Diego Costa apelou para tratamento alternativo com placenta de égua para estar na decisão deste sábado em Lisboa
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Cristiano Ronaldo vive um fim de temporada conturbado por conta de lesões, mas a estrela merengue é nome certo na finalíssima de logo mais, e em 'casa'
Muito mais do que a supremacia local, Real Madrid e Atlético de Madri disputam, hoje, às 15h45, em Lisboa, o titulo europeu na primeira final de Liga dos Campeões da história entre dois times da mesma cidade.
Dois clubes da Espanha já se enfrentaram numa final, em 2000, quando o Real atropelou o Valencia por 3 a 0 no Stade de France de Saint-Denis.
Nada menos de 120.000 espanhóis estão sendo esperados na capital portuguesa, praticamente o dobro da capacidade do estádio da Luz, que receberá 65.000 torcedores.
No ano passado, a decisão da Champions também colocou frente à frente dois times do mesmo país. A Alemanha foi a nação da vez na vitória por 2 a 1 do Bayern de Munique sobre o Borussia Dortmund, em partida espetacular com uma festa incrível da torcida no estádio de Wembley.
Obsessão por 'La Décima' Neste sábado, toda a pressão estará em cima do Real, recordista de títulos que espera levantar pela décima vez a "Taça Orelhuda". O título virou obsessão por escapar dos merengues desde 2002, quando o time superou o Bayer Leverkusen por 2 a 1, em Glasgow.
Já o Atlético vem embalado com a conquista do seu primeiro título espanhol em 18 anos e espera ser campeão europeu pela primeira vez na sua história, depois de amargar o vice-campeonato há 40 anos, quando foi superado pelo Bayern de Munique na decisão de 1974.
Os "Colchoneros", porém, tiveram bastante êxito em competições continentais nos últimos anos, faturando a Liga Europa em 2010 e 2012.
Para a história
"Vamos enfrentar uma equipe muito sólida, que trabalha muito bem em conjunto e está num momento de euforia", avisou o técnico italiano do Real, Carlo Ancelotti, que conquistou a Champions quatro vezes com o Milan, duas vezes como jogador (1989 e 1990) e duas como treinador (2003 e 2007).
A maior preocupação dos merengues é com a forma de sua maior estrela, o português Cristiano Ronaldo, que enfrenta problemas musculares na reta final da temporada.
O melhor jogador do mundo, que já fez história ao se tornar o maior artilheiro em uma única edição, com 16 gols marcados, espera ampliar essa marca "em casa", em Lisboa, onde estreou como profissional em 2002 com o Sporting, no estádio José Alvalade, a menos de um quilômetro do palco da final deste sábado.
Desilusão
Foi no estádio da Luz que CR7 viveu a pior desilusão da sua carreira, a derrota por 1 a 0 para a Grécia na final da Eurocopa-2004, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, hoje técnico da Seleção.
Apesar dos problemas físicos, o português foi confirmado para a partida, assim como Gareth Bale, que acaba de se recuperar de uma lesão.
Por outro lado, o atacante francês Karim Benzema e o zagueiro brasileiro naturalizado português Pepe são dúvida para a partida, enquanto o volante Xabi Alonso é desfalque certo por suspensão.
Marcelo, titular da lateral esquerda da Seleção, deve começar no banco, dando lugar ao português Fábio Coentrão, ídolo do Benfica, acostumado a brilhar no estádio da Luz, assim como Angel Di María.
O Atlético também encara a final com incertezas, por conta dos problemas físicos de jogadores importantes, como o atacante Diego Costa e o meia Arda Turan.
Artilheiro da equipe, com 27 gols marcados na Liga Espanhola e oito na Champions, Diego Costa fez uma tentativa desesperada de se recuperar de uma lesão com um tratamento pouco convencional à base de placenta de égua, em Belgrado.
O clube "rojiblanco" espera repetir a façanha da final da última edição da Copa do Rei, quando derrotou o Real Madrid por 2 a 1 na prorrogação.
Tabu de 49 anos pode ser quebrado
Apontado por jogadores e dirigentes como o grande responsável pelo fato de o Atlético de Madri ter chegado à final da Liga dos Campeões após 40 anos, Diego Simeone pode se tornar o primeiro técnico sul-americano a conquistar o título europeu em 49 anos.
Caso os colchoneros derrotem o Real Madrid, neste sábado, em Lisboa, o ex-volante será o terceiro treinador de fora da Europa a faturar o maior torneio interclubes do mundo.
Assim como Simeone, os outros dois técnicos sul-americanos campeões também nasceram na Argentina. Luis Carniglia dirigiu o Real nas conquistas de 1958 e 1959. Já Helenio Herrera faturou a taça com a Inter de Milão em 1964 e 1965.
Desde que se tornou técnico do Atlético, em 2011, o argentino faturou quatro títulos: Copa do Rei, Liga Europa, Supercopa da Europa e o Espanhol, conquistado no sábado, 17, depois de 18 anos de seca do clube.
Rival do ex-volante na decisão, Carlo Ancelotti, o comandante do Real, também busca uma marca histórica em Lisboa. Campeão com o Milan em 2003 e 2007, o italiano pode igualar o recorde do inglês Bob Paisley, tricampeão com o Liverpool nos anos 1970 e 1980, se conquistar sua terceira taça.
Diário do Nordeste