12 de julho de 2018

Croácia e França reeditam semifinal da Copa de 98 na Rússia

Imagem relacionada
Nesta quarta-feira a Croácia cravou seu lugar na grande final da Copa do Mundo da Rússia, após vencer a Inglaterra por 2 a 1. Agora, os croatas encaram a França, que eliminou a Bélgica pelo placar de 1 a 0. A partida marcará o reencontro das seleções que protagonizaram um eletrizante jogo na semifinal da Copa de 98.
Anfitriã daquela edição, a seleção francesa passou na liderança do Grupo A, com 9 pontos, após derrotar Dinamarca, África do Sul e Arábia Saudita. Já a equipe croata avançou na vice-liderança do Grupo H, com 6 pontos, depois de vencer Jamaica e Japão, e perder para a Argentina.
Nas oitavas, a França eliminou o Paraguai depois de vencer por 1 a 0, com gol de ouro de Laurent Blanc na prorrogação, enquanto a Croácia derrotou a Romênia pelo mesmo placar, mas no tempo regulamentar. Na fase seguinte, os franceses venceram a Itália nos pênaltis por 4 a 3, após empatarem por 0 a 0 no tempo normal. Já os croatas venceram tranquilamente a Alemanha por 3 a 0. Com isso, as duas seleções se encontraram nas semifinais da competição.
A partida foi disputada no Stade de France, em Saint-Denis, no dia 8 de julho de 1998. Com um elenco recheado de craques como Zinedize Zidane, Didier Deschamps (atual treinador dos Bleus), Petit, Laurent Blanc, Desailly, a França foi surpreendida e começou a partida perdendo. Os croatas marcaram no primeiro minuto da segunda etapa, com o artilheiro da competição Davou Suker. Entretanto um herói improvável apareceu para definir o jogo: Lilian Thuram. O jovem lateral direito de 26 anos marcou no minuto seguinte e empatou a partida. Aos 25 minutos o defensor acertou uma linda finalização de fora da área e deu número finais a partida: 2 a 1.
Os Bleus conseguiram uma vaga para as finais, enquanto os Vatreni disputaram o terceiro lugar, mas conquistaram, até então, a sua melhor campanha em uma Copa do Mundo.
Em seguida, a dona da casa se sagrou campeã do Mundial ao derrotar o Brasil por 3 a 0. A seleção croata terminou na terceira colocação depois de vencer a Holanda por 2 a 1.
A decisão, e reencontro de Croácia e França, da Copa do Mundo de 2018 será disputada neste domingo, às 12h (de Brasília), no Estádio Luzhniki. A disputa do terceiro lugar, entre Bélgica e Inglaterra, será neste sábado, às 11h (de Brasília), no Estádio de São Petersburgo.
Por Diogo Magri
Com informações do Jornal El País

“Jogador mimado, mesquinho e mercenário”: a pecha que encobre o preconceito de classe no futebol

Neymar mimado BrasilNeymar, durante a partida contra a Bélgica, pelas quartas de final da Copa. AFP
Fracassos esportivos expõem jogadores a situações degradantes ou, no mínimo, desconfortáveis. Não se trata da crítica ao gol perdido, ao gol contra, à jogada mal executada, a rompantes de individualismo que minam o jogo coletivo. O Brasil, sempre habituado a disputar competições como inconteste favorito, a confundir confiança com soberba, não aprendeu a lidar com a derrota no futebol. A ânsia por bodes expiatórios geralmente desemboca em reações violentas que fogem – e muito – à avaliação do desempenho em campo, como os xingamentos racistas sofridos por Fernandinho e Gabriel Jesus após a eliminação para a Bélgica na Copa do Mundo.
Há quem defenda que, por ganharem muito dinheiro, astros da bola mereçam ouvir qualquer tipo de insulto, de forma passiva e resignada. Entretanto, salário e conta bancária não configuram salvo-conduto para linchamento, muito menos para ofensas preconceituosas. É preciso estabelecer limites bem rígidos entre o questionamento ao atleta e a depreciação do ser humano por trás da figura pública. Diversas críticas a jogadores carregam tons de xenofobia, racismo, inveja e aversão a pessoas de origem humilde que fazem fortuna com o futebol. O preconceito se esconde em linhas sutis, solidificando estereótipos com base em atitudes que não são exclusivas da classe futebolística.
Primeiro, pela necessidade de patrulhar quanto ganham e como gastam seu dinheiro. Jogadores habitam um universo que gira cifras milionárias, turbinadas ano após ano, sendo que suntuosas frações desse montante servem para irrigar negociatas movidas por propina e esquemas de lavagem de dinheiro, como atestam os escândalos de corrupção da FIFA. É natural que os verdadeiros protagonistas do espetáculo requeiram sua legítima fatia do bolo e se deixem levar pelas propostas irrecusáveis da China ou do Catar, já que a vida útil de um atleta é bem mais curta que a voracidade de príncipes endinheirados ao inflacionar o mercado com seus brinquedos em formato de times.
Virou moda chamar jogador de mercenário e, mais recentemente, de mimado por qualquer coisa. “Seleção mimada” ou “geração nutella” se tornaram expressões batidas nas arquibancadas desde a última Olimpíada, quando a equipe sub-23 do Brasil chegou a receber vaias com apenas 20 minutos de jogo. Torcedores estão mais exigentes. Talvez pelo preço abusivo dos ingressos em arenas elitizadas, pelo afastamento dos ídolos patrocinado pela insensibilidade dos cartolas ou apenas pela mania de descontar as próprias frustrações sobre uma personalidade de chuteiras. O fato é que a maioria dos jogadores teve uma trajetória com mais adversidades e menos privilégios que boa parte dos críticos que usam o suposto excesso de mimos como argumento para atacá-los.
No Brasil, assim como em várias parte do mundo, as categorias de base estão repletas de histórias de meninos pobres que veem o futebol como o trampolim para um salto na pirâmide social. Garotos que saem cedo de casa, abrem mão do convívio com a família – isso quando já não foram abandonados por ela –, e de aproveitar a adolescência para se converter em mercadoria na mão dos clubes, que os confinam em concentrações sob a tutela de empresários sedentos pelo lucro de uma futura negociação. Há alguns anos, Marco Aurélio Cunha, conselheiro renomado do São Paulo que hoje trabalha para a CBF, manifestou seu descontentamento com o perfil de jogadores que o clube estava formando ao oferecer boas condições no centro de treinamento em Cotia: “Cria-se o jogador ‘filhinho de papai’: bem tratado, mas mal-acostumado”. Uma visão típica dos dirigentes, que não entendem como obrigação a oferta de uma estrutura que vá além de gramados bem aparados a crianças e adolescentes a serviço de seus clubes.
Para se tornar profissionais consagrados, jogadores têm de superar as barreiras da pobreza, o filtro implacável que deixa a maioria pelo caminho, sem formação escolar nem perspectiva de futuro, e a ganância de uma indústria que exige sua juventude em troca de uma chance de triunfar com a bola nos pés. Escolhas? Apesar das ilusões cativadas pelo futebol, muitos dos que demonstram algum talento em campinhos de terra batida na infância são praticamente empurrados para esse trajeto, seja pela família, que aposta todas as fichas da ascensão social no prodígio da casa, seja por agentes convictos de terem encontrado a nova mina de ouro. Renunciar à jornada nem sempre é uma escolha. A carreira de jogador, embora idealizada como um céu de brigadeiro, é bem mais tortuosa que a rotina sedutora vendida pelos perfis de Instagram dos poucos que desfrutam do estrelato.
Por fim, também é usual que se aplique a palavra “mesquinho” para desqualificar o comportamento dos jogadores. São recriminados por ostentar relógios de luxo, posar com suas Ferraris, ousar no corte de cabelo, frequentar as mais badaladas vitrines da Europa, como se essa não fosse a norma-padrão da elite brasileira, mas sim uma atitude restrita à casta que constrói seu império com os rendimentos do futebol. São cobrados por raramente levantar bandeiras e apoiar causas sociais, como se todos os profissionais de outras áreas cumprissem à risca o papel de cidadão fora de seus postos de trabalho. Nomes como Sócrates e Paulo André, ícones no panteão dos jogadores engajados, vieram de famílias de classe média. O futebol não era a única tacada que dispunham para ganhar a vida, ao contrário dos “mimados e alienados” que, se não tiram a sorte grande de assinar um contrato com clube de ponta, são obrigados a conciliar a aventura nos gramados com bicos em horas vagas para prover o sustento da família.
“Jogadores não costumam se engajar no debate político porque, nas raras vezes que o fazem, quem discorda de suas posições se apressa em tachá-los como seres manipulados”
Muito dessa pecha se deve à cadeia repressiva do futebol, que praticamente obriga o atleta a seguir um estrito código de conduta para se capitalizar como um produto. Jogadores evitam voltar às suas origens para não correr o risco de serem injustamente associados à criminalidade no noticiário do dia seguinte e, assim, garantir o patrocínio da marca que vislumbra ricaços com ojeriza à favela. Não desenvolvem vínculos afetivos com os torcedores dos clubes que os formaram porque são exportados cada vez mais cedo para equipes estrangeiras. Não se reaproximam da torcida quando vestem a camisa da seleção porque, para manter seu lucro milionário, a CBF prefere marcar amistosos em Londres ou Nova Iorque e transportá-los em helicópteros durante passagens-relâmpago pelo país. Não costumam se engajar em campanhas eleitorais nem no debate político porque, nas raras vezes que o fazem, quem discorda de suas posições se apressa em tachá-los como seres manipulados.
Parte-se do pressuposto de que as emoções dos jogadores são inversamente proporcionais ao patrimônio que acumularam. É como se, por terem alcançado uma condição financeira superior à da maioria dos brasileiros, eles não conseguissem mais se indignar com a derrota, sofrer pelo gol impedido no último minuto nem nutrir um sentimento de frustração semelhante ao do torcedor. Edu Gaspar, coordenador da seleção, pisou na bola ao tentar defender o principal jogador brasileiro dizendo que “não é fácil ser o Neymar”. Ofereceu munição aos que o rotulam como “garoto mimado” e reforçou o estereótipo que não atinge somente o craque. A definição mais precisa seria: “não é fácil chegar ao patamar de um Neymar”. Uma parcela das críticas que ele e companheiros de profissão recebem, pelo desempenho e postura em campo, faz parte do jogo. Outra, que se propõe a medir o caráter dos jogadores pelo status social, apenas reflete o preconceito de classe tão corriqueiro nas análises do futebol.
Por Breiller Pires
Com informações do Jornal El País

Temer sanciona lei que cria o Ministério da Segurança Pública

Resultado de imagem para Temer sanciona lei que cria o Ministério da Segurança Pública
O presidente Michel Temer sancionou, com vetos, a lei que criou o Ministério da Segurança Pública. A pasta foi criada por medida provisória, em fevereiro, e aprovada pelo Congresso Nacional. A Lei 13.690 está publicada na edição de hoje (11) do Diário Oficial da União.
A lei especifica que o Ministério da Segurança Pública tem a função de coordenar e promover a integração da segurança pública em todo o território nacional em cooperação com os demais entes federativos.
Integram a pasta os departamentos de Polícia Federal; de Polícia Rodoviária Federal; Penitenciário Nacional; os conselhos Nacional de Segurança Pública; Nacional de Política Criminal e Penitenciária e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão responsável pela Força Nacional de Segurança Pública.
Inicialmente, o nome determinado na medida provisória era Ministério Extraordinário da Segurança Pública. Durante a votação no Congresso Nacional, o termo extraordinário foi retirado. Desde a criação, o ministério é comandado por Raul Jungmann.
Entre os vetos, está o artigo que determina que o ministro da Segurança Pública poderá, em caráter excepcional e mediante entendimento com o ministro da Defesa, solicitar militares das Forças Armadas ao presidente da República. A justificativa do veto explica que o item foi retirado da lei porque a gestão do quadro de pessoal militar é de competência dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Outros pontos vetados são os que davam ao ministério a competência de patrulhamento ostensivo das ferrovias federais e a política de organização e de fiscalização das guardas portuárias.
A lei também transforma o Ministério da Justiça e Segurança Pública em Ministério da Justiça.
Por Yara Aquino 
Com informações da Agência Brasil

Congresso aprova orçamento de 2019 com reajuste para servidores públicos

Resultado de imagem para Congresso aprova orçamento de 2019 com reajuste para servidores públicos
O Congresso aprovou, na noite desta terça-feira (11), o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. O parecer, que havia sido aprovado pela Comissão Mista de Orçamento(CMO) horas antes, foi aprovado em votação simbólica. Os deputados e senadores ainda precisam analisar as seis mudanças propostas ao texto principal, mas uma das mais importantes foi promovida em plenário: a não previsão de reajuste para o servidor público em 2019 (veja principais pontos abaixo).
Encerrado o compromisso orçamentário, deputados e senadores antecipam, na prática, o recesso parlamentar a ser iniciado em 17 de julho e encerrado em 1º de agosto. Tanto no Senado quanto na Câmara a pauta foi acelerada  com prioridades já resolvidas  de maneira a poder ser suspensa até o próximo mês.
Na CMO, o relator do orçamento, Dalírio Beber (PSDB-SC), acatou uma mudança para diminuir de 10% para 5% o corte obrigatório nas despesas do governo, incluindo as despesas correntes – folha de pagamento e custeio de despesas para funcionamento da máquina pública, como contas de água e luz, por exemplo.
Mas o ponto mais polêmico foi mesmo a questão do veto a reajuste, cujo dispositivo foi mantido pelo relator e foi alvo de todo tipo de ataque em plenário. Além da proibição de concessão de aumento a servidores públicos, o relatório do tucano proibiu a criação de cargos no serviço público. Por outro lado, o substitutivo de Beber permite a criação de novos cargos apenas nas áreas da saúde, educação, segurança pública, defesa e de diplomatas.
O que propiciou a retirada do veto ao reajuste e à criação de cargos foi um destaque apresentado pelo PT. O dispositivo foi aprovado há pouco por 209 votos a 45, em raro momento em que deputados e senadores governistas e oposicionistas festejaram o resultado da votação.
Principais pontos
Em um dos principais pontos do projeto, o governo fica impedido de conceder, em razão da crise econômica, incentivos ou benefícios tributários extras. Fica permitido, por outro lado, a prorrogação dos subsídios já existentes, no limite de prorrogação em cinco anos e se "o montante do incentivo ou benefício prorrogado seja reduzido em pelo menos dez por cento ao ano e que o respectivo ato seja acompanhado dos objetivos, metas e indicadores relativos à política pública fomentada".
Foi permitida uma manobra na chamada "regra de ouro", mecanismo por meio do qual a Constituição impede a execução de operações de crédito, que gera endividamento público, que superem as despesas de capital, como investimentos e negociações na bolsa. A exceção da regra é autorização de crédito especial ou suplementar com autorização do Congresso – como aconteceu mais cedo, com a liberação de R$ 1 bilhão para o governo federal, a Justiça e o Ministério Público da União.
O relatório permite, com a justificativa do deficit nas contas públicas, o uso de recursos antes reservados para investimentos em procedimentos de custeio. "O governo que prometeu equilíbrio nas contas tem um rombo de R$ 139 bilhões e vai quebrar a 'regra de ouro', usar dinheiro de financiamento para gastos de custeio", reclamou o deputado oposicionista Bohn Gass (PT-RS).
"O Brasil precisa recomeçar, para poder investir naquelas áreas em que isso está fazendo falta. Daqui a pouco, a produção dos tributos vai ser apenas para pagar salário e nada mais", rebateu o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), para quem a diminuição do curso da máquina pública em 5% se impõe.
Ainda respeito da regra de ouro, Dalirio Beber resguardou um dispositivo da LDO, de autoria do Executivo, que condiciona despesas à aprovação do crédito. Neste ponto, um impasse: consultorias da Câmara e do Senado apontam a inconstitucionalidade justamente o fato de o relator ter condicionado despesas à liberação destes créditos orçamentários.
Com o discuso de evitar um rombo fiscal ainda mais elevado para o próximo presidente da República, o relator ainda colocou a regra sobre as verbas parlamentares. O parecer do tucano veta reajuste de valores à disposição de gabinetes de deputados e senadores, como o chamado "cotão", que são recursos pagos por atividades e despesas gerais inerentes ao exercício do mandato.
 
Com informações do Congresso em Foco