9 de setembro de 2017

Fortaleza vence o Moto Club no Castelão e se classifica para o mata-mata da Série C



Ronny marcou o gol da vitória tricolor. Foto: Julio Caesar/O POVO


Foi na base do drama, com muito sofrimento e dificuldade, como era de se esperar, mas o Fortaleza está classificado para o mata-mata da Série C do Brasileiro. Na noite deste sábado (9), o Tricolor superou toda a tensão que esteve rondando o Pici durante a semana, venceu o Moto Club por 1 a 0 e garantiu a festa dos torcedores que abraçaram o clube no momento decisivo e lotaram o Castelão.

Agora duas partidas separam o Tricolor do acesso à Série B, e o Tupi-MG será o adversário da vez do mata-mata. O primeiro jogo será no Castelão e partida de volta em Minas Gerais. A CBF confirmará na próxima segudna-feira (11) as datas e horários dos dois jogos.

É a quinta vez que o Fortaleza chega no mata-mata da Série C, mas será a primeira vez que decidirá fora de casa.

O JOGO
Os primeiros 30 minutos de jogo foram de absoluta pressão do Fortaleza, com o goleiro Saulo se destacando como principal personagem do jogo. Foram pelo menos seis defesas difíceis que impediram que o Tricolor abrisse o placar. O Moto não conseguia esboçar ofensividade.

No terço final do primeiro tempo, o Tricolor se mostrou afobado e querendo resolver a qualquer custo. Todo o sistema ofensivo se mostrava nervoso. Vendo que no coletivo não resolvia, queriam resolver na individualidade, que também não surtiu efeito.

No segundo tempo, a tônica foi a mesma: pressão do Fortaleza e o Moto Club se defendendo, mas apostando nos contra-ataques. Aos 5 minutos, o time visitante quase conta com vacilo de Rodrigo Mancha para abrir o placar.

Depois de cruzamento na área, o zagueiro leonino tenta cortar e quase manda contra a própria rede. Marcelo Boeck salvou.

A tensão da torcida leonina só foi resolvida aos 29 minutos, quando Ronny, que havia acabado de entrar, acertou chute forte de fora da área no canto e derrubou a invencibilidade do goleiro Saulo, garantindo a festa nas arquibancadas do Gigante da Boa Vista.

O desafio agora é o mata-mata. O Tupi será o adversário e o Tricolor está à dois jogos de findar o sofrimento de sua torcida.


Por Bruno Balacó
Com informações do Jornal O Povo

Saiba como são escolhidos os nomes dos furacões

Furacão Irma sobre o Caribe, o mais forte registrado no Oceano Atlântico
Furacão Irma, o mais forte já registrado no Oceano Atlântico Divulgação/Nasa

Três furações estão ativos no oceano Atlântico: Irma, Katia e José, um evento raro. Na semana passada, os Estados Unidos foram impactados pelo Furacão Harvey e o México, e do lado do Pacífico, no México o Lídia. Na temporada de furacões – convencionada por meteorologistas entre junho e novembro – sempre se pergunta, por que nomes de pessoas para o fenômeno. A resposta é mais simples que parece: o padrão facilita divulgação de alertas. 

Além de facilitar os alertas e avisos para administrar o evento junto à população (protocolos de evacuação, informações sobre tempestades, etc), a adoção de um nome para a fenômeno é fundamental para evitar confusões. O site oficial da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional  (NOAA, sigla em inglÊs) dos Estados Unidos  explica que haveria mais erros e a população poderia ficar confusa. As consequências mais sérias, no caso de dois furações simultâneos na mesma época ou região.

Como os nomes são escolhidos?
Atualmente a definição dos nomes é feita pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), na Suíça, parte das Nações Unidas ONU, com 189 países membros. A lista tem 21 nomes selecionados previamente de nomes enviados por entidades oficiais regionais. A lista alterna nomes masculinos e femininos em ordem alfabética. A cada seis anos, uma nova lista é criada. Porém, atualmente. um grupo de membros da organização reavalia e acrescenta novos nomes para substituir os que foram “arquivados”.

Nomes de furacões que causaram grandes tragédias são retirados e não voltam a ser usados, para que não haja confusão. Assim, não haverá outro furacão Katrina, como o da tragédia de Nova Orleans em 2005.

História dos nomes
O livro “Furacões”, de Ivan Tannehill, é citado como referência na história dos nomes dos furacões pelo NOAA. Segundo ele, no século XIX os furacões eram “batizados” em função do dia de santos católicos, por exemplo, furação “Santa Ana”, que arrasou Porto Rico em 28 de julho de 1825, além de San Felipe I, que atingiu a mesma cidade em 13 de setembro de 1876.

O uso de nomes de mulheres é atribuído ao meteorologista australiano, Clement Wragge. Segundo Tannehill, o meteorolgista australiano teria passado a usar, para as tempestades tropicais, os nomes de mulheres das quais ele sentia raiva ou não gostava.

Durante a Segunda Guerra Mundial, integrantes da Marinha e do Exército dos Estados Unidos começaram a mapear furacões e tempestades no Oceano Pacífico e dar-lhes informalmente nomes femininos.

Já em 1953, os Estados Unidos começaram a usar nomes femininos oficialmente em tempestades tropicais no oceano Atlântico. Em 1978, o NOAA adotou uma lista de nomes de ambos os gêneros para os furacões do Pacífico. No ano seguinte, em 1979, os nomes masculinos e femininos foram incluídos em listas para o Atlântico.    

Nomes reserva
Caso ocorram mais de 21 ciclones tropicais durante uma temporada, a OMM recorre à lista de nomes do alfabeto grego: Alfa, Beta, Gama, Delta e assim por diante.   

Por Leandra Felipe
Com informações  da Agência Brasil

Vice-presidente do Uruguai renuncia

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O vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, apresentou sua renúncia “indeclinável” ao cargo neste sábado, depois de ser ver envolvido em um escândalo pelo uso de cartões corporativos oficiais e um título acadêmico que não possuía.
“Apresentei ao plenário da Frente Ampla (partido do governo) minha renúncia indeclinável à vice-presidência. Comuniquei também ao presidente Tabaré Vázquez”, anunciou Sendic no Twitter, depois de uma reunião do partido.
Sendic renunciou depois de uma decisão do Tribunal de Conduta Política (tribunal ético) de seu partido, a esquerdista Frente Ampla, que se pronunciou sobre sey comportamento em relação ao uso de cartões corporativos oficiais quando era diretor da petroleira estatal ANCAP.
A informação, que se tornou pública a partir de um recurso de acesso a dados da empresa iniciado por jornalistas, mostrou gastos de Sendic em lojas de material esportivo, produtos eletrônicos e joalherias no Uruguai e em outros países.
O tribunal considerou que “o quadro geral apresentado pelos atos descritos” do agora ex-vice-presidente “não deixa dúvidas de um modo de atuar inaceitável no uso de dinheiro público”.
Sua atuação “compromete sua responsabilidade ética e política, com o descumprimento reiterado de normas de de controle”, afirma um comunicado.
Em um vídeo filmado durante a plenária, realizada a portas fechadas neste sábado na sede do partido governista em Montevidéu para abordar o caso, Sendic chamou a decisão do tribunal partidário de “desproporcional” e “infundada”. Ele disse que “não há provas” de que cometeu irregularidades.
“Diante desta situação, frente a este conjunto de manobras, de deslealdades”, das quais acusa os companheiros de partido, Sendic afirmou: “Venho (…) colocar à disposição de vocês a vice-presidência, venho aqui renunciar à vice-presidência da República”.
Em seguida, saiu do recinto e anunciou a renúncia “indeclinável” à população pelo Twitter.
– A crise da Frente Ampla –
Os problemas com Sendic começaram em fevereiro de 2016 para a Frente Ampla, uma coalizão de esquerda que governa o Uruguai desde 2005, sucessivamente com Vázquez, José Mujica e novamente Vázquez à frente do governo.
No ano passado, Sendic admitiu que não era formado em Genética Humana como se acreditava até então.
Sua vida política entrou em uma espiral descendente, com seu nome envolvido em vários processos judiciais por sua gestão à frente da ANCAP entre 2010 e 2013, e a Frente Ampla começou a mostrar divisões internas.
Alguns setores, como o Partido Comunista, defenderam o vice.
O próprio presidente do país chegou a afirmar que Sendic era vítima de “bullying”.
Mas com o passar do tempo, os pedidos de renúncia começaram a crescer inclusive dentro do governo.
Vázquez, em uma mudança de postura notória, afirmou em uma entrevista que se ele fosse criticado pelo tribunal de ética partidário deixaria o cargo que ocupava.
Sendic respondeu que esta era a opinião do presidente que afirmou durante a semana que compareceria à reunião de sábado para provar sua “inocência”.
Mas, finalmente, terminou renunciando.
– O fim de uma carreira política –
O agora ex-vice, 55 anos, é filho do falecido Raúl Sendic, um dos fundadores da guerrilha Movimento de Libertação Nacional MLN-Tupamaros, que atuou no Uruguai nos anos 60 e 70. Foi escolhido por Vázquez para integrar a chapa presidencial que venceu a eleição em 2014 e assumiu o cargo em 2015.
Sendic chegou a ser uma figura de consenso na Frente Ampla, um nome em ascensão que poderia, por sua história pessoal e carisma, reunir os apoios necessários para virar o próximo candidato a presidente da coalizão, que aspira conquistar o quarto mandato consecutivo em 2020.
Sendic foi nomeado para a principal empresa pública uruguaia pelo ex-presidente Mujica (2010-2015).
O Uruguai está no momento com a vice-presidência vaga. A norma determina que o cargo deveria ser ocupado por Lucía Topolansky, esposa de Mujica, senador titular da lista mais votada nas últimas eleições, mas inabilitado para ocupar o cargo de vice porque no Uruguai não existem períodos sucessivos de governo.
Com informações da Revista Istoé

Fortaleza x Moto Club (MA) - Por G4 e contra Z2, duelo entre Leão e Papão vai fazer estrago

 Imagem relacionadaFortaleza passou a maior parte do Campeonato Brasileiro da Série C dentro do G4 do Grupo A, mas chega à última rodada da primeira fase em crise e com chances de perder a vaga nas quartas de final. Para garantir que isso não aconteça, precisa vencer o Moto Club às 19h30 deste sábado, no Castelão.

Apesar de estar em crise e há cinco jogos sem vencer, o Fortaleza tem um cenário relativamente positivo.Na terceira colocação, com 24 pontos, o Tricolor tem 92.2% de chances de classificação segundo levantamento feio pelo site Chance de Gol.
Mesmo com um empate, a equipe cearense está praticamente classificada, já que o Confiança, único time de fora do G4 que poderia alcança-la, precisaria tirar uma diferença de sete gols de saldo.Se for derrotado, dependerá de tropeços de Remo, Salgueiro, Cuiabá e Confiança para não perder a vaga.
Azarão na disputa, o oitavo colocado Moto Club, com 20 pontos, também tem chances de classificação, apesar de brigar simultaneamente contra o rebaixamento. O time está a dois pontos do vice-lanterna Botafogo-PB e a dois do quarto colocado Remo.
Para se classificar, precisa vencer, torcer por, no mínimo, empates de Cuiabá e Confiança. No duelo direto entre Remo e Salgueiro, interessa apenas o empate. Com isso, o Moto igualaria a pontuação com o Remo e com os outros dois, mas ultrapassaria todos no número de vitórias.
PRESSÃO
Eliminado nas quartas de final por três anos seguidos, o Fortaleza corre o risco de irritar ainda mais o seu torcedor, agora com uma eliminação ainda na primeira fase. Para o técnico Antônio Carlos Zago, a torcida tem que acreditar na força do atual elenco, que está abaixo da expectativa, mas pode tirar o time da terceira divisão.


Fortaleza precisa lidar com pressão da torcida no Castelão. (Foto: Divulgação / Fortaleza EC)
Fortaleza precisa lidar com pressão da torcida no Castelão. (Foto: Divulgação / Fortaleza EC)
"A gente ouve muito aquilo que aconteceu aqui no ano passado, que as equipes foram formadas qui no ano passado eram melhores do que essa, mas o Fortaleza está na Série C, cara. Não fizeram nada além do que tinha que ter feito de melhor", disse o treinador, que não tem nenhum desfalque para o jogo
"O time ficou na Série C com grandes times que montaram aqui no passado. E, agora, chegou o momento que esses jogadores aqui, independentemente do que a torcida ache, do que a imprensa ache, são os melhores jogadores que nós temos nessa Série C. E são eles que poderão tirar o time da Série C", completou.
SEM MUDAR
Após confirmar que Michel seria titular do Moto Club contra Fortaleza,, o técnico Marcinho Guerreiro teve uma má notícia. O departamento médico do clube reavaliou o atleta e resolveu vetá-lo novamente.

Michel estava em tratamento por ter contraído catapora e a expectativa inicial era que perdesse toda a primeira fase da terceira divisão e retornasse a campo apenas no caso da classificação. No entanto, a recuperação surpreendeu o departamento médico e foi mais rápida do que o previsto.
Com isso, Marcinho deu uma entrevista dizendo que ele seria titular, mas o novo posicionamento do DM obrigou-o a manter André Penalva na posição. A manutenção faz com que o treinador repita o mesmo time pela primeira vez desde que assumiu o Moto.
FICHA TÉCNICA
Fortaleza-CE
x
Moto Club-MA

1ª Fase
18º Rodada 

Data: 09/09/17
Horário: 19h30
Local: Estádio Castelão - Fortaleza (CE)
Árbitro: Jailson Macedo Freitas - BA
Assistentes: Jose Carlos Oliveira dos Santos - BA e Jucimar dos Santos Dias - BA

Fortaleza-CE
Marcelo Boeck; 
Felipe, Edimar, Ligger e Bruno Melo;
Anderson Uchôa, Pablo Leandro Lima e Éverton; Lúcio Flávio e Hiago
Técnico: Antônio Carlos Zago

Moto Club-MA
Saulo;
Diego Renan, André Penalva, Lula e Lorran;
Diogo Oliveira, Felipe Dias, Daniel Barros e Alex Henrique;
Danillo Bala e Vinícius Paquetá.
Técnico: Marcinho Guerreiro

Com informações do Futebol Interior


Em noite de tudo ou nada, Salgueiro e Remo se enfrentam no Cornélio de Barros

O estádio Cornélio de Barros vai receber a partida entre Salgueiro e Remo (Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)
O estádio Cornélio de Barros vai receber a partida entre Salgueiro e Remo (Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)


Neste sábado, às 19h30, o Salgueiro recebe o Remo, no estádio Cornélio de Barros, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C. A partida vai definir o futuro das duas equipes na competição. O Carcará, sétimo colocado com 21 pontos, sonha com a vaga nas quartas de final, mas ainda corre risco de rebaixamento. Já o Leão Azul, quarto colocado com 22 pontos, quer permanecer entre os quatro melhores do Grupo A.

O Salgueiro vai entrar em campo pressionado. Para avançar de fase, o time precisa vencer e torcer por tropeços do Confiança, contra o já rebaixado ASA, e do Cuiabá, contra o vice-líder CSA. Mesmo não dependendo só de si, o clima no elenco e na torcida salgueirense é de otimismo.

Diferente das últimas partidas, quando empatou com o Sampaio Corrêa e perdeu para o CSA, o técnico Evandro Guimarães vai ter o time todo à disposição. O zagueiro Ranieri e o meia Diego Aragão, que estavam suspensos, reforçam a equipe.

O jogo

Local: Estádio Cornélio de Barros, Salgueiro-PE
Data: 09/09/17
Horário: 19h30
Provável time do Salgueiro: Mondragon; Diego Aragão, Ranieri, Luís Eduardo e Daniel; Rodolfo Potiguar, Moreilândia, Toty e Cássio Ortega; Jean Carlos e Álvaro.

Arbitragem: André Luiz de Freitas Castro será o árbitro, tendo como auxiliares Leone Carvalho Rocha e Marcio Soares Maciel, todos de Goiás.

Por GloboEsporte.com, Salgueiro

O Governo do Ceará lança, nesta segunda-feira (11), o projeto Areninha.

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O Governo do Ceará lança, nesta segunda-feira (11), o projeto Areninha. No primeiro momento serão 40 areninhas distribuídas em 38 municípios cearenses. O governador Camilo Santana participa do lançamento da iniciativa, a partir das 8 horas, na Arena Castelão (Setor Bossa Nova). Serão R$ 2,1 milhões de investimento médio por cada Areninha, em parceria do Governo com as prefeituras - um total de cerca de R$ 70 milhões.

As cidades contempladas são: Acaraú, Aquiraz, Aracati, Barbalha, Brejo Santo, Camocim, Canindé, Cascavel, Caucaia, Crateús, Crato, Eusébio, Guaraciaba do Norte, Horizonte, Icó, Iguatu, Itaitinga, Itapajé, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape, Mombaça, Morada Nova, Pacajus, Pacatuba, Paracuru, Quixadá, Quixeramobim, Russas, Santa Quitéria, São Benedito, Gonçalo do Amarante, Sobral, Tauá e Tianguá.


Serviço
Lançamento do projeto Areninha
Data: 11/9/2017 (segunda-feira)
Hora: 8 horas
Local: Arena Castelão (Setor Bossa Nova) – Av. Alberto Craveiro, 2.901, Castelão


Com informações do Governo do Ceará

MEC divulga dados parciais do Censo Escolar da Educação Básica 2017

Resultado de imagem para Censo Escolar da Educação Básica 2017Os resultados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica deste ano foram divulgados hoje (8) pelo Diário Oficial da União, que publicou a portaria 1.069 do Ministério da Educação (MEC), assinada pelo ministro Mendonça Filho.

De acordo com a portaria, os resultados referem-se à matrícula inicial na creche, pré-escola, ensino  fundamental e médio, incluindo o médio integrado e normal magistério.

O documento traz também os dados sobre o ensino regular e a educação de jovens e adultos (EJA) presencial, fundamental e médio, incluindo a EJA integrada à educação profissional, das redes estaduais e municipais, urbanas e rurais em tempo parcial e integral.

Com informações da Agência Brasil

Vale do Jaguaribe: pecuária leiteira se reinventa e cresce apesar da seca

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Comitiva do Sistema Hídrico Estadual percorre a região visitando experiências exitosas de culturas forrageiras que necessitam de pouca água para produzir 

Em seis anos de seca a pecuária leiteira cearense mantém trajetória de crescimento. Nesse período, já apontado por especialistas como a seca mais severa dos últimos 100 anos, as pastagens naturais diminuíram, os plantéis de vacas leiteiras estão menores, a água minguou. Como explicar, então, o desempenho do setor? A resposta pode ser resumida em uma palavra: tecnologia. Para conhecer de perto a realidade que alia melhoria genética dos rebanhos, adoção de práticas de silagem e a implantação da palma forrageira como base alimentar para os rebanhos, comitiva do Sistema Estadual dos Recursos Hídricos percorreu parte do Vale do Jaguaribe na última semana.

Um hectare de palma forrageira irrigada produz 500 toneladas de massa verde e 450 mil litros de água. Esse é o segredo dessa planta que foi introduzida no Nordeste Brasileiro para obtenção de corante destinado à indústria têxtil. “Plantada de forma correta, com os cuidados devidos, a cada hectare temos o correspondente em água a um pequeno barreiro.Com a diferença de que a água do barreiro evapora”, explica Raimundo Reis, pesquisador e sócio da Valle Verde Agropecuária, em Russas.

Os números são animadores. Mas, nem sempre foi assim, revela Reis. Segundo ele, a palma era plantada como um cacto qualquer, nos piores terrenos, sem os tratos culturais devidos. “Isso gerava resultados ruins, e a cultura acabava abandonada pelos pequenos produtores. Essa grande seca nos obrigou a procurar informações, que eram escassas. Há quatro anos, começamos aqui de forma bastante intuitiva”, detalha. Hoje, a Valle Verde trabalha com plantio adensado, de 70 mil raquetes por hectares. “O normal eram 5 mil raquetes por hectare”, lembra Reis.
SEMENTE - Raimundo Reis lembra que comprou primeiro a ideia da palma. “A gente que viu que era um alimento interessante, com alta produção por hectare, um valor nutricional excepcional e uma demanda hídrica muito baixa”, destaca. Reis ressalta ainda que a grande barreira a ser superada era da falta de mudas. “Não havia mudas no mercado, sobretudo das variedades resistentes a pragas”, conta.

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“Fomos atrás da semente em Pernambuco, compramos 20 mil raquetes de três variedades. Dessa compra, hoje nós temos 30 hectares”, conta. Para chegar a essa área um longo caminho precisaria ser percorrido. “Vimos que havia demanda, mas na forma tradicional de plantio, com uma planta por raquete, levaríamos uma década para ampliarmos a área e ofertarmos mudas para o mercado”, diz Reis.

A solução foi ir de encontro ao pragmatismo que dominava o setor. De uma raquete, passaram a fazer várias mudas. “O pessoal técnico falava: rapaz isso não vai funcionar. Não dá certo”, conta Raimundo. As mudas eram feitas, além de respeitada proporção de uma para uma (raquete = muda), apenas com as palmas obtidas no terço médio de cada planta de dois anos. “Isso nos limitava demais. Não íamos ter mudas nunca, naquele ritmo. Hoje, com o novo método, a cada 90 dias temos novas sementes”.

PALMA X MILHO – Comparada ao milho, a palma forrageira leva grande vantagem quando cultivada no semiárido. “A palma rende até 500 toneladas por hectare ano quando irrigada. Isso dá 40 toneladas de matéria seca. É muita coisa por hectare”, ensina Reis. “Quando fazemos a pegada hídrica, não encontramos forrageira com esse rendimento. Isso com 1,7mm de água na irrigação. O milho consome 7 milímetros”, compara. Segundo Reis, nenhuma cultura forrageira consegue transformar tão pouca em tamanha quantidade de massa verde.

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De acordo com os especialistas em nutrição animal, a Palma é rica em carboidratos, embora pobre em proteínas. “Eu não me preocupo com a proteína, a palma aqui é o nosso feijão com arroz”, revela Raimundo Reis, comparando a palma com a alimentação básica do brasileiro. “A proteína eu corrijo acrescentando ureia ou outro complemento. É fácil. Minha preocupação é com a energia, e isso a palma me garante”, diz. Cerca de 70% da dieta recomendada a uma vaca leiteira é de energia.

Outra grande vantagem da palma sobre o milho está relação produtividade/ água. A produção de um hectare de palma corresponde à de três hectares de milho. “Só que na palma eu utilizo 1,7 milímetro, enquanto no milho, são quase 10 vezes mais”, detalha Reis. A palma também pode ser submetida a grandes estresses hídricos, enquanto o milho morre sem água. “Outra coisa: a palma é uma cultura perene”, lembra Raimundo Reis.

Pequeno produtor encontra sustentabilidade na palma e na silagem


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Francisco José Chaves Leitão, o Chico do Dico, é pequeno produtor de leito na área mais seca de Morada Nova, no vale do Jaguaribe. Em 22 hectares de área e apenas dois de pastagem irrigada e um módulo de mil metros quadrados de área de palma forrageira produz 300 litros de leite/dia. Sua meta é chegar a mil litros/dia.

O módulo de palma é financiado por uma grande indústria de lacticínio situada na região. “A Betânia financia 65% da implantação do lote, que são pagos em leite”, revela Chico. Satisfeito, o produtor revela que já chegou a vender o excedente de palma. “Vendi 100 mil raquetes”, conta. Segundo ele, com a venda da palma, apurou R$ 10 mi, o suficiente para pagar o financiamento do lote. “A implantação do lote me custou R$ 7 mil, só com as raquetes que vendi após dois anos, paguei do financiamento”, conta.

Chico revela que seu principal gargalo hoje é a falta de matrizes. “Com a seca, os produtores foram se desfazendo das vacas menos produtivas e investindo nas melhores. Hoje, temos alguma forragem, mas não tem matrizes no mercado”, explica. A meta do pequeno produtor é chegar a dois hectares de palma irrigada. E com isso atingir os tão esperados mil litros de leite/dia. “A palma é base, junto com a silagem e com um pequeno complemento de milho. Atualmente, os silos de Chico de Dico armazenam 100 mil quilos de forragem para o período mais seco ano.

Secretário elogia iniciativas

Para o Secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, é reconfortante ver “in loco” o ressurgimento da pecuária leiteira em bases modernas. “Apesar da seca persistente, das dificuldades impostas pelo clima, o gado de leite passou a ser uma atividade econômica importante no Estado", constata.

Teixeira destaca ainda a importância de uma indústria de lacticínios como âncora para o setor. “É necessário dar sustentabilidade ao setor, e a indústria trabalha em parceria com os pequenos produtores da região”, ressalta. O secretário pontua ainda a importância da adoção de novas práticas no setor, bem como a introdução da palma forrageira como base da alimentação dos rebanhos. “Trata-se de uma cultura adaptada ao nosso sertão, que viceja com apenas 20% da água que necessitariam outras culturas. Isso para o setor de Recursos Hídricos é fundamental”.

Participaram ainda da comitiva que percorreu o “Vale do Leite”, o secretário executivo da SRH, Aderilo Alcântara, o assessor especial da SRH, Francisco Viana, e o presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias. A próxima visita será ao setor de fruticultura irrigada, ainda sem data definida. O grupo já conheceu de perto a experiência da criação de camarões e peixes com água subterrânea (poços).


Fotos: Ariel Gomes / SRH
Com informações do Governo do Ceará