20 de maio de 2016

Marcelo Oliveira é o novo técnico do Atlético Mineiro

O novo técnico do Atlético é Marcelo Oliveira. A contratação do treinador foi anunciada na tarde desta sexta-feira (20/5), pelo presidente Daniel Nepomuceno, via Twitter.
Natural de Belo Horizonte e formado nas categorias de base do Atlético, Marcelo Oliveira defendeu o clube de 1970 a 1979 e em 1983.
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Como treinador, Marcelo ganhou diversos títulos na base atleticana e revelou grandes jogadores. Ele dirigiu o time profissional em várias ocasiões, algumas como interino (2002, 2003, 2006, 2007 e 2008).
Em 53 jogos sob o comando de Marcelo, o Atlético obteve 18 vitórias, 17 empates e 18 derrotas.
Em sua época de jogador do Galo, Marcelo Oliveira teve convocações para a Seleção Brasileira e conquistou os títulos do Campeonato Mineiro (1976, 1978, 1979 e 1983), Taça BH de 1971 e Taça Minas Gerais 1975 e 1976.

atletico.com

Mulheres contam por que escolheram dizer 'não' à depilação no Rio

Cera quente, fria, lâminas e cremes depilatórios? Não, obrigada. No Rio, um grupo de mulheres deixou para trás a depilação e garante: prefere seus corpos assim, assumindo todos os pelos, sem dor nem desconforto.
A tendência de axilas, pernas ou virilhas peludas – sem regras – tem sido difundida com o auxílio de redes sociais e grupos feministas. Em entrevistas ao G1, adeptas do estilo falaram sobre as vantagens de não se depilar e o efeito de estranhamento que isso ainda causa em algumas pessoas.
Mulheres adotam visual com pelos no sovaco no Rio (Foto: Nathalia Magalhães/Arquivo pessoal)Julia Souza exibe pelos nos sovacos com orgulho
(Foto: Nathalia Magalhães/Arquivo pessoal)
A publicitária Julia Senna, de 23 anos, há dois resolveu deixar para trás a depilação. “No começo, eu ficava preocupada com o julgamento das pessoas. Incomodava que as pessoas ligassem isso à falta de higiene”, conta.
“Aos poucos, comecei a me libertar. Olhavam no ônibus e tal e percebi que, sei lá, ninguém tinha nada com isso. Depois usei blusinha em uma festa, depois com os amigos e família. Hoje não existe nenhuma situação que me cause constrangimento”, diz ela, que conta que cerca de 50% das meninas de seu convívio também não se depilam mais.
No começo, eu ficava preocupada com o julgamento das pessoas. Incomodava que as pessoas ligassem isso à falta de higiene"
Julia Senna, publicitária
“Em grupos feministas no Facebook, fui tendo contato com a vivência de outras meninas que faziam o mesmo e percebi como simplesmente natural. Não fico tentando converter amigas nem nada, mas acho que é normal que você acabe naturalizando e aceitando melhor algo que você vê e por isso mais meninas vão aderindo, por ver mais”, opina.
A estudante de Relações Internacionais, Thaís Cordeiro, de 23 anos, que sempre foi alérgica à cera e à lâmina, conta que estar em grupos feministas também a ajudou a deixar, há mais de um ano, a depilação no passado.
A estudante Thaís Cordeiro garante: não se sente constrangida com os olhares (Foto: Elisa de Souza/G1)A estudante Thaís Cordeiro garante: não se sente constrangida com os olhares (Foto: Elisa de Souza/G1)
“Sempre senti muita dor, desconforto, além de ser super caro, enfim: um saco. Influenciou bastante ver outras meninas, notei como a minha percepção de mim era totalmente diferente em relação a outras meninas. Eu não só não achava feio no corpo delas, como admirava”, conta ela.

Ela também garante que os olhares curiosos não a deixam constrangida. “Uma vez no aeroporto aqui no Rio, parecia que uma menina ia vomitar quando viu, foi engraçado. Quando percebo que alguém está olhando, faço questão de levantar o braço, me espreguiçar, deixo claro que o desconforto está na pessoa e não em mim”, afirma ela, que conta que foi questionada por amigas e pela família quando decidiu deixar os pelos naturais.

A publicitária Julia Senna, de 23 anos, já foi hostilizada na praia por conta dos pelos. (Foto: André Emídio)A publicitária Julia Senna, de 23 anos, já foi
hostilizada na praia por conta dos pelos.
(Foto: André Emídio)
“O que o seu namorado acha disso?”, essa foi a pergunta que a estudante de moda Julia Souza ouviu da avó quando decidiu, em dezembro de 2015, que não iria mais se depilar. O namorado não se importou nem um pouco. E ela não só gosta como se sente mais protegida do assédio na rua.
“Uma vez eu estava passando em um bar e um cara ficou chamando de gostosa, falando gracinha. Levantei o braço e foi como um bloqueador de assédio instantâneo, ele ficou com uma cara de nojo e parou de falar na hora. Ótimo”, diz.

Julia Senna, no entanto, teve uma experiência desagradável. “Em janeiro deste ano, eu estava na praia da Barra, com a minha namorada, sem fazer nada, e um cara da barraca do lado começou a gritar, falando ‘olha o seu sovaco, é igual ao meu’. A crítica dele era pelo meu corpo ser como o dele! E ele ficou insistindo nisso, foram três horas dele falando, encarando até que ele resolveu ir embora”, relembra.
Uma vez eu estava passando em um bar e um cara ficou chamando de gostosa, falando gracinha. Levantei o braço e foi como um bloqueador de assédio instantâneo, ele ficou com uma cara de nojo e parou de falar na hora. Ótimo"
Julia Souza, estudante de moda
A sexóloga e professora da Uerj Regina Moura afirma que o aumento de meninas que vêm mantendo seus pelos tem a ver com a discussão feminista estar tão em voga atualmente. “Há a questão feminista e a retomada de estéticas mais naturais. Por exemplo, boa parcela das meninas negras já não alisam mais o cabelo, assumem seus blacks. Há um movimento de aceitar o corpo como ele é”, diz ela.
“Eu vejo como uma resposta a uma estética imposta, é uma maneira de se colocar no mundo que é diferente, que rompe com aquela imposta pela estética masculina", resume.
* Sob supervisão de Mirelle de França
Elisa de Souza*Do G1 Rio