11 de março de 2017

Em cerimônia com Presidente Temer, Governador da Paraíba Ricardo Coutinho destaca papel de Lula e Dilma

 
Em discurso na cerimônia de inauguração do Eixo Leste da transposição do rio São Francisco, que teve a participação de Michel Temer, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, lembrou que Dilma pagou 70% das obras e que a transposição começou a sair do papel por iniciativa do governo Lula; Coutinho é filiado ao PSB, partido que integra a base do governo Temer no Congresso
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, destacou o papel dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff na realização da obra da transposição do rio São Francisco em cerimônia nesta sexta-feira 10, que teve a participação de Michel Temer.
Temer foi ao Estado para inaugurar a chegada das águas através do Eixo Leste do projeto. Ele foi recebido com protestos de 'Fora, Temer' no local.
Segundo Coutinho, do PSB, partido que integra a base do governo Temer no Congresso, Dilma pagou 70% das obras. Ele também lembrou que a transposição começou a sair do papel por iniciativa do governo Lula e foi ovacionado pelo público.
"Essa obra é o mais duro golpe no coronelismo do semiárido", disse o governador, para quem a transposição, que já leva água a pelo menos 33 mil paraibanos, "é para matar sede de quem tem sede, proteger os pequenos rebanhos e acabar com o colapso".
Com informações do Brasil 247

Discurso do presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia de chegada das Águas do Rio São Francisco à Paraíba - Monteiro/PB


Monteiro-PB, 10 de março de 2017


Agora vai ficar animado! Olhe, eu quero em primeiro lugar cumprimentar a todas as autoridades que estão aqui no palco.
Agradecer muito a vocês que gentilmente se levantaram para aplaudir. E agradecer ao pessoal que está lá fora. Porque eles, eles são, meus amigos, a revelação mais clara da democracia que nós estamos vivendo.
Se, de um lado, vejam bem, se de um lado nós trazemos uma grande obra aqui para a Paraíba, de outro lado se faz o protesto, e democracia é assim. Nós temos que aplaudir a eles. E como eles estão no sol, certa e seguramente, ao final do dia, eles vão se banhar com águas da transposição do Rio São Francisco. Tenho certeza disso.
Portanto, meus amigos, eu estou muito feliz de estar aqui na Paraíba. E aliás, há poucos, há poucos momentos tanto o Cássio Cunha Lima como o governador, revelaram uma verdade: esta é uma obra pensada desde o tempo do Império, e executada nos últimos governos. Por isso que ambos, com a delicadeza e civilidade que deve presidir as relações políticas, ambos disseram: “Olhe quem terminou a obra foi o Temer, mas isso passou por vários governos”. Vários governos que merecem o aplauso de todos.
Portanto, eu estando aqui em Monteiro, eu digo que cabe a Monteiro esta honra extraordinária de ser a porta de entrada do São Francisco na Paraíba. As águas do São Francisco trarão, como me dizia no caminho o governador Ricardo Coutinho, trarão vida a regiões historicamente castigadas pelo flagelo da seca.
Eu confesso a vocês já visitei umas três vezes a transposição. E cada vez que eu venho aqui eu me emociono, menos talvez como governante, e mais como brasileiro. Porque eu verifico que regiões castigadas pela seca ao longo do tempo, num dado momento, recebem água para fazer florescer as suas terras.
Portanto, eu digo que, de mãos dadas, o Velho Chico e o Rio Paraíba vão caminhar pelo interior, como disse o governador, como disse o Cássio, como disse o Helder, e vão estimular o desenvolvimento.
O Nordeste, não preciso dizer aos senhores, recebe muita atenção do nosso governo. Há pouco tempo estivemos lá em Alagoas, em Maceió, entregando 133,5 mil cisternas, num valor equivalente a quase R$ 1 bilhão. Agora com a transposição e com a complementação da transposição, e como ouviram pelas palavras aqui relacionadas, serão completadas, eu espero governador Ricardo Coutinho, que ao final deste mais de 1 ano e 8 meses de governo, eu possa vir aqui e dizer, como o senhor salientou, que toda a Paraíba está irrigada, está inundada de água. Quem sabe até uma ou outra enchentezinha, espero exatamente isso.
Portanto, eu tenho acompanhado de perto as ações para aliviar os efeitos da estiagem, mas não apenas isso. Vocês verificaram que houve pleitos lá em Campina Grande, senador Fernando Bezerra, de rodovias, etc. e que houve a promessa dos ministros e, portanto, a promessa do governo de também a completar ou iniciar, muitas vezes, muitas rodovias.
Como disse o Cássio, nós temos quase um R$ 1 bilhão para aplicar nesses próximos tempos aqui na Paraíba. E esta obra, portanto, meus amigos, se nós pudermos falar em paternidade dela, nós deveríamos dizer, como disse o governador, como disseram todos, a paternidade é do povo brasileiro.
Vocês não pensem, que tem um dinheiro que é um dinheiro público, está aqui do lado e tem o dinheiro que vem dos impostos, não, o dinheiro é um só. O dinheiro público vem dos impostos. Então quando nós aplicamos milhões e milhões aqui são os senhores que pagaram. Portanto, uma dívida que o governo tem com o povo brasileiro, com o povo paraibano e que agora está pagando.
Portanto, meus amigos, nós temos, graças a Deus, nós temos tido um governo que tem causado os melhores efeitos. Sem nenhuma desvantagem em relação a governos anteriores, mas eu quero dar uma notícia a vocês:
Veja bem, há pouco tempo, lá certamente tem gente nessas condições, há pouco tempo nós lideramos as chamadas contas inativas do Fundo de Garantia. Ou seja, aquelas contas que ficavam paralisadas e as pessoas não poderiam sacar, cerca de R$ 41 bilhões. Nós liberamos as contas inativas, que vão injetar na economia R$ 41 bilhões.
E olhe, só para dar um exemplo para vocês, até as 11 horas de hoje, abriu-se o saque dessas contas às 9 horas da manhã, às 11 horas da manhã 300 mil pessoas havia sacado o Fundo de Garantia num total correspondente a R$ 300 milhões, hoje a tarde esses R$ 300 milhões já estão circulando pela economia brasileira.
Então são coisas que nós temos que fazer, temos a obrigação de fazer. Não vou relacionar tudo o que nós fizemos ao longo do tempo, porque o que importa agora é comemorar aquela enxurrada. Olhe, nós fomos acionar lá o instrumento para poder soltar as águas para cá, e nós todos nos impressionamos. Porque não era uma vertente de água, era uma enxurrada de água. Foi uma coisa emocionante. Eu vi alguns até lacrimejando, quando viram essa enxurrada de água.
Portanto, meus amigos, governadores, prefeitos, vice-prefeitos, permito-me saudar o Wilson Braga, velho companheiro da Câmara dos Deputados, a senhora prefeita, a senhora prefeita que fez um discurso aqui de muita adequação, de muita vibração.
Quero cumprimentar a todos, portanto, a todos que estão aqui, e dizer que o nosso governo é um governo de sacrifícios. Mas eu sempre me recordo de uma frase que se atribui ao Dom Helder Câmara. Ele diz: “Eu sou como a cana na moenda. Por mais que eu seja espremido, eu só consigo dar doçura, eu só consigo dar doçura, eu só consigo dar doçura”.
Ouça a íntegra do discurso (07min45s) do Presidente Michel Temer
Com informações do Portal Planalto

Educação: Governo do Ceará envia para a AL Mensagem que institui Política de Ensino Médio em Tempo Integral

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A jornada prolongada no ensino regular começou como projeto piloto em 2016. Neste ano, 26% das escolas da rede estadual funcionam em tempo integral. São 63,5 mil alunos já beneficiados com jornada prolongada de ensino

170217 ESCOLA AQUIRAZ MG 4975 webFoi enviada para a Assembleia Legislativa a Mensagem do governador Camilo Santana que institui a Política de Ensino Médio em Tempo Integral na rede estadual. O documento prevê a progressiva adequação, para a carga horária de pelo menos 35 horas semanais, das escolas de Ensino Médio já em funcionamento e das que forem inauguradas a partir de agora.

"Estamos criando uma política estadual de educação para o Enino Médio em tempo integral. Assinei uma lei para virar política pública. É uma das políticas mais importantes do nosso Governo porque dá oportunidade aos nossos jovens, previne o problema 170217 ESCOLA AQUIRAZ MG 4954 webda violência e da segurança, que é um grande desafio hoje no País", afirmou o governador.

A política de Ensino Médio em Tempo Integral pretende ampliar as oportunidades para a formação dos jovens, aperfeiçoar o serviço público educacional e melhorar os indicadores por meio de uma nova proposta pedagógica, acompanhamento individualizado para garantir a permanência e a aprendizagem dos estudantes.


"É uma Mensagem histórica para o estado do Ceará. Assim como Europa, Estados Unidos, Canadá, vários países do mundo, tempo integral tem sido uma ação importante e, aqui no Ceará, o governador Camilo Santana, com essa Mensagem, torna uma política pública a educação em tempo integral. Além disso, é aberto um espaço para firmar parcerias com a iniciativa privada, ONGs, e eu entendo que isso é muito importante para a juventude. Tempo integral significa aluno na escola melhorando o processo de aprendizagem e um futuro melhor para os jovens cearenses", acrescentou o secretário da Educação, Idilvan Alencar.

Ensino Médio em Tempo Integral no Ceará

O projeto-piloto para a implantação do tempo integral no Estado começou em 2016, quando 26 escolas estaduais de ensino regular receberam o modelo. Com o avançar do programa em 2017, 187 das 712 escolas estaduais atenderão à jornada prolongada - 116 destas são Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs), o que significa 26% das escolas da rede estadual em tempo integral.


Fotos: Carlos Gibaja 

Com informações do Governo do Ceará

Ceará é primeiro em transplantes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

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No ano passado, o Ceará estabeleceu novo recorde, com a realização de 1.874 transplantes, 31% a mais que os 1.430 de 2015

O Ceará foi o primeiro estado das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e o sexto do país com o maior número de transplantes de órgãos e tecidos realizados em todo o ano de 2016, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT 2016), divulgado nesta sexta-feira (10), pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). No ano passado, o Ceará estabeleceu novo recorde, com a realização de 1.874 transplantes, 31% a mais que os 1.430 de 2015. Considerando somente os órgãos sólidos (pâncreas, pulmão, coração, fígado e rim), com 491 transplantes em 2016, o Estado realizou 55,1 transplantes por milhão da população (pmp), atrás do Distrito Federal (79,2), Paraná (74,2), Rio Grande do Sul (67,4), São Paulo (65,5) e Santa Catarina (60,4).


O grande destaque em 2016 foram os transplantes de córnea. O Ceará fez 1.267 transplantes desse tecido, o segundo melhor desempenho em números proporcionais e absolutos. São Paulo foi o estado que mais realizou transplantes, no total de 4.776 procedimentos. Proporcionalmente, o Distrito Federal ficou em primeiro lugar, com 155,4 transplantes pmp, seguido do Ceará, com 142,3. No ano passado, o Ceará zerou a fila de espera de transplantes de córnea, depois de 34 anos realizando esse procedimento, iniciado em 1982. “Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela ABTO e indica a situação em que o paciente que precisa de um transplante não necessita esperar pelo tecido porque ele já está disponível para a cirurgia. Conforme o RBT, em dezembro o Ceará tinha 33 pacientes aguardando transplante de córnea.

O estado do Ceará também foi destaque nacional em transplantes de fígado e coração. Nos transplantes hepáticos, realizou 21,9 transplantes pmp, atrás do Distrito Federal (26,1) e Santa Catarina (22,1). Nos transplantes cardíacos foram 3,6 pmp, depois do Distrito Federal (14,8) e Pernambuco (4,1). O Ceará também foi o terceiro do país em transplante pediátrico de rim, com 14,7 procedimentos pmp, abaixo do Distrito Federal (16,1) e Rio Grande do Sul (15,5). Além de córnea, o Ceará realizou em 2016 o maior número de transplantes de coração (32) e medula óssea (97) desde que esses procedimentos foram iniciados no Estado. Em relação a 2015, fez, ainda, mais transplantes de pulmão (6) e esclera (19).

O Brasil obteve aumento de 3,5% na taxa de doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplante, atingindo 14,6 doadores pmp. Conforme o RBT, cinco estados foram destaques na doação de órgãos: Santa Catarina (36,8), Paraná (30,9), Distrito Federal (25,7), Rio Grande Sul (25,2) e Ceará (24,9), que elevou a taxa em 6% em relação a 2015. O percentual de 38% de efetivação de doadores em relação ao número de notificações foi o terceiro do país, ao lado de Minas Gerais, depois de Santa Catarina (47%) e Rio Grande do Sul (41%).

Este ano no Ceará foram realizados 263 transplantes de órgãos e tecidos – 132 em janeiro, 115 em fevereiro e 16 até 9 de março. Foram 38 transplantes de rim, 3 de coração, 36 de fígado, 9 de medula óssea (6 autólogos e 3 alogênicos), 176 de córnea e 1 de esclera.


Com informações da Sesa

Presidente do TJCE assina convênio para ressocializar apenados na primeira reunião do “Ceará Pacífico”

O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Gladyson Pontes, participou da assinatura do termo de cooperação que amplia projeto de inclusão social de apenados durante a primeira participação dele nas reuniões do “Pacto por um Ceará Pacífico”. O encontro, o primeiro de 2017, ocorreu nesta sexta-feira (10/03), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, e foi conduzido pelo governador Camilo Santana.
O documento também foi assinado pela juíza Maria das Graças de Almeida Quental, titular da Vara de Penas Alternativas de Fortaleza; pela vice-governadora do Estado, Izolda Cela; pelo procurador-geral de Justiça do Ceará, Plácido Rios; e pelo secretário estadual de Educação, Ildivan Alencar. O convênio aumenta as vagas e as escolas que ofertarão ensino, nos finais de semana, para apenados que cometeram delitos cujas penas podem ser alternativas à prisão. Eles terão 10 h/aula, metade no sábado e a outra parte no domingo.
Segundo a juíza Graça Quental, podem participar da iniciativa, que já existe há mais de nove anos, quem é apenado pelas Varas Criminais e atende aos requisitos, como primariedade, bons antecedentes e o tipo de delito cometido. “Esse projeto busca resgatar a dignidade do homem por meio do estudo. Com base no perfil dessas pessoas, a pena de reclusão é substituída pela limitação de fim de semana para estudo. Tudo é acompanhado pela Secretaria de Educação e pela Vara”.
O procurador Plácido Rios destacou que a ação é importante porque a atual situação carcerária no país não permite a devida ressocialização. “O intuito é restaurar a cidadania daquela pessoa que cometeu algum erro e não precisa ingressar no sistema penitenciário. Iremos acompanhar e ter essas penas alternativas como forma de reduzir a violência”.
No encontro, houve ainda balanço das ações do “Ceará Pacífico”, apresentados por diversas instituições, a como Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), além do Judiciário.
O presidente do TJCE ressaltou que o “Ceará Pacífico” é um programa de interesse social relevante. É uma política pública que envolve várias ações e busca ambiente mais saudável para a sociedade cearense, que tanto se aflige, como todo o Brasil, com essa violência. O TJCE, como partícipe, oferece sua contribuição, que é a prestação jurisdicional”.
Por Roberto Moreira
Com informações do Diário do Nordeste

Sonhando com classificação, Fortaleza encara Altos-PI pela Copa do Nordeste

Fortaleza x Bahia Copa do Nordeste Arena Castelão (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)Arena Castelão vai receber o jogo deste sábado (Foto: Eduardo Trovão/TV Verdes Mares)
Neste sábado (11), precisando vencer para ter chance de classificação, o Fortaleza enfrenta o Altos-PI no Castelão, às 16 horas, pela quinta rodada da Copa do Nordeste. O Tricolor do Pici é o segundo colocado do Grupo B, com seis pontos. O Altos-PI é o terceiro colocado, com três pontos na tabela. A partida é essencial para o Fortaleza, que quer encontrar um futebol mais consistente. 
O Fortaleza vem de uma vitória ampla, pelo placar de 5 a 0, no Cearense. Teve a semana para treinar mirando o jogo contra o Altos-PI. No entanto, o duelo foi diante do Itapipoca, que já estava rebaixando de divisão no estadual. Por isso, a partida contra o Altos-PI é uma chance de mostrar como, de fato, o time de Marquinhos Santos vai se comportar. O time quer avançar no Nordestão e, para isso, necessita da vitória, já que na última rodada terá o líder Bahia como adversário.
Esquerdinha é o desfalque devido a um entorse no tornozelo direito e um problema no joelho. Com isso, Leandro Lima fica com a vaga no time titular. No ataque, Zé Carlos deve jogar com Lúcio Flávio. Gabriel Pereira será banco. O Tricolor do Pici deve atuar com: Marcelo Boeck; Felipe, Heitor, Max Oliveira e Bruno Melo; Jefferson, Pablo, Wesley e Leandro Lima; Lúcio Flávio e Zé Carlos. 
Por Fortaleza, CE

Os produtores têm buscado diversas alternativas para garantir a nutrição do gado na seca.

Quando a chuva não chega, o rebanho padece. O pasto, que há alguns anos era verde e farto, está minguado. Diante da maior seca que o estado do ceará já viu desde 1910, os agropecuaristas passaram a buscar alternativas inovadoras para garantir a segurança alimentar para o rebanho bovino, ovino e caprino.
Na região do cariri cearense, o cultivo da palma forrageira começa a ser implantado de forma experimental em algumas fazendas, como alternativa para substituir, a curto e médio prazos, o capim, cana-de-açúcar, mandioca e milho. No sítio malhada, zona rural do crato, o produtor antônio josé albuquerque buscou capacitação e investiu.
Em sua propriedade, o agrônomo aposentado plantou, em janeiro do ano passado, um hectare de cactácea, ao custo aproximado de r$ 5 mil. Valor um pouco acima do que será gasto nos anos subsequentes, pois, no início, se faz necessário estudo de solo, além de despesas com sulcamento, adubação e instalação do sistema de irrigação por gotejamento, o que garante o uso racional da água.
Quatorze meses depois, o resultado já é animador. Ele explica que a planta, de origem mexicana, que chegou ao brasil no fim do século xviii, se adaptou bem ao clima semiárido brasileiro, uma vez que não necessita de muita umidade. "dependendo da forma de plantio, após um ano, já pode ser colhida. No nosso caso, como o clima é pouco úmido, vou esperar mais alguns meses. Quando finalizar a quadra chuvosa (maio), começo a colheita. No segundo semestre, já começo a introduzir de forma mais generalizada na alimentação do rebanho. Hoje faço experimentos com algumas vacas, para testar a aceitação e evolução na produção do leite", conta.
O agrônomo optou pela palma orelha de elefante. A espécie é uma das três resistentes à praga cochonilha (dactylopius coccus). As outras são a miúda e a sertania. "a (palma) orelha de elefante é a melhor para as nossas condições climáticas e também a que apresenta maior produtividade", destaca. O plantio utiliza o sistema de superposição das raquetes da palma, estilo popularmente conhecido como "carta de baralho". "ela é plantada junto uma da outra, podemos aumentar em quase dez vezes a produtividade na área de sequeiro, se comparado aos produtores que as plantam de forma aleatória", relata josé albuquerque.
Desta forma, no espaço de um hectare plantado, serão produzidas cerca de 400 toneladas a cada dois anos, quantidade suficiente para alimentar 33 vacas durante 180 dias, com consumo diário de 50 quilos de palma por vaca. "esta planta é realmente uma boa alternativa. Além de nutritiva, resistente e, de certa forma, barata, o gado que se alimenta dela acaba consumindo quantidade menor de água, já que a planta possui bastante", acrescenta o agrônomo.
Complementação
O gerente da empresa de assistência técnica e extensão rural do ceará (ematerce), francisco erivaldo barbosa, ressalta que, apesar de ser rica em minerais e constituída por 90% de água, a planta tem baixo teor de fibra, matéria seca e proteína. "a palma é uma boa alternativa para alimentar o rebanho, mas não deve ser usada como única fonte, e sim como complementação da dieta", detalha. Na unidade agrícola de albuquerque, ele combina a palma com outros volumosos, como silagem de sorgo, milho e mandioca.
Dentre as três, o sorgo (sorghum bicolor), originário da áfrica, tem sido a principal escolha do agropecuarista cratense. Essa planta monocotiledônea é capaz de resistir a períodos de seca bastante prolongados, devido à profundidade de suas raízes e, portanto, é mais resistente a essas condições climáticas, se comparada ao milho, por exemplo.
"cerca de 80% da minha plantação de capim tanzânia e milho, que eram os principais alimentos para o rebanho, morreram pela escassez de chuvas. Realidade oposta encontrei no sorgo e na palma. Mais resistentes e com maior poder de nutrição, acredito que, com bom estudo sobre o plantio, podem ser a salvação para o produtor ou agropecuarista do sertão", avalia.
Outro benefício do cultivo do sorgo, conforme explica a técnica extensionista social da ematerce, maria eucileide nogueira Mendonça, é a mecanização utilizada. "a vantagem é a utilização do mesmo equipamento usado na cultura do milho e do trigo. É possível que o produtor mantenha o plantio do milho simultaneamente ao sorgo, já que tanto a plantação quanto a colheita podem ser feitos em períodos de ociosidade do equipamento agrícola, o que gera mais lucro".
Por André Costa
Com informações do Diário do Nordeste

Realizada na Unifor, pesquisa quer melhorar o leite de cabras

Das experiências pioneiras de clonagem e transgênicos do Ceará, devem surgir, em pelo menos quatro anos, leites de cabras geneticamente modificadas ricos em lactoferrina, proteína encontrada no leite materno humano que tem efeitos antibacterianos, antifúngicos e antivirais, que devem prevenir e tratar a diarreia infantil. É esse o objetivo do estudo pioneiro, intitulado "Desenvolvimento de Imunocompostos no Leite de Caprinos Transgênicos para Prevenção e Tratamento da Diarreia Infantil no Semiárido do Brasil", dos pesquisadores da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Os experimentos, que começaram em 2010, estão ainda em fase laboratorial para garantir que o produto é protetor e seguro para seguir para os testes clínicos em humanos. Segundo o pesquisador Leonardo Tondello, o estudo é bastante promissor e deve beneficiar muito a sociedade. "É imensurável o impacto do projeto. Desde o início, foi pensado para resolução de problemas em regiões mais carentes. A incidência de diarreia e mortalidade infantil ainda permanecem alta na região. Seria um ganho e um modelo a ser explorado em outras regiões do Brasil e até em outros países", pondera.
A cabra foi escolhida por ser um animal que reúne características importantes para a pesquisa: baixo custo de manutenção, fácil e precoce reprodução. Os resultados com a proteína lisozima, antibiótico natural e em alta concentração no leite materno, também foram favoráveis. Agora, o desafio é o cruzamento genético entre as duas linhas para animais duplo-transgênicos, capazes de produzir leite com lizozima e lactoferrina.
Leonardo explica que o objetivo não é a substituição do leite materno: "A lógica é que se consiga um leite semelhante ao materno. Poderia ser utilizado de forma complementar e em casos em que a substituição é o único caminho". Além do leite, outras inovações em biofármacos também estão sendo desenvolvidas. O pesquisador explica que - por meio de parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - outros caminhos vêm sendo traçados e remédios para vários tipos de câncer e até inibidores das atividades do zika vírus e da chikungunya estão sendo desenvolvidos.
Mudança
Em Sobral, no Norte do Ceará, Francisca Rodrigues da Silva, 55, moradora do Sítio Areias, no distrito Boqueirão, trabalha para criar a primeira associação, com o objetivo de atrair parcerias na execução de novos projetos sociais para proporcionar aos moradores mais autonomia e melhoria de vida. "Nos últimos anos, muito já foi conquistado, como a garantia de água e projetos agroecológicos", afirma. Entre 1989 e 1993, a pobreza e a miséria se alastravam na região. Na época, diversas providências emergenciais foram tomadas, não apenas pelos governos, mas também pela Igreja Católica, que realizou campanhas de arrecadação de alimentos e roupas. O então pároco da Paróquia do Patrocínio, João Batista Frota, iniciou mobilização nas comunidades da zona rural. Foi decidido, pelas próprias famílias afetadas, que o caprino seria o animal ideal no combate à fome e à desnutrição infantil.
Cabra Nossa
Com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o padre recebeu o primeiro plantel de animais, iniciando, em julho de 1993, o "Projeto Cabra Nossa de Cada Dia", com acesso pela avaliação da carência familiar, sendo repassada uma cabra, de preferência prenhe. O município dispõe de dois apriscos comunitários. Um, na localidade de Ipueirinhas, com capacidade para 200 animais, e o outro, na comunidade de São Domingos, para 150 animais. Além do distrito de Boqueirão, onde se localiza o Sítio Areias, o projeto existe em outras 16 localidades rurais.
Ovinocaprinocultura
Sendo o Semiárido brasileiro uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas, a produção de caprinos e ovinos tem sido um dos desafios para a sustentabilidade, tanto para criadores, quanto para a Embrapa Caprinos e Ovinos. Daí, a relevância das pesquisas em melhoramento genético focada nas raças localmente adaptadas, que mobilizam cinco centros de pesquisa da Embrapa no Brasil, com núcleos de conservação no âmbito da Plataforma de Recursos Genéticos, sendo o de Sobral um deles, onde se desenvolvem projetos com as raças Morada Nova, Santa Inês e Somalis (ovinos); e Moxotó e Canindé (caprinos).
Pesquisadores trabalham na melhoria qualitativa do rebanho caprino do Ceará. Foto: José Leomar 
A boa adaptação às adversidades locais, reforçada com cruzamentos que possibilitem crias mais resistentes, torna ovinos e caprinos aptos aos programas de melhoramento genético especializados, realizados pela Embrapa, com objetivo de ter rebanhos com mais resistência contra estresse térmico, doenças, oscilações de chuvas e oferta de alimentos, o que também pode representar boa produção de leite ou carne para geração de crias com tendência a serem produtivas e adaptadas ao ambiente.
Sustentare
Em 2011, com o Projeto Cabra Nossa de Cada Dia (PCNCD) já consolidado, e sendo uma das referências de combate à pobreza no meio rural no País, as comunidades reconheceram a necessidade de ampliar as estratégias de inclusão social e produtiva dos agricultores assistidos, e solicitaram à Embrapa um projeto de pesquisa que possibilitasse a construção de soluções para a ampliação de parcerias, o que resultou no projeto Sustentare, iniciado em 2012, para administrar projetos multi-institucionais e interdisciplinares voltados ao desenvolvimento sustentável da agricultura familiar e de comunidades tradicionais.
"Essa mediação entre agricultores e técnicos tem permitido aproximar as comunidades das tecnologias. O manejo animal é um passo importante para chegarmos na fase do trabalho de integração das atividades", afirma Jorge Luís Sales Farias, pesquisador da Embrapa e um dos idealizadores do Sustentare.
Por Karine Zaranza / Marcelino júnior 
Com informações do Diário do Nordeste

No Sertão Central Cearense um frigorífico modelo dá o exemplo de que investir na qualidade agrega valor à produção de caprinos e ovinos

Implantado há 21 anos, o Frigorífico Pé de Serra, em Quixadá, no Sertão Central do Ceará, foi pioneiro no corte industrial de peças de ovinos e caprinos, condicionadas a vácuo. A unidade é fruto de um sonho do produtor rural Paulo Holanda, que tem uma vida dedicada à agropecuária e à melhoria genética dos animais. O empresário inovou em tecnologia de criação e abriu portas para outros produtores ao tornar-se referência no setor.
"É preciso muita perseverança, dedicação, e, infelizmente, falta apoio e incentivo do governo. Estamos resistindo com muito sacrifício", frisa o empresário. O sertão cearense enfrenta um dos piores ciclos de estiagem. Desde 2012 que a região registra chuvas abaixo da média. Reservas hídricas e alimentares estão se esgotando. A seca traz dificuldades para os criadores. Animais mais rústicos e resistentes, como ovinos e caprinos, também sofrem as consequências da escassez de alimentação. O rebanho diminuiu. Afinal, a comida está muito mais cara.
Localizada às margens da Rodovia CE-060, entre as cidades de Quixadá e Quixeramobim, a Fazenda Pé de Serra dispõe de área de criação e reprodução de animais de alta linhagem genética, filhos de campeões nacionais, unidade de processamento de carne de ovinos e caprinos, uma loja para venda dos produtos e de um restaurante que oferece culinária regional, com pratos típicos que fazem o gosto dos comensais.
"Sou criador desde os 14 anos e sempre acreditei na formação de um banco de genética para que os animais no sertão cearense pudessem dar um salto a partir da melhoria das raças, que eram de baixa qualidade. O rebanho deu um pulo", afirma. A consequência direta dos anos seguidos de seca é a redução do rebanho, descarte, a perda de peso dos animais. "Esse é o lado ruim, mas há um aspecto positivo: os criadores preservaram o que há de melhor e o preço foi mantido", diz. Segundo as informações de Holanda, cerca de 70% da carne de ovinos consumida no Ceará e no Nordeste são oriundas do Uruguai.
Buchada, sarapatel, linguiças, pernil, paleta, filé, lombo, carré de cordeiro e costela são alguns exemplos de peças que a unidade produz
"A nossa carne é superior, tem mais sabor, menos gordura. Faltam investimento e incentivo para os produtores", frisa. Paulo Holanda sugere a criação de programas municipais de empréstimo de reprodutores de alta qualidade genética, por meio de rodízio, para os criadores.
Outro problema assinalado pelo criador é o abate clandestino. A chamada carne de moita chega aos pontos de venda e aos restaurantes sem controle sanitário. "Afirmo, sem medo de errar, que 99% do abate são clandestinos e falta fiscalização dos órgãos estaduais e municipais".
O presidente do Sindicato Rural de Quixeramobim, Cirilo Vidal, observa que, nos últimos anos, cresceram os furtos de animais nas fazendas, outro fator de desestímulo para os produtores rurais.
O mercado é promissor. A produção regional anda longe de atender à demanda. De olho neste cenário, que já perdura há décadas, Paulo Holanda decidiu implantar o frigorífico para o processamento das carnes, com cortes industriais e melhor aproveitamento da carcaça. "Inovei, lançando 65 itens, cortes especiais de ovinos e caprinos. Temos tamanhos para atender à necessidade de restaurantes e das famílias", destaca.
Buchada, sarapatel, linguiças, pernil, paleta, filé, lombo, carré de cordeiro e costela são alguns exemplos de peças que a unidade produz, tudo empacotado a vácuo. O frigorífico chegou a abater 3.000 animais por mês, mas agora reduziu para 800/mês. A maioria (95%) é de ovinos e caprinos adquiridos de criadores da região. "Só abatemos 5% da criação própria, o descarte, porque, na fazenda, priorizamos a reprodução para a melhoria genética dos animais", explica.
O preço da arroba (15 quilos) para o produtor varia entre R$ 195 e R$ 210, dependendo da idade dos animais. Paulo Holanda informa que o Brasil, em 1996, apresentava um consumo per capita ano de 120 gramas. Hoje, está em torno de 900 gramas. "Houve um aumento considerável", orgulha-se.
Produzir ovinos e caprinos oferece muitas vantagens em relação à criação de bovinos, mas muitos resistem por preconceito. "Uma vaca come por dez ovelhas, o pequeno produtor tem mais condições de alimentar, escapar criando ovinos, que é mais resistente e com menor custo de produção", compara Holanda.
A crise que se abate sobre o setor agropecuário em particular atinge a unidade do produtor Paulo Holanda. "Enfrentei, logo no início, dois anos de seca, em 1998 e 1999, mas resistimos", diz. Há 18 anos, investiu R$ 430 mil, por meio de financiamento no Banco do Nordeste (BNB) para implantar o moderno frigorífico.
"O Banco não liberou o capital de giro, não tivemos o apoio que necessitávamos e há uma execução judicial em andamento. Todo esse meu patrimônio está sob risco. Quem quer trabalhar, produzir iria arriscar toda uma vida e os bens da família? Prefiro não saber o valor atual da dívida", encerra Holanda.

Por Honório Barbosa
Com informações do Diário do Nordeste