22 de março de 2018

Iguatu joga vaga nas semifinais contra Uniclinic, que quer se manter no G-4

Iguatu x Uniclinic vale vaga nas semifinais do Campeonato Cearense (Foto: Reprodução)Iguatu x Uniclinic vale vaga nas semifinais do Campeonato Cearense (Foto: Reprodução)

Iguatu e Uniclinic fazem confronto direto pela classificação às semifinais do Campeonato Cearense. Às 21 horas, no Estádio Morenão, as duas equipes medem forças pela última vaga. Para o Azulão, só a vitória interessa, contanto que o Ferroviário, que também luta pela vaga, não vença o Fortaleza. A Águia da Precabura pode entrar até com um empate, se o Ferrão, no máximo, empatar também. Vitória garante a equipe nas semis.

O Iguatu vai a campo com sua força máxima para fazer valer o mando de campo. Na última vez que jogou em casa, acabou perdendo para o Floresta, mas neste confronto decisivo, pretende não repetir os mesmos erros e arrancar a vitória.

Para a Águia da Precabura, que pode se classificar com o empate, o objetivo também é vencer para se garantir sem depender de ninguém. O técnico Luan Carlos colocará em campo a sua força maior do elenco para fazer frente ao Iguatu, que joga em casa.

A partida entre Iguatu e Uniclinic será às 21 horas, no Estádio Morenão, no interior cearense, pela última rodada da 2ª fase do Campeonato Cearense.

Provável Iguatu: Gleibson; Jeovane, Luiz Fernando, Albano e Elves; Michel, Dedê, Elanardo e Paulinho; Otacílio Marcos e Ivan.

Provável Uniclinic: Marcelo; Joardeson, Marcelo Amaral e Daniel; Natiel, Fábio Leite, Danilson, Alan e Iury; Marcelo Nicácio e Ronda.

Por GloboEsporte.com, Iguatu, CE

Ceará e Floresta lutam por liderança da 2ª fase do Cearense no PV

Ceará e Floresta se enfrenram por liderança da 2ª fase (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)Ceará e Floresta se enfrenram por liderança da 2ª fase (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)

Nesta quinta-feira (22), a partir das 22 horas, Ceará e Floresta medem forças no Estádio Presidente Vargas. Respectivamente, vice-líder e líder, as equipes buscam a ponta para ter vantagem nas semifinais. Ou, pelo menos, que um dois dois não desça para a 3ª colocação e fique sem os benefícios dos dois primeiros colocados.

O Ceará vai com um time misto e só poderá usar, no máximo, quatro jogadores que atuaram na última terça-feira (20), pela Copa do Nordeste, contra o CSA. Isso porque um acordo entre o Sindicato dos Atletas, o clube e Ministério Público do Trabalho fixou. Como não as 66 horas de intervalo entre um jogo e outro ainda não estarão completas, abriu -se uma exceção para que quatro jogassem. Comissão técnica e jogadores do Vovô têm reclamado muito da maratona de partidas neste início de ano. O time que deve ir a campo é: Everson; Leandro Silva, Bruno Pires, Rafael Pereira e Romário; Naldo, Raul e Wescley; Roberto, Douglas Coutinho e Luidy.

Do outro lado, o Floresta está bem mais descansado e não tem envolvimento com a polêmica de partidas muito próximas porque está jogando apenas o Cearense. Líder da 2ª fase, o Verdão quer manter a ponta e ter vantagem nas decisões que estão pela frente. O técnico Oliveira Canindé vai com força máxima para o jogo. O objetivo é uma nova vitória para não correr de perder a sua posição: Mauro; Danrley, Regineldo, Cláudio Caça-Rato e Edgard; Dim, Iago, Bruno Ocara e Wallace; Edson Cariús e Veraldo.

Ceará x Floresta será no Estádio Presidente Vargas, a partir das 21 horas desta quinta-feira (22), pela útlima rodada da 2ª fase do Campeonato Cearense.

Provável Ceará: Everson; Leandro Silva, Bruno Pires, Rafael Pereira e Romário; Naldo, Raul e Wescley; Roberto, Douglas Coutinho e Luidy.

Provável Floresta: Mauro; Danrley, Regineldo, Cláudio Caça-Rato e Edgard; Dim, Iago, Bruno Ocara e Wallace; Edson Cariús e Veraldo.

Por GloboEsporte.com, Fortaleza, CE

Fortaleza e Ferroviário fazem confronto decisivo pelo Campeonato Cearense

Foto: Verdinha
Foto: Verdinha
Fortaleza e Ferroviário se enfrentam nesta quinta (22), na Arena Castelão, às 21 horas. A partida, válida pela última rodada da segunda fase do Campeonato Cearense, é decisiva para as duas equipes, que possuem objetivos diferentes.
As duas equipes tentam a reabilitação no Clássico das Cores, após serem derrotados na última rodada do estadual. O Leão busca a vice-liderança do torneio. Para isso, precisa vencer e ficar de olho no resultado do jogo entre Ceará e Floresta. que ocorrerá no mesmo horário, no Presidente Vargas. Já a missão da equipe coral é mais complicada. Além de ganhar do Fortaleza, o Ferroviário torce por um empate entre Iguatu e Uniclinic, qualquer outros resultados eliminam o Tubarão da Barra.
Após perder para o Vitória(BA), pela Copa do Nordeste, nesta quarta-feira (21), por 4×1, no Presidente Vargas, o Ferroviário já volta a campo um dia depois. Isso gerou polêmica nos bastidores da partida, uma vez que o a equipe coral queria mudar a data da partida, alegando falta de tempo hábil para descanso, mas o Fortaleza foi contra a decisão. O Tribunal de Justiça Desportiva do Ceará(TJDF-CE) decidiu manter o jogo na mesma data.
O Fortaleza conta com as voltas do zagueiro Ligger e do polivalente Felipe, enquanto o Ferroviário deve ter seu time titular de volta, já que foi poupado no jogo pela Copa do Nordeste.
Com informações da Rádio Verdes Mares

Clássico Fla-Flu define finalista da Taça Rio

Valendo vaga na final da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, Fluminense e Flamengo se enfrentam nesta quinta-feira, às 20h (de Brasília), no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ), em choque válido pelas semifinais. Por ter melhor campanha o Tricolor tem a vantagem do empate. A rivalidade entre os clubes está em alta desde a final do Estadual do ano passado, vencida pelos flamenguistas. Este ano, porém, foi o time das Laranjeiras quem sorriu no único encontro entre ambos até aqui: goleada de 4 a 0 sobre o rival, que preservou alguns titulares de olho na Copa Libertadores.
“É uma outra situação. Não podemos levar muita coisa daquela partida para o jogo desta quinta-feira, que vale uma vaga em uma final que queremos muito conquistar. Meus jogadores sabem que precisamos ser superiores ao Fluminense para atingirmos nossos objetivos”, disse Paulo César Carpegiani, comandante do Flamengo.
O clima de rivalidade vai ser ainda maior agora, pois os times encontraram motivação para a vitória: “É um jogo especial. Todos sabem. Tanto o lado de lá, como o lado de cá. Temos que nos doar o máximo em campo, pois isso é um passo importante na luta pela classificação para a decisão”, afirmou Abel Braga, técnico do Flu.
Vencedor da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca, o Mengão já está nas semifinais do Estadual. Mas seus jogadores garantem que o desejo agora é o de ganhar também a Taça Rio, o que lhe garantiria de forma antecipada um lugar na grande decisão do Carioca.
Everton Ribeiro acredita que a equipe ode vencer o rival para depois, faturar a Taça Rio: “Nosso objetivo é conquistar também o título da Taça Rio, o que nos levaria diretamente para a decisão do Campeonato Carioca, sem a necessidade de uma semifinal, onde qualquer coisa pode acontecer. Sabemos que o caminho para isso é ingrato e por isso mesmo respeitamos o Fluminense e entendemos que as dificuldades agora serão ainda maiores. Mas temos condições de desempenhar um bom papel” – disse o meia.
No único jogo do ano entre as equipes, goleada do Flu por 4 a 0 (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)
O fato do Tricolor ter uma vantagem é um ingrediente importante no jogo. Porém, o fato de poder empatar é minimizado pelos atletas: “Não estamos pensando no empate. É um resultado que nos agrega, mas não estamos pensando nisso. Nossa maneira de jogar vai ser a mesma. Ainda mais se falando de clássico, de Fla-Flu, você nunca entra pensando em empatar”, frisou Richard.
Em termos de escalação, Abel Braga garantiu a manutenção do esquema com três zagueiros e vai manter a base que está invicta ao longo de todo o segundo turno. Com isso, voltam os titulares, preservados no fim de semana no empate por 1 a 1 com a Cabofriense.
Pelo lado Rubro Negro, o volante Jonas, que deixou a goleada de 4 a 0 sobre a Portuguesaantes do fim por conta de um pisão no pé esquerdo, não teve lesão e está em tratamento, não devendo ser problema. O zagueiro Réver e o atacante colombiano Marlos Moreno, ambos livres de lesões musculares, foram reintegrados e podem ser relacionados. O meia Lucas Paquetá, que estava suspenso diante da Lusa, reaparece.
Quem também tem presença certa, mas no banco de reservas, é o atacante Felipe Vizeu, que esteve ausente do duelo contra o Emelec, no Equador, e contra a Portuguesa, em Cariacica, por problemas particulares. Com isso, o jovem Lincoln não será relacionado.
Com informações da Gazeta Esportiva

ONU alerta que 124 milhões de pessoas necessitam ajuda alimentícia urgente

Criança somali em um campos para deslocados em Qardho. O país enfrenta uma longa seca e organismos internacionais alertam que o país pode passar por uma grave crise de fome no segundo semestre de 2017
As piores crises de alimentos de 2017 se localizaram no Nordeste da Nigéria, na Somália, no Iêmen e no Sudão do Sul, onde havia 32 milhões de pessoas que necessitavam assistência urgenteDai Kurokawa/EPA/Agência EFE

Cerca de 124 milhões de pessoas em 51 países enfrentaram graves crises de alimentos em 2017, número que representa um claro aumento sobretudo pelos conflitos cada vez mais intensos e prolongados, advertiu a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (22).  A informação é da Agência EFE.

O relatório mundial de crises de alimentos, elaborado por diversas agências das Nações Unidas e outros parceiros, destaca que a quantidade de pessoas com fome aguda no mundo aumentou em 11 milhões (11% anual) se comparados os mesmos 45 países analisados neste ano e no anterior.

Em 2016, foram contabilizadas 108 milhões de pessoas que sofriam com grave insegurança alimentícia em 48 países, frente às 80 milhões calculadas em 2015.

"Duas a cada três pessoas com fome procedem de países que vivem crises prolongadas", explicou em conferência o diretor-geral da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva.

As piores crises de alimentos de 2017 se localizaram no Nordeste da Nigéria, na Somália, no Iêmen e no Sudão do Sul, onde havia 32 milhões de pessoas que necessitavam assistência urgente, 16% a mais que um ano antes.

Com informações da Agência Brasil

STF julga pedido de habeas corpus de Lula em meio a clima tenso entre ministros

Cármen Lúcia durante a sessão do STF, nesta quarta-feira.Cármen Lúcia durante a sessão do STF, nesta quarta-feira.  AFP
Todos os olhos se voltaram para o Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, sob a expectativa de que o plenário passasse a analisar uma das ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) em que se questionava se era permitida o cumprimento de penas após uma condenação em segunda instância. A pauta polêmica, que pode vir a mudar o entendimento de que os réus sejam presos sem que o processo chegue ao Supremo (terceira instância), ganhava ainda mais importância diante do julgamento final do ex-presidente Lula, que pode vir a ser preso nesta segunda. O Tribunal Regional Federal 4 (TRF-4) no dia 26 os embargos de declaração (um instrumento jurídico em que se pede esclarecimentos em relação a algum ponto da sentença) apresentados pela defesa de Lula. Caso sejam negados, ele pode ser detido na sequência.
Mas apesar da pressão exercida sobre a presidenta do STF, Cármen Lúcia, ela decidiu não pautar o processo. Em contrapartida, para amenizar as críticas de que estaria se abstendo de julgar casos de relevância para a política nacional, a presidenta definiu que um habeas corpus apresentado pelos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja analisado na sessão desta quinta-feira. O pedido do habeas corpus visa impedir a prisão do petista após o julgamento no TRF-4.
Se concordarem com a tese da defesa do ex-presidente, os ministros tornarão o cumprimento da pena de Lula quase inócuo. O relator do caso é Edson Fachin, o mesmo que atua em toda a operação Lava Jato e costuma ser duro com os réus. Ao fim da sessão, Sepúlveda Pertence, um dos advogados de Lula e ex-ministro do STF, se mostrou aliviado com a decisão de Cármen Lúcia. “Rompeu-se esse impasse que estava se criando de não julgar o habeas corpus. (...) Espero que seja um julgamento justo”.
Na sessão desta quarta, a ministra Cármen Lúcia também precisou adiar outra pauta polêmica. Ela informou que o julgamento da ação que questionava o pagamento de auxílio moradia a juízes federais não seria mais analisada pela Corte. O caso será analisado por uma câmara de conciliação da Advocacia Geral da União. O pedido de migração de foro foi feito pelo relator do caso, o ministro Luiz Fux.

Barroso X Gilmar

Era para ser uma sessão simples de julgamento. Mas o clima de incertezas na Corte Suprema, aliado a uma antiga rixa entre dois dos onze ministros, transformou a reunião desta quarta-feira em uma espécie de ringue. Gilmar Mendes destilava uma série de críticas aos colegas, como costuma fazer, sem se prender ao que estava julgando – uma ação que visava impedir doações eleitorais ocultas. Roberto Barroso irritou-se então e disparou uma série de impropérios contra seu colega. Foi a segunda vez, em cinco meses, que Mendes e Barroso tiveram um entrevero durante uma sessão no plenário da mais alta instância judiciária brasileira.
A origem do embate foi quando Gilmar criticou a prática que a Corte tem adotado de alterar a jurisprudência se aproveitando de maioria eventuais. “Vamos legalizar o aborto, de preferência por 2 a 1”. Barroso, que relatou uma ação que tinha a legalização do aborto como tema, entendeu que havia sido provocado e iniciou seus ataques verbais. “Me deixa de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. É uma mistura do mau com o atraso e pitadas de psicopatia”.
Barroso ainda disse que Mendes envergonhava o Judiciário. “Vossa excelência é uma desonra para o tribunal. É uma desonra para todos nós. Um temperamento agressivo, grosseiro rude”.
Uma das respostas de Mendes: “Desonra se faz é aplicando Constituição que não existe. Estou absolutamente tranquilo em relação a isso. Eu não posso inventar uma Constituição. Podemos mudar de jurisprudência, mas é preciso dialogar com a doutrina”.
Em outro momento, ainda disse que Barroso deveria fechar sua banca de advogados (da qual já está afastado há quase cinco anos). “Vou recomendar que o ministro Barroso feche o seu escritório. Feche o seu escritório de advocacia”. Antes de ser nomeado pela ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) para o cargo de ministro do STF, no ano de 2013, Barroso era professor e sócio de um escritório de advocacia no Rio de Janeiro. Após o bate-boca, a sessão foi temporariamente suspensa.
Esse discurso de Gilmar Mendes é semelhante ao que tem sido adotado pelo governo Michel Temer (MDB) contra as ações criminais, em que o mandatário é alvo e são relatadas por Barroso. Há uma clara tentativa de pregar em Barroso a pecha de que ele é vinculado ao PT.
Por Afonso Benites
Com informações do Jornal El País

Apagão não significa fragilidade no sistema, diz ONS

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O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, disse hoje (22) que o apagão no Norte e Nordeste do país não significa fragilidade no sistema elétrico brasileiro.O incidente deixou 70 milhões de pessoas sem energia elétrica e se deu após uma falha na Subestação Xingu, no Pará, que distribui parte da energia produzida na Usina de Belo Monte.

"Apesar do distúrbio de ontem, temos absoluta convicção das condições de suprimento de energia no país", disse. "Quero deixar clara a nossa convicção de que o distúrbio de ontem não pode e não deve significar qualquer tipo de fragilidade no sistema". 

Na visão do ONS, o sistema é "robusto" e dispõe de energia suficiente. Barata explicou que houve uma expansão na geração e transmissão de energia, enquanto o consumo ficou estável com a crise econômica dos últimos anos.

As causas do apagão devem ser conhecidas em até 15 dias, segundo Barata, que se reunirá com todas as empresas afetadas pelo apagão na próxima segunda-feira para a preparação do relatório de análise de perturbação.

"A nossa expectativa é que em 10, no máximo 15 dias, possamos divulgar exatamente o que aconteceu. As causas e as consequências e quais são as medidas que vamos tomar", afirmou. 

O diretor participou do seminário Agenda Setorial 2018, no Rio de Janeiro, com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso.

Com informações da Agência Brasil

O desafio do sucessor de Kuczynski frente a um Peru indignado

Martín Vizcarra, em uma foto de arquivo.Martín Vizcarra, em uma foto de arquivo. REUTERS
O primeiro vice-presidente do Peru, Martín Vizcarra, é um homem tranquilo – e vai necessitar de muita calma para enfrentar a tarefa de governar um país com uma classe política desacreditada perante os cidadãos, como pouquíssimas na região. Vizcarra está a caminho a Lima, procedente de Ottawa e, por lei, deve substituir o presidente Pedro Pablo Kuczynski, que enviou sua carta de renúncia ao Congresso nesta quarta-feira. Horas depois do anúncio, Vizcarra se pronunciou no Twitter mostrando indignação pela situação do Peru e assegurou que permanecerá “à disposição do país, respeitando o que manda a Constituição”. Há três meses, a decisão de Vizcarra de prometer que renunciaria se Kuczynski fosse destituído ajudou a frear a manobra, pelo risco de que o poder caísse nas mãos do fujimorismo. Desta vez, o vice-presidente deixou claro que não renunciaria, e isso aumentou a pressão sobre PPK, que finalmente cedeu.
Vizcarra começou a assumir o poder ainda no Canadá e conversou com a chanceler que deixa o cargo para informar que ele próprio receberá os chefes de Estado que participarão da próxima Cúpula das Américas, no mês de abril, em Lima. “O presidente disse que conversará amanhã [quinta-feira] com Vizcarra”, relatou um dos ministros ao EL PAÍS, minutos depois de o Gabinete apresentar sua renúncia coletiva.
O engenheiro e ex-presidente regional da empresa Moquegua terá que recompor as relações com os principais partidos, enfraquecidos aos olhos da opinião pública. Vizcarra foi nomeado embaixador no Canadá em setembro do ano passado e permaneceu à margem das acusações contra Kuczynski por seus vínculos com a Odebrecht. Fontes do Executivo preveem que ele tome posse oficialmente na sexta-feira.
Durante um ano e oito meses de Governo de PPK, os políticos se atacaram mutuamente de forma dura, usando todo tipo de acusações. Além disso, a linguagem utilizada nos vídeos e áudios que o fujimorismo divulgou na terça-feira indignou os peruanos pelo nível de decomposição que revelaram, num sistema político pouco institucional e corrupto. O descrédito se estendeu não só ao presidente, mas também a todo o Parlamento, por isso eventuais novas eleições, a única fórmula para recuperar credibilidade, teriam um resultado mais incerto do que nunca, num ambiente de ceticismo generalizado com a elite.
Segundo o Barômetro das Américas, uma pesquisa divulgada na terça-feira, 91% dos peruanos acreditam que mais de metade dos políticos estão envolvidos em atos de corrupção. O levantamento foi feito entre fevereiro e abril de 2017, antes das revelações sobre a participação maciça da Odebrecht, com dinheiro de caixa dois, nas eleições gerais de 2006 e 2011.
Para 27% dos peruanos, a corrupção é o principal problema do país, o percentual mais alto do continente, maior até mesmo que no Brasil (19%), cuja política foi afetada pelo caso Lava Jato.
Ainda segundo essa pesquisa regional, o Peru é um dos oito países que menos defendem a democracia na região: 38% afirmam que apoiariam um golpe contra o presidente, o percentual mais alto no continente. Diante da fragilidade demonstrada por Kuczynski, nas ruas de Lima alguns voltam a pensar em um homem forte, precisamente o ambiente que Fujimori aproveitou em 1992 para seu autogolpe.
De acordo ao Barômetro das Américas, só 7,5% dos peruanos ouvidos têm confiança nos partidos políticos, o nível mais baixo desde que essa pesquisa começou a ser feita no Peru.
Os últimos 18 meses se caracterizaram pelos ataques dos partidos Força Popular, de Keiko Fujimori, e APRA contra o Executivo e a bancada partidária do Peruanos pelo Kambio e seus atuais aliados: os 10 fujimoristas dissidentes liderados por Kenji Fujimori.
Mas, além disso, a sombra da Odebrecht na política e a consequente revelação de provas, tanto pelos processos de delação premiada de executivos da empreiteira brasileira como pelas investigações do Ministério Público peruano, atingiram Kuczynski, os ex-presidentes Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala, a ex-candidata presidencial Fujimori e a ex-prefeita de Lima Susana Villarán. A empresa admite que forneceu recursos irregulares às campanhas presidenciais de García (em 2006), de Humala, Fujimori e Kuczynski em 2011, e contra a destituição de Villarán em 2013.
As normas eleitorais peruanas não castigam penalmente o uso de caixa dois, e o Congresso atual se negou a legislar para impor sanções.
Fujimori, junto com seus coordenadores financeiros e ex-chefes de campanha, são atualmente investigados por lavagem de capitais pelo Ministério Público, e o Conselho de ministros aprovou nesta quarta-feira o envio aos Estados Unidos de um pedido de extradição de Toledo, preparado pelo Poder Judiciário.
O analista político Fernando Tuesta, ex-chefe do Escritório Nacional de Processos eleitorais, destacou em uma entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros, na manhã de quarta-feira, que no Peru “nenhum presidente com maioria absoluta opositora no Congresso sobreviveu”, ou seja, não conseguiu concluir seu mandato de cinco anos, como ocorreu com Kuczynski. O único que evitou esse destino foi Fujimori, que fechou o Congresso com um autogolpe em 1992.
Tuesta destacou que é preciso modificar a norma a respeito da “vacância do presidente por incapacidade moral”, já que o impeachment poderia ser usado sempre que a oposição reunir 87 dos 130 votos, independentemente do motivo.
Já o cientista político Eduardo Dargent disse que, com a demissão do Kuczynski, há um aspecto positivo: “Caem ministros com interesses empresariais, que não sabiam de administração de programas sociais nem de reforma educativa”. Dargent espera que Vizcarra recrute algumas pessoas com talento, como o ex-ministro de Educação Jaime Saveedra, e proponha uma reforma policial e educativa. “Muito do que ocorrer na política, além disso, dependerá de que Pablo Sánchez continue na Procuradoria da Nação [onde comanda as investigações aos líderes dos partidos políticos]”, comentou.
Com informações do Jornal El País

TSE cassa governador e vice do Tocantins por abuso de poder econômico

Governador Marcelo Miranda, do Tocantins
Governador Marcelo Miranda, do Tocantins, tem seu mandato cassado pelo TSEElizeu Oliveira/ Divulgação Secom-TO
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (22), por 5 votos a 2, cassar o mandato do governador do Tocantins, Marcelo Miranda, e de sua vice, Cláudia Lelis, faltando poucos mais de nove meses para o fim do mandato. O presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse (PHS), deve assumir o governo até a realização de novas eleições dentro de até 40 dias.

Por 4 votos a 3, os ministros do TSE decidiram também pelo cumprimento imediato da medida, mesmo que a defesa dos políticos ainda possa entrar com embargos para recorrer contra a decisão.

Os políticos foram acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder econômico na campanha de 2014. Ambos teriam contraído um empréstimo supostamente fictício de R$ 1,5 milhão, feito pelo irmão de Miranda, mas os recursos foram destinados a abastecer caixa dois da campanha eleitoral do governador, segundo a denúncia.

O processo foi iniciado após a apreensão de R$ 500 mil em espécie em um avião na cidade de Piracanjuba (GO). A bordo, estavam também milhares de santinhos da campanha de Miranda.

Miranda e Cláudia Lélis acabaram absolvidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), por ausência de provas, pois mensagens de WhatsApp colhidas nos celulares dos acusados teriam sido obtidas de forma ilegal. 

O MPE recorreu ao TSE, que começou a julgar o caso em plenário em 28 de março do ano passado. Na ocasião, a relatora, a então ministra Luciana Lóssio, absolveu os acusados, por entender que não havia provas de que os recursos apreendidos seriam utilizados na campanha eleitoral. O julgamento acabou suspenso por pedido de vista do ministro Luiz Fux.

Nesta quinta-feira, ao retomar o caso, Fux afirmou que “há elementos sim, fortíssimos, de provimento” do recurso do MPE pela cassação, como “diversas ligações telefônicas captadas por intermédio de autorização judicial, minutos antes do flagrante delito”, referindo-se à apreensão na aeronave.

Votaram junto com Fux, pela cassação, os ministros Rosa Weber, Admar Gonzaga, Jorge Mussi e Luís Roberto Barroso. O ministro Napoleão Nunes Maia ficou vencido junto com a ministra-relatora, Luciana Lóssio, ao votar pela não cassação.

Em sustentação oral durante o julgamento, a defesa do governador e de sua vice insistiram que mensagens de WhatsApp usadas como prova foram obtidas de modo irregular, anulando a investigação. Os advogados também defenderam não haver provas de que os recursos apreendidos no avião eram destinados à campanha eleitoral.

A Agência Brasil entrou em contato com o governo do Tocantins para comentar o julgamento, mas ainda não obteve retorno.           

*Matéria corrigida às 11h30. Miranda e Cláudia Lélis acabaram absolvidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), e não pelo Tribunal Regional Federal, como dito anteriormente. 

Com informações da Agência Brasil