30 de maio de 2019

Pesquisa da Embrapa mostra que desperdício de alimentos chega a R$ 1 mil por família ao ano

O desperdício de alimentos de uma família brasileira composta por três pessoas em um ano pode ultrapassar R$ 1.002,00, valor superior ao salário mínimo nacional. Os dados são de estudo liderada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que ouviu 1.764 famílias em todo o País, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2018. 
A pesquisa mostra que cada família desperdiça, em média, 128 quilos de alimentos por ano. Por pessoa, o desperdício de comida em casa atinge 41 quilos por ano - o equivalente a R$ 323. Os cálculos foram realizados pelo analista Gustavo Porpino, um dos líderes do levantamento, a pedido do Estadão/Broadcast, com base nos valores do Instituto de Economia Agrícola (IEA), de São Paulo, em abril de 2019. 
A análise levou em conta apenas o universo familiar, sem considerar perdas em restaurantes, empresas, hotéis e escolas. "Os R$ 1 mil perdidos ao ano representam apenas o gasto com a compra dos alimentos mais desperdiçados. Se levarmos em conta o custo do preparo, que inclui gás de cozinha, óleo, água e outros recursos, o montante será ainda mais impactante".
Os produtos mais perdidos são arroz - 28,33kg -, carne, com 25,76kg, feijão, com 20,60kg, e frango, com 19,32kg. O leite completa a lista dos principais alimentos jogados fora, com 5,15 litros anuais.  
Na avaliação do pesquisador, chama a atenção o fato de a renda não explicar totalmente a diferença entre as famílias que desperdiçam mais ou menos. O estudo, que integra o programa de cooperação Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil, identificou altos níveis de desperdício mesmo em famílias de classe média-baixa. A diferença recai, isso sim, sobre o que é jogado fora, como hortaliças e frutas, que são mais consumidas nas famílias mais ricas. "Mas em termos de volume, a renda e a idade não explicam". 
Porpino afirma que alguns hábitos esclarecem esse elevado desperdício, próximo ao de nações mais ricas. A compra mensal é um deles, assim como o hábito da "fartura". "O costume de fazer uma grande compra depois de receber o salário e encher a despensa faz com que as famílias preparem porções muito grandes e não aproveitem as sobras. Esses fatores comportamentais estão associados à valorização da abundância, da preferência por uma comida 'fresquinha' e até por haver certo preconceito com sobras de refeição, a 'comida dormida'". 
Segundo o especialista, planejar melhor as compras e refeições, não adquirir alimentos em excesso e reaproveitar sobras é fundamental para reduzir a quantidade jogada fora. "A cultura do 'melhor sobrar do que faltar' também deveria ser mudada", avalia. 
Gustavo Porpino ressalta que as famílias brasileiras percebem que o desperdício causa impacto no orçamento, mas a força da cultura é tanta que o hábito de desperdiçar permanece. "Como trata-se de uma média, não significa que todos os brasileiros jogam fora estes volumes. A pesquisa mostra que há tanto famílias que desperdiçam pouco quanto outras que desperdiçam muita comida, e os fatores comportamentais explicam a variação", pondera. 

Educação

Ele sugere ações educacionais e de comunicação realizadas por parcerias público-privadas para elevar conscientização da população sobre o problema. Recentemente, a Embrapa renovou memorando de entendimento com o WWF Brasil para dar continuidade à iniciativa "Sem Desperdício", que inclui ações de comunicação para mudança comportamental.
"As estratégias para redução do desperdício podem ser direcionadas ainda para gerar novas oportunidades de negócio e incrementar a disponibilidade de alimentos saudáveis. O Brasil, por exemplo, produz muitas frutas e hortaliças mas, paradoxalmente, o consumo per capita é bem abaixo dos valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde e as perdas e o desperdício são muito elevados", diz. 
Segundo Gustavo Porpino, mudar esse quadro demanda ações em diferentes elos da cadeia produtiva. Ele diz que vê no Brasil tecnologias disponíveis e uma geração jovem empreendedora antenada com inovações sociais. "Se houver vontade política, podemos avançar consideravelmente", estima.
Porpino
O pesquisador Gustavo Porpino foi um dos responsáveis pela pesquisa Foto: Beto Jeon/Embrapa

América Latina

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a América Latina desperdiça, em média, 127 milhões de toneladas de alimentos a cada ano. Em valores, seriam cerca de US$ 97 bilhões. A entidade elencou como um dos objetivos de desenvolvimento sustentável a redução pela metade do desperdício de alimentos até 2030. 
Para Porpino, os números mostram uma contradição e uma oportunidade de aliar o combate ao desperdício com o fortalecimento da segurança alimentar no Brasil. 
"Temos características de países ricos no fim da cadeia, com elevado desperdício de alimentos, e características de países em desenvolvimento no início, com perdas na produção, transporte. Temos uma grande oportunidade de pegar toda essa abundância que se perde e direcionar para a rede de enfrentamento à fome, como os bancos de alimentos, por exemplo, além de aprovar as Leis que incentivam a doação de alimentos por parte do varejo".
Por Paulo Beraldo
Com informações do O Estado de S.Paulo

Comandado por Ceni, Fortaleza vence o Botafogo-PB e é campeão do Nordeste


Fortaleza foi campeão da Copa do Nordeste (Foto: Reprodução)

O Fortaleza é o campeão da Copa do Nordeste. Após vencer o jogo de ida por 1 a 0, o Tricolor repetiu o placar nesta quarta-feira e conquistou o título diante do Botafogo-PB, fora de casa. O gol do time comandado por Rogério Ceni foi marcado por Welington Paulista.

O time treinado pelo já ídolo cearense terminou a competição como dono do melhor ataque – com 21 gols marcados -, da melhor defesa entre os times que passaram da primeira fase – apenas seis gols sofridos – e com o artilheiro da disputa – Júnior Santos, com oito gols.

Era certo que quem levasse o título nesta noite seria campeão de forma inédita. Nenhum dos times havia conseguido chegar na final da Copa do Nordeste. E não demorou para ficar claro que seria o Fortaleza a conquistar a glória.
Com apenas três minutos, a vantagem que já boa devido à vitória no primeiro jogo ficou ainda maior. Fábio Alves protegeu a bola, Lula tentou tirar, a bola bateu em Tinga e sobrou para Wellington Paulista, livre, bater de primeira e estufar a rede.

Em menor número no Almeidão, a torcida do Fortaleza foi à loucura nas arquibancadas e o Botafogo-PB, equipe que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, claramente se descontrolou com o gol sofrido.

Em toda a etapa inicial, o time da casa assustou em uma única oportunidade, aos 32 minutos. Marcos Aurélio soltou uma bomba de fora da área, mas Marcelo Boeck fez grande defesa. No trecho final do primeiro tempo, a torcida do Belo empurrou na base do grito e a equipe tentou pressionar, mas não levou perigo.

O técnico Evaristo Piza, mesmo sem alterações, melhorou o Botafogo no intervalo. Logo no primeiro minuto, após levantamento na área, Lula cabeceou e Boeck fez grande defesa. No rebote, Marcos Vinicius perdeu chance incrível de empatar. Mas a arbitragem marca impedimento desde a origem do lance.

Com nove jogados, Fábio Alvez quase igualou o marcador de cabeça, mas a bola passou rente à trave de Marcelo Boeck. Aos 25, Boeck salvou o Fortaleza de novo, em dois tempos após chute de Dico.

Marcinho ainda perdeu a oportunidade inacreditável de definir o título do Fortaleza, mas o erro do atacante não fez falta ao Leão, campeão da Copa do Nordeste 2019.

FORTALEZA: Marcelo Boeck; Tinga, Roger Carvalho, Quintero e Carlinhos; Felipe e Araruna; Romarinho (Marlon) e Osvaldo (Marcinho); Wellington Paulista (Dodô) e Júnior Santos
Técnico: Rogério Ceni

Com informações da Gazeta Esportiva