26 de abril de 2016

Após irritar Edir Macedo, Geraldo Luís é suspenso definitivamente da Record

Geraldo Luís durante o Domingo Show do dia 17, quando reclamou da Record  - Reprodução/Record
O apresentador Geraldo Luís não voltará mais a comandar o Domingo Show. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (25) pela cúpula da Record e informada ao jornalista no início da noite. Geraldo Luís foi suspenso na semana passada após criticar a emissora no ar, ao vivo, no programa do último dia 17. Ele disse que ficou "muito triste" com cortes realizados em uma reportagem de sua autoria e afirmou que colegas de casa são "covardes" e "cospem no prato que comem". O comentário irritou o dono da emissora, Edir Macedo. A suspensão, que duraria só uma semana, virou definitiva. Luiz Bacci ficará em seu lugar.

Interessado na votação do impeachment de Dilma Rousseff, o líder da Igreja Universal estava assistindo à Record. Ele não gostou do desabafo de Geraldo Luís e telefonou para Douglas Tavolaro, seu biógrafo e vice-presidente de jornalismo da Record. Tavolaro imediatamente decidiu suspender o apresentador, que foi substituído por Luiz Bacci na edição do último domingo.

Geraldo Luís não gostou do resultado de uma reportagem que ele fizera com José Mário Teixeira do Nascimento, o cantor popular Zezo, um ex-catador de lixo que hoje é milionário. Como o Domingo Show terminaria mais cedo para dar lugar à sessão da Câmara dos Deputados, o apresentador queria que a reportagem não fosse exibida, para ter mais tempo em outra oportunidade. A direção da emissora, no entanto, mostrou o material e cortou trechos que Geraldo Luís julgava imprescindíveis, como um momento em que ele chorava.

Antes de entregar a programação da Record para a votação do impeachment, Geraldo Luís fez um desabafo e implorou: "Pelo amor que eu tenho por essa emissora, por tudo, por favor, não façam mais isso com a minha matéria, em respeito profissional a mim também" (leia a íntegra aqui).

Sob o comando de Luiz Bacci, o último Domingo Show foi bem no Ibope. O programa venceu o SuperStar, da Globo, e rendeu média de 9,5 pontos no Ibope consolidado da Grande São Paulo, 14,5% a mais do que no domingo anterior (8,3).

Na Record desde 2007, Geraldo Luís tem contrato até abril de 2017, mas advogados da emissora já estudam uma rescisão sem multa. Se não rescindir contrato, deve ficar na "geladeira" da emissora até lá. Ele já negocia com SBT e RedeTV!.

noticiasdatv.uol.com

Pentecostense Éderson foi artilheiro do Brasileiro há 3 anos e hoje está "esquecido" no Japão

Artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2013 pelo Atlético-PR, Éderson encontra-se 'esquecido' no Japão. Assim o próprio atacante, hoje jogador do Kashiwa Reysol, classifica seu atual momento no futebol. Mas ele não parece insatisfeito. Pelo contrário. Mesmo com propostas para voltar ao Brasil, Éderson não esconde que hoje sua prioridade está fora de campo, em alcançar uma situação financeira confortável para ele e sua família, e não dentro dele.
Éderson inclusive parece até já ter se acostumado com o 'esquecimento' das pessoas em relação ao seu futebol. Tanto é que se mostrou surpreso com o contato do UOL Esporte para uma entrevista. "Eu fiquei bastante surpreso. O pessoal aí do Brasil não tinha mais informação minha, mas é como eu falo pra minha esposa: 'em certos momentos a gente tem que abdicar de algumas coisas pra ter outras coisas', e eu tive que abdicar disso, de desaparecer um pouco, para conquistar coisas para a minha família", afirmou o atacante, ainda com 27 anos.
Depois de se destacar pelo Atlético-PR na Taça São Paulo de 2008, Éderson foi contratado pelo Ceará para jogar a Série B. Depois de passagens por ABC e novamente Ceará, ele acertou com o Atlético-PR, onde viveu o melhor momento de sua carreira. Foi o artilheiro do Brasileiro 2013 com 21 gols e ajudou o time paranaense a voltar à Libertadores. Já em 2014, resolveu aceitar a proposta do Al Wasl, dos Emirados Árabes, e desde então, não voltou mais ao Brasil.
"Fui campeão pelo ABC no Campeonato Brasileiro da Série C em 2010. Tive grandes oportunidades lá também, mas no Atlético PR foi onde eu me destaquei para o mundo. Joguei o Brasileiro e ficamos em terceiro no Brasileiro em 2013 com 64 pontos [atrás do campeão Cruzeiro e do vice Grêmio]. Também chegamos à final da Copa do Brasil em 2013 [Atlético-PR perdeu do Flamengo na final], e fui artilheiro também com quatro gols. Acho que ali foi quando eu realmente apareci para o futebol, no Brasileiro de 2013 eu marquei 21 gols", recordou o atacante, que em seguida contou sobre a sua transferência para o exterior.
"A oportunidade para Dubai foi muito boa e eu tive a oportunidade de ter um salário melhor, e depois, para o Japão [em 2015], a proposta foi muito boa. É um contrato de três anos, eu não podia deixar passar esta oportunidade. Abdiquei um pouco de estar aparecendo na mídia pra conquistar por fora para minha família ter uma vida melhor. Infelizmente a gente sabe como o Brasil está em crise, eu tive a oportunidade para ir a outro time, mas o salário que eu recebo aqui acho que seria muito difícil um time do Brasil me pagar hoje", disse Éderson.
"Quando eu voltei de Dubai eu tive uma proposta, não posso falar qual era o clube porque o meu empresário não permite[risos], mas era proposta de time grande, um empréstimo por um ano. Hoje tenho duas filhas, então elas precisam ter o melhor, minha família precisa ter o melhor e a educação do Japão está me surpreendendo. A minha filha está aprendendo bastante e isso aí é importante para mim também", acrescentou o atacante.
Ainda com mais dois anos e meio de contrato com o Kashiwa Reysol, clube treinado recentemente por Milton Mendes, hoje no Santa Cruz, Éderson diz se sentir bem no time japonês. Mas também não descarta mudar de clube antes do fim do vínculo.
"Eu estava falando para o meu empresário [Marcos Casseb] hoje. Enquanto eu estiver feliz quero continuar por aqui. Mas a partir do momento que estiver incomodado, que já tenha conquistado uma tranquilidade, será o momento de voltar e procurar algo melhor", finalizou.
Parceria com Adriano
Pouco antes de deixar o Atlético-PR, em 2014, Éderson teve a oportunidade de jogar com Adriano, contratado pelo clube paranaense para a disputa da Libertadores. Foi inclusive parceiro de ataque do Imperador, mas gostou mesmo foi do comportamento e da simplicidade do atacante – hoje no Miami United, dos Estados Unidos – fora das quatro linhas.
"Me surpreendi bastante pelo coração que o Adriano tem. É um cara bastante humilde, um cara que conquistou o que conquistou no mundo do futebol e tem aquela humidade. Infelizmente não teve uma sequência no Atlético por algum erro que cometeu, aí o Atlético teve que rescindir o seu contrato, mas pessoalmente é um cara espetacular", disse.
"Convivi bastante com ele. Ele sempre conversava com a gente... Quando ele chegou no Atlético ficou um bom tempo no CT concentrado pra perder peso e a gente conversava com ele. Ele passava ser um cara bem tranquilo. As amizades podem ser o maior erro da pessoa, mas pessoalmente era um cara espetacular. Foi um cara que nos ajudou bastante", completou.
Marcello De Vico e Vanderlei Lima
Do UOL, em Santos e São Paulo

Eduardo não se arrepende de saída do Galo e esquece o Fortaleza: "Passou"

Treino do River-PI. CT Afrânio Nunes (Foto: Joana D'arc Cardoso)Eduardo é apresentado e fez primeiro treino com camisa tricolor (Foto: Joana D'arc Cardoso)
Na tarde dessa segunda, no CT Afrânio Nunes, o atacante Eduardo foi apresentado como reforço do Galo para o restante da temporada após decidir sair do River-PI para o Fortaleza no começo do ano. Destaque tricolor no acesso à Série C, Edu volta após cinco meses depois de receber um convite do então técnico do Leão do Pici, Flávio Araújo. Enfrentando lesões e pouco aproveitado no time cearense, o atleta disse que questões pessoais pesaram na escolha de retornar à terra natal. Na entrevista, o jogador falou que a saída no começo do ano foi um "até breve" e espera ser bem acolhido na sua nova passagem no Tricolor.  
- Tive uns contratempos que eu precisava voltar e para ficar nessa ponte aérea Fortaleza/Teresina seria complicado. Quando você joga profissionalmente você não tem esse tempo. Resolvi voltar e no River-PI as portas estavam sempre abertas. O presidente me ligou quando soube dessas questões e o treinador também conversou comigo. Aqui as pessoas gostam de você – analisou o atacante. 
Naquele momento achei que era a melhor coisa a se fazer. Fui pensando em ajudar um amigo que ajudou o futebol piauiense. (...) Foi um até breve, em um lugar onde todo mundo me aceitou e me acolheu bem. Agora é dar continuidade e esquecer o que passou"
Eduardo, 
na apresentação
- Foi um até breve, em um lugar onde todo mundo me aceitou e me acolheu bem. Agora é dar continuidade e esquecer o que passou. Esquecer o Fortaleza e concentrar no River-PI. Estou vendo essa questão que é burocrática. Após a regularização se confirmar, vou está pronto para ajudar a equipe – frisou Eduardo, sobre a possibilidade de atuar na quarta-feira pela Copa do Brasil. 
Sobre a sua saída, Eduardo afirma que não se arrepende de ter ido para o Fortaleza. Em suas palavras, diz que foi para o tricolor cearense pela amizade que tinha com o Flávio Araújo e na certeza de que iria ajudar a equipe cearense. Mas que agora voltando a Teresina, a hora é de pensar e focar somente no River-PI. O atacante lembra que sempre teve vontade de retornar a Teresina.  
- Naquele momento achei que era a melhor coisa a se fazer. Fui pensando em ajudar um amigo que ajudou o futebol piauiense. Infelizmente, ele não teve o êxito que ele pensava que ia ter. Mas eu estava bem. A torcida de lá também gosta de mim. Voltei por questões pessoais -  focou Eduardo. 
Eduardo chega para o ataque que tem titulares definidos. Na posição o time tem Fabinho, Vanderlei, Lucas Bacelar e Diego Lira. Segundo o atleta, a disputa deve ser saudável e tudo compete para que o clube saia vitorioso. 
- A disputa é boa. Vai ser uma dor de cabeça para o treinador. A gente espera atuar junto e ajudar a equipe do River-PI sempre – finalizou o atacante.
Treino do River-PI com Eduardo  (Foto: Érica Paz/RiverAC )Eduardo treina ao lado de Esquerdinha e Fabinho (Foto: Érica Paz/RiverAC )

Por 
Por Teresina

Cheio de problemas, Imperatriz perde voo e espera por viagem a Fortaleza

Apesar da classificação às semifinais do returno do Maranhense, o Imperatriz não vive um bom momento nos bastidores. Salários atrasados, protesto de atletas e até ônibus quebrado. Para enfrentar o Fortaleza, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, o Cavalo de Aço já deixou Imperatriz, mas não sabe que horas vai chegar na capital cearense.
Em meio a protestos dos atletas antes da viagem, a delegação deixou a cidade de Imperatriz como atraso. A intenção era se dirigir por via rodoviária até a cidade de Marabá-PA, onde a equipe embarcaria de avião até Fortaleza-CE, local do jogo. Porém, o ônibus colorado teve um problema mecânico e não conseguiu chegar a tempo para decolagem.
Jogadores do Imperatriz,  nesta segunda-feira, durante último treinamento antes de jogo contra o Fortaleza (Foto: Marcelo Júnior / Grupo Mirante)Atletas do Imperatriz durante último treinamento antes de enfrentar o Fortaleza (Foto: Marcelo Júnior/Grupo Mirante)
Neste momento, a delegação do Imperatriz se encontra em um hotel em Marabá aguardando a remarcação das passagens por meio da CBF. Até então não há uma definição sobre a chegada da equipe em Fortaleza-CE e toda programação do time foi alterada. A expectativa era que os jogadores ainda realizassem uma atividade nesta terça-feira, mas a perspectiva agora é só de viagem e descanso.  
Recentemente, o então presidente do Imperatriz, Alexandre Santos, renunciou ao cargo. Desde então uma junta governativa assumiu a administração do clube. A junta é presidida por Gregório de Sousa Neto.
A partida entre Fortaleza e Imperatriz será realizada, nesta quarta-feira, na Arena Castelão. O confronto está marcado para às 21h45.
No primeiro duelo, em Imperatriz, o confronto terminou em 1 a 1. O Fortaleza joga por um empate por 0 a 0. Um novo 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis. Empate com por 2 a 2 ou mais gols leva o time maranhense a segunda fase da Copa do Brasil. O vencedor fica com a vaga.
Globoesporte.com 
Por 
Imperatriz, MA

Para impressionar, Ceará e Resende jogam no PV pela Copa do Brasil

Resende goleia o Boavista e vai à final da Taça Rio (Foto: Agência Ferj)Resende está na final da Taça Rio
(Foto: Agência Ferj)
Ceará e Resende devem fazer um jogo bem movimentado, nesta terça-feira (26), às 19h15, no Estádio Presidente Vargas, pelo jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil. E os motivos são bem óbvios: o Vovô quer mostrar para a torcida que mudou de postura e que, com Sérgio Soares, o time vai retornar aos velhos tempos. Do outro lado, a equipe carioca quer também provar que a boa fase não é à toa e que a vaga na final da Taça Rio não foi por acaso.
O Alvinegro de Porangabuçu joga por dois empates (0 a 0 e 1 a 1) e por vitória simples. O Resende só joga por vitória por qualquer placar. O vencedor encara Joinville ou Comercial-MS. 
O Ceará estreia Sérgio Soares como treinador com uma formação bem diferente. O meio-campo, por exemplo, é bem mais criativo e só tem um homem de contenção. Mesmo assim, o volante Richardson também cria e avança ao ataque. No esquema 4-4-2, o time parece entrar agressivo contra o Resende, nesta terça-feira (26). Na defesa, Charles, Sandro e Tiago Cametá permanecem e recebem a companhia de Sanchez.
Depois de eliminado do Campeonato Cearense e da Copa do Nordeste, o Vovô retorna aos gramados para a Copa do Brasil e quer também utilizar a partida como forma de empolgar a torcida para o início da Série B do Campeonato Brasileiro.
- Temos que dar uma resposta positiva já na terça-feira. A gente está trabalhando forte para que isso aconteça. Temos duas competições importantes pela frente. Temos que ter foco para fazer o nosso jogo e sair com a classificação. O Resende vai querer vir para consegui a classificação. Mas jogamos dentro de casa e com a nossa torcida. Isso é um diferencial enorme - analisa Serginho, meia titular no time de Sérgio Soares.
O Resende chega embalado pela vaga na final da Taça Rio, após golear o Boavista por 4 a 1, no último sábado. Vitória que não só o levou a decidir com o Volta Redonda, como garantiu ao Gigante do Vale uma vaga na edição deste ano da Série D do Campeonato Brasileiro.
PV, Ceará, Tupi, Presidente Vargas (Foto: Roberto Leite)Dentro do PV, o Ceará quer convencer a torcida de que a postura do time é outra para o restante da temporada
(Foto: Roberto Leite)

O técnico Marcelo Cabo, que contará novamente com força máxima, lamentou o fato de não conseguir treinar o time para o jogo, devido ao curto espaço de tempo depois da partida do fim de semana, e destacou a dificuldade de enfrentar o Ceará fora de casa. Mas está confiante no momento da equipe e acredita no potencial dos seus jogadores.

- Infelizmente, tivemos pouco tempo para treinar o time, pois um jogo é muito próximo do outro. Nossa maior preocupação foi a de recuperar fisicamente os jogadores. A gente vem de uma classificação para a final da Taça Rio, o que nos garantiu na Série D do Brasileiro. Acredito nos meus jogadores e acho que podemos surpreender o Ceará - disse.

Apita o jogo, o árbitro Antônio Santos Nunes, do Piauí, auxiliado por Vinicius Melo de Lima e Leandro Lincoln Santos Neves, ambos do Rio Grande do Norte. 
HEADER escalacoes 690 (Foto: Infoesporte)
Ceará: O técnico Sérgio Soares mudou o esquema tático do Alvinegro para a partida desta terça-feira (26). Com um meio-campo com, pelo menos, três jogadores ofensivos e de criação e só um de contenção, o time vai a campo com bastante ofensividade. Na defesa, Douglas substitui Éverson, que foi expulso no primeiro jogo, e Sanchez entra no lugar de Fernandinho, barrado pelo novo treinador. Assim, a escalação deve ser a seguinte: Douglas; Tiago Cametá, Charles, Sandro e Sanchez; Richardson, Zezinho, Felipe e Serginho; Assisinho e Rafael Costa.
Resende: Marcelo Cabo, por sua vez, repetirá a equipe que goleou o Boavista e chegou à final da Taça Rio. O time, sem desfalques, vai a campo com a seguinte formação, no Estádio Presidente Vargas: Arthur; Cássio, Rogério, Thiago Sales e Kim; Gustavo Moura, Léo Silva, Iuri Pimentel e Marcel; Robinho e Jhulliam.
header_quem_esta_fora_690 (Foto: Reprodução)

Ceará: O lateral esquerdo e volante Zé Mário, o meia Guilherme Biteco e o atacante Alex Amado estão se recuperando de lesão e ainda não estão à disposição do técnico Sérgio Soares. O zagueiro Antônio Carlos está com uma tendinite na coxa.
Resende: O time não tem jogadores machucados ou suspensos.
Por Fortaleza, CE

Tradição x momento x qualidade... Os "favoritos" nas oitavas da Libertadores


Info PESO DE CADA CONFRONTO - libertadores (Foto: infoesporte)
O GloboEsporte.com analisou os 16 times que superaram a fase de grupos da Taça Libertadores em busca do título mais cobiçado das Américas, e ao menos na frieza dos números duas equipes largaram na frente antes de a bola rolar nas oitavas de final. Boca Juniors, sempre temido, e Atletico Nacional, dono da melhor campanha até agora, foram os mais bem avaliados no somatório dos quesitos Elenco, Tradição, Momento, Torcida e Estádio.
Corinthians e São Paulo vêm logo atrás, mas com contornos diferentes. Ambos estão fora da final do Paulistão, curiosamente eliminados pelo mesmo adversário, o surpreendente Audax, mas a história na competição sul-americana é diferente. Muito diferente. Atual campeão nacional, o Timão tem na força da torcida e no comando de Tite os requisitos para sonhar com o bicampeonato. Do outro lado, o Tricolor Paulista possui uma credencial única entre os brasileiros: é o principal clube do país na história da Libertadores.
E Atlético-MG e Grêmio? E os adversários? Confira as análises jogo a jogo, time a time, de acordo com o peso e o critério destinados a cada um, tudo detalhado mais abaixo.
O mata-mata começa nesta terça-feira, com dois jogos: Huracán x Atlético Nacional, às 19h30, no El Palacio, em Buenos Aires, Argentina; e Deportivo Táchira x Pumas, às 21h15, no Pueblo Nuevo, em San Cristóbal, Venezuela. Clique aqui e confira a tabela completa da Libertadores.
ELENCO (peso 3) – Aqui é analisado não só o time-base, mas também as opções no banco de reservas que o treinador tem para a competição.


TRADIÇÃO (peso 1) – Numa Libertadores, é importante também levar em consideração o desempenho histórico no torneio. A camisa tem o seu valor.

MOMENTO (peso 2) – Tradição é importante, mas a fase atual da equipe tem um peso maior. Não só na Libertadores, mas também em torneios paralelos.

TORCIDA (Peso 1) – Mistura de pressão com frequência. Até que ponto a torcida faz barulho, empurra o time, e também a média de público. Tudo isso conta para o campo virar caldeirão.

ESTÁDIO (Peso 2) – Não é só o fator caldeirão que pesa neste caso. O retrospecto do time anfitrião também conta, bem como o fator altitude... Entra a pontuação apenas do mandante.

NACIONAL-URU X CORINTHIANS
Header Libertadores Corinthians (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - A própria torcida apontar o treinador como "craque do time" é sinal de que o elenco não é tão forte quanto o do ano passado. O Timão não conta mais com jogadores capazes de fazer a diferença num lance individual (como Jadson e Renato Augusto), perdeu seu melhor zagueiro (Gil) e seu melhor volante (Ralf) dos últimos tempos, e até o antes contestado Vagner Love chega a fazer falta em alguns jogos (André ainda não se firmou totalmente, e o reserva imediato Luciano é um dos poucos jogadores que não fez gol este ano). O elenco atual, porém, é mais homogêneo. O nível dos reservas não fica muito abaixo do dos titulares. Suplentes como Balbuena, Arana, Ángel Romero e Marlone já deixaram claro que são confiáveis e podem suprir eventuais ausências.

Tradição - O Corinthians foi o último grande paulista a conquistar a Libertadores, em 2012, mas tem sido figura constante na competição. Desde 2010, só ficou fora em 2014. Mas a eliminação frente ao modesto Guaraní do Paraguai, ano passado, ainda está fresca na memória de muito torcedor.

Momento - Campeão brasileiro, o Corinthians vinha sobrando no Paulistão, com a melhor campanha do torneio, até ser eliminado nos pênaltis pelo Audax nas semifinais – exatamente como foi em 2014, diante do Palmeiras, às vésperas das oitavas de final da Libertadores com o Guaraní do Paraguai. O risco de isso abalar o elenco é grande. A ver como Tite trabalhará o lado psicológico dos jogadores.

Torcida - O Corinthians tem uma torcida que se autointitula "a Fiel", com F maiúsculo. É o clube com maior média de público pagante como mandante em 2016, somando todas as competições (mais de 32 mil pessoas por jogo, quase 10 mil a mais que o Palmeiras, segundo colocado). A chance de os ingressos não se esgotarem para o jogo das oitavas de final é quase nula. Nos três duelos pela primeira fase, só em um o Timão não levou ao menos 40 mil pessoas para a Arena (38.818 contra o Santa Fe). O recorde foi diante do Cerro Porteño (42.403 pagantes).

Estádio - O retrospecto do Corinthians em sua arena este ano era impecável até a semifinal contra o Audax: 12 vitórias em 12 jogos, tendo sido vazado em apenas dois deles (Capivariano e Ponte Preta, duas vitórias por 2 a 1). A última derrota no local foi para o Santos (1 a 2), pela Copa do Brasil, em agosto do ano passado. Mas a queda diante do time de Osasco foi nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal.

Header Libertadores Nacional - URU (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - Depois de um surto de caxumba no elenco, que afastou seis jogadores dos treinamentos, Gustavo Munua deve ter o grupo reforçado. No fim de semana, Gonzalo Porras e Sebastián Fernandez foram relacionados para a rodada do Campeonato Uruguaio. O time base do Nacional é o seguinte: Esteban Conde; Jorge Fucile, Mauricio Victorino, Diego Polenta e Alfonso Espino; Gonzalo Porras, Felipe Carballo, Leandro Barcia e Kevin Ramírez; Sebástian Fernández e Nico Lopez. O atacante brasileiro Léo Gamalho e o volante uruguaio Sebastián Eguren, ex-Palmeiras, são opções entre os suplentes.

Tradição - Tricampeão da Libertadores, o Nacional é um dos clubes mais copeiros da América do Sul. A equipe pode não ter uma técnica de encher os olhos do torcedor, mas é experiente e sabe jogar a competição continental. Mauricio Victorino, que tem no currículo passagens pelos brasileiros Cruzeiro e Palmeiras, vive bom momento, tanto que voltou a ser convocado por Óscar Tabarez para a seleção uruguaia, líder das Eliminatórias Sul-Americanas - foi titular da Celeste contra Brasil e Peru. Na frente, o destaque é Nico Lopez, atacante com passagem pelo futebol italiano e que já marcou três vezes no torneio continental.

Momento - O Nacional, ironicamente, já rendeu muita alegria para o torcedor corintiano este ano, ao vencer as duas partidas contra o Palmeiras na fase de grupos, eliminando o arquirrival alvinegro. O clube de Montevidéu, aliás, avançou às oitavas de final da Libertadores apenas com os dois triunfos sobre o Verdão - nos demais confrontos contra River Plate, do Uruguai, e Rosario Central, da Argentina, foram três empates e uma derrota. 

Torcida - O apoio da torcida do Nacional em Montevidéu deve ser um dos aliados dos uruguaios. Contra o Palmeiras, os uruguaios tiveram bom apoio até em São Paulo. Mas o retrospecto como mandante poderia ter sido melhor: uma vitória, um empate e uma derrota.

Estádio - O estádio Gran Parque Central é um dos palcos mais tradicionais do futebol sul-americano. Fundado em 1900, o histórico local foi palco da primeira partida de Copas do Mundo, em 1930. Mesmo em processo de modernização, o estádio mantém características que favorecem aos donos da casa, como a proximidade do alambrado do banco de reserva e dos gols.

RACING X ATLÉTICO-MG
Header Libertadores Atlético-MG (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - O Atlético-MG foi o quarto mais bem colocado na classificação geral e tem um dos times mais fortes da Libertadores. O meio-campo mostra muita marcação e pegada, mas também sai jogando bem para o ataque. No banco, o técnico Diego Aguirre tem boas opções para mexer na equipe, principalmente do meio para frente. A defesa é o setor onde o Galo deixa um pouco a desejar, mas o entrosamento dos experientes Erazo e Leonardo Silva vai aumentando.


Tradição - O primeiro título, conquistado em 2013, ainda está fresco na memória do torcedor atleticano, mas a vontade do bicampeonato também é grande. As últimas duas participações terminaram nas oitavas de final, sem o time conseguir avançar mais longe.

Momento - Primeiro colocado da sua chave, o Atlético-MG divide as atenções entre as oitavas da Libertadores e a decisão do Campeonato Mineiro – disputa o título em jogos de ida e volta contra América-MG nos dois próximos domingos. A confiança do time é de que pode ir bem nas duas competições.

Torcida - Apesar da melhor campanha em sua chave na competição continental e de o time estar na decisão do Mineiro, o atleticano ainda tem uma desconfiança com o técnico Diego Aguirre. Ele foi alvo de vaias de parte da torcida em alguns momentos da temporada. No entanto, quando o assunto é Libertadores, o apoio cresce nos jogos em casa.

Estádio - Ainda não está decidido onde será o jogo da volta. Mas pouco importa se for o Mineirão ou o Independência, porque o Atlético-MG mostra sempre a sua força jogando em casa. É isso que poderá fazer a diferença contra o Racing.

Header Libertadores Racing (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - O Racing tem um elenco bastante experiente e com muita bagagem, o que pode ser fundamental neste momento da Libertadores – nomes como Saja, Diego Milito e Lisandro López podem estar disputando sua última edição da competição continental. No entanto, o destaque do time vem sendo o jovem Óscar Romero, irmão do atacante do Corinthians.


Tradição - Campeão em 1967, o Racing não vem tendo um bom retrospecto recente. A melhor colocação do time nas últimas edições foi uma semifinal em 1997.

Momento - Segundo colocado no Grupo 3, o Racing empatou os dois últimos jogos na fase de grupos e vem de um empate sem gols com o rival Independiente, no estádio El Cilindro, pelo Campeonato Argentino. Na competição nacional, aliás, não vence há quatro jogos.

Torcida - Os fanáticos torcedores do Racing vão lotar o estádio El Cilindro para o jogo de ida contra o Atlético-MG. É uma torcida que joga junto com o time e, vislumbrando a chance do bicampeonato, pode fazer a diferença.

Estádio - O El Cilindro se transforma em uma panela de pressão quando o assunto é Libertadores. Jogando em casa, foram duas vitórias, com quatro gols marcados, e uma derrota. Empurrado pelos torcedores, o time em campo cresce e pressiona bastante durante todo o jogo.

GRÊMIO X ROSARIO CENTRAL
Header Libertadores Deportivo Grêmio (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - O Grêmio conta com um elenco mais qualificado em relação ao do ano passado. O calcanhar de Aquiles talvez seja a defesa, sem um grande parceiro para Pedro Geromel – e sem o próprio, que está fora do primeiro jogo das oitavas, com caxumba. Roger conta com um time titular azeitado e que tem o acréscimo de Miller Bolaños neste momento. Como opção, se o equatoriano iniciar, terá Bobô e Henrique Almeida, além da juventude de Pedro Rocha e Everton.

Tradição - Bicampeão da América, o Grêmio tem conhecimento em disputar este tipo de competição. Embora também seja verdade que não consegue sucesso num torneio de mata-mata como a Libertadores ou mesmo o Gauchão há algum tempo. Vive jejum de títulos e espera quebrar isso com o Tri da América.

Momento - Carrega nas costas uma eliminação no Campeonato Gaúcho, para o Juventude, neste domingo, dentro de casa. Mas o desempenho gremista tem sido bom. Conseguiu jogar bem e ganhar da LDU na altitude de Quito e vinha de uma sequência de boas atuações. Contra o Ju, foi muito bem e pecou nas finalizações. O 3 a 1, porém, não serviu para a classificação.

Torcida - Nos jogos grandes e decisivos do ano, o público foi bom na Arena. A promessa é de mais de 40 mil para o confronto com o Rosario Central. Além disso, o departamento de torcida do clube está trabalhando para criar uma identidade maior dos gremistas com o novo estádio. No jogo com o Toluca, por exemplo, foi liberado o uso das fumaças coloridas que eram comuns no estádio Olímpico.

Estádio - Como mandante, o Grêmio vai bem em 2016. Tem uma derrota, para o São José, e empates em jogos importantes, diante de Inter, por Gauchão e Primeira Liga, e San Lorenzo, pela Libertadores. No histórico, porém, tem uma série de eliminações na Arena, caso por exemplo das oitavas da Libertadores de 2014, para o San Lorenzo.

Header Libertadores Rosário Central (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - O técnico Eduardo Coudet aposta no entrosamento do time titular, pois tem peças importantes como o zagueiro Donatti, os meio-campistas Cervi e Lo Celso e o atacante Marco Ruben. Há uma mescla de crias da base e jogadores mais experientes. As reposições, contudo, não mantêm o nível de atuação. Basta comparar o artilheiro Marco Ruben com o reserva Herrera, ex-Grêmio, Corinthians, Botafogo e Vasco, por exemplo.

Tradição - Disputou a Libertadores pela primeira vez somente em 1971 e não obteve nenhuma participação de destaque. Apesar do poderio ofensivo, fez mais pontos fora do que em casa nesta edição da Libertadores – seis contra cinco. A maior conquista internacional foi a Copa Conmebol de 1995, quando bateu o Atlético-MG na final.

Momento - Vem de um vice-campeonato argentino na temporada 2014/2015, mas em 2016 tem patinado na competição nacional. Não vence há quatro rodadas e empatou o clássico do fim de semana em 0 a 0 com o Newell’s Old Boys. Na Libertadores, garantiu a primeira colocação do Grupo 2 ao vencer o Nacional, fora de casa, na última rodada.

Torcida - Perdeu recentemente uma invencibilidade no estádio Gigante de Arroyito que durava um ano e quatro meses. No último dia 10, foi derrotado pelo Vélez por 3 a 2, no Campeonato Argentino. Em 2014, primeiro ano após o retorno à primeira divisão nacional, teve média de público de quase 40 mil pessoas. E com essa força que a equipe conta para avançar às quartas de final

Estádio - Estádio que abriga os "Canallas", apelido da torcida, o Gigante de Arroyito costuma se transformar num caldeirão em jogos decisivos. Porém, na Libertadores, o Rosario venceu somente uma partida em casa, contra o River Plate-URU. Empatou com Palmeiras e Nacional-URU.

SÃO PAULO X TOLUCA
Header Libertadores São Paulo (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - O São Paulo tem um meia fora de série (Ganso) e um atacante promissor (Calleri, que está suspenso do primeiro jogo contra o Toluca). Mas, em várias posições, faltam qualidade e quantidade. A começar pelo gol. Dênis mostrou que não está no mesmo nível de Rogério Ceni, que se aposentou em dezembro como um "mito" para o torcedor são-paulino. O uruguaio Diego Lugano retornou ao clube como ídolo, mas mostrou em campo que a idade pesa e já não é mais o mesmo.


Tradição - O São Paulo é o clube brasileiro com maior número de participações na Libertadores (18) e o com maior número de títulos (1992, 1993 e 2005).

Momento - A classificação foi arrancada na última rodada e num grupo considerado fácil, com um cambaleante River Plate, um fraquíssimo Trujillanos e um Strongest que só costuma aprontar na altitude. Pois o Tricolor conseguiu perder dos bolivianos no Pacaembu e não sair de um empate na Venezuela. Esses tropeços (somados à eliminação no Paulistão com uma goleada sofrida diante do Audax, em Osasco) deixaram o técnico argentino Edgardo Bauza sob pressão. Atrasos nos direitos de imagem, mudanças na diretoria, discussões entre jogadores importantes e jejum de vitórias em clássicos também andaram tumultuando o ambiente. O torcedor espera que a classificação épica na Bolívia tenha sido um divisor de águas na temporada tricolor.

Torcida - O torcedor tricolor gosta de dizer que a relação do clube com a competição continental "é diferente" – não raro, o Morumbi fica vazio em jogos de competições regionais ou nacionais, mas lota na Libertadores. No jogo decisivo contra o River Plate, foram 51.342 pagantes, recorde de público no Brasil este ano.

Estádio - O Morumbi não tem o conforto de uma moderna arena, mas impõe respeito, muito respeito. Em seu estádio, o São Paulo não perde para um time estrangeiro na Libertadores desde 2006 e, antes disso, não perdia desde 1987 (a derrota este ano para o Strongest foi no Pacaembu). O último revés no Morumbi, porém, foi justamente diante de um time mexicano: 1 a 0 para o Chivas Guadalajara, em 5 de abril de 2006.

Header Libertadores Toluca (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - O estilo de jogo do Toluca ficou muito claro na primeira fase. O técnico José Cardozo aposta em um time forte pelas laterais, com os cruzamentos sendo um grande aliado. Por outro lado, tem sérias dificuldades contra equipes rápidas. A zaga mexicana não é das mais ágeis e pode se complicar diante de atacantes que valorizam a velocidade.

Tradição - Esta é apenas a terceira participação do Toluca na Libertadores. A equipe foi às oitavas de final em 2007 (classificando-se em primeiro no grupo que contava com o Boca Juniors, campeão naquele ano), mas caiu diante do Cúcuta. De volta ao torneio em 2013, ficou na primeira fase. Os mexicanos recordistas de participações são América e Chivas Guadalajara, com sete aparições cada.

Momento - Após boa campanha na primeira fase da Taça Libertadores, na qual venceu quatro dos seis jogos, o Toluca ganhou uma injeção de ânimo ao bater o América no estádio Azteca, sábado, pelo Campeonato Mexicano. Ainda na briga para avançar às quartas de final do torneio local (é o 11°, a dois pontos do oitavo), os "Diablos Rojos" apostam na competição continental para embalar rumo ao seu centenário, que se completará no dia 12 de fevereiro de 2017.

Torcida - Os torcedores do Toluca fazem muito barulho atrás dos gols, onde ficam os "barras", os adeptos mais fanáticos. Os visitantes ficam acanhados num canto de espaço reduzido. A pressão não está entre as maiores da Libertadores, e no México não são conhecidos por estarem entre as torcidas mais temidas.

Estádio - O estádio Nemesio Diéz é bastante acanhado e chamado pelos torcedores locais de “Bombonera de Toluca” – embora a pressão não seja tão grande quanto a do xará argentino. A arquibancada é próxima do campo, e a altitude pode pesar a favor do time da casa: são 2.600m acima do nível do mar, o que afeta diretamente a velocidade de chutes de longe, por exemplo.

HURACÁN X ATLÉTICO NACIONAL
Header Libertadores Huracan 2 (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - Não tem time para ir muito mais longe, mas não falta garra a esse elenco, que já passou de maneira sofrida pela pré-Libertadores e ainda atravessou um dramático acidente de ônibus em Caracas, após a classificação para a fase principal. Liderado pelo atacante Ramon Ábila, autor de quatro gols na Libertadores, se classificou na primeira fase muito em razão da fragilidade de Peñarol e Sporting Cristal.


Tradição - Se não figura entre os grandes da Argentina, tampouco pode ser chamado de pequeno. Tem pouca tradição na Libertadores, com apenas três participações, mas voltou ao cenário continental com força no ano passado, indo até a final da Copa Sul-Americana após eliminar o River nas semis. Só acabou derrotado na grande decisão pelo Santa Fé, nos pênaltis.

Momento - A fase do time argentino não é lá essas coisas. Afinal, foi às oitavas de final com a pior campanha dentre os classificados e, se está na parte de cima da tabela do Campeonato Argentino, já não tem mais condições de disputar o título nacional. Está sem vencer há quatro jogos e fica atrás dos demais concorrentes neste quesito.

Torcida - Como toda boa torcida argentina, não merece ser menosprezada. Comparece aos jogos do time no El palácio, tenta incomodar, faz barulho e tudo mais, mas não figura nem mesmo entre as dez maiores do futebol argentino. Tem histórico de brigas e tumulto.

Estádio - Costuma dar trabalho aos rivais que o visitam no El Palacio, outro caldeirão de Buenos Aires. Só que nesta Libertadores o time de Eduardo Domínguez teve lá seus tropeços por lá: perdeu para próprio o Nacional e empatou com o Peñarol. Por isso, quem for jogar lá tem razões para acreditar num bom resultado.

Header Libertadores Atlético Nacional (Foto: Editoria de Arte)



Elenco - Mais do que dono da melhor campanha da Libertadores, o Atlético Nacional é também um grande time. Com uma formação ofensiva, o técnico Reinaldo Rueda montou um quarteto de muita movimentação na frente com Alejandro Guerra, Marlos Moreno, Jonathan Copete e Víctor Ibarbo (este último defendeu a Colômbia na Copa de 2014). A defesa pode até não estar no mesmo nível, mas ainda não foi vazada na Libertadores, o que vale créditos de sobra.

Tradição - Primeiro colombiano a conquistar a Libertadores, em 1989, leva também a fama de ser associado ao time de coração de Pablo Escobar – inclusive, muito se fala da influência do narcotraficante nas conquistas do clube. E elas não são poucas. É o maior campeão de seu país, com 15 troféus. Polêmicas à parte, camisa é o que não falta ao Atlético Nacional.

Momento - Vive um momento incrível. Teve a melhor campanha da primeira fase da Libertadores, com cinco vitórias e um empate nas seis partidas que disputou – sem ter sofrido um gol sequer. No Campeonato Colombiano também vai muito bem. Dos últimos 17 jogos na temporada, perdeu apenas dois. Além disso, conquistou cinco títulos nacionais em dez possíveis desde 2011.

Torcida - Pablo Escobar já não frequenta mais os jogos do clube, mas nem por isso a pressão da torcida é menor. Uma das mais fieis do futebol colombiano, com médias que passam dos 20 mil torcedores por jogo a cada temporada, a hinchada verde é composta por muitas organizadas clássicas e é sinônimo de pressão.

Estádio - Situado a 1.500 metros de altitude, o Estádio Atanasio Girardot é um local pouco convidativo, e os números mostram bem isso. Das últimas 20 vezes em que jogou lá, venceu 19 e empatou uma. Mas há um fio de esperança para o Huracán, responsável justamente pelo único tropeço do Atlético em sua casa neste período.

DEPORTIVO TÁCHIRA X PUMAS
Header Libertadores Deportivo Tachira (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - Único venezuelano que sobrevive na competição, o Deportivo Táchira não tem time para ir muito longe e só chegou até aqui em razão da fragilidade de seus adversários. Detalhe: com a segunda pior campanha entre os times que seguem na Libertadores. Com 11 gols sofridos, tem a defesa mais vazada deste mata-mata. No ataque, só balançou as redes seis vezes – apenas Peñarol, Colo-Colo, Melgar, San Lorenzo e Cobresal marcaram menos na primeira fase.


Tradição - É protagonista dentro da Venezuela, onde só perde para o Caracas em títulos nacionais. Fora de lá é azarão. Apesar de ter disputado a Libertadores em 17 ocasiões, nunca deu muito trabalho. Sempre ficou longe da disputa pela taça. Sua campanha mais marcante foi em 2004, quando terminou derrotado pelo São Paulo nas quartas de final.

Momento - Se o clube só chegou ao mata-mata graças aos resultados em casa e, entre os classificados, apenas o Huracán teve campanha pior, não dá para dizer que a fase é ruim. Afinal, o time está nas oitavas de final da Libertadores, disputa o título venezuelano rodada a rodada com o Zamora e vem de 13 jogos de invencibilidade.

Torcida - É a torcida mais fiel do futebol venezuelano, o que não significa uma grande presença de público em suas partidas. Tanto é que não é muito comum ver o Polideportivo de Pueblo Nuevo lotado. Com capacidade para cerca de 45 mil torcedores, o estádio do Deportivo Táchira costuma receber uma média entre 10 e 12 mil presentes, dependendo da temporada.

Estádio - Nesta Libertadores, está imbatível dentro do Pueblo Nuevo e chegou às oitavas graças aos três triunfos construídos em casa. Por outro lado, não venceu um só jogo lá na edição passada, com direito a derrota por 5 a 0 para o Racing. A altitude de San Cristóbal, média de 860 metros, não chega a ser um problema para os visitantes.

Header Libertadores Pumas (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - Sem grandes estrelas, o Pumas está bem na Libertadores por duas razões: a força de seu setor ofensivo e a fragilidade do Grupo 7, que teve ainda Olimpia, Emelec e o próprio Deportivo Táchira. Liderado pelo argentino Ismael Sosa, tem o melhor ataque da Libertadores ao lado do River (ambos com 17 gols). Martínez, Britos e Herrera, além do colombiano Luis Quinóñez, compõem bem o setor ofensivo – ex-jogador de Universidade Catolica, Argentinos Juniors e Independiente, Soza é o vice-artilheiro da competição, com cinco gols.

Tradição - É um dos grandes times de seu país, com sete títulos nacionais, mas tem pouca rodagem na Libertadores – até porque os times mexicanos só começaram a jogar a competição mais recentemente. De qualquer forma, isso pouco importou na primeira fase, e os auriazules fecharam a primeira fase com a segunda melhor campanha da competição.

Momento - Pela Libertadores, o momento é ótimo: foram cinco vitórias em seis jogos e a classificação com a segundo melhor campanha da competição, atrás apenas do Atlético Nacional. Mas no Campeonato Mexicano o time é o oitavo colocado, com apenas 21 pontos em 45 possíveis. Mas vem em ascensão na liga local, com dois triunfos seguidos, e está forte na briga pela classificação para as quartas de final do Mexicano.

Torcida - Dono da quarta maior torcida do pais, atrás de América, Chivas e Cruz Azul, o time tem uma torcida relevante e que pode fazer a diferença. Mas o ativismo dos torcedores do Pumas vai além de questões dos gramados. Em 2014, por exemplo, fez um protesto louvável dentro de um Azeta lotado por conta do caso dos 43 estudantes sumidos no país.

Estádio - Na altitude de 2.250 m da Cidade do México, o estádio Olímpico Universitário tem sido um problema para os visitantes. Afinal, desde janeiro o Pumas só perdeu uma vez dentro de sua casa – para o León, no Campeonato Mexicano. Os times sul-americanos vêm enfrentando problemas ainda maiores na altitude da Cidade do México e perderam todos os jogos no estádio nesta Libertadores.

CERRO PORTEÑO X BOCA JUNIORS
Header Libertadores Boca Juniors (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - Um time com Tevez, Palacios e Gago já pode ser credenciado a qualquer título de Libertadores. Mas não para por aí. O elenco xeneize ainda conta com nomes como Andrés Chávez, Carrizo, Cubas, Lodeiro, Insaurralde, Orión... A eles é possível ainda somar a experiência e o talento de Daniel Osvaldo, que não vem jogando no time titular, mas pode ser um bom reforço no mata-mata.


Tradição - Falou em Libertadores, falou em Boca Juniors. Se há alguém que merece receber nota máxima nesse quesito é o time de Guillermo Schelotto. Com seis títulos da Libertadores, o clube busca uma conquista que não leva desde 2007 para se igualar ao Independiente como maior campeão continental. Enfim, é praticamente um embaixador do futebol sul-americano no mundo da bola.

Momento - Tudo bem que o início de ano não foi dos melhores, mas agora o time de Guillermo Schelotto vive um momento de ascensão na temporada. Após demorar a engrenar na Libertadores, com três empates nos primeiros jogos, o Boca engatou três vitórias seguidas nas rodadas finais da fase de grupos e avançou às oitavas com a liderança de sua chave. No Campeonato Argentino, a campanha é apenas regular, e uma eventual classificação para a final já não é mais possível.

Torcida - Não são raros os relatos de jogadores de visitaram a Bombonera lotada e saíram de lá com a impressão de que a torcida do Boca Juniors é uma das mais barulhentas do mundo. Os fãs xeneizes aproveitam a proximidade das arquibancadas com o gramado da Bombonera para fazerem uma festa que "assusta" os adversários, com faixas, instrumentos musicais, sinalizadores e papel higiênico voando para o gramado. Uma das mais conhecidas do mundo, a "hinchada" Boca tem tanta personalidade que "criou" o Dia do Torcedor do Boca, que comemora anualmente no dia 12 de dezembro.

Estádio - A Bombonera é um caldeirão daqueles que assusta até outros gigantes da América do Sul, e do meio de fevereiro para cá o Boca passou a se impor dentro de sua casa, como manda a tradição. Só que Tevez e companhia perderam nada menos que seus seis primeiros jogos no estádio em 2016, e o estádio pode não significar mais a mesma ameaça de alguns anos atrás.

Header Libertadores Cerro Porteno (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - Tem um elenco apenas razoável com destaque para nomes como Jonathan Fabbro, Sergio Díaz e Guillermo Beltrán. Fica para trás se comparado a outras forças do continente. Caso queira ir longe na competição, precisará fazer a diferença em outros fatores, como usar bem a experiência no torneio e não tropeçar em Assunção.

Tradição - Tem 38 participações na Libertadores e é o terceiro clube que mais disputou a competição, atrás dos uruguaios Nacional e Peñarol. Mas nunca foi além do terceiro lugar, apesar de já ter disputado as semifinais em seis ocasiões, e ainda tem um certo bloqueio em nível continental. Agora, só não dá para falar em falta de tradição: são 31 títulos paraguaios, o que faz do Cerro o segundo maior campeão nacional.

Momento - Tudo bem que deu trabalho para o Corinthians no Grupo 8 e eliminou o atual campeão da Copa Sul-Americana, Santa Fe, para ir às oitavas. Mas a fase não chega a ser das melhores. Enquanto sofria para avançar na Libertadores, o Cerro foi jogando o Campeonato Paraguaio aos trancos e barrancos. Após 16 partidas, passou a ver de longe o líder Sol de América. Vem de derrota em casa para o rival Olimpia.

Torcida - Divide com o Olímpia o posto de maior torcida do Paraguai e deve encher o Defensores del Chaco nos jogos decisivos da Libertadores. Sem dúvida, é um ponto que pode incomodar o Boca. Tem histórico de racismo.

Estádio - Com o Estádio General Pablo Rojas fechado para reforma, está mandando seus jogos no imponente Defensores del Chaco. Lá, vem alternando vitória e derrotas desde novembro do ano passado e não chega a ser exatamente um time confiável dentro de casa.

INDEPENDIENTE DEL VALLE X RIVER PLATE
Header Libertadores Deportivo Independiente Del Valle (Foto: Editoria de Arte)

Elenco - A mistura de equatorianos com uruguaios vem dando resultado nos últimos anos, mas o time fica ainda bem aquém das grandes forças do continente. A aposta é no trabalho do treinador Pablo Repetto, desde 2012 no cargo, e na qualidade de José Angulo.


Tradição - Sem títulos na elite equatoriana, apareceu no cenário continental há pouco tempo. A primeira participação na Libertadores foi apenas em 2014, mas depois disso mostrou gosto pelo torneio e voltou nas duas edições seguintes. Após cair na fase preliminar diante do Estudiantes em 2015, avançou ao mata-mata pela primeira vez neste ano.

Momento - Ocupa o segundo pelotão na tabela do Campeonato Equatoriano e só foi às oitavas da Libertadores após crescer na reta final da fase de grupos. Pecou pela irregularidade nos últimos jogos e chega como uma incógnita para encarar o atual campeão da América.

Torcida - Sem tradição, tem uma das piores médias de público da primeira divisão do Equador. Inclusive, no segundo turno da edição passada do torneio, foi o último neste quesito com média de 1.171 torcedores nos (11) jogos do time em casa. É bem verdade que a pequena capacidade do estádio Rumiñahui não ajuda. Mas a torcida, de fato, é pouco participativa.

Estádio - Apesar da pouca presença da torcida, o acanhado Rumiñahui costuma ser um problema e tanto para quem enfrenta o Independiente del Valle no Equador, sobretudo por conta da altitude de 2,5 mil metros de Sangolquí. Lá, venceu o Atlético-MG e outros 10 adversários nos 14 jogos que realizou dentro de casa. É sem dúvida o grande trunfo do time equatoriano.

Header Libertadores River Plate (Foto: Editoria de Arte)




Elenco - O campeão da Libertadores perdeu gente como Carlos Sánchez, Funes Mori e Cavenaghi  do ano passado para cá, mas buscou um certo Andrés D'Alessandro no Rio Grande do Sul. Vendo na ponta do lápis, apesar das perdas consideráveis, o time de Marcelo Gallardo segue muito forte na briga pelo bicampeonato e merece ser creditado como uma das maiores forças do continente.

Tradição - Maior campeão argentino e um dos times com maior participação na Libertadores. Só não é melhor avaliado aqui porque fica bem atrás dos rivais Independiente e Boca Juniors em questão de títulos continentais. Afinal, só levou a sua terceira taça de Libertadores para casa no ano passado e ainda tenta igualar Estudiantes e Peñarol.

Momento - Campeão da Libertadores e líder de seu grupo, o River ainda patina na temporada. Prova disso foi o sufoco para passar pelo modesto Trujillano na última partida da primeira fase. Após passar por uma sequência negativa entre fevereiro e março, ocupa apenas o meio de tabela no Argentino, bem longe da briga entre os líderes.

Torcida - Recentemente, a página “Underground Football” levantou os 100 clubes com maior presença de público no mundo na temporada 2014/15. Apenas o River Plate figurou entre os 10 primeiros, na oitava colocação, com média de 54 mil torcedores por jogo. Só Borussia, Real, Manchester United, Barcelona, Bayern, Schalke e Arsenal ficaram na frente. É uma espécie de 12º jogador dos argentinos no Monumental.

Estádio - O Monumental de Nuñez tem muito charme, mas nem de longe é um estádio acanhado – é a força da torcida que o transforma, pela pressão, num caldeirão. O River ainda não perdeu em casa nesta Libertadores, mas no Argentino a campanha é abaixo do esperado: duas vitórias, três empates e uma derrota. Ou seja, 50% de aproveitamento (nove pontos em 18 disputados).

* Colaboraram as equipes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Por Rio de Janeiro