadima, hoje com 87 anos, condenado em 2011 pelo Vaticano por abusar de crianças.
O chamado caso Karadima abalou fortemente a imagem da Igreja Católica no Chile, já que, ao longo de mais de uma década, autoridades eclesiásticas ignoraram as acusações contra o sacerdote, que tinha fortes vínculos com a elite política e empresarial do país.
Só quando as vítimas vieram a público é que o Vaticano decidiu investigar o caso.
O papa já declarou ter "tolerância zero" a abusos sexuais, mas a nomeação de Barros como bispo de Osorno (sul do Chile) reabriu antigas feridas. Segundo vítimas de Karadima, Barros tinha conhecimento dos abusos praticados por seu protegido e permitiu que eles seguissem sendo praticados. O bispo nega as acusações.
O caso Karadima é possivelmente o principal fator do desprestígio da Igreja no Chile, afirma Marta Lagos, diretora da consultoria Latinobarómetro, que avaliou a percepção da instituição na América Latina.
"Há, no Chile, uma sensação de ausência de normas, que aumentou nos últimos quatro anos com a revelação de casos de corrupção na política e no empresariado", afirma Lagos. "E a Igreja, tida como cúmplice da forma ruim como se lidou com o caso Karadima, entra nessa tendência geral de desconfiança do poder estabelecido."
Bispo Juan BarrosBispo Juan Barros é alvo de críticas por ser acusado de acobertar padre condenado por abusar de crianças
Em uma carta aberta, James Hamilton, uma das mais conhecidas vítimas de Karadima, diz que "ainda não entende como nós, as milhares de vítimas de abusos, não fomos protegidas por nossos padres, que se silenciaram diante do que aconteceu conosco".

Descontentamento indígena

Na quarta-feira, o papa Francisco visitará Temuco, cidade no sul do Chile tida como a capital do povo mapuche.
Os mapuches se opuseram a 300 anos de colonização (primeiro por parte dos espanhóis e dos próprios chilenos) em um dos conflitos mais antigos da América Latina - com erupções ocasionais de violência.
Durante sua visita, o papa deve celebrar uma missa pelo "progresso dos povos", seguido por um almoço com representantes do povo mapuche.
Líderes de ambos os lados do conflito esperam que Francisco ajude a pôr fim a décadas de discriminação e a mediar discussões em torno de questões espinhosas, como direito a terras ancestrais, além de reconhecimento da cultura e língua mapuche.
Com informações da BBC Brasil

Ceará concentra 66% do total de casos de chikungunya confirmados no Brasil em 2017

 Aedes Aegypti é o vetor da chikungunya, dengue e zika (Foto: Divulgação)Aedes Aegypti é o vetor da chikungunya, dengue e zika (Foto: Divulgação)

O Ceará fechou o ano de 2017 com 99.984 casos de chikungunya confirmados, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Fortaleza concentra 57,4% dos casos confirmados: 57.435 casos. Cento e sessenta e duas pessoas morreram, no Ceará em decorrência da doença, das quais, 129 na capital. O número de casos de chikungunya registrado no estado representa 66,1% do total de casos registrados em todo o país.

O estado também é recorde na taxa de incidência da doença. Enquanto que no Brasil a incidência está em 90,1 casos por grupo de 100 mil habitantes, no Ceará a incidência chega a alarmantes 1.271,3 casos/100 mil hab. A incidência da doença na Região Nordeste é de 249,5 casos/100mil hab. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera nível epidêmico quando uma cidade ou região tem mais de 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes.

Transmitida pelo mesmo vetor da dengue e da zika - o mosquito Aedes Aegypti - a chikungunya causa dores terríveis não apenas durante os dias em que o vírus está circulando no corpo da pessoa que o contraiu, mas por muito tempo depois da "cura". Em seus primeiros dez dias, os sintomas costumam ser febre, fortes dores e inchaço nas articulações dos pés e das mãos.

Em alguns casos, ocorrem também manchas vermelhas no corpo. Mas mesmo com o fim da viremia - período em que o vírus circula no sangue - a dor e o inchaço causados pela doença podem retornar ou permanecer durante cerca de três meses.

De acordo com especialistas, em cerca de 40% dos casos, os sintomas tornam-se crônicos e podem permanecer por anos. Entre as sequelas da doença, são apontadas inflamação crônica nas juntas, dormência nos membros, câimbras e dificuldades de caminhar, doenças reumatoides, como a artrite. Além disso, também pode desestabilizar doenças cardíacas, problemas renais e diabetes.

Cuidados
Com o início da pré-estação chuvosa no Ceará aumenta o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. O ovo do mosquito consegue sobreviver por mais de um ano, mesmo se o local onde foi depositado estiver seco. Por isso, para a prevenção dessas doenças, é fundamental evitar o acúmulo de água parada sem proteção, especialmente nesse período de chuvas.

A fêmea põe os ovos e no primeiro contato com gotinhas de água eclodem, viram larvas, pupas e depois o mosquito adulto. Tudo isso muito rápido. Com as condições de temperatura e umidade do Ceará, em oito dias o ovo, em contato com água, vira mosquito adulto e sai.

Limpar as calhas, tampar e vedar bem quaisquer recipientes que podem acumular água, como potes, pneus, barris e caixa d'água, que deve ser mantida limpa, por exemplo, são outras importantes ações que, se realizadas regularmente, evitam focos do Aedes aegypti.

Por Verônica Prado
Com informações do G1 CE

Ceará é o segundo estado com mais áreas sem cobertura de telefonia móvel

Torres atendem principalmente áreas urbanas. Alguns distritos ficam desassistidos (Foto: Marcelo Camarg/Agência Brasil)

O Ceará é o segundo Estado brasileiro com mais áreas sem cobertura de telefonia móvel. Ao todo, 631,6 mil pessoas não têm acesso ou precisam se deslocar para outros lugares que não as 291 localidades desassistidas do serviço.

No Brasil, são 4,5 milhões de excluídos digitais, distribuídos em 2,2 mil distritos de 21 estados, segundo dados revelados pelo Jornal O Globo. Os números estão sendo analisados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em estudo que pretende nortear o Governo Federal a formular novas políticas públicas de inclusão digital.

Teles
Os leilões de empresas de telecomunicações, normalmente, preveem que as teles devem abranger 80% da área urbana dos municípios, num raio de 30 km da sede. Contudo, alguns distritos estão a uma distância maior e não são beneficiados com o serviço.

Ainda conforme o levantamento da Agência, a Bahia é o estado brasileiro onde o problema mais ocorre. Há 1,2 milhão de pessoas desconectadas em 323 distritos do estado.

Com informações do Jornal O Povo

Contra Lula e Bolsonaro, a velha direita tenta se manter como centro

Jair Bolsonaro
O reacionário acima faz a velha direita comer poeira nas pesquisas, para aflição de FHC
O establishment político e econômico, reino da velha direita brasileira, curtiu as festas de fim de ano na boa vida, como em geral são os dias desses endinheirados, mas começa 2018 ressabiado. Nenhum de seus cavalinhos no páreo para concorrer à Presidência empolga a massa até agora, motivo de umas caneladas entre uns e outros.
Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, Henrique Meirelles, todos veem de binóculo o líder nas pesquisas, Lula. Pior: comem poeira também do reacionário Jair Bolsonaro, grande beneficiário do radicalismo cultivado pelo próprio establishment na cruzada antipetista. Fruto dessa cruzada, o governo é outro abacaxi. Detestado pelo povão, Michel Temer tornou-se uma erva daninha eleitoral. Ficar perto dele é desastroso, mas como esconder as ligações?
Em maus bocados, a chamada (erradamente) direita resolveu apelar para o humor. Não importam suas credenciais históricas, seu currículo: agora quer ser chamada de “centro”. É nesse traje que pretende se apresentar aos 144 milhões de eleitores e convencê-los de ser a melhor escolha diante de uma dupla de “extremistas”, Lula pela esquerda, Bolsonaro pela direita.
Plano digno das páginas de 1984, do britânico George Orwell. “Só no reino do Grande Irmão as palavras têm o significado oposto ao comum, mas o objetivo desta alteração é o de enganar os destinatários da mensagem e, portanto, o de impossibilitar a compreensão do que ocorre realmente e a comunicação recíproca entre os súditos”, diz o livro Direita e Esquerda, clássico de 1994 do filósofo e historiador italiano Norberto Bobbio, já morto.
Gráfico
A exploração do centrismo, escreve Bobbio, costuma ser mais comum em tempos de crise. É o caso do establishment, vitorioso na chegada ao poder via impeachment e, após tanto esforço, arriscado a levar uma surra nas urnas.
O plano de partir para a novilíngua orwelliana pode ser o passaporte para o segundo turno na eleição. O centro representa hoje 20% do eleitorado, proporção igual à da eleição de 2014, segundo uma pesquisa Datafolha de 2017.
O levantamento apresentou a 2.771 entrevistados um questionário com perguntas sobre economia e costumes, e as respostas foram catalogadas conforme critérios do instituto. Por esses critérios, da última campanha para cá, esquerda e centro-esquerda encorparam (de 35% para 41%), enquanto direita e centro-direita encolheram (de 45% para 40%). Quando se pediu às pessoas uma autodefinição ideológica, o resultado mudou. O centro tem 26% de adeptos, a direita, 32%, e a esquerda, 28%.
O avanço do progressismo desde a última eleição deve-se a assuntos econômicos. Se dependesse somente de temas comportamentais, o conservadorismo deitava e rolava. A liberação da maconha é rejeitada por 66%, informa o Datafolha.
A do aborto, por 57%, mesmo tamanho do apoio à pena de morte. De outro lado, 70% repudiam as privatizações, 76% acham que o governo deve ser o maior responsável por investir e fazer o PIB crescer, 63% defendem ajuda oficial a empresas nacionais à beira da falência. 
Estatísticas à parte, os postulantes a presidenciável “centrista” estão em campo e na luta. Alckmin assumiu o comando do PSDB no fim de 2017 para pavimentar sua candidatura, mas entrou em 2018 sob pressão.
Sua situação nas pesquisas aflige alguns tucanos e partidos governistas dispostos a negociar apoio. Não alcança dois dígitos em nenhuma, apesar de administrar há anos o maior colégio eleitoral do País, berço de 20% dos votantes. Aliados potenciais cobram que chegue a 10% no máximo até abril.
Henrique Meirelles
Meirelles posa de bispo em igreja evangélica (pedro Ladeira/Folhapress)
Do contrário, adeus. Fernando Henrique Cardoso é um dos aflitos e trocou alfinetadas públicas com Alckmin ao opinar que os cavalos do centro (Meirelles, Marina Silva e Joaquim Barbosa seriam outros, para FHC) deveriam unir-se em uma única candidatura.
E nem precisa ser em torno de Alckmin. “Se as forças não extremadas se engalfinharem para ver quem entre vários será o novo líder e não forem capazes de criar consensos em favor do País e do povo, o pior acontecerá.”
O governador tenta não mostrar preocupação com números. Acha que o povo só vai pensar em eleição mais para o meio do ano. Ele “recordou” a FHC de que foi por incentivo dele que se tornou comandante do PSDB há pouco.
“O que o presidente Fernando Henrique falou e eu concordo é que o Brasil está cansado de divisão e nós precisamos ter união para retomar uma agenda de reformas, competitividade e desenvolvimento”, disse numa entrevista. Eis a visão de Alckmin sobre o papel do centro.
Parece sonhar em ser uma opção ao menos palatável ao eleitor que pode ficar órfão de Lula, sobretudo os mais pobres, daí ter criticado outro dia o laissez-faire, “porque é o grande comer o pequeno”. Mas será que seu corpinho cabe na roupagem centrista? Humm... 
Para chefiar seu programa econômico, Alckmin escolheu um banqueiro, Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real. O governador foi (é?) do Opus Dei, ala reacionária do catolicismo. Perfeito seu apelido de “Santo” entre os corruptores confessos da Odebrecht, não? Em 2013 e 2014, teve como secretário particular um sujeito, Ricardo Salles, que elogiava a ditadura e chamava a Comissão da Verdade de “comissão da vingança”.
Salles fundou o movimento Endireita Brasil, aliás. Na segurança pública, Alckmin é adepto da porrada. Nomeou secretários trogloditas, caso de Saulo de Castro Abreu, e coleciona assassinatos por policiais em um patamar que a Anistia Internacional considera “escandaloso”.
Geraldo Alckmin
Alckmin, do Opus Dei, já teve defensor da ditadura como seu secretário particular (Jales Valquer/Fotoarena)
De janeiro e setembro de 2017, foram 687 mortos, um recorde. A reforma da Previdência, intenção de impor uma idade mínima à aposentadoria de brasileiros que trabalham desde cedo para ajudar em casa, é defendida por ele. A trabalhista, facilitadora do emprego precário e da redução da renda, um animado Alckmin tachou de “histórica”.
No PSDB, o presidente da França, Emmanuel Macron, costuma ser citado como muso inspirador do que seria um desejável centro. FHC acha isso. Líder de um movimento de renovação política, Macron é lobo direitista em pele de cordeiro centrista, igual a seus admiradores daqui, se a comparação for possível.
Apesar de Macron, a França é ainda um país democrático. Macron pareceu moderado na campanha somente por ter enfrentado a fascista Marine Le Pen no turno final e precisar do voto da esquerda. Um dia após assumir, em maio de 2017, pinçou seu premier nas fileiras do partido da direita tradicional.
No mês seguinte, propôs uma lei antiterrorismo a estabelecer quase um estado de sítio permanente, situação adotada em caráter provisório depois dos ataques terroristas em Paris em 2015. Em agosto, apresentou uma reforma trabalhista ainda mais radical do que a do antecessor, o socialista François Hollande.
O tema trabalhista é um assunto adorado por um competidor do “centro” brasileiro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM. Para ele, a Justiça do Trabalho “não deveria nem existir” e os direitos da finada CLT atrapalham os patrões. Opiniões compreensíveis.
O deputado é um amante do “mercado”, essa entidade etérea a juntar bancos, fundos, corretoras, e não se envergonha de declarar seu amor. “A agenda da Câmara é a do ‘mercado’”, disse uma vez. Começou a carreira privada em um banco, o BMG, depois passou por outro, o Icatu.
Hoje reúne-se às vezes a portas fechadas em instituições financeiras, caso do BTG. Em 2014, recebeu 600 mil reais em grana de banco para sua campanha, 25% de sua arrecadação total. 
O ano novo de “Botafogo”, alcunha de Maia entre os subornadores da Odebrecht, anda a toda. Ele distribui entrevistas e planeja viagens para os Estados Unidos e México em um esforço para emplacar sua candidatura.
Em uma das entrevistas, ao Globo da terça-feira 9, deu uma pista de como a velha direita, ôps!, o “neocentro” pretende distinguir-se de Bolsonaro. Este, afirmou, teria “um discurso mais radicalizado na questão dos valores e da segurança”.
Ou seja, nada de defender posições xenófobas, racistas ou machistas. Não seria fácil buscar distinguir-se do capitão do Exército em matéria econômica agora que Bolsonaro deu para beber da fonte do sistema financeiro.
Rodrigo Maia
Maia festeja o 'mercado' e sataniza a Justiça do Trabalho (Flávio Soares)
A tentativa da direita de usar questões comportamentais para parecer moderada perante o eleitor lembra um fenômeno apontado pela professora de filosofia e política Nancy Frasier, da universidade nova-iorquina New School for Social Research, em uma análise da última eleição presidencial nos EUA.
“A vitória de (Donald) Trump não é unicamente uma revolta contra a finança global”, escreveu ela em janeiro de 2017. “O que seus eleitores rejeitaram não foi apenas o neoliberalismo, mas o neoliberalismo progressista.” Este último seria uma aliança malandra em que o neoliberalismo econômico, representado pela alta finança, utilizou o “carisma” de correntes de movimentos tradicionais defensores de causas feministas e raciais, por exemplo, para tornar-se palatável ao eleitor.
E o que o sistema financeiro envernizado pelo progressismo deu em troca? “Políticas vistosas que devastaram a manufatura e ameaçam a classe média”, diz Nancy, a ver no ex-presidente Bill Clinton (1993-2000) o grande símbolo do neoliberalismo progressista nos EUA.
Ao Globo, Maia comentou o que para ele seria o tal centro no Brasil. “Não é um ponto entre direita e esquerda, ou seja, um meio do caminho entre o Bolsonaro e o Lula. O centro tem que representar um ponto em que se tenha um espaço de diálogo com todas as correntes e que represente essa capacidade de transformação que o Brasil precisa.”
A julgar por estas palavras, vai pela cabeça do deputado um dos dois tipos de centro descritos por Bobbio em Direita e Esquerda, o “inclusivo”. Este tenta se situar entre esquerda e direita, a formar uma “tríade”. Já o do tipo “incluído” procura anular os dois polos ao incorporar parte deles em uma “síntese superior”.
Intelectualidade
Nancy Frasier desnuda o neoliberalismo progressista (Nicolas Lambert/AFP)
Contudo, escreve o filósofo, “enquanto existirem conflitos (nas sociedades), a visão dicotômica (direita-esquerda) não poderá desaparecer”. O principal conflito se daria quanto à ideia de igualdade. Para a esquerda, a distância entre ricos e pobres deve ser combatida, todo mundo tem direito a uma vida digna. Para a direita, deve ser deixada em paz, é um fato da natureza, as pessoas que se virem sozinhas.
Desigualdade é um vocábulo que entrou de uns tempos para cá na gramática do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do PSD, outro a almejar o poder. Dia desses, ele comentou no Twitter existir um estudo da FGV revelador de queda recente na disparidade entre ricos e pobres, a primeira desde 2014. Puro humorismo, ele sair-se com essa.
Sua política econômica causa o inverso. Quem diz é o FMI, dono de credenciais em nada “extremistas”. No estudo “Neoliberalismo: superestimado?”, de junho de 2016, três economistas do Fundo Monetário Internacional afirmam que a austeridade fiscal aumenta a distância de renda. Com Meirelles na Fazenda, abundam cortes de gastos.
É, mas quando se acalentam desejos de poder, vale tudo. Meirelles cultiva um romance com a igreja evangélica desde 2017. Viajou a Belém para os 106 anos da Assembleia de Deus no Brasil, foi à convenção geral da mesma Assembleia e ao aniversário do presidente vitalício da convenção, bispo Manoel Ferreira.
No último dia 5, baixou na igreja Sara Nossa Terra em Brasília, onde anunciou boas-novas econômicas e pregou reformas. Em um vídeo enviado a evangélicos do Rio em agosto, disse: “Eu me sinto muito à vontade para conversar com vocês, porque nós temos os mesmos valores, que são valores da lei de Deus e dos homens visando crescer, visando colaborar com o País”. Mesmos valores, é?
Norberto Bobbio
Para Bobbio, enquanto houver desigualdade haverá esquerda (Leonardo Cendamo/Leemage/AFP)
Meirelles é casado com uma psiquiatra filha de alemães e, em Brasília e no “mercado”, não falta quem garanta ser um matrimônio de fachada, motivado por, digamos, certas preferências do ministro na hora da diversão. E guardar dinheiro em paraíso fiscal, seria um valor dos crentes?
Meirelles tem uma offshore nas Bahamas, a “The sabedoria trust”, revelada em novembro no escândalo Paradise Papers. Será que manteve também em paraíso fiscal uma bolada de 167 milhões de reais recebida no exterior, em 2017, por serviços privados prestados em 2016? Ao dar guarida a milionários que não querem pagar impostos, ou querem pagar pouquinho, paraíso fiscal provoca desigualdade, diz uma ONG britânica, a Oxfam.
O ministro talvez seja o único pretenso presidenciável centrista capaz de não negar Temer três vezes. Não pode se envergonhar, pois sua ambição se ancora na presença na Fazenda e na hipótese de volta do crescimento econômico.
O governo é tóxico, não há condições de um postulante apoiado pelo presidente triunfar, conforme uma pesquisa qualitativa feita em dezembro com pessoas das classes C e D de São Paulo e Recife. Para os entrevistados no levantamento da Ideia Big Data encomendado pelo jornal Valor, Temer não pensa nos pobres, é corrupto e tomador de medidas impopulares. Um indesejável cabo eleitoral. Distanciar-se dele vai exigir um bocado de ginástica de Rodrigo Maia, que anda em guerra fria com Meirelles, e o PSDB. Mas a novilíngua está aí para isso.
A propósito, a aparição do global Luciano Huck no programa do Faustão do domingo 7 e seus comentários políticos causaram dúvida no “neocentro”. O apresentador estará no jogo sucessório? A entrevista foi gravada antes de Huck anunciar que não será candidato. Não estará mesmo? 
Com informações da Revista Carta Capital 

Se a inflação está baixa, por que o custo de vida não cai?

Ilan Goldfajn.jpgQueda dos preços dos alimentos camuflou forte alta dos combustíveis, que pesam no orçamento das famílias
A inflação fechou 2017 em 2,95%, a menor desde 1998 (1,65%) e abaixo do piso de 3% da meta estipulada pelo governo, que mira os 4,5%, mas tem tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. O indicador já havia rompido o teto da meta, em 2002 e 2015, mas nunca o piso.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - que apura os dados para calcular o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - e o Banco Central concordam: a forte desaceleração veio em razão do comportamento dos preços de alimentação e bebidas. Mas o alívio não é sentido no bolso do consumidor. 
De um lado, o aumento de 30% da safra reduziu em 1,87% o preço dos alimentos, já que eles têm o maior peso no cálculo do índice e respondem por 25% das despesas das famílias brasileiras. Com isso, os preços dos alimentos consumidos em casa fecharam o ano em baixa de 4,85%, sob forte influência das frutas, cujos preços tiveram redução de 16,52%.
De outro,a inflação de 2017 foi puxada principalmente pelo aumento de preços de botijão de gás (16%), planos de saúde (13,53%), creche (13,23%), gás encanado (11,04%), taxa de água e esgoto (10,52%), ensino médio particular (10,36%), energia elétrica residencial (10,35%) e gasolina (10,32%). São esses os números que explicam porque não houve alívio para o custo de vida da população.
E se os cidadãos ainda não sentiram efeitos práticos da queda da inflação, tampouco isso deve acontecer nos próximos meses. De acordo com informações do IBGE, a partir de agora deverá ocorrer um “realinhamento” dos preços dos alimentos e ao longo de 2018 a inflação deve “voltar à normalidade”, ou seja, não são esperados fenômenos atípicos que deixem o índice muito elevado ou muito baixo.
Além da inflação baixa não ter sido sinônimo de folga no orçamento doméstico, ela também indica o quanto falta para a economia de fato se recuperar. "Na verdade, a inflação em um patamar tão baixo é mais um sintoma da depressão que vivemos, da forte retração da demanda. Atribui-se o feito à safra recorde, mas parecem subestimar os efeitos dos sucessivos aumentos no preço da eletricidade, dos combustíveis e do gás de cozinha, estes últimos controlados pelo governo", afirma o professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do IPEA, João Sicsú
O economista aponta, ainda, que entre 2015 e 2016 o Brasil perdeu 7,2% do seu PIB. Com isso, a economia recuou seis anos, para o mesmo patamar que tinha no segundo semestre de 2010.
Outra consequência esperada da queda na inflação, mas não sentida, seria o corte dos juros. No entanto, embora a taxa Selic tenha alcançado o menor nível desde 1986, juros reais seguem acima dos 4%. Com Selic a 14,25%, eles chegaram a 3,2%.
Fora da meta
O sistema de metas de inflação foi criado em 1999 como uma forma de evitar o risco da hiperinflação, que atingiu o país nas décadas de 1980 e 1990 e só foi freada com o Plano Real em 1994. O governo estabelece, para cada ano, uma meta de inflação e com base nela articula ações - como corte ou elevação dos juros, por exemplo - que permitam manter o indicador no prumo.
Quando a inflação foge da banda estipulada, como aconteceu em 2017, o Banco Central precisa se explicar. Na tarde da quarta-feira 10, após a divulgação do dado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma carta aberta foi publicada pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, endereçada ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também é o presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), o órgão que define anualmente a meta para a inflação. 
Na carta, o BC afirma que "em vista do comportamento excepcional dos preços dos alimentos no domicílio, decorrentes de choques fora do alcance da política monetária (como a oferta recorde de produtos agrícolas), o Banco Central do Brasil seguiu os bons princípios no gerenciamento da política monetária e não reagiu ao impacto primário do choque".
O Banco Central informou ainda que tem "calibrado" a taxa básica de juros da economia, atualmente na mínima histórica de 7% ao ano, e acrescentou que continuará a fazê-lo "com vistas ao cumprimento das metas para a inflação estabelecidas pelo CMN".
"A inflação já se encontra em trajetória em direção à meta em 2018. No acumulado em doze meses, a inflação ao final de 2017 aumentou 0,49 pontos percentuais em relação ao mínimo de 2,46% observado em agosto do mesmo ano", afirma o texto.
As metas para a inflação dos próximos anos já foram definidas: os mesmos 4,5% para 2018 e 4% para 2019 e 2020, com a mesma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. O Banco Central estima, de acordo com seu último Relatório de Inflação, que o índice chegará a 4,3% em 2018, a 4,2% em 2019 e a 4,1% em 2020.
Por Dimalice Nunes
Com informações da Revista Carta Capital

Câmara paga passagem aérea de até R$ 45 mil para viagem oficial de deputado

Desde 2015, foram 1,4 mil viagens oficiais bancadas pela Casa

Compradas e pagas pela Câmara, mas custeadas com dinheiro público, as passagens para deputados em missões oficiais neste mandato já custaram R$ 7,6 milhões, em valores atualizados, aos cofres públicos. No período de janeiro de 2015 até o momento, a viagem mais cara custou R$ 45,5 mil, teve duração de quatro dias e foi paga para que o deputado baiano Claudio Cajado (DEM) fosse ao Casaquistão e à Georgia.
Junto com Cajado, o também baiano Antonio Imbassahy (PSDB) viajou ao custo de R$ 45,3 mil para o mesmo destino. A viagem foi realizada em dezembro de 2015. O levantamento foi feito e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira (15), que, com base na Lei de Acesso à Informação, obteve os dados sobre viagens oficiais compradas e pagas pela Casa. Atualmente, os deputados também têm direito a passagens para voltar a seus Estados. No entanto, essas são compradas pelos próprios congressistas com dinheiro da cota parlamentar.
Na época da viagem, Cajado era procurador legislativo e Imbassahy  líder do partido. Devido aos cargos ocupados, os dois tiveram direito a classe executiva. O regimento interno da Câmara também concede o direito a ocupantes de outros cargos, como membros titulares da Mesa Diretora e presidentes de Comissões Permanentes.
“Nenhum de nós tem interesse de comprar passagem mais cara”, disse Cajado ao jornal. Imbassahy justificou que “foram cumpridos todos os requisitos estabelecidos pela Câmara para participação em missões oficiais”.
Conforme o levantamento feito pelos repórteres Marianna Holanda, Adriana Ferraz e Cecília do Lago, desde 2015, foram 1,4 mil viagens oficiais bancadas pela Casa.  De acordo com os dados, o deputado José Rocha (PR-BA) teve o terceiro maior bilhete aéreo pago pela Câmara. O parlamentar foi um dos onze congressistas da delegação especial a Hanói, no Vietnã, para a 132.ª Assembleia da União Interparlamentar. Questionado pelo jornal, ele alega não ter controle do preço. “Eu vou saber de preço? Viajei, mas não fui eu quem comprou”, protestou.
No ranking das passagens mais caras, o deputado Felipe Bornier (PROS-RJ) ficou com a quarta colocação. Sua passagem custou R$ 42,8 mil. Também em sua defesa, o deputado alega ter feito uma viagem com resultados. “Essa viagem que a gente fez, inclusive, conseguiu retornar a importação de carne do Brasil (pela Rússia)”, defende-se.
O deputado paranaense Alex Canziani (PTB-PR) ficou em quinto lugar. Em 2015 ele foi aos Estados Unidos para um evento da Fundação Lemann, com outros brasileiros para discutir o País. Como à época era secretário da Mesa, teve direito a uma passagem na classe executiva, de R$ 37,9 mil. Canziani disse ao jornal que “viagens podem abrir horizontes”.

Com informações do Congresso em Foco

Congresso brasileiro é um dos mais caros do mundo. Veja os benefícios pagos a um parlamentar

Apesar de gastos, Congresso tem sido lembrado mais pelas confusões em que se metem os parlamentares do que pela eficiência e qualidade de sua produção legislativa

Salários, verbas extras para moradia, funcionários, aluguel de escritório, telefone, veículos, combustível, divulgação do mandato, passagens aéreas, entre outras coisas. Plano de saúde em condições vantajosas e até vitalício. Ajuda de custo equivalente a dois salários adicionais no início e no fim do mandato. Esses são alguns dos benefícios (veja a lista abaixo) que fazem do Congresso Nacional um dos parlamentos mais caros do planeta.
O Brasil ocupa a sexta colocação em salário de deputados em razão do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. À frente, gastam mais com seus representantes algumas das nações mais pobres do planeta, como Nigéria, Gana e Quênia, que lideram o ranking da disparidade entre as despesas com parlamentares e a média da riqueza de sua população.
O país também se destaca internacionalmente o número de assessores pessoais por congressista. Nos Estados Unidos, cada deputado pode contar com até 18 auxiliares. No Chile, com 12, e na França, com 8. Já no Brasil esse número chega a 25 assessores. O Senado brasileiro permite a contratação de 55 funcionários, mas há senadores que chegam a muito mais. É o caso de Fernando Collor de Mello (PTC-AL), com 80, e de João Alberto Souza (MDB-MA), com 84 servidores às suas ordens.
Levantamento do jornal El País, focado na América Latina, também aponta a disparidade entre os ganhos dos parlamentares e o salário médio dos cidadãos que eles representam. O Brasil tem a maior remuneração para deputados e senadores da região, seguido de Chile, Colômbia e México. Um congressista brasileiro recebe somente de salário o equivalente a 35 salários mínimos de R$ 954,00.
Mas por que o Brasil chegou a esse ponto? “O principal fator é a falta de vigilância da sociedade. Gastos são alterados por decretos ou atos na surdina sem que a sociedade tenha ciência disso. O Brasil ainda é incipiente em controle social. Esse fator é relevante para entender porque os gastos com o Parlamento são tão expressivos no país”, responde Guilherme Brandão, diretor do Observatório Social de Brasília e coordenador-geral da iniciativa “Câmara mais barata”, voltada para o Legislativo do Distrito Federal.
Para Guilherme, a realidade só será mudada quando o brasileiro perceber que sua participação no processo democrático não se limita ao voto. “Falta maturidade da cidadania para fiscalizar. Não basta criticar, é preciso também avaliar e fiscalizar as políticas públicas. Avançar além da indignação e apontar caminhos para a sociedade civil. Precisamos ser vigilantes”, defende o ativista.
A relação dos principais benefícios de um congressista brasileiro:
BenefíciosDeputadoBenefíciosSenador
SalárioR$ 33.763,00SalárioR$ 33.763,00
Cotão *De R$ 30.788,66 a R$ 45.612,53Cotão *****De R$ 21.045,20 a R$ 44.276,60
Auxílio-moradia **R$ 4.200,00Auxílio-moradia **R$ 5.500,00
Verba para contratar até 25 funcionáriosR$ 92.000,00Contratação de até 55 funcionários (valor não especificado)
Ajuda de custo ***R$ 33.763,00Ajuda de custo ***R$ 33.763,00
Plano de saúde ****LimitadoPlano de saúdeVitalício
Carro oficialIntegrantes da Mesa DiretoraCarro oficialCarro oficial com motorista
* Valor varia conforme o estado. O menor é pago aos representantes do DF, e o maior, aos de Roraima.
** Benefício pago ao parlamentar que não ocupa imóvel funcional ou próprio.
*** Valor pago no início e no fim do mandato de cada parlamentar, inclusive suplentes
**** Os deputados só são ressarcidos em serviços médicos que não puderem ser prestados no Departamento Médico (Demed) da Câmara, em Brasília.
***** Varia conforme o estado de origem do parlamentar. Os menores montantes são pagos aos senadores de Goiás e do DF. Os maiores, aos senadores do Amazonas.

Com informações do Congresso em Foco, com base em dados da Câmara e do Senado