8 de setembro de 2016

Desempenho de estudantes do ensino médio é menor que o de 20 anos atrás

O desempenho de estudantes no ensino médio em português e matemática em 2015 foi pior que há 20 anos, segundo dados divulgados hoje (8) pelo Ministério da Educação (MEC). A etapa é tida como um dos principais gargalos do ensino básico, concentrando os piores indicadores. Os números são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), calculados a cada dois anos. 
Aumenta número de jovens pobres que concluem o ensino médio
De acordo com a presidenta executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, os números mostram que não houve um amplo esforço para mudar as bases do ensino médioArquivo Agência Brasil
Em 2015, a proficiência média em língua portuguesa na etapa de ensino foi 267,06. A média nacional melhorou em relação a 2013, quando ficou em 264,06. No entanto, está abaixo dos 268,57 obtidos em 2011 e dos 290, registrados pelos estudantes de 1995. A proficiência média em matemática apresenta redução desde 2011, quando era 274,83. Em 2015, a média foi 267. Vinte anos antes, em 1995, a proficiência média era de 281,9. 

As médias de 2015 colocam os estudantes do ensino médio no nível 2 de 8, de acordo com escala do MEC, em português e no nível 2 de 10 em matemática. Isso significa que os alunos têm dificuldades em interpretações de texto e operações matemáticas minimamente complexas como soma, subtração, multiplicação e divisão.

Faltam políticas públicas
De acordo com a presidenta executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, os números mostram que não houve um amplo esforço para mudar as bases do ensino médio. "O ensino médio é uma etapa muito mal desenhada, é desenhada para não dar certo. Os alunos têm 13 disciplinas para serem trabalhadas em 4 horas de aula, que na realidade são 2 horas e meia. Há uma perda de eficiência em relação a políticas e investimentos e o resultado é esse".

A proficiência considerada adequada para o ensino médio é 300 em português e 350 em matemática, segundo critério consolidado pelo Todos pela Educação, que leva em conta o desempenho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na avaliação internacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). 

"No ensino médio, chegamos ao fundo do poço, principalmente em matemática. Não dá mais para esperar um milagre. Precisamos urgentemente tomar uma decisão que passa por dois aspectos, o currículo e a formação de professores. Precisamos dar mais foco no interesse do jovem", diz o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.

Ensino Fundamental
A maior evolução do desempenho dos estudantes foi nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano. Em língua portuguesa, o desempenho cresce desde 2001. Em 2015, atingiu a proficiência média de 207,57. O número representa um salto de 11,66 pontos em relação aos 195,91 do último Saeb, em 2013. Em matemática, a proficiência média também é crescente desde 2001, quando registrou 176,3, em 2013 foi 211,21 e, em 2015, chegou a 219,3.
sala de aula
Para a presidenta do Todos pela Educação, além de uma reformulação, necessária ao ensino médio, é necessário investimento na formação de professoresArquivo/Agência Brasil
Nessa etapa o Brasil está acima do nível adequado, de acordo com os critérios do Todos pela Educação em português, que é 200. Já em matemática, apesar da evolução, continua abaixo dos 225. "Esse Saeb mostrou um avanço importante, uma evolução de 12 pontos em língua portuguesa, o que equivale a meio ano de estudos", avalia Priscila.

Os anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, também apresentaram evolução, embora menor que os inciais. Em matemática, a proficiência média foi 255,76, superior aos 251,54 de 2013. Em português, passou da média de 247,81 em 2013 para 251,53 em 2015. As proficiências adequadas para a etapa são 275 em português e 300 em matemática.

Professores
Para Priscila, além de uma reformulação, necessária ao ensino médio, é necessário investimento na formação de professores. "O principal é o professor. Precisamos de professores bem formados nas salas de aula. Tem que ter política de atratividade para a carreira docente que faça com que os bons alunos do ensino médio sigam a carreira. É necessário também formação continuada, depois da inicial, e que as licenciaturas tenham mais prestígio dentro das instituições de ensino", diz.

De acordo com análise feita pelo movimento, os docentes recebem o equivalente a 54,5% do que ganham outros profissionais também com curso superior. "Se não tiver professor em quantidade e qualidade, bem preparados, a gente perde quase tudo. Posso fazer um bom desenho de currículo, mas para que a expectativa seja atendida é preciso um professor bem formado", diz Ramos. Segundo ele, a dificuldade do ensino básico começa nos anos finais do ensino fundamental, quando os estudantes começam a ter aulas com diversos professores e muitos deles não são formados nas áreas que lecionam. Dados no Ministério da Educação mostram que quase 40% dos professores não têm formação adequada.

Saeb
Os resultados do Saeb são referentes à Prova Brasil, aplicada em novembro de 2015. Participaram da avaliação todas as escolas públicas brasileiras com no mínimo 20 estudantes matriculados no 5º ou 9º anos do Ensino Fundamental, o que representa cerca de 4 milhões de estudantes. Além desse conjunto de escolas, foi considerada uma amostra de instituições privadas com dez ou mais estudantes matriculados no 5º ou 9º anos do ensino fundamental ou na 3ª série do ensino médio.

O Saeb também contém uma amostra de escolas públicas municipais e estaduais com dez a 19 alunos matriculados no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e uma amostra de escolas públicas estaduais e municipais com dez ou mais alunos matriculados na 3ª série do Ensino Médio.

Agência Brasil

Com Felipe e novatos, Ceará define relacionados para jogo com o Goiás

Felipe Menezes, meia-atacante do Ceará (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)Felipe Menezes, recém-chegado, já pode estrear no sábado (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)
O Ceará fechou os treinamentos nesta quinta-feira (8), em solo cearense, e a comissão técnica definiu a lista de relacionados para o jogo contra o Goiás, no sábado (10), às 18h30. Em seguida, o elenco viaja para Goiânia, local da partida, onde ainda faz mais um treino antes de jogar.
As novidades nesta lista são os recém-contratados Douglas Marques (zagueiro) e Felipe Menezes (meia-atacante), que foram apresentados nesta semana e já constam entre os relacionados. Junto a eles, o meia Felipe volta a ser relacionado por Sérgio Soares e deve entrar em campo contra o Goiás. Na última partida, diante do Avaí, ele não atuou porque estava contundido.
Já o lateral direito Eduardo, que cumpriu suspensão no empate em 0 a 0 contra os catarinenses, está com dor de garganta e não viaja. O técnico Sérgio Soares ainda não poderá contar com o lateral esquerdo Thallyson, o volante Baraka e o atacante Bill, todos suspensos.

Ceará e Goiás se enfrentam neste sábado (10), às 18h30, no Estádio Serra Dourada, pela 24ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O Vovô é o 5º colocado, com 38 pontos. O Goiás é o 17º, com 27 pontos conquistados.
Felipe, meia do Ceará (Foto: Kid Júnior/Agência Diário)
Felipe, meia do Ceará, retorna à relação de Sérgio Soares para o jogo com o Goiás (Foto: Kid Júnior/Agência Diário)

Veja a lista de relacionados:
Goleiros: Éverson e Lauro
Zagueiros: Valdo, Charles, Ewerton Páscoa, Douglas Marques e Lucas
Laterais: Tiago Cametá, Sánchez e Buiú
Volantes: Diego Felipe, Richardson, Ricardinho e Raul
Meias: Felipe, Wescley e Felipe Menezes
Atacantes: Rafael Costa, Serginho e Robinho

Por Fortaleza, CE

Beneficiários de auxílio-doença do INSS são convocados para revisão de perícia

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a convocar nesta semana, por carta, os primeiros 75 mil beneficiários de auxílio-doença que passarão pela perícia médica de revisão do benefício. São pessoas que têm até 39 anos de idade e que estão há mais de dois anos sem passar por exame pericial.

Após o recebimento da carta, o beneficiário terá cinco dias úteis para agendar a perícia pela central de atendimento, no telefone 135. Quem não fizer o agendamento dentro do prazo terá o benefício suspenso e só será reativado após o agendamento de uma nova perícia.

O INSS reforça que os beneficiários não precisam comparecer às agências de atendimento antes da convocação. Segundo o instituto, para evitar sobrecarga e filas desnecessárias, os beneficiários serão convocados em lotes com critérios pré-definidos.

A revisão pericial será feita em 530 mil beneficiários de auxílio-doença que receberam o benefício por meio de decisão judicial e não realizaram nenhuma atualização nos últimos dois anos. Em seguida, o governo vai revisar 1,2 milhão de aposentadorias por invalidez, de pessoas com idade inferior a 60 anos.

O beneficiário que não concordar com o resultado da perícia poderá recorrer da decisão e solicitar nova avaliação.

Segundo o INSS, a medida dará “segurança” a esses trabalhadores já que a previsão é que muitos beneficiários migrem para o regime de aposentadoria por invalidez. Com esse pente-fino, a expectativa do governo é que entre 15% a 20% dos convocados deixem de receber a quantia média de R$ 1.193,73 por mês. Caso esse número se confirme, a economia pode chegar a R$ 126 milhões por mês para os cofres públicos.

Essas revisões devem durar dois anos e não prejudicarão os atendimentos regulares. Cada perito médico poderá realizar até quatro perícias de revisão por dia, além da agenda de atendimento, e receberá R$ 60 por cada uma.

Os beneficiários devem manter seus endereços atualizados junto ao INSS. A atualização cadastral pode ser feita pelo telefone 135 ou pela internet, na página www.previdencia.gov.br. Nos casos de pessoas com domicílio indefinido ou em localidades não atendidas pelos Correios, a convocação será feita por edital publicado em imprensa oficial. Para reforçar a convocação, também serão emitidos, a partir de novembro, avisos por meio dos caixas eletrônicos das agências bancárias.

A revisão pericial está prevista na Medida Provisória nº 739, de 07/2016, e os procedimentos técnicos foram estabelecidos por meio da Resolução n° 546, de 08/2016.

Agência Brasil

Reforma Trabalhista - Governo propõe jornada diária de até 12 horas


O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, informou hoje (8), em reunião com sindicalistas, que a reforma trabalhista deve ser encaminhada ao Congresso Nacional até o fim deste ano.

Entre as medidas em pauta, está a proposta que formalizará jornadas diárias de até 12 horas. Atualmente, contratos de trabalho com jornadas superiores a oito horas diárias são frequentemente questionados pela Justiça do Trabalho, que ainda não reconhece formalmente a jornada mais longa.

O documento deve contemplar também a criação de dois novos modelos de contrato. A pasta avalia considerar o tipo que inclui horas trabalhadas e produtividade, além do modelo que já vigora atualmente, baseado na jornada de trabalho. O objetivo das medidas é aumentar a segurança jurídica de contratos que não estão estipulados pela legislação trabalhista, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ronaldo Nogueira ressaltou que não haverá retirada de direitos trabalhistas. “Não há hipótese de mexermos no FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], no 13º [salário], de fatiar as férias e a jornada semanal. Esses direitos serão consolidados. Temos um número imenso de trabalhadores que precisam ser alcançados pelas políticas públicas do Ministério do Trabalho”, disse Nogueira, em reunião da Executiva Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

Em agosto, o ministro já havia anunciado que o governo mandará uma proposta de atualização da legislação trabalhista ao Congresso. Na ocasião, Ronaldo Nogueira garantiu que os direitos dos trabalhadores serão mantidos. Ele disse que “o trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho". Para Nogueira, a reforma vai criar oportunidades de ocupação com renda e consolidar os direitos.

Agência Brasil