30 de abril de 2014

Em reunião com Aécio, Roberto Pessoa diz que disputa governo caso Tasso saia ao Senado

Pessoa condiciona possível palanque para Aécio a confirmação de Tasso na disputa


Em meio a indefinições na base de Dilma Rousseff (PT) no Ceará, começou a avançar nesta terça-feira, 29, formação dopalanque de Aécio Neves (PSDB) no Estado. Pela tarde, o pré-candidato tucano se reuniu com o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), a quem convidou para disputar o governo do Ceará em chapa com ele. O ex-prefeito aceitou a proposta, na condição que Tasso Jereissati (PSDB) confirme disputar Senado.


“Aceitei o convite, mas reafirmei que só bato o martelo quando o Tasso disser de vez que é senador. Isso porque ele já deu sinalização boa, mas não bateu o martelo”, disse Roberto Pessoa. Segundo ele, lideranças do partido, incluindo o ex-governador Lúcio Alcântara, devem se unir até a próxima terça-feira para fechar posição de apoio ao senador mineiro.

O ex-prefeito de Maracanaú destaca ainda que esteve com o presidente nacional do PR, Alfredo Nascimento (AM), que liberou a Executiva do partido no Ceará para fazer coligação com o PSDB. Apesar da posição cearense de oposição, o PR deve apoiar o PT de Dilma Rousseff nacionalmente.


“O Alfredo repetiu que temos toda a autonomia para fazermos a chapa que for melhor para nós. Nosso compromisso com o partido é fazer boa performance no pleito que se avizinha”, diz. Roberto Pessoa destaca ainda que, entre demais partidos do Estado, o PR é um dos “mais avançados” na composição de chapas.

Chapa de oposição

Desafeto de longa data dos irmãos Cid e Ciro Gomes (Pros), Roberto Pessoa vem afirmando que, diferente de uma possível candidatura de Eunício Oliveira (PMDB), entrará na disputa com “projeto e discurso” de oposição. A diferença decorre, reforça, do fato de que o PR não participa do governo cidista.

Rivalidade entre Pessoa e os Ferreira Gomes já proporcionou episódios polêmicos: durante a eleição de 2012, o ex-prefeito reagiu em carta a críticas feitas por Ciro Gomes durante comício em Maracanaú. No documento, Roberto Pessoa chega a chamar o secretário de Saúde de “vagabundo”, “pescoção” e “mentiroso”, além de insinuar uso de drogas por Ciro.


com informações do radialista Amaury Alencar
O POVO 

Recado de Cid aumenta pressão sobre Eunício Oliveira

A um dia do fim do prazo estipulado pelo PMDB para que o governador Cid Gomes (Pros) decida se apoiará ou não a candidatura de Eunício Oliveira ao Governo, aumentou a pressão sobre o senador depois de Cid declarar ao O POVO, com exclusividade, que “nem o Eunício me deve nem eu devo nada a ele”.

“Se o Eunício está com a candidatura irreversível e o Cid coloca que o candidato dele não está definido, é porque não é o Eunício. O recado foi bem claro”, disse ontem o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).

O quase oficial rompimento pode implicar a entrega dos cargos que o PMDB tem no governo, como já vem sendo defendido por gente do partido de Cid, a exemplo do deputado federal Edson Silva (CE), e por correligionários de Eunício.

Rumos diferentes

Presidente do PMDB no Ceará, Eunício indicou titulares para três pastas do governo. Para Danilo Forte (PMDB-CE), passou da hora de o partido abrir mão desses postos.

“Defendo há muito tempo a liberação dos cargos, não pelo motivo eleitoral, mas pela própria omissão desses indicados com relação à execução das políticas públicas. Por exemplo: qual é o papel do César Pinheiro na Secretaria de Recursos Hídricos? Não vejo ele inaugurando um poço, um chafariz”.

Segundo Danilo, “quando a gente fala de secretário do Cid, fala na Izolda (Cela, ex-secretária de Educação), no Servilho (Paiva, secretário de Segurança). A gente não escuta falar no PMDB”.

Em fevereiro, Eunício afirmou ao programa Jogo Político, da TV O POVO, que o PMDB esperaria até 30 de abril pelo apoio de Cid à sua candidatura. “Não sendo possível entendimento entre a aliança, cada um vai cuidar do seu rumo”, declarou então.

O POVO tentou ouvir Eunício ontem. Ao longo da tarde, as ligações não foram atendidas. À noite, o senador disse que estava em reunião no Palácio do Planalto e não poderia conversar. As chamadas para o vice-prefeito de Fortaleza e vice-presidente do PMDB cearense, Gaudêncio Lucena, não foram atendidas.

Saiba mais

César Pinheiro, secretário de Recursos Hídricos, João Melo, controlador-geral do Estado, e Bruno Sarmento, titular do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), ocupam essas posições por indicação de Eunício Oliveira.

Durante evento do PMDB em Russas, há duas semanas, Eunício declarou à imprensa que não entregará os cargos que peemedebistas ocupam na gestão, e que Cid Gomes tem autoridade para tirar quem e quando ele quiser do seu secretariado.

O Povo