10 de junho de 2015

Campinense vence Auto no Almeidão e é campeão no ano do centenário

Botafogo-PB x Campinense (Foto: Francisco França / Jonal da Paraíba)
O Campinense é o campeão paraibano de 2015. O título veio com uma rodada de antecedência depois da vitória de 2 a 0 sobre o Auto Esporte, na noite desta quarta-feira, no Almeidão. A Raposa ainda acabou beneficiada justamente pelo maior rival, o Treze, que bateu o Botafogo-PB por 2 a 0 em Campina Grande, no outro jogo da quinta rodada do quadrangular decisivo do Campeonato Paraibano.
O título tem um significado ainda maior para o Rubro-Negro por ter sido conquistado no ano de seu centenário. E ainda mais porque, no início do ano, o time estava longe de ser considerado favorito.
Os gols do Campinense no jogo desta noite foram marcados por Felipe Alves e Luiz Fernando, justamente os artilheiros do time no Paraibano. Felipe Alves, inclusive, ainda está na briga para ser o goleador da competição, uma vez que está a três de Rafael Oliveira - embora improvável, essa marca pode ser conquistada na última rodada, contra o Treze, no sábado.
A festa do título começou ainda no Almeidão. Assim que o juiz Roberto Lima apitou o fim da partida contra o Auto Esporte, os jogadores foram comemorar junto à torcida, que proporcionou uma verdadeira "invasão" a João Pessoa. Quem não pegou a estrada iniciou uma outra festa, esta sem hora para acabar, no Parque do Povo.
Mesmo sem taça - que só será entregue pela FPF no sábado - os jogadores demoraram bastante no gramado do Almeidão. E sobrou até provocação, com o fim da "lei do silêncio".
- Fizeram uma palhaçada contra a gente na semana passada. Mas foi bom. Fomos campeões aqui em João Pessoa, na casa do Botafogo - ironizou o lateral Osvaldir.
Para o técnico Francisco Diá, o resultado fez justiça ao time que apresentou o melhor futebol ao longo da temporada.
- Somos campeões contra todos. Mas a resposta nós damos no campo. O Campinense foi o time que mais fez pontos no Campeonato Paraibano - disse o treinador.
No sábado, a luta será pelo vice-campeonato. Treze e Botafogo, com seis pontos, e até o Auto Esporte, com três, brigam pelo segundo lugar e uma vaga na Copa do Brasil e Copa do Nordeste.
Por 
João Pessoa

Comoção marcou enterro de Welington Landim

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Ilo Santiago Júnior (Brejo Santo ) – Sob forte comoção, foi enterrado na tarde desta quarta-feira, no CemitériIlo  - o João Batista, em Brejo Santo, a 510 km da Capital, o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Welington Landim (Pros). O sepultamento foi seguido por uma multidão, que acompanhou o cortejo do Ginásio “Welingtão” até o cemitério. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 70 mil pessoas participaram do velório.
O presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (Pros), chegou ao velório na companhia do governador Camilo Santana. O governador falou durante o velório e definiu Welington Landim como lutador, guerreiro e apaixonado pelo que fazia. “Um exemplo de pai, amigo, esposo e político que deixa um legado para as próximas gerações”, afirmou.
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As palavras de Camilo Santana foram endossadas pelo ex-ministro Ciro Gomes e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Domingos Filho, que destacaram o compromisso e dedicação do parlamentar com o desenvolvimento do Estado.
Fila
A viúva e ex­-deputada estadual, Gislaine Landim, os quatro filhos, Guilherme, Welington Landim Filho, Gilvan e Bárbara permaneceram durante todo o velório, enquanto a população fazia fila para dar o último adeus ao parlamentar, que foi também prefeito de Brejo Santo.
Sem conter as lágrimas, o filho de Welington Landim e atual prefeito de Brejo Santo, Guilherme Landim, agradeceu o carinho do povo cearense nesse momento de dor. O gestor fez questão de salientar que a Assembleia Legislativa era um dos locais preferidos do pai. “Essa Assembleia era o orgulho dele. Por isso fizemos questão de passar por lá. Sabemos que ele já está rezando lá em cima pela gente, um anjo forte que temos no céu”, disse.
Aos 80 anos, a moradora da comunidade de Vila Conceição, zona rural de Brejo Santo, Dona Maria Escobar, era uma dos milhares de brejo santenses que chorou a morte de Welington. Ainda com lágrimas nos olhos, a aposentada relembrou os feitos e o início da carreira política do deputado. “Quando minha filha esteve doente foi ele que pegou ela nos braços e a ajudou. Eu só queria arranjar um retrato ou um filme de Welington para eu passar na minha televisão. Deixar lá pra ficar todo tempo assistindo ele, porque abaixo de Deus tinha Dr. Welington”, destacou Dona Escobar.
Missa
A missa de corpo presente foi celebrada por Dom Fernando, da Diocese do Crato; pelo padre de Brejo Santo, Monsenhor Dermival, e pelos padres Reginaldo, também de Brejo Santo; Cícero José, de Juazeiro do Norte; José Sampaio, de Penaforte; Ronailson, do Crato; Antônio Furtado, da Comunidade Shalon, e Frei Paulo Sousa, de Penaforte.
Blog do Eliomar de Lima

Welington Landim fez-se universal pelo regional

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Com o título “A morte não o abateu, mas o ergueu ao panteão dos veneráveis da política”, eis artigo do professor e jornalista Francisco Bezerra. Ele fala sobre o legado do deputado estadual Welington Landim (Pros), que está sendo sepultado neste fim de tarde, em Brejo Santo, vítima de meningite por complicações bacterianas. Confira:
“A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.” Aristóteles.
Fez-se universal pelo regional. Esta a trajetória política do deputado Wellington Landim, filho do Cariri, expoente maior de sua terra natal Brejo Santo. Quando se elegeu prefeito de sua aldeia em 1988, Landim dava início a uma trajetória política que cortou os céus do Cariri como um bólido. A coragem, o desassombro e o espírito sertanejo de resistir às intempéries do clima e da vida o fizeram administrador arrojado. Do ponto de vista administrativo Wellington rompeu paradigmas, construiu uma oba física que distinguiu sua urbe das demais cidades do cariri Oriental. Bíblico inscreveu pela pena de outros, pergaminho hodierno que assinala: Brejo Santo é antes e depois de Landim.
Aos kardequianos e adeptos da sobrenaturalidade é como se Juscelino lhe tivesse possuído o corpo e o fizesse erigir obra física em quatro anos que não fizeram os ascendentes ao longo de décadas. Médico formado na Academia pernambucana fez do elevado espírito público compêndio informal para conduzir-se na vida pública como em sua vida pessoal. Wellington não via a coisa pública como espaço de oportunidade de amealhar prestígio pessoal, nem tampouco trampolim para a conquista de patrimônio material, algo tão comum nos políticos brasileiros. Outra grande marca de sua gestão como prefeito foi a capacidade de agregar pessoas em torno de um projeto transformador da realidade local. Landim, como um ourives denodado, fez a intriga do bem, costurou acordos que fizeram sonhos virarem realidade, tendo como fulcro o povo, que pela primeira vez foi sujeito e não mero objeto de sua história.
A excelência administrativa em consonância com a capacidade gregária tornaram inevitável sua chegada ao Parlamento Estadual no ano de 1994. O voo agora era maior que a região sul do estado. O noviço legislador, em empreitada civilista, não perdeu o jeitão sertanejo de ser e poder de sedução para conquistar aliados às suas ideias inovadoras na política no espaço sagrado da democracia. Desta veza a missão precípua era dar visibilidade ao Cariri e, por consequência, colocar o Brejo Santo do mapa dos grandes investimentos estatais de nosso território. Hábil conquistou posição de destaque logo em seu primeiro mandato, sendo distinguido pelos colegas de Casa para ocupar importante posição na Mesa Diretora da Assembleia, indicado que foi no ano de 1997 para a primeira secretaria. Usou prestígio conquistado para erguer bem alto a bandeira da transposição do rio São Francisco, obra reclamada há mais de um século pelos estados nordestinos, que, volta e meia, se veem assolados por estiagens longas e destruidoras. Viu o sonho realizando-se quando, ainda em sue primeiro mandato, o presidente Lula deu início às obras de importante canal de transposição do velho Chico, cujas águas não se desperdiçarão mais em sangria oceânica.
Renovou mandato em 1998 e de posse da nova representação popular elegeu-se presidente em 1999, reelegendo-se para o mesmo cargo em 2001 de forma unânime nas duas oportunidades.
Aliado de primeira hora do governador Tasso dissentiu, trocando no ano de 2001 o PSDB pelo PSB, partido pelo qual viria a disputar cargo de governador no ano de 2002. Wellington saiu do grupo do governador pela porta da frente, pois rompeu por questões ideológicas e de princípios. Nada que lembrasse o modus operandi da fisiologia nacional. Sua candidatura competitiva perdeu fôlego por um casuísmo eleitoral com a instituição do voto vertical. No entanto, sua candidatura logrou êxito ao levar para o segundo turno uma disputa que, a priori, teria o tucano, à época, Lúcio Alcântara como vencedor já no primeiro round. Assim como Gonzaga mota determinou o fim do ciclo dos coronéis, Wellington Landim colaborou decisivamente para extinguir mando político dos rapazes do CIC.
Passou pela Funasa e em 2006 retomou trincheira de luta pelo desenvolvimento do Ceará, vindo a ocupar novamente cadeira de deputado estadual. Reelegeu-se mais duas vezes: em 2010 e 2014. Neste período, sua liderança política foi capital essencial para sedimentar caminho de Cid Gomes em dois períodos administrativos.
Na terça, dia 9 de junho, após período de internamento de 10 dias, Wellington Landim abriu temporada de luto no Ceará. Deixa registrada sua passagem pela vida como exemplo de político vocacionado para servir aos seus concidadãos. O filho Guilherme Landim, prefeito de Brejo Santo, tem o caminho das pedras à sua frente. O pai será sempre o Norte, a bússola a orientar nos tortuosos caminhos da vida pública. A opção está à sua frente.
* Francisco Bezerra,
Professor e jornalista.
Blog do Eliomar de Lima