30 de março de 2015

Xand Avião 33 anos: um astro além dos palcos

Capa caderno Zoeira Xand Avião
Xand é capa do caderno Zoeira, do Diário do Nordeste desta terça-feira (24)
Era sábado, dia 21 de março. Seria somente mais um dia de plantão na redação do Diário do Nordeste se, no dia anterior, não tivesse surgido uma pauta pra lá de interessante. Devido à identificação com o tema, nós, integrantes do Blog Puxa o Fole, fomos convidados pela editoria Zoeira para ir à casa do cantor Xand Avião, que entrara em pauta por fazer aniversário nesse dia 24 de março (confira).
Já passava das 10h (horário previamente marcado com a assessoria de imprensa do cantor), quando a equipe de reportagem, formada por 4 pessoas, chegava à casa do artista, localizada em um condomínio de luxo em Fortaleza. Paciente, o astro já estava a postos no sofá. Em uma das mãos, um tablet. Na outra, um celular. Na TV à sua frente, o conteúdo não poderia ser diferente: muito forró. Passava, na ocasião, o último vídeo do seu canal do Youtube “Xandnax Diferente“, com Solange Almeida.
Ao notar a presença da equipe, Xand, solícito, faz questão de nos receber na porta de casa e cumprimentar a todos, de um por um. Talvez ele não nos conheça por nome, mas algumas das feições que acabara de adentrar à sua casa já lhe eram familiares. Certeza. Visto que não foram uma, nem duas ou três coberturas do Blog com o Aviões do Forró. Mas essa era diferente. Além de fugir da correria dos camarins, o foco da reportagem transcenderia meramente o artista Xand Avião, mas focaria no pai, marido, filho e amigo José Alexandre Filho.
Assista ao vídeo com a entrevista:
Enquanto a equipe montava os equipamentos, a família de Xand chegava aos poucos na sala. Primeiro vem o filho Enzo, de 7 anos, vestido praticamente igual ao pai. Depois, a esposaIsabele Temoteo chega acompanhada da caçula Maria Isabella, de 3 anos.
Impaciente, a filha é a primeira a deixar a sala. “Bebella” desce do colo do pai e corre para o quarto. Mais reservado, Enzo permanece entre os pais e chega a participar da entrevista. “Ele é o maior fã do Aviões. Sabe todas as músicas”, diz Xand. “Lei da Vida” e “Parei Meu Carro no Sinal” são as preferidas, completa o garoto. Não demora muito e Enzo também retorna ao quarto, deixando os pais a sós.
Por mais de 20 minutos, Xand falou sobre as dificuldades no início na carreira, os sonhos realizados e o sucesso alcançado. O ponto alto da conversa acontece quando o astro cita a família. Notadamente apaixonado pela esposa e pelos filhos, os olhos de Xand brilham. As mãos impacientes, destacadas por jóias em ouro, logo procuram as da esposa. A troca de olhares sinceros é inevitável.
Isabele toma a palavra. No marido ela tem um espelho de vida. Conta como tudo começou (Xand roubou um beijo da até então dançarina comprometida) e prometeu tê-la para sempre. A cumplicidade vista de fora nos faz apostar que isso acontecerá. Ao ver a esposa falar do relacionamento, guiado por Deus, Xand segura o choro. Coça o olho. Mais de uma vez. A emoção do dever cumprido tomava de conta de Alexandre Filho, um guerreiro sonhador, natural de Apodi/RN, que venceu na vida às custas de um dom.
Texto escrito por Gustavo Linhares
Blog Puxa o Fole
Diário do Nordeste

Radialista é assassinado a tiros em Brejo Santo, no interior do Ceará.

Polícia investiga se homicídio tem relação com as críticas que ele fazia em programa (Foto: Arquivo pessoal)Polícia investiga se homicídio tem relação com as críticas que ele fazia em programa (Foto: Arquivo pessoal)
Um radialista foi assassinado à bala na tarde desta segunda-feira (30) em Brejo Santo, no interior do Ceará. De acordo com a Polícia Militar, Patrício Oliveira saía de motocicleta da rádio onde trabalhava, no centro da cidade, quando foi surpreendido por dois homens em uma moto, que dispararam e fugiram.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, os fugitivos disparam vários tiros e pelo menos dois dele atingiram a vítima. Os policiais fazem buscas pelos suspeitos e receberam reforço da Polícia Militar de cidades vizinhas a Brejo Santo.
Até a tarde desta segunda-feira, ninguém havia sido preso. A Polícia Militar diz ter identidade dos suspeitos e faz buscas na zona rural do município.
A polícia desconhece a causa do crime, mas descarta a possibilidade de latrocínio, já que os pertences da vítima não foram roubados. A Polícia Civil vai investigar se o homicídio tem relação com as críticas que o radialista fazia em seu programa.
Do G1 CE

Cem anos depois, sertão do Ceará guarda histórias da seca de 1915

"Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas”. A descrição de uma das mais severas secas no Ceará é do livro “O Quinze”, da escritora cearense Rachel de Queiroz.
Cem anos depois, a rotina da agricultora Irismar Moreira mostra uma realidade parecida. O fogão à lenha esquenta o alimento que encontrar para a família. “Seis bocas para dar de comer não é muito fácil. A gente compra feijão, compra massa de milho. Tem dia que falta, tem dia que a gente arranja alguma coisa nos vizinhos. Quando se acaba, a gente arranja uma coisa num canto e noutro”, afirma Irismar, moradora da cidade de Quixadá, a 149 km de Fortaleza, cenário do livro de Rachel.
O Bom Dia Ceará exibe, de hoje até sexta-feira (3), a série "Cem anos da seca".  Além de lembrar os cem anos da seca de 1915, as reportagens também vão mostrar cenários retratados no livro de Rachel de Queiroz, como os campos de concentração, as maiores secas ao longo dos últimos cem anos no Ceará, a disputa pela água ainda nos tempos atuais e formas de conviver com a estiagem.
Em Quixadá, Irismar  (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Em Quixadá, Irismar prepara comida na casa de taipa
(Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Esperança
A casa de taipa que abriga a família de Irismar fica encravada no mesmo sertão que inspirou Rachel de Queiroz a escrever “O Quinze”, uma das mais importantes obras da literatura brasileira. Revisitar a paisagem do local nos primeiros meses do ano é renovar as esperanças de que a estação chuvosa que os sertanejos chamam de “inverno” chegue de vez.
As poucas chuvas já mudam a paisagem e deixam a vegetação verdinha, mas ainda é muito pouco para quem enfrenta quatro anos de seca. “A água também é difícil, não tem. Os cacimbões são todos secos. É difícil. Só sabe quem passa as consequências”, diz o agricultor Manuel Constâncio de Souza.
No quintal do criador José Félix, as três vacas que sobraram tentam pastar no verde que surgiu. “Não dá ainda para escapar gado porque, primeiro, que está fino as chuvadas. O Cedro (açude) está seco, está ficando seco. Aí, não tem condições de criar muito gado”, explica.
Para José, a ''seca do Quinze'' é história vivida pelos avós, mas ele mesmo já enfrentou algumas grandes estiagens e se diz cansado de reviver sempre o mesmo drama. “O açude secou também em setenta, parece que em 82,81, uma coisa assim. E agora, né? Sempre é a mesma coisa, a mesma dificuldade, forragem para bicho, tudo...”.
Anúncio sobre o livro "O Quinze'' (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Anúncio sobre o livro "O Quinze'' (Foto: TV Verdes
Mares/Reprodução)
'O Quinze'
No sertão do início do século passado, a seca chamou a atenção da jovem escritora Rachel de Queiroz, que na época tinha apenas 20 anos de idade, e surpreendeu ao descrever tão bem o drama do sertanejo.
"A grande ajuda, a grande filantropia da Rachel foi registrar aquilo de forma tão bela. Quer dizer, ela redimiu aquela situação. O que a literatura pode fazer em relação à humanidade é a redenção, mostrar as coisas mais sofridas, redimendo, transformando aquilo em arte e dando uma dignidade a toda aquela situação, a todos aqueles personagens. Mostrando quem pode ser aqueles personagens, mostrando quem são realmente porque a ficção permite penetrar naquela realidade que o documento, muitas vezes, não consegue penetrar”, afirma a escritora Ana Miranda.
Rachel nasceu em Fortaleza, mas se identificava com a paisagem do sertão. Gostava dos costumes do sertanejo e retratou como ninguém o drama da seca. Cem anos depois de uma das maiores estiagens que o Ceará já enfrentou, é impossível andar por Quixadá sem sentir a presença forte da escritora. Por lá, tudo leva a Rachel de Queiroz.
A viagem ao sertão da escritora passa pela velha estação do trem do “Junco”, que segundo o livro, recebia muitos retirantes tentando fugir da seca e partir em busca de dias melhores longe do sertão. Atualmente, a estação leva o nome do pai da escritora que era dono dessas terra. Seguindo a linha do trem, a gente chega à fazenda que Rachel tanto amava. "A Rachel tinha a alma sertaneja, aquelas pedras, o sertão cheio de pedras. Aquela força da Rachel são aquelas pedras de Quixadá, com formas poéticas. Era a casa dela, a casa da alma dela", conclui.
 'Não me deixes'
O caminho nunca mudou: uma estradinha de terra às margens da ferrovia. Em pouco tempo, chegamos à fazenda “Não me deixes”. O nome foi dado por um tio que queria que família permanecesse nas terras. A escritora recebeu a fazenda de herança. Antes de morrer, Rachel morava no Rio de Janeiro, mas nunca esqueceu do sertão. Todo ano, ela passava uma temporada em Quixadá. Ela chegou a construir um chalé ao lado da casa principal para servir como uma espécie de refúgio já que a fazenda ficava muito movimentada.

O chalé era o espaço que Rachel mais gostava porque fica em frente a uma espécie de bosque, formado por espécies típicas da caatinga. Da vista, Rachel escreveu algumas de suas obras. As fotos, os livros, os objetos continua como Rachel deixou. A fazenda é mantida por funcionários e pela família.
O sobrinho que Rachel considerava Neto, Flávio de Queiroz Salek, também mora no Rio, mas sempre que precisa vem a “Não me deixes”. Neste ano, o motivo da vinda foi a estiagem. O açude da fazenda secou. "Isso aqui era o material com que ela trabalhava, a parte da literatura dela que era ligada ao sertão. Aqui que ela conversava, ouvia as histórias, os casos que eram contados e vivia essa realidade do sertanejo. Ela adorava", lembra o neto.
Francisco de Assis nunca leu “O Quinze”. O agricultor conhece Rachel de Queiroz por “ouvir falar”. Mas, sem saber, segue o desejo da escritora e, mesmo diante das dificuldades, nem pensa em abandonar o sertão. "Foi onde nasci e me criei. Meus pais, todos eram agricultores. Não tenho vontade de deixar, de sair e ir para cidade não tenho vontade, não. Fui criado na agricultura e vou vou viver até quando Deus quiser, né?”.
Cadeira de balanço da escritora Rachel de Queiroz, na fazenda ''Não me Deixes'' (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Cadeira de balanço da escritora Rachel de Queiroz, na fazenda ''Não me Deixes'' (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares

Padre morre na frente dos fiéis durante missa em Cariacica, ES

Um padre morreu na frente dos fiéis durante a missa de Ramos no bairro Porto de Santana, em Cariacica, na Grande Vitória, por volta de 20h deste domingo (29). Assustados, os fiéis tentaram reanimar o padre Carlos de Assis Viana, de 37 anos, e chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Mas, quando o resgate chegou, Carlos já havia morrido.
Imagem mostra padre durante procissão de Ramos neste domingo, em Cariacica, Espírito Santo (Foto: Divulgação/Arquidiocese)Imagem mostra padre em procissão de Ramos
neste domingo (Foto: Divulgação/Arquidiocese)
A Arquidiocese de Vitória informou que a suspeita é que o padre tenha sofrido um ataque cardíaco.
Ordenado em 2011, Carlos de Assis era pároco na Paróquia São Francisco de Assis, em Porto de Santana. 
Ao saber da morte do amigo, o padre Kelder Brandão, que trabalhou por mais de um ano com Carlos de Assis, disse que ele era muito humilde. “Padre Carlos era a humildade encarnada. Foi professor da rede pública, uma pessoa muito simples. Exercia o ministério com muito zelo. Foi muito agradável conviver com ele”, disse Kelder.
Segundo o padre Kelder, durante o tempo em que trabalharam juntos, Carlos não apresentava nenhum problema de saúde. “Recebi um telefonema de um seminarista dando a notícia, e fiquei atônito. Ele não tinha nenhum indicativo de doença. Foi um susto para todos, um infarto fulminante”, informou o padre Kelder.
Ele [padre Carlos] não tinha nenhum indicativo de doença. Foi um susto para todos"
padre Kelder Brandão
Natural de Minas Gerais, o padre Carlos atuava há cerca de três anos em Porto de Santana. "O povo de lá tem muito carinho por ele. Estão todos em choque”, completou Kelder.
A Arquidiocese de Vitória disse na manhã desta segunda-feira (30) que o corpo do padre foi levado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Hospital Estadual São Lucas, na capital do Espírito Santo.
De acordo com Arquidiocese,  após a liberação, o corpo será levado para a paróquia São Francisco de Assis, em Porto de Santana, Cariacica, onde será celebrada uma missa e haverá um tempo de velório para os fieis. Depois, o corpo será levado para Caeté, em Minas Gerais, onde será sepultado. Caeté é o município na Grande Belo Horizonte o lugar de residência dos familiares do padre Carlos.
* Com colaboração de Wing Costa e Patrik Camporez, do Jornal A Gazeta.
Do G1 ES, com informações de A Gazeta *

Japão constrói muralha contra tsunamis

AP
O muro é formado por uma série de blocos, paredes menores
O governo do Japão está construindo uma grande muralha para se proteger de tsunamis.
A construção terá 12,5 metros de altura e se estenderá por mais de 400 quilômetros na costa noroeste do país.
A muralha é feita de cimento e formada por uma cadeia de paredes menores e blocos que facilitam a construção.
A obra custou algo em torno de US$ 6,8 bilhões (mais de R$ 21 bilhões) e visa evitar um desastre parecido com o ocorrido em março de 2011, no qual um tsunami provocado por um terremoto no Oceano Pacífico destruiu comunidades costeiras e a usina nuclear de Fukushima, deixando um total de 19 mil mortos.
Os que são a favor do projeto afirmam que a muralha é uma espécie de mal necessário e alegam que a edificação ainda pode criar novos postos de trabalho. Estima-se que a construção do muro demore dois anos.
Os críticos da muralha afirmam que ela vai arruinar completamente a paisagem, prejudicar os ecossistemas marinhos e a indústria pesqueira local.

Falsa segurança?

Segundo vários especialistas, a muralha pode reduzir a potência do impacto de um eventual tsunami e, desta forma, o dano causado pela onda. Mas, também pode criar uma espécie de falsa confiança.
Muitos dos que morreram ou desapareceram no último tsunami não prestaram atenção aos alertas de perigo.
Margarta Wahlstrom, diretora do Escritório da ONU para Redução de Riscos em Desastres, lembra que a falta de uma infraestrutura básica pode ser catastrófica quando países em desenvolvimento são atingidos por estes fenômenos. Mas a dependência extrema deste tipo de proteção pode fazer com que as pessoas se sintam seguras demais.
"Há uma fé exagerada na tecnologia como solução, apesar de tudo que aprendemos, nos mostra que o conhecimento e a intuição das pessoas é o que faz a diferença. A tecnologia, de fato, nos torna um pouco mais vulneráveis", disse Wahlstrom durante uma conferência na semana passada em Sendai, Japão.
Akie Abe, esposa do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também fez críticas ao projeto.
Na opinião de Akie, a muralha fará com que os moradores das cidades costeiras não fiquem atentos aos sinais de um tsunami no futuro. Além disso, para ela, a manutenção desta muralha será cara.

Eficácia questionada

AP
Os críticos do projeto afirmam que a muralha dá uma sensação de falsa segurança
Outros duvidam até da eficácia da muralha.
"O mais seguro é que as pessoas vivam em locais mais elevados e que suas casas e locais de trabalho estejam em áreas diferentes. Se fizermos isto, não precisaremos de uma grande muralha", disse à agência AP Tsuneaki Iguchi, prefeito de Iwanuma, cidade que ficou debaixo d'água no último tsunami.
As provas quanto à utilidade da muralha não são unânimes.
Em 2011, a localidade de Fudai, no noroeste da ilha, escapou das ondas graças a um sistema de comportas e um muro. Estas construções foram feitas graças a um prefeito do local que enfrentou um tsunami e fez com que a construção do muro fosse uma prioridade de seu governo.
O projeto, iniciado na década de 1970, foi muito criticado, classificado como um gasto desnecessário. Mas, graças a este projeto, Fudai se manteve de pé.
No entanto, na região de Kamaishi, na prefeitura de Iwate, um grande muro que demorou três décadas para ficar pronto a um custo de US$ 1,6 bilhões (mais de R$ 5 bilhões) desmoronou durante o tsunami de 2011 e deixou a cidade totalmente sem defesas.
Mas, apesar de as obras da grande muralha já estarem em andamento, o certo é que nenhum projeto de construção poderá eliminar totalmente a necessidade de proteção dos fenômenos mais violentos da natureza.
"O que quero destacar é que não importa o que as pessoas tentem criar, não vamos vencer a natureza. Por isso nós, humanos, temos que encontrar uma forma de coexistir com ela. É preciso fugir quando há perigo. O mais importante é salvar sua vida", disse à agência de notícias AP Takeshi Konno, prefeito da cidade costeira de Rikusentakata.
BBC - BRASIL