Além de Paramoti, outras cidades cearenses que possuem estações são Sobral, Martinópole, Morrinhos, Santana do Acaraú, Cascavel, Jaguaribe e Muriti
Após três anos registrando abalos sísmicos, este município recebe sua própria estação, que já está enviando dados para os técnicos do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com o técnico da UFRN Eduardo Alexandre, semana passada uma equipe da universidade esteve presente na cidade onde instalaram uma estação sismográfica para monitorar de perto a atividade sísmica na região.
"Há três anos são registrados abalos, Agora com o equipamento, poderemos fazer um estudo detalhado para o mapeamento desses abalos". A instalação foi acompanhada pelo prefeito de Paramoti, Samuel Buyadjian, pelo chefe de gabinete da prefeitura, José Ribamar Rodrigues, e pelo técnico da Defesa Civil do Ceará Francisco das Chagas Brandão que, sempre que possível, nos acompanha e colabora nas atividades desenvolvidas pelo LabSis/UFRN no Ceará.
A estação, de sigla PABR, começou a operar no dia 29 do mês passado e já registrou alguns microtremores locais e sismos de outras regiões do Ceará. Ela está ligada por link de internet ao LabSis. Segundo Eduardo, outras cidades que possuem estações são Sobral, Martinópole, Morrinhos, Santana do Acaraú, Cascavel, Jaguaribe e Muriti.
"No Ceará, os abalos se concentram no Noroeste do Estado, principalmente em Sobral e Martinópole", destaca Eduardo.
O maior tremor de terra registrado no Ceará foi em 1980, com 5,2 graus na escala Richter em Pacajus. Segundo Eduardo, o último de grande intensidade no Estado foi registrado no último dia 20, informado pelo sub-tenente Marcos Costa, da Comissão de Defesa Civil de Sobral, de que um tremor de terra havia sido sentido em Martinópole, no noroeste do Ceará.
Percepção
O tremor levou a alguns objetos balançarem e as pessoas escutaram um barulho estranho, como se alguma coisa estivesse roncando, além dos cachorros começarem a latir e, aparentemente, além do fato de que muitas pessoas sentiram o abalo.
O evento ocorreu às 13h9min, hora local, à tarde, portanto) e teve magnitude preliminar estimada em 2.0 e epicentro preliminar a aproximadamente cinco quilômetros da estação de Martinópole.
"Entramos em contato com a Defesa Civil do Ceará, e Francisco Brandão, confirmou, com pessoas de Martinópole, que o evento foi sentido no início da tarde". Durante a varredura foram ainda localizados dois outros pequenos eventos próximos a Camocim. O primeiro ocorreu às 01h10, hora local do dia 19 do mês passado.
Ambos os eventos ocorreram a menos de três quilômetros de Camocim mas, como foram pequenos eventos, não foram sentidos pela população. "É possível que novos eventos voltem a ocorrer nessa região não sendo descartada a possibilidade de serem sentidos pela população".
A atividade sísmica na Zona Norte vem registrando abalos com mais frequência desde 2008. Em Sobral, a Defesa Civil de Sobral monitora esses eventos, que vem se verificando com mais assiduidade em Jordão.
O subtenente Marcos Costa é o responsável por relatar os abalos à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que mantém um centro de estudos sismográficos do Nordeste. É com base nas orientações da UFRN que a Defesa Civil sobralense toma as medidas necessárias para tranquilizar a população da região.
De acordo com Eduardo, a cidade não tem grandes tremores, embora sejam frequentes. Durante esse período, o maior abalo chegou a 4.2 graus. Aconteceu em maio de 2008.
Esses tremores são causados por uma falha geológica denominada de Riacho Fundo, que está localizada na Serra do Rosário, no Município de Meruoca. Há catalogação de tremores em outras cidades da Zona Norte, tais como Alcântaras, Meruoca, Santana do Acaraú, Morrinhos, Granja, Senador Sá, Frecheirinha, Massapê e Hidrolândia.
A UFRN faz ainda levantamentos para saber da existência de fendas geológicas nessas cidades onde foram sentidos os tremores de terra, como parte dos estudos na área.
Mais informações:
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Telefone: (84) 3215.3796
Jéssyca Rodrigues
Colaboradora
DN