24 de junho de 2018

Arábia Saudita finalmente permite que as mulheres dirijam

Riad suspende a proibição de dirigir para as mulheresRiad suspende a proibição de dirigir para as mulheres  GETTY IMAGES
Finalmente chegou o dia. A partir deste domingo, a Arábia Saudita permite que as mulheres dirijam. Nove meses após o rei Salman suspender a anacrônica proibição com um decreto real, as sauditas sentarão ao volante. “Vou dirigir. A qualquer lugar. De forma aleatória. Quero saber como é a sensação de conduzir de forma legal”, responde exultante Hatoon al Fassi quando lhe perguntam sobre seus planos para este dia. No entanto, a detenção de várias ativistas que, como ela, lutaram para conseguir a mudança, mancha a iniciativa e levanta dúvidas sobre a profundidade da reforma promovida pelo filho e herdeiro do monarca, o príncipe Mohamed bin Salman (conhecido pelas iniciais MBS).
“Isso significa muito para nós. Vamos assumir as rédeas de nosso destino”, afirma Al Fassi, professora universitária e veterana ativista dos direitos da mulher, após trocar sua carteira de habilitação de um país vizinho pelo novo documento saudita. Outras se prepararam nas autoescolas (só para mulheres) que funcionam desde março.
A mudança vai muito além do simples fato de poder sentar ao volante. A proibição limitou a mobilidade das mulheres num país sem um transporte público digno desse nome (o metrô de Riad ainda não foi inaugurado) e dificultou sua entrada no mercado de trabalho, embora a preparação delas seja, em média, superior à dos homens. É um desperdício de talento que o Reino do Deserto não pode continuar se permitindo.
Foi o que reconheceu o príncipe Mohamed, a quem é atribuída a decisão. MBS promove um ambicioso programa de reformas para superar a dependência do petróleo, o que exige a modernização da sociedade e a redução da influência do clero (bastião das posturas mais conservadoras, mas também fonte de legitimidade da monarquia). Um dos objetivos de sua Visão 2030 é conseguir que, este ano, as mulheres sejam 30% da força de trabalho (hoje são 10%). Daí a necessidade de acabar com a proibição de dirigir.
Os analistas já calculam os benefícios. Esperam que a medida abra o mercado de trabalho para as mulheres. Algumas já se inscreveram nos programas de plataformas de transporte como Uber e Careem, em busca de emprego. Logo de cara, a eventual redução do número de motoristas particulares terá um impacto positivo no orçamento de muitas famílias. Os analistas também preveem que a medida estimule a venda de carros e o setor de seguros.
“Mal posso esperar pelo momento. Sinto que vou chorar. Estou convencida de que será algo muito emotivo”, diz N., a saudita que há três anos conduziu esta correspondente pelas ruas de Riad. Tirou carteira nos Estados Unidos, quando estudava Medicina. No entanto, em seu próprio país, essa prestigiosa profissional em cujas mãos muitos sauditas confiam sua saúde e até mesmo suas vidas, era proibida de dirigir até este domingo, e ainda continua sob a tutela formal de seu esposo. “Não tem sentido”, constata. O fato de que seja mantido o ominoso sistema de tutela gera dúvidas sobre a profundidade da mudança. Para muitas sauditas, pouco adianta terem direito de dirigir se continuarem precisando da autorização de um homem (pai, marido, irmão ou filho) para ir à universidade, renovar o passaporte e viajar ao exterior.
Elas veem com preocupação a recente prisão de 17 ativistas (incluindo três homens) que há anos fazem campanha pelo direito de dirigir e pela abolição da tutela. Nove mulheres, entre elas as veteranas Aziza al Yousef, Iman al Nafyan e Loujain al-Hathloul, continuam presas acusadas de crimes muito graves, incluindo o de “traição”, que, além de serem punidos com penas elevadas, buscam abalar sua reputação, segundo várias ONGs internacionais. Seu caso preocupa o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
As autoridades do reino parecem temer que o ativismo das mulheres se estenda a outras reclamações. Desde o início, deixaram claro que a suspensão da proibição de dirigir era uma concessão real, não um direito conquistado. Não houve nenhum reconhecimento às numerosas sauditas que durante três décadas fizeram campanha para consegui-la. Ao contrário: pediram-lhes silêncio.
“Cada passo nos lembra sobre a necessidade de passar ao nível seguinte. Ainda há um longo caminho pela frente”, admite Al Fassi, embora com esperança.

O PREÇO DE NÃO DIRIGIR

Para poder ir todo dia ao trabalho, as sauditas precisam de um motorista. Isso significa gastar entre 800 e 3.000 riais sauditas (entre 828 e 2.185 reais) por mês, dependendo da cidade, dos horários e do uso (ou não) de veículos compartilhados. Para muitas delas, o valor corresponde a metade do salário.
Segundo cifras oficiais, a Arábia Saudita, com 33 milhões de habitantes – um terço deles imigrantes –, gasta 25 bilhões de riais sauditas (cerca de 26 bilhões de reais) por ano nos salários de 1,38 milhões de motoristas particulares, a maioria estrangeiros contratados para facilitar a mobilidade das mulheres.

Por Ángeles Espinosa
Com informações do El País

Egito acelera a construção de sua nova capital no meio do deserto

O presidente egípcio Al Sisi, visitando as obras da nova capital
O presidente egípcio Al Sisi, visitando as obras da nova capital EL PAÍS

Pouco mais de 1.000 anos e centenas de batalhas e intrigas palacianas depois, a mítica cidade do Cairo (“A Vitoriosa”, em árabe) perderá o privilégio de ser a capital do Egito. Sua sucessora ainda não tem nome, mas sua criação se iniciou já há dois anos e avança em bom ritmo. A nova capital, de dimensões e características enormes para um país em vias de desenvolvimento, faz parte dos sonhos de grandeza do general Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, empenhado em se transformar em uma encarnação moderna dos todo-poderosos faraós. Mesmo que não sejam poucos os que se mostram céticos sobre a viabilidade de um projeto que pretende descongestionar o Cairo, em seus mais de quatro anos de Governo, Al Sisi demonstrou ser um homem com vontade e determinação de ferro.

Em um vídeo promocional podem ser vistos dezenas de caminhões e trabalhadores andando nas areias do Saara, e ao fundo, os esqueletos de alguns dos edifícios que constituirão o “bairro administrativo”, incluindo o mastodôntico Parlamento, cuja superfície será o triplo do atual. No geral, todos os atributos desse projeto serão espantosos: seus mais de cinco milhões de habitantes, seu parque maior do que o Central Park de Nova York, seu “rio verde” artificial... E tudo isso pontilhado por mais de duas dezenas de arranha-céus, incluindo um de quase 400 metros. Nas maquetes, a nova cidade parece uma mistura de Dubai e Vancouver. Uma utopia no meio do deserto – 40 quilômetros a leste de Cairo – que, nas palavras do porta-voz da obra, ganha um caráter mais distópico.
“Será uma cidade totalmente inteligente e completamente segura, com câmeras em todas as ruas. De maneira que, por exemplo, no mesmo instante de um acidente de trânsito, do centro de controle, já estarão mandando uma ambulância”, diz orgulhoso Khaled el-Husseini. De acordo com os planos do Governo, no segundo semestre do próximo ano já terão sido feitas as mudanças das sedes de todos os ministérios, e irão “incentivar” as embaixadas estrangeiras para que sigam seus passos. Em 2021, cinco anos depois do início dos primeiros trabalhos, está prevista a finalização de boa parte da obra. Um tempo recorde. “É um sonho. Dará uma grande imagem do Estado egípcio”, diz o porta-voz em um conversa por telefone.
Por outro lado, el-Husseini, um oficial do Exército, não dá uma visão tão precisa ao ser perguntado sobre seu custo ao contribuinte: “Por enquanto, colocamos 20 bilhões de libras (6 bilhões de reais), e acreditamos que o restante virá de investidores estrangeiros e egípcios. Mas não existe um orçamento final definitivo”. A sociedade encarregada de desenvolver o projeto, a ACUD, tem 51% de participação do Exército e 49% do Ministério da Habitação. É difícil, entretanto, saber as contas exatas da obra, já que o orçamento do Ministério da Defesa é um segredo de Estado. Desde a chegada de Al Sisi ao poder, o Exército está assumindo um papel cada vez mais proeminente tanto no setor privado como nas obras públicas, o que provocou o mal-estar de muitos empresários.
“Não está muito claro quem está pagando esses novos projetos. Não há muita transparência”, diz o economista Amr Adly. A nova capital, da mesma forma que a ramificação do Canal de Suez projetada em 2015, faz parte dos chamados “projetos nacionais”, uma série de obras faraônicas com as quais Al Sisi pretende estimular a economia e deixar sua marca na história do país. Desde o ano passado, o PIB cresce acima de 4%, mas não está claro qual é o impacto dessas obras. “O problema é que não foram feitos sobre uma base rigorosa de estudos de viabilidade... Atraem muitos recursos a curto prazo sob a promessa incerta de lucros no futuro”, diz Adly. Além disso, sua polêmica construção coincide com a aplicação de um duríssimo plano de ajuste acertado com o FMI em troca de um crédito de 11 bilhões de euros (48 bilhões de reais), e que inclui dolorosos cortes.
Para o urbanista David Sims, a nova capital é o último de uma série de projetos nocivos iniciados há meio século e destinados a criar modernas cidades na periferia desértica do Cairo, uma congestionada e poluída megalópole com mais de 20 milhões de habitantes. Como documenta em seu livro Egypt’s Desert Dreams, boa parte desses planos terminaram em bairros fantasma, com vários edifícios por finalizar. “Foram ignoradas as lições das experiências anteriores. A razão é a existência de um mercado especulativo na Grande Cairo. Vender terreno público pode gerar muito dinheiro”, afirma.
Desconectadas da rede de transporte público, as novas cidades, como Tagamu al-Khamis, frequentemente só atraíram as classes mais abastadas. O mesmo pode acontecer com a nova capital, pois os preços de seus luxuosos apartamentos, anunciados com piscina e spa compartilhados e vistas, são proibitivos à maioria em um país onde mais de 40% da população vive com menos de sete reais por dia. Em cidades com nomes sugestivos como Il Bosco e Beta Greens, cuja publicidade está por todas as rodovias, o valor de um apartamento de dois quartos supera os 60.000 euros (265.000 reais). “O egípcio médio não pode pagar. Gostaríamos de destinar 20.000 apartamentos a moradias sociais, mas ainda não está decidido”, diz Husseini. Para o Governo, a nova capital é um “sonho”. Para muitos egípcios, não passa de uma miragem.
Por Ricard González
Com informações do El País

Obesidade entre jovens cresceu 110% nos últimos 10 anos

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Um em cada cinco brasileiros é obeso. Mas a boa notícia é que desde 2016 esse número não mudou o que aponta para uma mudança dos hábitos de vida da população. Nos últimos dez anos o consumo de frutas e hortaliças em pelo menos cinco dias da semana cresceu cerca de 5%; a prática de atividades físicas aumentou 24%. E, ao mesmo tempo, o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas, como sucos de caixinha, por exemplo, caiu em quase 53%! O problema é que ao fazer a análise por faixa etária, o cenário é alarmante: nos últimos dez anos, o número de jovens entre 18 e 24 anos que sofrem de obesidade cresceu em 110%. O consumo de alimentos artificiais e a falta da prática de atividades físicas estão atrelados aos hábitos dessa faixa etária, por isso, segundo a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, esses costumes podem custar caro em um futuro próximo.
“Ele vai mudando de faixa etária e ele vai cada vez mais ganhando mais peso por causa do hábito alimentar que adquirido quando jovem. E isso vai gerar obesidade. E a obesidade é risco para diabetes, hipertensão arterial e leva a problemas cardíacos, por exemplo, a insuficiência cardíaca; ou até insuficiência renal – que é da própria diabetes também. Além de ser risco para câncer também”.
Até 2019, o Ministério da Saúde pretende reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, e ampliar em cerca de 18% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
O Ministério da Saúde tem adotado medidas para melhorar a qualidade dos alimentos vendidos nos mercados, como a redução do sódio nos produtos alimentícios, que em quatro anos já possibilitou a retirada de mais de 14 toneladas de sódio de diversos produtos.

Imagem internet
Por Roberto Moreira
Com informações do Diário do Nordeste

Ferroviário bate Altos fora de casa e está a um mata-mata do acesso


O Ferroviário está a dois jogos da Série C do Campeonato Brasileiro. O Tubarão venceu o Altos-PI fora de casa por 4 a 2 neste sábado, 23, e avançou para as quartas de final da Série D. Edson Cariús foi o destaque da partida, marcando três gols e se tornando o artilheiro da competição.

Obrigado a vencer devido o empate em casa por 1 a 1 no jogo de ida, o Ferroviário começou logo abrindo vantagem sobre o Altos no estádio Felipe Raulino. No primeiro minuto de jogo, Cariús recebeu a bola livre de marcação e colocou no canto direito do goleiro Gideão. Aos 17, após contra-ataque, o artilheiro do time coral ficou novamente cara a cara com o arqueiro do Altos, levando a melhor de novo. 

O que parecia fácil começou a complicar ainda no primeiro tempo. Com 30 minutos de jogo, o capitão Dos Santos cobrou pênalti e diminuiu o placar. Na volta do intervalo os donos da casa voltaram pressionando muito.  Foram três chances de gol consecutivas até o empate ocorrer, aos 10. Gleibson deu rebote de um chute forte de Klenisson e Tavares completou para o gol.

A decisão se encaminhava para os pênaltis. O empate persistiu até os 43 minutos, até que Mazinho fez o gol da classificação coral. Ele finalizou da entrada da área e marcou o terceiro gol do Ferroviário. Sete minutos foram acrescidos pelo árbitro e nesse período, Cariús fez o hat-trick e confirmou o Tubarão nas quartas de final.

O adversário só será conhecido ao fim da rodada, que ainda conta com jogos no domingo e segunda.

Com informações do O Povo

Fortaleza é derrotado pelo Oeste e perde invencibilidade em casa


Neste sábado, o Fortaleza recebeu o Oeste, em jogo válido pela 12ª rodada do Brasileiro Série B, na Arena Castelão, e perdeu por 2 a 1. As equipes voltaram a se enfrentar depois de seis anos e o confronto terminou novamente com a vitória dos paulistas.
A equipe de Rogério Ceni jogou com uma formação ofensiva e teve mais chances de marcar gols, porém sofreu com os contra-ataques do time de Roberto Cavalo e acabou derrotado.
Apesar da derrota, os cearenses continuam na liderança da Série B, com 26 pontos, quatro a mais que o vice-líder Avaí. Já o Oeste conseguiu uma vitória muito importante, saiu da da zona de rebaixamento e subiu para a 14ª colocação, com 15 pontos.
Na rodada seguinte, o Fortaleza visita o Paysandu no próximo sábado, às 20h30 (de Brasília), no Mangueirão. Já o Oeste recebe o Avaí, nesta terça-feira, às 20h30 (de Brasília), na Arena Barueri.
Com informações da Gazeta Esportiva

Custo do voto: pagamento é antecipado e em dinheiro vivo e prazo certo


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Está custando, “no mercado livre”, até R$ 70 o voto para deputado estadual, e R$ 100 para deputado federal. O pagamento é em espécie, dividido em parcelas, até as vésperas do dia da votação. Os “vaqueiros”, como estão sendo chamados os outrora cabos eleitorais, não toleram atraso nas parcelas negociadas, tanto que o mês de agosto é chamado de período da recompra, pois naquele mês alguns contratos chegam a ser desfeitos por descumprimento do calendário de desembolso.
As negociações são do domínio público no mundo político, mas a cumplicidade, inclusive entre concorrentes, dificulta o trabalho da fiscalização para comprovar a existência dos contratos. Só nos flagrantes, no dia da votação, a compra direta nas proximidades das seções eleitorais é comprovada, com quase nenhuma consequência para comprador e vendedor.
O procurador-regional eleitoral cearense, Anastácio Nóbrega Tahim Júnior, apoiado em informações publicadas pelo Diário do Nordeste, relatando pronunciamentos de deputados na Assembleia Legislativa cearense sobre a compra de votos, já tomou o depoimento de dois parlamentares nesta semana.
Os depoentes não negaram o relatado pelo jornal, mas disseram não ter provas do que afirmaram, apesar de ser voz corrente a prática do crime para captação de votos, disseram. Eles, e tantos outros, só talvez nominem os que lhes tomaram os votos pelo poder do dinheiro ao fim da disputa. E se forem derrotados, portanto, nenhum procedimento judicial os obrigará a nominar os responsáveis por essa anomalia entranhada no processo eleitoral brasileiro.
A Justiça Eleitoral, com os seus parcos recursos investigatórios, e o Ministério Público, idem, jamais terão condições de alcançar a todos quantos conquistam mandatos utilizando-se de expedientes reprováveis. A Lava-Jato está mostrando que as prestações de contas dos candidatos aprovadas pelos tribunais, uma exigência da legislação para todos os eleitos, não correspondem à realidade dos gastos da campanha.
Contabilizado
É a realidade do Caixa 2 nas eleições brasileiras. Em duas oportunidades diferentes, neste ano, tratamos do tema neste espaço. Em uma delas quando apontávamos a irrealidade que são os tetos fixados pela legislação para os gastos de todos os candidatos no pleito deste ano, sem impedimento de qualquer das práticas motivadoras dos gastos da eleição no atual modelo brasileiro.
“Não existe campanha política no Brasil sem dinheiro não contabilizado, Caixa 2. Não se faz. Se alguém disser que faz, não está falando a verdade”, disse Mônica Moura, mulher de João Santana, responsáveis pelas últimas campanhas do PT nacional. Não é uma afirmação à toa. Ela está nos autos do processo em que é réu o ex-presidente Lula, no caso do sítio de Atibaia. Ela e o marido são réus em ação criminal por lavagem de dinheiro, exatamente por terem recebido recursos para pagamento dos trabalhos do casal, sem o devido registro nos comitês financeiros das campanhas respectivas.
Duda Mendonça, outro destacado marqueteiro nacional, também já fez afirmação semelhante, agora, recentemente, em relação às eleições para o Governo de São Paulo, em 2014, quando trabalhou para Paulo Skap, e bem antes, no célebre processo do Mensalão, por ter recebido parte da sua remuneração em uma das campanhas do ex-presidente Lula, em conta secreta no exterior. Dinheiro não registrado na prestação de contas encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral, e por este aprovada.
Principal
Estes são apenas exemplos de desvios em disputas majoritárias, as mais visadas. As dos parlamentares são bem mais soltas, e consequentemente menos fiscalizadas. É verdade, também, que somam valores bem menos expressivos em sendo comparadas com as de prefeitos, governadores e presidente da República.
O despudor de muitos para comprar votos inclui, além do dinheiro em espécie, a utilização da máquina pública da União, dos estados e dos municípios. Nestes, o caminho é aberto pelas emendas parlamentares ou pelos convênios intermediados entre eles e os dois outros governos, isto sem se falar nos empregos, talvez a parte menos onerosa para o Erário.
Uma fiscalização percuciente da aplicação desses recursos, sem dúvida, constatará que parte deles foi utilizada para fins eleitorais. E quando os valores das emendas e convênios são considerados insuficientes para satisfazer os “vaqueiros”, é imperioso o aporte de reais para fechar a conta correspondente aos preços estipulados por voto.
Lamentavelmente, pela falta de educação política, de compromisso com a causa pública, aliado ao interesse pessoal e familiar de muitos dos pretendentes a ter mandatos eletivos, mulheres e homens cônscios de suas responsabilidades cidadãs têm que recorrer às forças repressivas oficiais para inibirem as ações maléficas deturpadoras dos resultados do pleito e, por extensão, a formação de uma representação política deformada, sem compromisso com os verdadeiros interesses da sociedade, resultando, daí, a má gestão dos recursos dos executivos, assim como no negativo desempenho dos diversos legislativos.
O eleitor é, sim, por fim, o principal responsável e vítima dessa situação real. Ele quase nunca recebe os R$ 100 ou R$ 70 como foi negociado com os candidatos, mas sofre todas as consequências por ter aceitado ser guiado por inescrupulosos.

Imagem internet
Por Edison Silva
Com informações do Diário do Nordeste