6 de dezembro de 2017

Fortaleza anuncia novo número de sócios-torcedores: 13.025

Torcida, Fortaleza (Foto: Juscelino Filho)Torcida, Fortaleza (Foto: Juscelino Filho)



O Fortaleza divulgou nesta terça-feira (5) um novo número de sócios-torcedores: 13.025. O time quer chegar aos 15 mil antes do Campeonato Cearense e aos 20 mil até o fim de 2018, ano do Centenário do clube.

O número é importante para que as reformas sejam realizadas na sede do clube e para que as contratações ocorram.

Até agora, o Fortaleza anunciou três jogadores: os meias Edinho e João Henrque e o volante Derley. As renovações foram realizadas com Marcelo Boeck e Max Walef, o volante Anderson Uchôa. O lateral-esquerdo Bruno Melo estendeu o contrato. O Fortaleza se reapresenta no dia 18 de dezembro. A estreia no estadual será no dia 11 de janeiro.

Por GloboEsporte.com, Fortaleza, CE

PMDB confirma que obrigará seus deputados a aprovar reforma da Previdência


Romero Juca/Agência Senado

Jucá diz que eventuais punições serão definidas caso a caso

O PMDB confirmou que recorrerá ao fechamento de questão para obrigar os deputados do partido a votar a favor do novo texto da reforma da Previdência, em sessão de plenário prevista para a próxima terça-feira (12). A decisão foi anunciada pelo presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), e incluiu punição para quem descumprir a determinação da executiva nacional – a depender da situação, embora Jucá tenha preferido não deixar isso claro, cabe expulsão.
“Fechamento de questão com punição. O que não fizemos foi dizer que tipo de punição será, para não parecer que é uma ameaça feita aos deputados e deputadas da PMDB. Nós vamos, através da comissão de ética, definir a punição de cada um dependendo da postura não só dos votos, mas também do encaminhamento”, declarou Jucá, principal responsável pela expulsão da senadora Kátia Abreu (TO) – que, em discurso para comentar o assunto na tribuna do Senado, chamou o peemedebista de “canalha, crápula e ladrão de vidas e almas alheias”.
Ontem (terça, 6), o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (RJ), já havia sinalizado a orientação da bancada em favor da reforma. Além dos peemedebistas, o PTB também decidiu pelo fechamento de questão – medida extrema em que partidos podem punir parlamentares que não votarem segundo as orientações partidárias.
Com 60 deputados, o PMDB não tem unanimidade a favor da reforma da Previdência. Por isso, o fechamento de questão não é bem recebido por figuras importantes do partido na Câmara, como o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (MG), e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (MG). Ontem (terça, 5), Fábio disse ao Congresso em Foco que obrigar parlamentares a votar como quer o partido – e, neste caso, principalmente o governo – é “violência” e pode provocar estragos na base aliada.
“Quando se faz uma violência dessa contra o parlamentar, contra o Parlamento, demonstra-se que eles não querem votar a reforma da Previdência, nem hoje e nem ano que vem. Eles estão querendo sepultar a reforma, que é necessária e urgente, mas precisa ser melhor discutida para conhecimento do Parlamento e convencimento, também da sociedade. Uma discussão mais ampla e com mais tempo”, afirmou o peemedebista, um dos principais articuladores de votações na Câmara.
Na ofensiva governista, o Planalto está disposto a pôr em campo o mesmo pacote que serviu para salvar Temer de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), ambas sepultadas na Câmara: liberação de emendas parlamentares e recursos ministeriais, perdão de dívidas para setores estratégicos representados na Casa e até a ameaça de punição via fechamento de questão, que pode ser de suspensão de prerrogativas e até de expulsão. A postura do governo é apontada pela oposição como “balcão de negócios”. Vale até a ameaça velada do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre a não liberação de R$ 3 bilhões a municípios, em 2018, caso a reforma não seja aprovada.
Por Fábio Góis
Com informações do Congresso em Foco

Ricardinho e Pedro Ken renovam com o Ceará para a temporada 2018

Pedro Ken e Ricardinho vestirão a camisa do Ceará por mais uma temporada (Foto: Mateus Dantas/O POVO)
Os meias Ricardinho e Pedro Ken estão garantidos no Ceará para a temporada 2018. O Ceará anunciou nesta quarta-feira, 6, as renovações dos contratos dos dois jogadores. 
Os atletas foram importantes na campanha do acesso do Ceará. Pedro Ken foi titular absoluto do time comandado por Marcelo Chamusca, fazendo 32 jogos e marcando três gols. Já Ricardinho não teve um bom início na competição, mas depois assumiu a titularidade no decorrer da Segundonda, atuando em 21 partidas e balançando as redes por duas vezes.

Para a temporada 2018, o Ceará já possui vínculo com 13 atletas. Dos destaques em 2017, os jogadores Everson (até 2019), Richardson (até 2019) e Raul (até maio de 2018). Veja abaixo a relação completa:


Encerramento em 2018 
Volantes: Raul (maio), Jackson Caucaia (dezembro) e Emerson Piauí (dezembro) Atacantes: Roberto (dezembro), Clemer (maio) e Alex Amado (maio)

Encerramento em 2019 

Goleiro: Éverson (dezembro) Zagueiros: Valdo (dezembro) Lateral: Tiago Cametá (maio) Volantes: Richardson (dezembro) Atacantes: Arthur (julho), Rafinha (dezembro) e Robinho (novembro) 

Perto de renovar

zagueiro Rafael Pereira deve ser o próximo a renovar com o Ceará. Dirigentes do Ceará já haviam afirmado que as conversas com o zagueiro estavam adiantadas, e nesta quarta-feira, 6, o empresário do jogador, Daniel Coracine, disse ao O POVO que o acerto deve ser oficializado em breve. O novo vínculo irá até o fim de 2018.

Na mira

lateral-esquerdo Ernandes pode ser o primeiro reforço do Ceará para a temporada 2018. O atleta, que foi titular e campeão da Série B do Brasileiro de 2017 pelo América-MG, já acertou sua saída do time mineiro e está a caminho do Ceará, segundo apurou o jornalista Sérgio Ponte, da Rádio O POVO/CBN

Por Lucas Mota
Com informações do Jornal O Povo

Folha salarial do elenco do Fortaleza deve chegar a R$ 1 milhão para a Série B

Rogério Ceni comanda o Tricolor na temporada 2018 (Foto: Mateus Dantas/O POVO
O Tricolor do Pici fechou o orçamento do elenco para a temporada 2018. A folha salarial vai girar em torno de R$ 700 mil a R$ 800 mil para o Campeonato Cearense. Já para a Série B, o valor será de cerca de R$ 1 milhão. A informação é do repórter Miguel Júnior, da Rádio O POVO/CBN.
O Fortaleza passa por uma reformulação de elenco após o fim da Série C, pensando na temporada de 2018, quando o clube retorna à Segundona e comemora o centenário do clube. Até o momento, três reforços foram anunciados para o grupo que será comandado por Rogério Ceni: o meia-atacante Edinho (ex-CSA)o volante Derley (ex-Santa Cruz) e o meia João Henrique (ex-Criciúma).
Entre os jogadores que conquistaram o acesso, o Fortaleza renovou com o goleiro Marcelo Boeck, o volante Anderson Uchôa e o zagueiro Adalberto. O Tricolor tenta renovar ainda com o volante Pablo e o zagueiro Ligger.

Seguem no Leão o goleiro Matheus Inácio, o lateral-esquerdo Bruno Melo e o atacante Paulo Sérgio, que já tinham contrato até o fim de 2018. Com vínculo até 2019, o lateral-direito Felipe e o atacante Wesley.

Com informações do Jornal O Povo

Senado aprova aumento do repasse da União para os municípios

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (6) a proposta de emenda à Constituição que aumenta o repasse da União às prefeituras por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Após acordo, a votação da PEC foi realizada em dois turnos, e segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

A PEC determina a elevação de um ponto percentual no repasse entregue aos estados e municípios, oriundo das arrecadações do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos será alterada de 49% para 50%, e o novo repasse será feito em setembro de cada ano.

De acordo com os defensores da proposta, os municípios, historicamente, recebem os menores valores em setembro e outubro devido à restituição do Imposto de Renda dos contribuintes.

Durante a votação, o senador Otto Alencar (PSD-BA) fez um apelo para que os senadores comparecessem ao plenário para aprovar a proposta em defesa da pauta municipalista. “Se nós não aproveitarmos esta sessão de hoje para aprovarmos essa PEC, que é superimportante para os prefeitos do Brasil, nós teremos perdido uma oportunidade, e vossa excelência sabe, que os prefeitos passam dificuldades orçamentárias muito grandes hoje, por falta de recursos”, argumentou.

No relatório em que defende a PEC, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) citou as razões do aumento das despesas e da queda real na transferência do FPM para os municípios, como pisos salariais de determinadas categorias e a retração do Produto Interno Bruto entre 2014 e 2016.

“A sazonalidade dos repasses do fundo prejudica a gestão administrativa dos municípios, que não sabem se podem expandir a prestação de serviços públicos na ausência de fontes estáveis de financiamento. A dificuldade em atender à demanda da sociedade por mais e melhores serviços é ainda mais acentuada na atual conjuntura econômica, na qual, em face da redução da renda familiar, as famílias têm trocado a escola particular pela pública e os planos de saúde pelos postos de saúde das prefeituras”.

A expectativa do relator é de que o repasse seja de R$ 5,6 bilhões em 2021, ao fim do aumento gradativo do fundo. Em 2016, a transferência aos municípios no mês de setembro foi de R$ 4,1 bilhões.

Com informações da Agência Brasil

Senado aprova PEC que cria Fundo de Desenvolvimento da Segurança Pública

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (6), em primeiro turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública. O projeto, que objetiva recolher recursos para as forças policiais dos estados e do Distrito Federal, deve ser analisado novamente pelos senadores antes de seguir para a Câmara dos Deputados.

Segundo a proposta, o financiamento do fundo virá de parte da arrecadação de impostos cobrados de indústrias de armamento, de empresas de segurança privada e de contribuições com parcela do lucro líquido das instituições bancárias e financeiras. Após aprovar o texto-base, por 58 votos a 1, os senadores decidiram retirar dois trechos da PEC, para que a fonte dos recursos não seja também dos impostos de Renda (IR) e sobre Serviços (ISS), pois isso poderia atrapalhar a arrecadação dos municípios.

Cumprido o prazo regimental de cinco dias úteis, a proposta poderá ser aprovada em segundo turno no Senado. Caso seja aprovada sem alteração pelos deputados, a PEC exige a implementação do fundo um ano após a publicação da emenda à Constituição.

Com informações da Agência Brasil

Novas bases do BPRaio vão ser implantadas em Acaraú e no Crato

Governador Camilo Santana anunciou novas unidades do BPRaio em duas cidades do Ceará. (Foto: SSPDS/Divulgação)Governador Camilo Santana anunciou novas unidades do BPRaio em duas cidades do Ceará. (Foto: SSPDS/Divulgação)

Duas novas bases do Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), vão ser implantadas. Desta vez, nos municípios do Crato, Região do Cariri do Estado, e de Acaraú, Região Norte. O anúncio foi feito nesta terça-feira (5) pelo governador Camilo Santana.

De acordo com o governador a entrega das unidades do Raio está marcada para o próximo dia 23, no Crato, e no dia 28, em Acaraú.

Ambas as unidades, serão compostas por 37 policiais, com apoio de 16 motocicletas e uma viatura, em cada município. Os policiais militares são treinados para realizar abordagens ostensivas mais técnicas e percorrem ruas e avenidas de maior tráfego nas zonas urbanas e rurais, dando mais agilidade às ações policiais no combate à criminalidade.

Expansão do BRRaio

Na primeira fase de expansão do BPRaio, iniciada em 2015 e concluída em 2017, as nove macrorregiões do Estado já foram contempladas, com sedes nos municípios de Juazeiro do Norte, Sobral, Russas, Canindé, Crateús, Quixadá, Iguatu, Itapipoca e Tauá.


No segundo semestre deste ano, o Governo do Estado ampliou a atuação do Raio em Fortaleza, estabelecendo bases nos bairros da Messejana, Vila Velha e Parangaba. Além disso, o reforço também se estendeu à Região Metropolitana de Fortaleza, com unidades em Maracanaú, Caucaia e Maranguape. Em abril do próximo ano, mais 202 homens ganham as ruas em diferentes pontos de Fortaleza, dobrando o efetivo operacional do BPRaio na cidade.

Com informações do G1 CE

"Combate à corrupção não vai se esgotar com a Lava Jato"

Valter Campanato/ABr
Paulo Lacerda, ex-diretor-geral da PF
Paulo Lacerda: combate à corrupção no Brasil deve ser visto como um processo permanente de depuração
As eleições de 2018 são motivo de preocupação para procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Em recente entrevista coletiva, agentes dedicados à Lava Jato afirmaram que o pleito do ano que vem pode ser definitivo para o sucesso ou fracasso da operação, iniciada em 2014.
Neste ano, depois de reduzir de nove para quatro o número de delegados dedicados exclusivamente à Lava Jato, a Polícia Federal (PF) decidiu extinguir tal força-tarefa, alegando "decisões operacionais". Além disso, a recente troca no comando geral da PF, com a saída de Leandro Daiello, que estava no cargo desde 2011, por Fernando Segóvia, também foi vista com desconfiança.
Diretor-geral da PF entre 2003 e 2007, Paulo Lacerda esteve à frente das investigações do mensalão, no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à DW, ele afirmou que o combate à corrupção no Brasil não deve estar atrelado apenas à Lava Jato, mas "ser visto como um processo permanente de depuração".
"O sucesso econômico, social e de moralização pública em nosso país depende muito mais da conscientização política do eleitor brasileiro na escolha de seus próximos representantes do que propriamente de alguma iniciativa 'mágica' do tipo 'batalha final da Lava Jato'", disse.
DW Brasil: Qual avaliação pode ser feita da recente troca do comando da Polícia Federal, de Leandro Daiello por Fernando Segóvia?
Paulo Lacerda: Se não fosse a grande sensibilidade da Operação Lava Jato no imaginário popular, como sendo o principal marco da recente luta contra a corrupção no Brasil, esta mudança no comando da Polícia Federal seria algo absolutamente natural e até corriqueiro, porque Leandro Daiello já estava há bastante tempo na função. Ademais, tanto Daiello quanto Segóvia são profissionais respeitados na PF.
DW: Procuradores do Ministério Público Federal disseram que "o ano de 2018 será a batalha final da Lava Jato", porque as eleições vão determinar o futuro da luta contra a corrupção no país. O combate à corrupção corre o risco de depender do resultado das eleições do ano que vem? O calendário político pode influenciar a deflagração de novas ações?
PL: Penso que o combate à corrupção no Brasil deve ser visto como um processo permanente de depuração, que não há de se limitar ao tempo da Lava Jato. Ainda que tenha havido altos e baixos no combate à corrupção no Brasil ao longo dos anos, é certo que algumas instituições nacionais se consolidaram antes da Lava Jato e continuam se aperfeiçoando, a exemplo do conjunto de organizações públicas responsáveis por investigar, processar e punir as mazelas da vida pública brasileira, ou seja, órgãos como a Justiça Federal, Ministério Público Federal, Polícia Federal e outros entes da administração pública que exercem atribuições de fiscalização.
O ano de 2018 será também muito importante nesse processo, assim como já foram bastante positivos os avanços ocorridos nos anos recentes de Lava Jato. O sucesso econômico, social e de moralização pública em nosso país depende muito mais da conscientização política do eleitor brasileiro na escolha de seus próximos representantes do que propriamente de alguma iniciativa "mágica" tipo "batalha final da Lava Jato". Acredito que o desfecho conclusivo da Lava Jato dependerá das consequências de investigações e de ações judiciais a serem finalizadas, sendo que nem sempre os resultados nesse campo são previsíveis.
DW: Houve um corte significativo no orçamento da União previsto para a PF em 2018. Em julho, a PF de Curitiba encerrou o grupo de delegados exclusivos para a Lava Jato, alegando "dificuldades operacionais". Esse tipo de movimentação interna sempre existiu? Como interpretar tal alternativa no momento que vivemos?
PF: A julgar pelas declarações do próprio Daiello e do Superintendente Regional da PF/Paraná, Rosalvo Franco, as mudanças na força-tarefa de Curitiba seriam decorrentes da redução de demandas da Operação Lava Jato naquele Estado. Isso porque à medida que os inquéritos se transformam em ações penais e em posteriores sentenças judiciais, os procedimentos investigatórios de cada caso tendem a reduzir ou até mesmo se esgotar. Eu não tenho elementos para dizer se houve cortes no orçamento da PF, mas se for verdade, haveria um grande prejuízo não apenas para a Lava Jato, mas sim para toda a gestão da atividade policial federal em nível nacional. Mas, estou certo de que se verdadeira essa afirmativa, os dirigentes da Polícia Federal não aceitarão passivamente qualquer decisão nesse sentido.
DW: Numa entrevista à Folha de São Paulo, quando ainda era diretor-geral da PF, o senhor destacou a autonomia do órgão em relação ao Ministério da Justiça e à Presidência da República. O senhor vê a PF com autonomia atualmente?
PF: Eu não vejo nenhum problema em a Polícia Federal ser vinculada ao Ministério da Justiça, este por sua vez subordinado à Presidência da República. A autonomia que eu vejo com simpatia para a PF seria apenas de caráter administrativo e orçamentário, a fim de que o órgão não dependesse da boa vontade dos governantes em termos de recursos materiais e humanos. No mais, percebo que a mentalidade da maioria dos policiais federais é de que já existe independência operacional suficiente para conduzir e aprofundar as investigações, sempre com acompanhamento do Ministério Público e anuência do Poder Judiciário. Em toda a sua existência, a PF realizou as suas atribuições legais com autonomia investigativa, ainda que em alguns casos haja tentativas de pressão de pessoas poderosas, porém que se revelaram infrutíferas. No geral, o policial federal tem a cultura de não se submeter a interesses escusos por parte de quem quer que seja.
DW: Durante a posse dele, Fernando Segóvia fez comentários sobre as investigações que envolviam o presidente Michel Temer e a delação dos executivos da JBS. Ele afirmou que "talvez uma mala não desse toda a materialidade para apontar se houve ou não crime". O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, criticou a fala. Como o senhor vê a relação entre PF e MPF nesse momento?
PF: Em minha opinião, o diretor-geral da PF, assim como todos os demais delegados, não deveria se manifestar sobre apurações em andamento, e talvez, por isso o MPF tenha criticado a fala de Segóvia. A PF e o MPF são órgãos essenciais ao nosso país. Eles devem buscar uma relação de convivência harmônica e o fortalecimento da cooperação, haja vista que a desarmonia entre referidos órgãos só interessa ao crime organizado, seja este de que natureza for. 
DW: Desde o mensalão, operação que o senhor comandou estando à frente da PF, avançamos no combate à corrupção?
PF: Como eu disse anteriormente, o combate à corrupção não começou agora e nem vai se esgotar com a Lava Jato. O episódio mensalão e outros grandes casos mais antigos tiveram o condão de evidenciar as deficiências da nossa legislação criminal, apontando a necessidade de modernizar os instrumentos investigativos e processuais penais. Lembro que após o mensalão surgiram regras legislativas importantes, como a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010), a Lei de Atualização da Lavagem de Dinheiro (Lei nº 12.683/2012), a Lei de Criminalização da Pessoa Jurídica (Lei nº 12.846/2013) e, principalmente, a nova Lei de Colaboração Premiada (Lei nº 12.850/2013), esta última que vem sendo fundamental para o êxito da Lava Jato. 
DW: Recentemente, o senhor prestou depoimento ao juiz Sergio Moro como defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o senhor avalia a possibilidade de candidatura de Lula em 2018?
PF: Embora eu não tenha qualquer ligação político-partidária, fui arrolado pela defesa do ex-presidente e cumpri o dever de falar a verdade sobre a independência da Polícia Federal e os inegáveis avanços materiais com a modernização da PF no primeiro governo Lula. Sobre a candidatura de Lula em 2018, penso que as ações judiciais a que ele responde podem inviabilizar sua eventual candidatura caso seja confirmada em segunda instância alguma condenação judicial. Porém, se Lula conseguir concorrer no próximo pleito presidencial, certamente será um candidato muito forte, porque apesar de tudo o que se atribui ao ex-presidente, ele continua sendo uma liderança política importante no Brasil.
Por Deutsche Welle
Com informações da Revista Carta Capital

Sonho da Refinaria – Camilo assina memorando com banco chinês

O governador Camilo santana (PT) assinou, nesta quarta-feira (6), em São Paulo, o Memorando de Entendimento para cooperação estratégica entre o Governo do Ceará e o Banco de Desenvolvimento da China. O documento, segundo a assessoria de imprensa do Palácio da Abolição, consolida “uma pactuação para construção de estratégias em prol do desenvolvimento econômico sustentável do Estado, e possibilita que empresas implantem e patrocinem projetos locais relevantes, incluindo a instalação da refinaria no Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), e parcerias na área da Saúde.”
Esse memorando estará em vigor pelo período inicial de três anos e poderá ser prorrogado caso haja consentimento futuro mútuo das partes.
Camilo participou, antes da cerimônia, de uma reunião com o vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da China, Cai Dong, e representantes da direção do banco. Durante a conversa, ele apresentou a situação econômica do Ceará, como a política de atração de investimentos com a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e exibiu um vídeo de apresentação do Estado para os asiáticos.
“Tratamos e assinamos hoje um acordo em relação ao financiamento de dois projetos importantes para o Ceará. Um é a refinaria, luta antiga do Estado, e o outro está na área da Saúde, que é o interesse da empresa China Meheco Corporation, uma das maiores empresas da área do mundo que já visitaram nosso Estado e querem se instalar no Ceará. Esse é um momento histórico, muito importante. Mais um passo para a concretização da refinaria. Os chineses farão em breve nova visita ao Estado, eles estão analisando o projeto do Pecém, e vamos trabalhar para trazer esse grande empreendimento”, garantiu o governador. Com Camilo estavam o presidente da ZPE, Mário Lima, e o secretário de Assuntos Internacionais do Governo, Antonio Balhmann.
“Vamos construir junto com o banco a melhor equação para que esses dois projetos (refinaria e Saúde) sejam realizados”, disse o governador.
(Fotos – Divulgação)
Com informações do Blog do Eliomar de LIma

Para 79% da população, o Estado tem o dever de reduzir as desigualdades

Desigualdade
Quem tem renda de um salário mínimo levaria 19 anos para juntar o que um “super-rico” ganha em um mês
A despeito da intensa campanha midiática em prol da austeridade e da contenção de gastos públicos, a grande maioria da população rejeita o Estado mínimo. Oito em cada dez brasileiros acredita que o governo deve atuar para reduzir a disparidades entre ricos e pobres, revela a pesquisa “Nós e as Desigualdades”, encomendada pela ONG Oxfam Brasil ao Instituto Datafolha.
Além disso, 82% dos entrevistados esperam que a União tenha como prioridade diminuir as discrepâncias regionais e que o governo federal transfira recursos aos estados para melhorar os serviços públicos.
A pesquisa consultou 2.025 brasileiros de 129 municípios de pequeno, médio e grande portes, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior, em agosto de 2017. A margem de erro dos dados apresentados nessa matéria é de dois pontos porcentuais.
g1_papel.jpgO estudo também coloca em xeque a tese de que o brasileiro é contra os impostos em qualquer circunstância. Embora a maioria rejeite a elevação de tributos para o conjunto da sociedade, 71% dos entrevistados se declaram favoráveis a aumentar a carga para os “muitos ricos”, de forma a ampliar o financiamento público em áreas como educação, saúde e moradia. A Oxfam considera como “muito ricos” aqueles pertencentes ao 0,1% da população, com ganhos a partir de 80 salários mínimos.
Esse grupo, do 0,1 % mais ricos, beneficia-se com 66% de isenções de impostos, segundo os cálculos da entidade. A chamada classe média (com rendimento mensal entre três e 20 salários), tem apenas 17% de isenção, em média. A injustiça tributária reforça as disparidades. Como demonstrou o relatório “A distância que nos une”, divulgado pela Oxfam Brasil em setembro, um trabalhador com um rendimento mensal de salário mínimo levaria 19 anos para juntar o que um “super-rico” ganha em um mês.
g1_impostos.jpg“Os pobres e a classe média têm a percepção de que pagam muitos impostos, mas acham justo elevar os tributos dos muito ricos”, afirma Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam Brasil. “Da mesma forma, os brasileiros rejeitam a ideia de um Estado mínimo. Acreditam que o governo deve investir para melhorar os serviços públicos, para diminuir as desigualdades. Isso vai na contramão da atual política econômica. Quando o governo propõe o teto dos gastos, ele congela por 20 anos os investimentos sociais”.
Pessimismo em relação ao futuro

Nos últimos tempos, o Brasil parecia disposto a se reconciliar com as camadas mais vulneráveis da população. Em 2014, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura celebrava, em seu relatório de segurança alimentar, a exclusão do País do mapa da fome. Desde a virada do século XXI, mais de 15,6 milhões de brasileiros haviam superado o drama da subalimentação, reduzida a parcela residual da sociedade.

De acordo com o Banco Mundial, ao menos 29 milhões de cidadãos saíram da condição de pobreza entre 2003 e 2014. Nesse mesmo período, o nível de renda dos 40% mais pobres aumentou, em média, 7,1% em termos reais, enquanto o da população geral cresceu 4,4%.
g1_descrenca.jpgA despeito do inegável avanço social, ainda existe uma percepção geral de que a desigualdade entre ricos e pobres não diminuiu nos últimos anos. Sem enxergar o que melhorou no passado, o brasileiro mantém-se pessimista em relação ao futuro. Dois terços dos entrevistados discordam, em algum grau, de que haverá redução das disparidades sociais.
A descrença é ainda maior quando o entrevistado é estimulado a refletir sobre as medidas que têm sido adotadas pelo atual governo. Apenas 8% acreditam na redução das desigualdades com a atual agenda política. Para 46%, as iniciativas do governo não irão alterar o cenário e, para 42%, as disparidades sociais irão aumentar.
A “meritocracia” em xeque
g1_meritocracia.jpgPara a maioria dos brasileiros, o mérito pessoal não explica as desigualdades. Cerca de 60% dos entrevistados discordam que os pobres que trabalham muito têm iguais oportunidades na comparação com os ricos e pouco mais da metade (55%) não acredita que crianças pobres com estudo têm oportunidades iguais àquelas de crianças ricas.
“Mesmo que todas as crianças tenham acesso à educação, há o sentimento de que pobres e ricos não terão as mesmas chances”, observa Georges. “Parece-me uma percepção acertada, pois os estudos indicam diversos fatores com influência sobre as desigualdades, entre eles o gênero, a raça e o acesso a serviços essenciais, como saneamento”.
Por Rodrigo Martins 
Com informações da Revista Carta Capital

Fortaleza lança 3° uniforme em festa no próximo dia 17; confira os valores da camisa especial do centenário


Camisa traz a cruz de Santiago como elemento especial. Foto: Divulgação


Para marcar o início das comemorações pelo centenário, o Fortaleza lança, no próximo dia 17 de dezembro, o seu 3º uniforme, que faz uma homenagem à cidade de Fortaleza. É a camisa Centenarium, que traz um elemento especial: a cruz de Santiago, em referência ao Fortim de São Tiago, a primeira Fortaleza, localizada no marco zero da cidade, no bairro Barra do Ceará.

A espada de Santiago representa Fé, honra e amor. Surgiu na Espanha, após a batalha del Clavijo. Por esta Conquista militar passou a ser o distintivo dos cavaleiros de Leão dedicados a defender os Peregrinos.

O evento ocorrerá no Espaço Jangada, no Shopping Iguatemi, de 15h as 23h. A programação, além do desfile da nova camisa, contará com festa dos cantores Ivo Brown, Fran & Diego e Léo Frenesy. 

O uniforme está disponível para pré-venda para sócio-torcedores através do site http://sociofortaleza.com.br). A venda de ingressos e camisas para não associados, ocorrerá após fechamento da prioridade de compra para os sócios

Confira os valores da nova camisa: 
- Centenarium Masc. ou Femin. = R$ 199,90 
- Centenarium Sócio Masc. ou Fem. = R$ 159,90 
- Centenárium + Ingresso de Acompanhante = R$ 229,90 
- Centenárium Sócio Ingresso de Acompanhante = R$ 189,90 
- Ingresso para o lançamento - R$ 50 
- Ingresso Sócio - R$ 40

Com informações do Jornal O Povo

Trump reconhece Jerusalém como capital de Israel. O que isso significa

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Homem observa o Muro das Lamentações e o Domo da Rocha no complexo da Mesquita de Al-Aqsa em 5 de dezembro. O futuro da cidade deveria ser negociado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira 6 que seu país reconhece Jerusalém como a capital de Israel e anunciou planos para levar para a cidade a embaixada norte-americana, atualmente localizada em Tel Aviv. Trata-se de um fato que não tem nada de banal. As medidas são uma clara provocação aos palestinos e podem ser o estopim de mais violência na região. Consistem, também, uma vitória para a extrema-direita israelense, o que pode comprometer de maneira definitiva o processo de paz.
A mudança da embaixada é uma promessa de campanha de Trump. Seu público-alvo eram os apoiadores da extrema-direita israelense, como o empresário Sheldon Adelson, o maior doador de sua disputa eleitoral, e também alguns grupos evangélicos norte-americanos. Para muitos destes, o retorno dos judeus à "terra prometida" seria a realização de uma profecia bíblica ligada ao retorno de Jesus Cristo e ao fim do mundo.

Trump não foi o primeiro político norte-americano a prometer a transferência da representação diplomática. Na realidade, a medida foi aprovada em 1995, por um ato do Congresso. Costumeiramente irresponsáveis no que tange a política externa, os parlamentares norte-americanos colocaram ali um peso sobre a Casa Branca. Assim, por 22 anos, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama assinaram, semestralmente, um adiamento da mudança da embaixada, argumentando que a realocação não condiz com os interesses de segurança nacional norte-americanos. Até Trump aparecer.
A guerra de 1967
Os presidentes adiavam a transição por uma questão explicada por um fato simples: Jerusalém não é a capital de Israel, ao menos não ainda aos olhos da comunidade internacional. A imensa maioria dos países do mundo reconhece a existência de Israel como Estado, mas nenhum deles, à exceção de Israel, assente com a caracterização de Jerusalém como sua capital. Isso porque a resolução da Partilha da Palestina, aprovada pelas Nações Unidas em 1947, determina que, além da criação de um Estado judeu e outro árabe, Jerusalém fique sob um regime especial internacional.
Ocorre que tal resolução não foi aceita pelos árabes. Em 1948, Israel declarou sua independência e o que se seguiu foi a Guerra Árabe-Israelense. No fim daquele conflito, Israel controlava todo o território atribuído aos judeus pela partilha de 1947, mais uma significativa fatia da área designada aos árabes, além da metade ocidental de Jerusalém. Quase duas décadas depois, na Guerra dos Seis Dias (1967), Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e, com eles, mais de um milhão de palestinos que permanecem, com seus filhos e netos, controlados por uma administração militar.
Em 1967, Israel ocupou, também, a porção oriental de Jerusalém, até então sob os cuidados da Jordânia. O país foi tomado pelo júbilo de uma espetacular vitória militar. Muitos religiosos ortodoxos, comparando os seis dias da guerra ao número de dias que o Deus do Velho Testamento levou para construir o mundo, passaram a falar do “início da redenção”. Poucas vozes se levantaram para alertar sobre o que viria pela frente. Uma delas foi a do filósofo Yeshayahu Leibowitz, segundo quem a ocupação criaria um Estado policial e traria repercussões negativas para a educação, a liberdade de expressão e a democracia.
Para os políticos israelenses, o presente importava mais que o futuro. Temendo a pressão dos EUA, que dez anos antes havia obrigado Israel a devolver a Península do Sinai ao Egito, o governo se mobilizou para realizar mudanças irreversíveis. Dias depois da tomada de Jerusalém, um quarteirão inteiro da chamada Cidade Velha, erguido no século 12, foi demolido para ampliar a entrada do que é hoje o Muro das Lamentações, local sagrado para os judeus. Na mesma época, três vilas palestinas no caminho entre Jerusalém e Tel Aviv foram demolidas e seus moradores, expulsos. Anos depois, o local virou um parque.
ocupação marcou a política israelense. O espectro eleitoral se deslocou para a direita e discursos religiosos tomaram de assalto a sociedade. O país é uma democracia até certo ponto funcional, com uma economia altamente desenvolvida, mas na Cisjordânia opera um militarismo autoritário cuja principal forma de atuação é a punição coletiva. A Faixa de Gaza, por sua vez, é uma prisão a céu aberto, depauperada e desesperada.
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Em meio a forças de segurança israelenses, mulher e crianças palestinas caminham no campo de refugiados de Shuafat, em Jerusalém Oriental, em 5 de dezembro. A repressão é a regra (Foto: Ahmad Gharabli / AFP)
Quanto a Jerusalém, a cidade passou a ser proclamada por Israel, desde 1967, sua capital indivisível. A política de ocupação da Cisjordânia por meio de assentamentos, justificada por motivações militares e religiosas, amplia os limites da cidade à medida que inviabiliza a criação de um Estado palestino. A área que Israel chama hoje de “Grande Jerusalém”, onde moram cerca de 150 mil israelenses, na realidade é uma série de assentamentos ilegais erguidos em território palestino ocupado.
Mediação
Nas diversas tentativas de se colocar israelenses e árabes para negociar, o status de Jerusalém era um dos assuntos mais sensíveis, como a situação dos refugiados palestinos ou a segurança de Israel, por exemplo. Reconhecer Jerusalém como capital de Israel seria tomar parte de um dos lados antes de a paz estar sacramentada. Por isso, Clinton, Bush e Obama evitaram aquiescer ao desejo israelense, assim como todos os países que reconhecem a existência de Israel.
O poder destrutivo da realocação da embaixada é evidente. “Jerusalém é uma linha vermelha para os muçulmanos”, afirmou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, antes do anúncio de Trump. "O Irã não tolerará uma violação das santidades islâmicas", disse o presidente iraniano, Hassan Rouhani. Na Arábia Saudita, viciada em redes sociais, uma hashtag dizendo que "Jerusalém é a capital eterna da Palestina" foi um dos assuntos mais comentados na manhã desta quarta-feira 6.
"Não sei se isso provocará distúrbios, mas haverá, sem dúvida, manifestações populares em toda parte. Espero que não haja violência", disse Nabil Chaath, conselheiro de alto escalão do presidente palestino, Mahmud Abbas. A reação da população palestina é uma incógnita, mas o acirramento dos ânimos por parte dos políticos pode levar a uma nova revolta civil contra Israel. Seria um desdobramento negativo para Israel, uma vez que seu conflito particular com os palestinos perdeu centralidade no caos do Oriente Médio, hoje guiado muito mais pela dinâmica da rivalidade entre a Arábia Saudita e o Irã.
A médio prazo, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também abala a segurança regional, pois ameaça a capacidade de Washington de fazer israelenses e palestinos negociarem. "Esta decisão colocaria fim ao papel dos Estados Unidos como mediador de confiança entre palestinos e as forças (israelenses) de ocupação", alertou o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit. Chaath, o porta-voz do governo palestino, confirmou. “Não aceitaremos a mediação dos Estados Unidos, não aceitaremos a mediação de Trump. Será o fim do papel desempenhado pelos americanos neste processo". Sem os EUA, não há mediador disposto ou capaz para este conflito.
Vitória da extrema-direita
A decisão de Trump é uma importante vitória para a extrema-direita israelense. Este setor, que hoje domina a política de Israel, é abertamente hostil à chamada "solução de dois Estados" – baseada na decisão da ONU de 1947 que previu um país para judeus e outro para os palestinos. As negociações de paz, que vão e voltam, têm justamente esse objetivo – criar o Estado palestino vizinho a Israel. Não à toa, o governo atual, comandado por Benjamin Netanyahu, age deliberadamente para sabotar o diálogo.
Este grupo é altamente influente nos Estados Unidos, particularmente na administração de Donald Trump. Exemplo disso é David Friedman, o embaixador dos EUA em Israel. Advogado de Trump e seu conselheiro para o Oriente Médio, Friedman chama a presença militar israelense na Palestina de "alegada ocupação" e é abertamente contrário à solução de dois Estados. Durante a campanha presidencial, Friedman comparou o J-Street, um grupo esquerdista de judeus norte-americanos favoráveis à criação da Palestina, aos kapos, judeus que auxiliaram os nazistas durante o Holocausto.
No pronunciamento desta quarta, Trump disse ser favorável à solução de dois Estados e negou que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel signifique uma tomada de posição dos Estados Unidos. Dificilmente essa tentativa de minimizar os danos da medida será efetiva. Para todos os efeitos, Trump adotou uma política israelense de forma unilateral, algo com o que os palestinos estão acostumados.
Ao longo do tempo, Israel buscou moldar sua existência, e a relação com os árabe-palestinos, a partir de "fatos consumados" – primeiro muda a realidade e depois faz com que ela seja aceita. Foi assim com a presença judaica na região antes da partilha, com o programa nuclear e com as ocupações. O próximo passo é inviabilizar na prática a possibilidade de os territórios palestinos hoje ocupados, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, formarem um país. O reconhecimento de Jerusalém como capital e a expansão da "Grande Jerusalém" são partes centrais deste projeto.
Falta à empreitada extremista, ao menos parcialmente esposada por Trump, visão de futuro. Os detratores da solução de dois Estados não têm uma proposta alternativa. Defendem, na realidade, a manutenção do status quo – democracia em Israel e ditadura nos territórios palestinos, um quadro que se assemelha a um apartheid. Trata-se de uma visão de curto prazo, que ignora o cenário demográfico (favorável aos palestinos) e o fato de que a segurança de Israel a longo prazo reside em sua legitimação diante dos países muçulmanos, o que se dará apenas com o estabelecimento do Estado Palestino.
Por José Antonio Lima 
Com informações da Revista Carta Capital

Tiririca renuncia: “Estou decepcionado com a política”. Veja o discurso

Tiririca
"Vamos olhar mais pelo nosso povo", pediu o artista
Em seu primeiro e último discurso na Câmara, o deputado federal Tiririca (PR-SP) renunciou nesta quarta-feira 6 ao mandato. Alegando estar "com vergonha", se disse decepcionado com os colegas e com a política brasileira e pediu que os outros parlamentares "olhem pelo País".
Tiririca estava em seu segundo mandato. Em 2010, foi o mais votado em São Paulo, com 1,35 milhão de votos. Em 2014, teve 1,01 milhão de votos e ficou em segundo lugar, atrás de Celso Russomanno (PRB-SP).
A renúncia de Tiririca se dá dias depois de ele conceder uma entrevista ao Conexão Repórter, do SBT, na qual disse ter recebido propostas de propina em troca de voto. Nesta quarta, ele indicou que não vai denunciar os agora ex-colegas. 
"Eu jamais vou falar mal de vocês em qualquer canto que eu chegar e não vou falar tudo o que eu vi, tudo o que eu vivi aqui, mas eu seria hipócrita se saísse daqui e não falasse realmente que estou decepcionado com a politica brasileira, decepcionado com muitos de vocês", afirmou. "Eu ando de cabeça erguida porque não fiz nada de errado, mas acho que muitos dos senhores não têm essa coragem".
Confira a íntegra do discurso de Tiririca:
Com informações da Revista Carta Capital