5 de abril de 2014

Raio atinge casa no Ceará e deixa um buraco entre porta e janela

Raio atinge casa em Milhã, no interior do Ceará (Foto: Jaime Arantes/Monolitos Post)Raio atinge casa, mas apesar do susto, ninguém
ficou ferido (Foto: Jaime Arantes/Monólitos Post)
Um raio atingiu na madrugada desta sexta-feira (4), a parede de uma residência, em Milhã, a 301 Km de Fortaleza.
De acordo com o Comando de Policiamento do Interior (CPI), o impacto do raio abriu um buraco entre a janela e a porta da casa. Apesar do susto, a Polícia Militar informou que ninguém ficou ferido.
Durante a semana, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou fortes chuvas na cidade. A maior precipitação ocorreu dia 31 de março com 110 milímetros.
G1 CE

As faces de José Wilker: cosmopolita, sem deixar de ter orgulho da terra natal, Juazeiro do Norte

José Wilker
José Wilker posou para fotos onde morava, no Rio de Jeneiro
FOTOS: GUSTAVO PELLIZZON
José Wilker
GUSTAVO PELLIZZON
José Wilker
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José Wilker
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José Wilker
GUSTAVO PELLIZZON
Jose Wilker
GUSTAVO PELLIZZON
Com a prematura morte de José Wilker, o Diário do Nordeste republica uma entrevista exclusiva com o ator, publicada REVISTA GENTE, em março de 2013:
Um cearense daqueles que tem orgulho da terra natal, sem, no entanto, deixar de ser cosmopolita no sentido mais amplo que a palavra permite. Ator e diretor de televisão, cinema e teatro, José Wilker recebeu a Revista Gente, em sua casa, no Rio de Janeiro, em março de 2013.
Cidadão do mundo, José Wilker queria ser tudo quando criança, menos ator. Talvez a curiosidade que o acompanhou desde sempre, assim como o afã pela independência, levaram-no a se encantar com a vida artística. Aos poucos, o cearense construiu uma galeria de tipos e personagens que conquistaram admiradores no Brasil e em outros países. O sucesso é resultado da valorização de suas raízes, do trabalho árduo e vontade de dar sempre o melhor de si. São quase quatro décadas de carreira, muitas viagens, experiências no teatro, cinema e televisão, vivências que o tornam mais ciente dos propósitos da existência e disposto a dividir um pouco do que aprendeu. Segundo as próprias palavras, devemos viver com desprendimento e com a obrigação de acharmos, cada qual, a nossa fórmula da felicidade.  
São quase 40 anos dedicados à arte da atuação, sendo referência na teledramaturgia. Sempre que é escalado, o público já espera mais um personagem memorável. Você se sente satisfeito por ter conquistado o seu espaço na TV ou continua em processo de constante autoaprendizado?
José Wilker: Bom, a pior coisa que pode acontecer para um artista, seja lá o que ele faça, é ter uma espécie de funeral. Então, prefiro me sentir, sinceramente, uma pessoa sempre começando. Não sou alguém de planejar, é claro. A minha carreira foi uma sucessão de acasos. Jamais sonhei, na minha infância, e, digamos, começo de juventude, em ser ator. Eu queria ser tudo, menos ator. Queria ser piloto de avião, engenheiro, físico; minhas expectativas eram nesse sentido. Adoro matemática; queria fazer algo ligado a isso e, de repente, quando pensei em conseguir um emprego, tipo, uma coisa qualquer para ter uma certa independência, aconteceu que, em Recife, na televisão, ofereciam teste pra locutor. Resolvi fazer, mas fui reprovado. E o cara que me aplicou o teste ficou muito acabrunhado por ter me reprovado e falou assim: “tem vaga pra ator, quer?” E eu peguei a vaga. Claro, tinha feito alguma coisa ligada a teatro na escola, nos Salesianos de Juazeiro e nos Salesianos de Recife. Então, fui fazer teatro e lembro que a minha estreia foi na televisão, na TV Rádio Clube. Em seguida, tive outra chance de fazer teatro na Festa da Mocidade, que acontecia numa praça, onde eu tinha que atravessar o palco puxando uma lata de goiabada. Eu até hoje não sei pra quê. Acho que era uma experiência moderna porque, se alguém fizer isso hoje, vão achar ser alguma experiência pós-moderna. Eu sei que tinha que fazer isso e eu fiz isso durante duas semanas. Então, trabalhar como ator, é sempre uma espécie de recomeço, de reinvenção, de recriação. A cada trabalho, descubro que você pode olhar pro ato de representar de forma nova e diferente, ou se não nova, pelo menos diferente. Pra ser ator, pra representar, ou seja, pra você fazer alguma coisa que de alguma maneira toque o coração das pessoas, que de alguma maneira contribua para que você promova, do ponto de vista da emoção, algum crescimento, você tem de estar permanentemente antenado. Mas, resumindo, se eu for medir o que me falta, eu diria que falta tudo.
Você sente que assim, de certa forma, é bom estar nesse patamar de excelência, mas também se sente pressionado conforme um personagem tem de ir de acordo com essa expectativa das pessoas?
JW: Não me sinto pressionado porque eu não posso, de maneira alguma, não acho que deva, colocar esse peso nas costas dos outros. Recentemente, fui fazer ‘Gabriela’. Tinha participado da primeira versão. Quando a gente fez ‘Gabriela’ (1975), vivia no Brasil sob uma ditadura militar e, ‘Gabriela’, na versão do Walter George Durst e Walter Avancini, precisava privilegiar, de alguma maneira, um símbolo qualquer, um sinal qualquer de protesto com relação à repressão sob a qual a gente vivia. O trilho de ‘Gabriela’ era muito em cima do protesto e, como na época eu me sentia muito inclinado a protestar, mas sempre na segurança de ‘vou protestar e ninguém vai me encanar’, portanto ‘tô à vontade, protestando via televisão’, que era um lugar privilegiado, eu aproveitei o meu temperamento do momento e aproveitei tudo isso para fazer o meu personagem, o Mundinho Falcão, que digamos, era o novo, entre aspas, porque era o ‘novo’ que, no correr da história, ia se adaptando, às circunstâncias de velhice que ele queria combater. 
E na nova versão, quando viveu o coronel Jesuíno ....
JW: De repente, fazia o oposto. E fiquei pensando, ‘como é que eu vou transitar nisso?’. Fiquei olhando as elevações e vendo de que maneira estava sendo conduzida a adaptação, pela cenografia, pelo figurino, pela escolha do elenco, pela maneira que a gente estava sendo dirigido etc. Então, de repente escolhi um outro caminho. Tanto naquele quanto nesse, eu sou absolutamente responsável pelas minhas escolhas. Qualquer equívoco é um equívoco que eu atribuo plena e totalmente a mim. Qualquer acerto também. É muito importante que a gente tenha a adesão do público para o qual se dirige, que o respeite, que tenha, com relação ao seu trabalho, esse compromisso de respeito e reciprocidade porque, na medida em que te admiram, você tem uma dívida enorme a pagar por essa admiração.
Jesuíno teve ótima aceitação. Começou como o vilão que matou a esposa, em nome da honra,  mas foi se redimindo porque amava aquela mulher. Foi ganhando essa dimensão humana que o público compreendia, não que aceitava. Você esperava que ele conquistasse essa empatia toda, mesmo sendo tão árido?
JW: Eu queria que as pessoas se reconhecessem nele. Se reconheceram tanto que ele passou a ser usado em ‘n’ circunstâncias, muitas vezes aparentemente de brincadeira, muitas vezes de verdade. Antes de começar a trabalhar, eu fiquei olhando o noticiário e pra minha história familiar e descobri coisas tais como “Nós do Brasil temos hoje uma lei chamada Lei Maria da Penha”. Por que existe essa lei? Porque foi necessária pra coibir um crime. Crime esse que ocorria em 1920, no interior da Bahia, no interior do Ceará e ocorre, hoje, aqui no Rio de Janeiro e em São Paulo. E, pior que isso, muitas vezes ocorre e ninguém nem se dá conta, porque as pessoas têm vergonha de publicamente reconhecer que esse tipo de coisa acontece. De um lado, investiguei isso e, por outro, a enorme capacidade que um certo tipo de formação que existia, e ainda existe e dificulta para os homens, para os machos, o exercício da ternura, do carinho, a exibição da própria fragilidade, da própria carência e assim por diante. Ainda é, por exemplo, educativo por parte das famílias dizer que “homem não chora”. Quer dizer, fui juntando uma porção de informações e achei que, independentemente de concordar ou não com aquela pessoa, com o coronel Jesuíno, era preciso que tivesse, com relação a ela, uma certa compreensão, que passava pela compreensão da própria personalidade, do seu caráter, passa por você. Quer dizer, você se reconhece naquilo. 
Mas o coronel Jesuíno também teve sua veia cômica, fazendo muito sucesso... 
JW: Evidentemente, também quis que fosse engraçado porque, se aquilo fosse pura e simplesmente a pedra bruta quebrada, talvez não atraísse a atenção. Então, também fui brincar, tentar trabalhar o lado do humor da personagem. Agora, quando eu falo esse monte de coisa, tem que dar um desconto de que a gente faz muita teoria a respeito disso ou daquilo, de representar, de se relacionar com as pessoas, mas eu não sei como é que é a ponte dessa teoria para a prática, entende? Mas eu tenho ‘n’  informações de histórias familiares que me alimentam pra esse tipo de personagem e que eu costumo usar.
A cultura nordestina e a questão da tradição ajudam na construção desses personagens...
JW: É, pode ser que tenha a ver... Eu digo o seguinte. Não vivo no Ceará desde 1963. Desde 63 que eu moro no Rio. Mas é evidente que 90% daquilo que é o meu temperamento é porque nasci no Ceará. Eu seria outra pessoa sem o Ceará. Ou, como aquela brincadeira, “você pode sair do Ceará, mas o Ceará não sai de você”. Quando os americanos chegaram à Lua, tinha um cearense lá vendendo ouro (risos).
Como você analisa a teledramaturgia contemporânea? Ainda acompanha novela?
JW: Não. É muito tarde pra mim. Não, não é só isso não, quer dizer, quando a gente está gravando, antigamente era aqui do lado da minha casa, eu descia a pé, voltava pra almoçar em casa, acabava de gravar e voltava pra casa. Eram quatro quadras da Globo. Era aqui do lado. Agora, eu gasto duas horas e meia pra chegar lá. Eu acabo de gravar por volta das 9 horas da noite. Chego em casa às 10h30, 11 horas da noite. Já acabou a novela. Não tenho saco de gravar pra assistir depois. Quando descobri o VHS, descobri que eu tinha um canal de televisão na minha casa que podia programar. Sem intervalo comercial, com os programas que queria. Minha prática com a televisão era essa. Ver os filmes que queria. E, durante um tempo, quando eu era de esquerda, não via. Porque achava, ridiculamente, imbecilmente, que a TV era veículo da ditadura, era só janela pra divulgar e esconder, de um lado as qualidades e de outro, os crimes.
Mas você já trabalhava em televisão nessa época?
JW: Já. Mas não tinha vontade de ver. Mas acho que a gente, agora, está em um momento muito legal de dramaturgia em televisão. De conviver lá dentro, acaba vendo, claro. Eu não tenho hábito de acompanhar, mas vejo. Teve uma época de ouro, que durou até meados dos anos 1980. Depois, passou por um período de readaptação, de reinvenção, com a chegada da TV a cabo, das outras mídias, dos novos sistemas, a televisão foi precisando se rearrumar. Ela passou por várias fases. O que era quando ela foi implantada no Brasil? Era rádio com imagem. A gente transportou tudo o que se fazia no rádio para a televisão. A linha de show, as novelas, os noticiários. Aí, de repente, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, ela começou a encontrar linguagem própria. Com o tempo, passou a fazer uma coisa que foi usar técnicas de cinema porque a gente passou a trabalhar com câmeras muito menores. Isso libertou a novela do confinamento em estúdio, do “caixotão de palco”, e a gente foi evoluindo.  
Wilker, se fosse para eleger um filme, um personagem, que estreou esse reconhecimento nacional, qual escolheria?
JW: ‘Dona Flor’ (filme baseado na obra de Jorge Amado, no qual interpretou o Vadinho). Preferia que fosse o Tiradentes, de ‘Os Inconfidentes’, de Joaquim Pedro de Andrade, mas foi ‘Dona Flor’, um filme que não acreditava que fosse fazer sucesso. Aliás, tinha certeza absoluta que iria ser um fracasso. Pensava que um filme erótico-espírita jamais poderia dar certo. E ‘Dona Flor’ não é um filme que projetou a gente apenas internamente; é um filme que teve repercussão no Taipei (capital de fato e maior cidade da República da China), Itália, Estados Unidos, Argentina, Japão. É um acontecimento até hoje.
Você ganhou notoriedade como crítico de cinema e tem um diferencial dos outros especialistas, que são mais acadêmicos, por se comunicar de maneira mais objetiva com o público. O fato de ser ator ajuda?
JW: Há uns anos, no Telecine, tinha um programa chamado “Cineview”, e eu era amigo da diretora do programa na época, Nice Benedicts. Um dia, a gente conversando aqui em casa – eles exibiam o Oscar – nessa época a premiação não era exibida em TV aberta – isso faz uns 15, 20 anos – e ela disse que sentia um buraco na transmissão, que era o intervalo comercial. Não tinha anunciante nos canais a cabo ainda. Aí ela me perguntou se eu não queria, por gostar de cinema, falar da cerimônia. E eu disse: “acho que vale a pena falar se a gente puder falar como a gente fala aqui, como sendo uma conversa e não uma coisa técnica. Que deve ser chato pra cacete para o telespectador”. Então, durante cinco, seis anos, fazia isso. Era como se tivesse conversando aqui em casa, na mesa do bar, com as pessoas. Nessa época, pintou de eu escrever para jornal. Ao invés de escrever de forma acadêmica, fazia como se estivesse falando em voz alta. Isso foi ficando, ficando e hoje não me sinto confortável com a coisa técnica porque acho que ela afasta, mas também me expõe porque acabo dando a cara à tapa. Já ouvi barbaridades. Quando você pega e diz que não gosta, todo mundo se sente agredido. O que é uma bobagem, eu digo, porque já li coisas a respeito do meu trabalho de uma agressividade monumental. Acho a crítica essencial, devo a minha carreira à crítica. Me sinto mais confortável quando recebo uma crítica do que um elogio. A crítica que me afeita, me promove, me provoca, me desafia. O elogio me deixa tranquilo, o meu ego alimentado, é legal, eu sou “gostoso”. Mas tem o limite. 
Como você analisa o atual cenário do cinema brasileiro? 
JW: O primeiro grande prêmio que o Brasil precisa ganhar é a adesão do seu público. Esse é o melhor prêmio que a gente merece e deve ganhar. O Oscar...não sei se é tão importante. Não muda porra nenhuma. Nosso problema era de produção. Aí, até como forma de censura, o governo resolveu que ia estimular a produção. Ele estimulou, mas não equipou o País para consumir esse produto. Então, a gente tem, nesse momento exato, 200 filmes prontos, pelo menos. E 200 filmes na prateleira, invisíveis. Nossa produção, há 30 anos, ocupava 25% de market share. Hoje, nos anos bons, chega a 10%. Em 2011 foi bom, e tivemos entre 10 e 11%. Em 2012, perdemos 4% desses dez e produzimos mais filmes que o ano anterior. Então, a gente já resolveu a questão da produção, mas não a do consumo dessa produção. O Brasil tem menos salas que Manhattan, um bairro de Nova York,  menos que a Argentina, um país de 30 milhões de habitantes. Somos 190 milhões e temos 2.400 telas. Por outro lado, a gente fala português, faz filmes em português, então, o nosso mercado é aqui. Os filmes são feitos para serem consumidos no mercado nacional. Senão, as chances dele fora são muito pequenas. A gente tem grandes problemas a serem encarados. Viramos as costas para a América Latina, que é, potencialmente, o melhor mercado pra gente trocar. O que o Brasil sabe do cinema da América Latina? Só o da Argentina e porque somos inimigos da Argentina. Então, importa para não gostar e acaba se deparando com bons filmes. Agora, o que sabemos do cinema do Chile, Peru, Venezuela, Equador, México, Caribe, do cinema em si feito em língua espanhola? Nada. Eles não chegam aqui.
Como avalia a qualidade do cinema brasileiro?
JW: Muito boa. A gente está fazendo filmes muito bons. Do ponto de vista técnico, há filmes tão bons quanto de qualquer outro país. Até porque a técnica não é mais propriedade de nenhum país. O que usa no Brasil é o mesmo que os caras usam em Hollywood. Eles só têm mais dinheiro. 
Que diretores brasileiros têm feito um trabalho interessante?
JW: O Breno Silveira, o Wagner Assis, o Beto Brant, o Cacá Diegues, o Bruno Barreto, o pessoal de Recife, o Kleber Mendonça Filho, que fez um belíssimo filme, ‘O Som ao Redor’, não um filme para multidões, mas um belo de um filme que honra qualquer cinema do mundo. Tatá Werneck, Tatá Amaral, Sandra Werneck, pô não dá pra citar, teria que citar cem nomes. O Brasil, nos últimos anos, lançou mais de 150 novos diretores, e todos eles muito talentosos, formados em boas escolas de cinema. Tem uma gente muito boa, do ponto de vista técnico. De repente, a gente se dá o luxo de exportar fotógrafos. A gente não tem é dinheiro. Não tem dinheiro porque não tem mercado.  O Brasil tem filmes, não tem cinema ainda. 
Você tem a curiosidade de acompanhar o que está sendo criado no cinema nordestino?
JW: Sim, sim. O Karim Aïnouz (cearense) é um cara que eu acompanho desde o primeiro filme dele. Eu estava em Cannes quando ele o exibiu. É uma das minhas tristezas até hoje não ter feito um filme com ele. Lembro em parte o que foi o ‘Madame Satã’. Que maneira de filmar especial. Agora, estou querendo fazer um trabalho, já escrevi, mas é meio iconoclasta a minha leitura da história do Juazeiro. Não sei quando vou fazer. Quero fazer no cinema. É centrado no beato José Lourenço, que foi para o Caldeirão. Uma coisa terrível. Pouca gente sabe disso. Só há a referência em um livro, de Rui Facó, o ‘Cangaceiros e fanáticos’, no qual conta como liquidaram com o Caldeirão. Há a história do boi santo também. E a primeira peça que fiz aqui e abriu a minha carreira no Rio foi uma peça sobre Juazeiro do Norte, ‘O som dos penitentes’. Estava desempregado e li que ia ter uma peça sobre o Juazeiro. Me candidatei. Pensei: “ninguém conhece mais o assunto que eu”. Mentira. Fui aceito para fazer uma ponta como assistente de direção. Foi quando comecei a sobreviver de teatro aqui.
Apesar de ter saído há bastante tempo do Ceará, ainda tem algum costume regional? 
JW: Meu costume permanentemente está ligado à alimentação. Aqui em casa a gente tem, pelo menos, uma vez por mês, um baião de dois, que é uma coisa que a minha mãe fazia e da qual não abro mão. Baião de dois com queijo de coalho e uma carne de sol, não dá pra não ter. Por que eu leio? Porque aprendi a ler em Juazeiro, com o meu tio professor de Português. A minha curiosidade pelo mundo é uma curiosidade que é cearense. O melhor restaurante de comida vietnamita de Paris é dirigido por um cearense, que faz a melhor sopa de pequi do mundo. Na China,  depois de ficar uma semana comendo pato, fui a um catálogo telefônico e vi “brazilian cuisin”. Aí, liguei e falei: “alô”. Era um cearense que estava lá, na única churrascaria de Pequim. Sócio de um alemão. Uma mistura maluca. O alemão criava os bois, e o cearense administrava a churrascaria.  Era muito ruim a churrascaria, mas estava indo muito bem. 
E sua relação com Juazeiro?
JW: Quando morava lá, não tinha luz elétrica durante uma época, que eu me lembre. Depois, a luz funcionava por um período de duas horas por noite. Tinha um negócio chamado, Centro Regional de Publicidade. Havia uns alto-falantes pela cidade, uns quatro ou cinco. Um locutor anunciava o comércio local e tinha o momento em que tinha música “de mim para você”, “eu ofereço essa canção”, aquela coisa. E era um mundo que me fascinava. Isso era um lado. De outro lado, tinha a casa das minhas tias – a minha mãe, meu pai e meus irmãos já moravam em Recife – eu ia e voltava várias vezes. Hoje, vou muito pouco ao Ceará. Porque não dá tempo. Férias de ator é desemprego.  Meu apego à leitura, à música, à magia (em Juazeiro tem essa mística especial), vem do Ceará. Eu via aquelas pessoas que passavam na frente da minha casa, deixando um rastro de sangue, pois estavam vindo de joelhos desde de não sei onde, pagando promessa. Achava uma coisa absurda. Na Semana Santa, a gente era confinado à noite, porque havia uns penitentes que se flagelavam nas ruas, com capuz, tipo ‘Ku Klux Klan’.  Afora isso, eu, pra me vingar, de ter que ceder a minha cama, durante as romarias para os romeiros, vendia pedaços de roupas de luto das minhas tias como relíquia da batina do padre (Padre Cícero). Deve estar fazendo milagre até hoje por aí. Tem toda uma história que é fascinante. Meu gosto, meu olhar pra arte, aprendi lá.  
Você acha importante esse processo de viver em vários lugares ao mesmo tempo em que preserva suas raízes?
JW: Tem que ter uma base. Só a partir dela  se constrói o resto. Se eu não tivesse tido os bons professores que tive de Francês, de Português, de História, de Desenho, em Juazeiro, eu dificilmente teria evoluído para algum lugar. Não estou dizendo com isso que eu evoluí pra algo genial. Não. Eu só evoluí um pouquinho. Mas eu tive um professor de Francês, que me chamou a atenção, pra todo o Romantismo Francês de Voltaire, Diderot, Descartes, Chateaubriand. Quando fui morar em Paris, eu sabia falar, não o francês do cotidiano, que só vivendo lá que se aprende, mas eu me entendia. E foi lá, em Juazeiro, que minha curiosidade em relação à História me foi despertada por um professor de História bom que eu tinha. Da mesma forma que o Desenho. A Matemática. Eu tinha um professor que era um padre polonês, nos Salesianos, que me chamou a atenção pra Matemática de um jeito que não é aquele que faz as pessoas odiarem a Matemática. Eu passei a gostar de Equação do 2º grau, Números Complexos, com os caras. Coisa fascinante.
E neste ano, você está gravando um programa para o Canal Brasil?
JW: É um programa de entrevistas com atores. Estou de férias da TV, da Rede Globo, por enquanto. E comecei a  dirigir uma peça chamada ‘Rain Man’, adaptação para o teatro do filme com o Dustin Hoffman e o Tom Cruise. Depois, vou fazer, no segundo semestre, Virginia Woolf no teatro. Nesse meio-tempo, tenho que lançar o meu filme em abril, ‘Giovanni Improtta’ (o qual é diretor) e tem mais um monte de coisas aí. É aquela coisa de acasos. Como não tem aquela indústria, a gente nunca tem certeza do que a gente vai poder fazer. Tenho certeza dessas duas, três coisas porque isso já foi captado. A gente já tem teatro, elenco, já pagou tudo, então a gente vai fazer. Mas eu quero filmar esse filme sobre Juazeiro, não sei quando vou poder. Depois do ‘Improtta’, fiz três filmes. ‘Os Velhos Marinheiros’, ‘A Casa da Mãe Joana 2’, com o Hugo Carvana, ‘Isolados’ (de Tomás Portella). Esses não têm previsão de estreia. Ah, participei também de ‘A Hora e a Vez de Augusto Matraga’, em que fiz o papel de Joãozinho Bem-Bem. Ele foi premiado no Festival do Rio 2011.
Você já fez vários personagens que marcaram, mas, se você pudesse, riscaria da sua lista algum personagem que se arrependeu de ter feito?
JW: Não, não. Eu posso contar nos dedos de uma mão as coisas que eu fiz que são ruins. Mas eu nego que fiz. Eu tive muita sorte. Eu acho que tem umas três, quatro coisas que fiz muito mal, muito mesmo. Tem umas novelas que fiz mal, mas eu nego que fiz (risos).
Quem é o homem por trás do artista? Como você se definiria?
JW: Eu tenho um olhar pra vida muito irônico, muito debochado. Não me levo muito a sério. Não consigo brigar com ninguém. Dificilmente me irrito. Eu gosto de me divertir, ser feliz. É uma coisa que talvez tenha herdado da minha mãe. Ela  dizia assim: “eu tive seis filhos e apontava pra mim e falava: o único esquisito é esse”. E o meu pai, que nunca tinha me visto fazer nada,  foi me ver fazer uma peça de teatro no Centro de Convenções, em Olinda. Um troço enorme, cinco mil pessoas. Quando terminou o espetáculo, falei assim: “quero dedicar o espetáculo de hoje a uma figura muito importante que está aqui presente, o meu pai”. Pedi pra ele levantar, ele levantou. O pessoal aplaudiu muito. Aí, ele foi no camarim e me falou a seguinte frase: “tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas, me diga uma coisa: quando é que você vai tomar vergonha na cara e começar a trabalhar?”. Então, não tenho com o que me preocupar. Eu sei de onde eu vim, entendeu? Muitos colegas meus, de escola, dizem que Deus é injusto porque não deu pra eles a mesma coisa que deu pra mim. Mas Ele não me deu nada. Essas coisas a gente vai ganhando com o trabalho, com o empenho, a autocrítica ou com o teu desapego. Sem pretensão. Quando você, de repente, começa a se achar melhor  que os outros, não dá certo. Nós somos todos iguais.  Temos a obrigação de encontrar uma forma de ser feliz. Sendo que, com isso, a gente não deve abusar do espaço de ninguém. O teu espaço é sagrado e você vai ser feliz com ele assim. 
Créditos:
Entrevista por Juliana Colares
Fotos Gustavo Pellizzon

Diário do Nordeste

Rogério Ceni confirma aposentadoria do futebol

Ceni em treino no CT Tricolor (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
A onda de jogadores se aposentando parece ter chegado ao Morumbi. Um dos maiores ídolos do São Paulo, o goleiro Rogério Ceni anunciou que vai pendurar as chuteiras ao final desta temporada. O jogador, que completou 41 anos em 22 de janeiro, afirmou estar se sentindo bem, melhor até que no ano passado, mas os resultados da equipe continuam na “mesmice”.

“No fim do ano vou parar mesmo. Não vou postergar. É meu último ano como atleta de futebol”, resumiu Ceni, que tem contrato até o final do ano com o Tricolor e que passou todo o ano de 2013 cogitando abandonar o futebol – pelo menos dentro das quatro linhas.

Em algumas entrevistas no ano passado ele dava a entender que encerraria a carreira. Em outras se mostrava empolgado, especialmente após a vitória por 4 a 3 sobre a Universidad Católica do Chile, pela Copa Sul-americana quando foi o grande destaque com defesas incríveis.

“Honestamente, estou me sentindo melhor do que no primeiro semestre de 2014 do que no de 2013, se você olhar em gols sofridos. Em resultado, como equipe, não saí da mesmice do ano passado. Foi meu ano mais difícil, mesmo de quando era garoto, que não tinha dinheiro para comer algo. O lado emocional foi muito pesado. Espero que tenhamos um caminho diferente em 2014. Eu me sinto bem, com algumas dores que fazem parte do dia a dia”, acrescentou.

Robson Roque
Agência Miséria

José Wilker queria fazer uma peça sobre sua infância em Juazeiro do Norte, diz amigo

O ator José Wilker, de 66 anos, morreu esta manhã em sua casa no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
José Wilker, 66, morto na manhã deste sábado (5), teve uma vida ligada à arte desde muito cedo. Na cidade cearense de Juazeiro do Norte, onde nasceu, as lembranças são de um menino que desde a infância demonstrava talento em interpretações artísticas e gosto pela literatura.

E são essas memórias da infância em uma cidade famosa por ser berço do líder religioso Padre Cícero (1844-1944) que José Wilker queria ver traduzido para os palcos do teatro, segundo o juiz aposentado Sávio Leite Pereira, 70, amigo de infância do artista.

Ainda abalado com a morte repentina do ator - disse ter recebido a informação em consultório médico, quando fazia exames de rotina -, Pereira conta do antigo sonho que Wilker não chegou a pôr em prática.

"No último encontro que tivemos (em 2002), ele me contou que queria fazer uma peça sobre sua infância em Juazeiro do Norte. Contar a história mística e religiosa da cidade. José Wilker não poderia ter morrido sem realizar esse projeto. É uma pena", disse, emocionado.

Os amigos estudaram e cresceram juntos, até serem separados pela distância

O juiz aposentado conviveu com o ator desde quando Wilker tinha 6 anos. Na época ambos estudavam juntos no colégio Salesiano, onde, segundo Pereira, se tornaram melhores amigosnos anos seguintes.

Ele se recorda de dois episódios em que Juazeiro do Norte ficou espantada com o talentode Wilker. "Quando ele tinha 11 anos, declamou uma poesia de Castro Alves com tamanha veemência que nem parecia um menino recitando", conta o juiz.

Um ano depois, nova surpresa. "Ele interpretou uma peça religiosa no colégio e virou comentário na cidade. As pessoas no outro dia só falavam: ´Você viu como Wilker é bom artista?´ Eu também participei desta peça, mas era apenas um ator medíocre", relembra.

Em 1959, veio a distância entre os dois. Com o término do ginásio, Wilker se mudou para Recife para ficar junto dos pais (ele vivia em Juazeiro do Norte com as tias). Pereira foi para Fortaleza, onde se formaria em Direito.

Pereira seguiu admirando o amigo de infância à distância, pelas novelas e filmes. Os dois se reencontraram em 2002, após Pereira participar de um quadro "Arquivo Confidencial" do programa Domingão do Faustão (da TV Globo). "Engraçado que depois de tanto tempo longe, parecíamos os mesmos amigos dos tempos de esconde-esconde e do Clube da Juventude".

Folhapress 

'Minha candidatura nunca dependeu da decisão de Cid', diz Eunício Oliveira


O senador Eunicio Oliveira (PMDB-CE) disse que, mesmo com a decisão do governador do Ceará, Cid Gomes, de permanecer no cargo, manterá sua candidatura ao governo do Estado. “Não mudei nada. Minha candidatura nunca dependeu da decisão de Cid”, disse o senador, após o anúncio feito pelo grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes, nesta sexta-feira, de que Cid ficará no mandato até o fim do  “Como se diz aqui no Ceará, estou que nem Aroeira, firme e forte”, declarou.
Eunício disse ainda que espera contar com o PT em sua chapa, mas que ainda não conversou com o deputado José Guimarães, que preside o PT local, sobre o assunto. “Da mesma forma que a presidente Dilma é próxima deles, também é próxima a mim”, disse.
A decisão de Cid frustrou a tentativa de Eunício Oliveira de compor uma chapa ampla com PMDB, PT e PROS em torno de sua candidatura ao governo do Estado. Nesta aliança, a vaga ao Senado chegou a ser oferecida ao ex-ministro Ciro Gomes, mas para que a candidatura se efetivasse seria necessária a renúncia de Cid, o que não ocorreu, contrariando todas as expectativas. Há uma semana, próprio Cid declarou a possibilidade de renunciar para dar oportunidade legal ao irmão de se candidatar.
A renúncia de Cid aponta agora para um projeto de candidatura própria do PROS ao governo do Ceará. Um dos possíveis candidatos a ser lançado pelo grupo é o ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino. A alegação dos irmãos Gomes para não deixar o governo é de que o vice de Cid, Domingo Filho (PROS) não aceitou a proposta feita pelo grupo de também renunciar o que acabou atrapalhando toda negociação.
A intenção de Cid seria deixar o governo nas mãos do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque (PRIS), aliado mais antigo e segundo na linha sucessória.
Guimarães, por sua vez, disse que a renúncia confirma a tese do PT de que ele será o candidato ao Senado, mas disse que continuará buscando uma aliança com Eunício. “Eles (Cid e Ciro) não decidiram ainda se vão brigar ou se estarão juntos”, argumentou. A probabilidade, no entanto, é de que o PT se alinhe mais ao projeto do PROS.
 iG

Morre no Rio de Janeiro o ator Cearense José Wilker

Ficheiro:Josewilker10082006.jpg
O ator José Wilker morreu na manhã deste sábado, 5, no Rio de Janeiro, informou o colunista Ancelmo Gois, do jornal "O Globo". Ainda de acordo com o jornal a suspeita da causa da morte é infarto, mas ainda não há informações oficiais.


Por Ancelmo Gois, do jornal 'O Globo



Eunício Oliveira diz que PMDB irá ratear Senado, suplência e vice no Governo com aliados

foto eunício verdinha
O pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado, Eunício Oliveira, disse neste sábado (5) que o PMDB somente ocupará a cabeça na chapa majoritária no Ceará nas eleições de outubro próximo. Segundo Eunício, a vice no Governo, a vaga ao Senado e as duas suplências estarão à disposição dos aliados. Ele foi entrevistado pelo radialista Evandro Nogueira, na Verdinha 810.
Segundo o pré-candidato, o partido estará aberto a conversações com o PROS até o dia 30 deste mês, mas ressaltou que, enquanto isso, o PMDB poderá abrir diálogo com o PSDB e o PR, opositores ao Governo Cid. “O Ciro (Gomes) disse que é importante um governador com boa relação junto ao Governo Federal. Sou amigo da presidente Dilma e do Lula. Além disso, a maior parte dos recursos destinados ao Ceará teve a minha relatoria ou a minha articulação”, comentou Eunício, ao afirmar que se enquadra no perfil do candidato desejado pelos irmãos Ferreira Gomes.
Em caso de rompimento com o governador Cid Gomes, Eunício Oliveira diz não acreditar que a presidente Dilma faria oposição ao PMDB. “O PT sabe que o PMDB é fundamental na reeleição da presidente Dilma. No plano nacional, Dilma e Lula contam com o PMDB. Sem o PMDB não há governabilidade”, ressaltou Eunício.
Como relator da CPI da Petrobras, no Senado, Eunício disse que já conversou com a presidente Dilma Rousseff e a informou que o seu parecer é favorável à instalação da comissão. “A presidente também entende que isso é parte do processo democrático”, afirmou Eunício, que apresentará o relatório na terça-feira (8).
Eliomar de Lima

Teste de DNA sugere que esposa de Hitler pode ter tido origem judaica

Eva Braun com Hitler (Foto: INP/AFP)Eva Braun com Hitler (Foto: INP/AFP)
Eva Braun, a esposa de Adolf Hitler, pode ter tido origens judaicas, segundo novas análises de DNA realizadas para um documentário que será transmitido na quarta-feira (9) pelo canal britânico Channel 4.
A tese se apoia na análise de cabelos provenientes de uma escova encontrada em Berghof, a residência de Hitler na Baviera, onde Eva Braun passou a maior parte do tempo durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos cabelos, os pesquisadores encontraram uma sequência específica de DNA "fortemente associada" aos judeus asquenazes, que representam aproximadamente 80% da população judaica.
Na Alemanha, muitos judeus asquenazes se converteram ao catolicismo no século XIX.
'Descobrta Impressionante'
"É uma descoberta impressionante. Jamais teria imaginado ver um resultado potencialmente tão extraordinário", comentou Mark Evans, o apresentador do programa "The Dead Famous DNA" (o DNA de famosos mortos) no Channel 4.

Segundo os produtores do documentário, tudo indica que os cabelos analisados são provenientes de Eva Braun. O único meio de garantir formalmente seria compará-los com o DNA de um de seus dois descendentes vivos, mas eles se negaram a se submeter à análise.
Eva Braun foi amante de Hitler durante muitos anos. Eles se casaram no dia 29 de abril de 1945, na véspera do suicídio de ambos no bunker do ditador nazista em Berlim.
Da France Presse

Laranja de quase dois quilos e sem semente chama atenção no Tocantins

Laranja gigante chega a quase dois quilos (Foto: Maria Aparecida dos Santos/VC no G1)Laranja gigante chega a quase dois quilos
(Foto: Maria Aparecida dos Santos/VC no G1)
Uma laranjeira que produz frutos gigantes tem chamado a atenção dos moradores de Miracema do Tocantins e de outras pessoas que têm a oportunidade de conhecer as laranjas, que chegam a pesar dois quilos. O pé foi plantado em 1993 pela mãe do pescador Bento Cardoso da Silva, na rua Zeca Pereira, no bairro Santa Filomena.
“Consegui a semente em Luziânia (GO), plantei em uma lata de 18 litros com terra preta. Deram dois pés, minha mãe tirou da lata e plantou, só um viveu”, conta, lembrando que a laranja, encontrada em 1993, só tinham quatro sementes.
Ele resolveu pegar as sementes porque o pé de laranja lembrou um que existia na fazenda que ele morava quando criança. "Tinha um, mas não era tão grande e, na época, a gente não ligava.”
Bento conta que, quando a laranjeira carrega muito, é preciso retirar os frutos para não quebrarem os galhos. Ele diz que nunca viu outro pé igual, porque é raro ver sementes nas laranjas. Uma irmã conseguiu plantar um em Bonfinópolis (GO), mas ainda não floresceu.
Hoje morando em Palmascomo pescador, Bento ressalta que a laranjeira fica aos cuidados do irmão. Eles não comercializam os frutos, utilizam fazendo doce e comendo o miolo com açúcar. “Quando as pessoas veem, querem saber onde arrumamos. Isso é gratificante.”
Nota da redação - A engenheira agrônoma do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Milene Mendonça, diz que existem variedades de frutos e que alguns podem ser grandes. "Pode não ser uma anomalia e sim uma espécie." Ela diz ainda que para garantir que uma outra laranjeira possua todas as características da plantada por Bento, é preciso fazer uma reprodução assexuada [sem cruzamento]."Se só uma sobreviveu pode ser que ela já fez uma seleção natural."
Internauta, Palmas, TO

Consumir dois refrigerantes diet por dia aumenta risco de problemas cardiovasculares em mulheres, revela estudo

Consumir dois refrigerantes diet por dia aumenta risco de problemas cardiovasculares em mulheres, revela estudo Júlio Cordeiro/Agencia RBS
Desenvolvimento de várias doenças atingiu de 6% a 8% das participantesFoto: Júlio Cordeiro / Agencia RBS
Mulheres saudáveis no período pós-menopausa que bebem dois ou mais refrigerantes diet por dia podem ser mais propensas a ter um ataque cardíaco, AVC ou outros problemas cardiovasculares, segundo um estudo apresentado no American College.
Em comparação com mulheres que nunca ou raramente as consomem, aqueles que ingeriam duas ou mais bebidas por dia tinham 30% mais chance de sofrer um evento cardiovascular e 50% mais probabilidade de morrer de doenças relacionadas. Pesquisadores analisaram a relação entre o consumo de refrigerantes dietéticos e os fatores de risco cardiovascular de 59.614 participantes.
— Nossos resultados mostram a existência de uma associação entre bebidas dietéticas e síndrome metabólica. Estávamos interessados no tema porque havia uma relativa falta de dados sobre o assunto — afirma o cientista Ankur Vyas da Universidade de Iowa.
As informações sobre o consumo feminino de refrigerantes dietéticos foram obtidas através de questionários que perguntavam a respeito dos hábitos alimentares e da ingestão desse tipo de bebida no último trimestre. A equipe dividiu as mulheres em quatro grupos baseados na quantidade ingerida: dois ou mais refrigerantes diet por dia, de 5 a 7 bebidas dietéticas por semana, de uma a 4 por semana, e zero a três bebidas dietéticas por mês.
Após oito anos de acompanhamento, o desenvolvimento primário de uma série de patologias — doença incidente coronária, insuficiência cardíaca congestiva, ataque cardíaco, procedimento de revascularização coronária, acidente vascular cerebral isquêmico, doença arterial periférica e morte cardiovascular — ocorreu em 8,5% das mulheres que consumiam dois ou mais refrigerantes diet por dia, em comparação com 6,9% naquelas que ingeriam cinco a sete bebidas por semana, 6,8% para as que ingeriam de uma a quatro bebidas por semana, e 7,2% no grupo classificado entre zero a três refrigerantes por mês.
A associação persistiu mesmo depois que os pesquisadores ajustaram os dados para explicar as características demográficas e outros fatores de risco cardiovasculares, incluindo índice de massa corporal, tabagismo, uso de terapia hormonal, atividade física, consumo de sal, diabetes, hipertensão, colesterol elevado e ingestão de bebidas adoçadas. As mulheres que consumiam dois ou mais refrigerantes diet por dia eram mais jovens, mais propensas a ser fumantes e tiveram uma maior prevalência de diabetes, hipertensão arterial e índice de massa corporal.
— Com base nesse estudo, ainda é muito cedo para incentivar as pessoas a mudar seu comportamento. No entanto, temos a responsabilidade de fazer mais pesquisas para ver o que está acontecendo e ainda definir a relação existente entre os fatores, se é que ela realmente existe. Isso pode ter grandes implicações para a saúde pública — enfatiza Vyas.
Vyas adverte que este estudo em particular só se aplica às mulheres na pós-menopausa. A idade média analisada durante a pesquisa foi de 62,8 anos. Para serem incluídas como voluntários, as mulheres não deveriam ter histórico de doença cardiovascular na família e permanecer vivas durante 60 ou mais dias após a de coleta dos dados.
Zero Hora

Sete governadores renunciam aos mandatos em razão das eleições 2014.

Eduardo Campos deixa governo de Pernambuco para concorrer à presidência (Foto: Divulgação)
Sete governadores renunciaram aos mandatos até esta sexta-feira (4) para concorrer a outros cargos nas eleições deste ano. Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Omar Aziz (PSB-AM), Wilson Martins (PSB-PI) e José de Anchieta Júnior (PSDB-RR) devem disputar o Senado. Eduardo Campos (PSB-PE) é pré-candidato à Presidência da República. Siqueira Campos (PSDB-TO) deixou o mandato para permitir ao filho disputar o governo estadual.

Não precisam deixar o cargo aqueles governadores que tentarão a reeleição ou aqueles que pretendem terminar o mandato sem concorrer no dia 5 de outubro. Devem buscar a reeleição Tião Viana (PT-AC), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Agnelo Queiroz (PT-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Marconi Perillo (PSDB-GO), Simão Jatene (PSDB-PA), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Beto Richa (PSDB-PR), Tarso Genro (PT-RS), Confúcio Moura (PMDB-RO), Raimundo Colombo (DEM-SC), Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Jackson Barreto (PMDB-SE).

Permanecerão no cargo até o fim do mandato os governadores de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB-AL); Jaques Wagner (PT-BA), Cid Gomes (PROS-CE), Roseana Sarney (PMDB-MA), Silval Barbosa (PMDB-MT) e André Puccinelli (PMDB-MS).

O prazo para os governadores que pretendem disputar eleições deixem os mandatos termina neste sábado (5), seis meses antes do pleito. O mesmo prazo de "desincompatibilização" também vale para juízes, secretários estaduais, ministros, membros de tribunais de contas e dirigentes de estatais e órgãos públicos, conforme calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Até esta sexta (4) havia expectativa da renúncia de Cid Gomes (PROS), mas ele no fim da tarde ele anunciou que permanecerá no governo do Ceará. Roseana Sarney (PMDB), que cogitava renúncia, também anunciou nesta sexta que permanecerá no governo do Maranhão até o fim do mandato.

Veja abaixo quem assume em cada um dos estados:

Rio de Janeiro

O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) assume o governo a partir desta sexta-feira (4) e deve disputar a eleição para governador, em outubro. Prefeito por dois mandatos em Piraí (Sul Fluminense), Pezão foi eleito vice de Cabral em 2006, assumindo também a Secretaria de Obras, mas deixou o posto em setembro do mesmo ano para maior dedicação ao governo.

Pernambuco

Assumirá o governo nesta sexta o vice João Lyra Neto (PSB), que também deve dar posse a um novo secretariado no estado. Empresário do setor de transportes, Lyra Neto foi eleito vice ao lado de Campos em 2007. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Saúde e mais tarde coordenou projetos na Segurança e na Educação.

Minas Gerais

Toma posse no governo o vice Alberto Pinto Coelho (PP). Antes de ser eleito vice-governador de Anastasia, em 2010, foi deputado estadual por quatro mandatos na Assembleia Legislativa, que presidiu entre 2007 e 2009. Com carreira em cargos de gestão em estatais do estado, ele atualmente preside o PP em Minas.

Amazonas

Assume o governo o vice José Melo (PROS), eleito com Aziz em 2010. Economista e professor, participou desde os anos 1990 de várias administrações no estado, como secretário nas áreas de Educação, Cultura, Desenvolvimento Agrário, Interior. Também presidiu a Sociedade de Navegação Portos e Hidrovias.

Piauí

Assume o governo o vice José Filho (PMDB), que deverá compor um novo secretariado para o estado. Empresário e industrial, atualmente preside Federação das Indústrias do Piauí e participa da direção do Sesi e do Senai no estado. Antes de ser eleito vice em 2010, foi vereador, prefeito e deputado estadual por dois mandatos.

Roraima

O governo ficará com o vice Chico Rodrigues (PSB), eleito em 2010 com Anchieta Júnior. Engenheiro agrônomo, foi secretário estadual e depois vereador em Boa Vista. Foi eleito deputado federal em cinco mandatos. Antes de se filiar ao PSB em 2012, passou pelo DEM, pelo qual foi eleito vice-governador, e pelo PMDB.

Tocantins

Com a renúncia do governador Siqueira Campos (PSDB) e do vice João Oliveira (DEM), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Sandoval Cardoso (SDD), assume o governo do Tocantins. Siqueira Campos deixou o mandato para que seu filho, Eduardo Siqueira Campos (PTB), seja candidato ao governo estadual.


Agência Miséria
G1 

Por estadual 'perfeito', Fortaleza quer superar dificuldades para garantir título

Fortaleza, Icasa, edinho (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria de Comunicação)Edinho é um dos destaques do time (Foto: Normando Sóracles/Ag. Miséria de Comunicação)
Líder da primeira fase e líder do hexagonal final do Campeonato Cearense. Em 26 jogos, foram 18 vitórias, sete empates e apenas uma derrota para o melhor ataque do país com 69 gols. Uma campanha praticamente perfeita. No entanto, para o Fortaleza, o sucesso só será consumado após a conquista to título estadual.
Vice-presidente do clube, Daniel Frota falou ao GloboEsporte.com/ce sobre a caminhada leonina até as semifinais do cearense. Ele apontou as dificuldades, mas garantiu que a garra do Leão será a mais forte na busca pelo objetivo maior, traçado desde o começo da temporada.

- Nosso principal objetivo era chegar às finais. Estamos no caminho certo. Depois disso, nosso campeão será ser campeão. Vamos garantir participação na Copa do Nordeste no ano que vem e depois colher os frutos do nosso trabalho. Mas para isso precisamos passar do Icasa - afirmou o vice-presidente do clube, Daniel Frota.


Para o dirigente, a liderança não é um fardo. É a premiação pelo bom trabalho feito até aqui. Ele observa que não há pressão nenhuma sobre os atletas do Leão por terem encerrado as duas primeiras fases em primeiro lugar. Daniel Frota ainda aproveitou para alfinetar os críticos.
- Buscamos essa liderança durante todo o campeonato e deu certo. Ela não atrapalha em nada. Só prova que estamos no caminho certo. Depois da primeira fase, seguramos no hexagonal e provamos para os 'profetas' que diziam que o Fortaleza não chegaria longe que temos condições, mesmo com todas as dificuldades - alfinetou.

Mas não se engane. A vida do Leão do Pici não foi fácil até aqui. Para o dirigente tricolor, a pior fase até pode ter passado, mas está rendendo dores de cabeça ao treinador Marcelo Chamusca na reta final da competição.

- A parte mais difícil foi a primeira fase, quando jogávamos quase todo dia. Teve momentos que fizemos jogos alternados na região sul do estado, diferente dos outros times. Além das próprias dificuldades financeiras por conta da não participação na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste - pontuou.
Fortaleza comemoração Campeonato Cearense Agenorzão (Foto: Honório Barbosa/Agência Diário)Leão está familiarizado com as vitórias nesta temporada. Já foram 18 em 26 jogos (Foto: Honório Barbosa/Agência Diário)
Lesões, vírus e merecimento

O duelo contra o Verdão do Cariri no primeiro jogo da semifinal está marcado para domingo (6), às 16 horas no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte. Mesmo com a liderança desde o início da competição, o Leão não quer saber de favoritismo. E não há história de escolher adversário. Um a um, o Fortaleza quer fazer a sua parte e chegar ao título estadual.

- Nosso principal adversário agora se chama Icasa, porque é o próximo. É um time de Série B e temos que ter muito cuidado com eles. Toda atenção é pouca. O time estava desacreditado e ressurgiu das cinzas. Está renovado, tem um time de qualidade. Não podemos perder a concentração. Temos que repetir nossas boas atuações para avançar - afirmou.

Fortaleza, Guarani de Juazeiro, Campeonato Cearense (Foto: Kiko Silva/Agência Diário)Robert (esq.) é o artilheiro do time com 19 gols na temporada (Foto: Kiko Silva/Agência Diário)
Após um longo campeonato, as lesões começaram a aparecer. Uma virose atingiu quatro jogadores do elenco leonino e outros quatro foram entregues ao Departamento Médico do clube, lesionados. No entanto, para Daniel Frota, não há vírus ou lesões que atrapalhem o desempenho do Tricolor até o final do certame.

- É um vírus que ninguém enxerga, esse da gripe. Mas fomos submetidos a um vírus pior, que foi a forma de jogar de maneira desumana e irracional. Claro que em uma temporada longa, os atletas começam a sentir dores musculares, lesões, mas isso não vai nos atrapalhar de alcançarmos o nosso objetivo.
Marcelo Chamusca comanda treino no Pici (Foto: Divulgação/Fortaleza EC)Marcelo Chamusca é o comandante do elenco leonino (Foto: Divulgação/Fortaleza EC)
A única derrota até agora foi para o rival Ceará no segundo Clássico-Rei do ano. Se há 'hora certa' para perder, Daniel Frota rebate, até porque o resultado tirou apenas a invencibilidade tricolor na temporada, mas não a liderança do campeonato.

- Não tem hora certa para perder. Tem derrota que vem na hora certa. E essa para o Ceará não influenciou em nada na nossa posição na tabela - refutou.

Por fim, para o dirigente, o Fortaleza realmente merece o título estadual. Não só pela liderança contínua, mas pela garra do elenco, reforçada na primeira fase que, segundo o próprio Daniel, foi a mais pesada para o Leão.

- Merecemos o título porque planejamos isso desde o começo. Tivemos um índice de acerto muito bom nas contratações e na própria comissão técnica. Muita gente não acreditava no Fortaleza, mas nós provamos que estamos aí. Fomos submetidos a uma fórmula desumana de jogar, mas superamos. Por conta desse vigor, dessa garra e da superação do time, acho que merecemos ser campeões cearenses - concluiu.
Por Fortaleza, CE