20 de março de 2017

O juiz mais ameaçado do país vai se aposentar












O juiz federal Odilon de Oliveira destranca uma gaveta de documentos sigilosos e retira um livro de capa dura preta, com letras douradas. O ar condicionado congelante de sua sala ameniza os 37 graus de temperatura em Campo Grande naquela tarde de sexta-feira. No calhamaço de quase 300 páginas, escrito e encadernado por ele, Odilon guarda uma compilação de provas e memórias das ameaças de morte mais bem arquitetadas que sofreu em seus 30 anos na magistratura federal. “Esse seboso aqui eu condenei”, afirma, sem esconder o orgulho, depois de deslizar o dedo pelo sulfite e parar no nome de um dos traficantes.
Folheia a obra com agilidade e aponta mais um, depois outro e mais outro – e assim se alonga por mais de uma hora, revisitando as histórias de cada um de seus algozes que acabou por prender. Ao cruzar com um bilhete embalado num plastiquinho e grampeado numa folha – uma ameaça do traficante Jorge Rafaat Toumani, na época considerado o “rei da fronteira” –, apressa-se: “Está vendo aqui? A vagabundagem me chama de Odi”, diz, mostrando seu apelido no papel. “O cabra escreveu de próprio punho e mandou me entregar. Naquela época, minha cabeça valia só uns R$ 500 mil. Eu ainda era barato.” Solta uma gargalhada.
Aos 68 anos recém-completados, doutor Odilon, como todos o conhecem, é um dos mais temidos juízes brasileiros que trabalham no combate ao narcotráfico. Sua trajetória profissional coleciona condenações dos mais influentes traficantes de drogas com atuação na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. Mandou prender o carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. E o paranaense Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, considerado pela Polícia Federal o maior narcotraficante internacional do país.
Em suas três décadas como juiz federal, Odilon não só colocou na cadeia algumas centenas de criminosos, como também esvaziou as contas bancárias das quadrilhas. “Se você só prende, os bandidos continuam mandando lá de dentro e, quando saem, usufruem de tudo aqui fora. Se você confisca os bens, dá um duro golpe na espinha dorsal da organização. Ela fica sentada no chão como um João Sem Terra, não se levanta nunca mais”, afirma. Confiscou 282 imóveis do crime, 761 veículos e 27 aeronaves – parte deles vendida em leilões por um total de R$ 27 milhões. Seu legado como juiz, entretanto, ficará por aqui.
No final de fevereiro, Odilon anunciou no Facebook que vai se aposentar. Pediu a contagem do tempo de trabalho e agora espera o término do trâmite, previsto para meados de setembro. “Já queria ter parado há uns dois anos, mas preciso antes resolver minha segurança. Se sair na rua sozinho, tomo uma surra de porrete”, diz. “Virei refém da toga.” Odilon é o único juiz do Brasil que conta com uma operação permanente da Polícia Federal (PF). Há 18 anos, é acompanhado 24 horas por dia, sete dias por semana, por uma escolta armada com pistolas e submetralhadoras. Sua casa é monitorada por câmeras de segurança. O carro que usa, um SW4 prata, tem uma blindagem que suporta tiros de fuzil. Assim que parar de trabalhar, Odilon deverá perder todo esse aparato. A portaria do Ministério da Justiça que trata da segurança de autoridades, de 8 de janeiro de 2001, não menciona casos de aposentadoria. Procurada, a PF afirmou que ainda não tem uma definição sobre esse caso.
Odilon cuida da alimentação durante café da manhã (Foto:  Emiliano Capozoli/ÉPOCA)











Odilon debocha da “vagabundagem”, mas conhece bem seu poder de retaliação. Já esteve na iminência da morte em pelo menos dois atentados. O mais grave ocorreu em 2005. Num hotel do Exército em Ponta Porã, uma cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai, Odilon dormia numa madrugada de abril quando foi acordado com tiros. “Os estampidos estavam tão próximos que pareciam ser dentro do quarto. Pá-pá-pá-pá-pá”, diz. “Fiquei quietinho, com receio.” Odilon nunca diz que tem medo. Receio é o mais perto de medo que admite ter sentido.
Na mesma época, traficantes da região formaram um consórcio para assassinar Odilon. Cada um dos chefões do crime deu uma quantia de dinheiro. O juiz estava em Ponta Porã para dar vazão aos processos judiciais acumulados. Passou uma temporada de pouco mais de um ano. Por três meses dormiu no próprio Fórum, que se tornou uma espécie de bunker para acomodá-lo. Num colchonete no chão iluminado por um abajur, passava madrugadas estudando as ações e tomando uísque. A bandidagem enlouqueceu.
O juiz Odilon,faz as unhas em Salão (Foto: Emiliano Capozoli/ÉPOCA)









O brasileiro de origem libanesa Jorge Rafaat Toumani, assassinado com uma metralhadora .50 numa ação cinematográfica no ano passado, era um dos que compunham o consórcio. O bilhete mandado por ele, do qual Odilon zombou naquela tarde de sexta-feira em seu gabinete, foi um entre dezenas de recados. A organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) já ofereceu R$ 1,5 milhão a quem entregasse Odilon morto. A facção carioca Comando Vermelho (CV) afirmou que pagava R$ 2,5 milhões, segundo investigações da polícia brasileira. Odilon é uma unanimidade, capaz de unir concorrentes como Rafaat, PCC e CV.
o juiz Odilon durante treino em academia  (Foto:  Emiliano Capozoli/ÉPOCA)











Diante de tantas notícias de ameaças, Odilon já acabou sendo dado como morto. Em 2006, recebeu um convite para participar de uma solenidade no Espírito Santo. Só no decorrer do evento percebeu o equívoco. Todos os homenageados haviam morrido no exercício de sua profissão: o jornalista Tim Lopes, a missionária americana Dorothy Stang, o juiz corregedor de Presidente Prudente José Antonio Machado Dias... Odilon era o único vivo. “Eu mesmo fui receber minha homenagem póstuma. Achei um barato, sabe?”
Desde que pediu proteção à Justiça Federal, em junho de 1998, Odilon vive enclausurado como os traficantes que manda prender. Sonha sempre que pula o muro e foge da escolta, e depois acaba por se arrepender. Odilon nunca entra numa sala imediatamente depois de abrir a porta – assim que gira a chave, um agente se antecipa para se certificar de que não há ninguém à espreita. Depois que passou a andar na companhia dos policiais, nunca mais visitou a mãe, já falecida, na tentativa de preservá-la. Pagava um táxi para ela ir até ele.
Os prazeres mais simples se tornaram um suplício. Odilon costumava correr na rua toda semana, até que os policiais descobriram um plano para matá-lo no trajeto. Passou a usar a pista de um quartel do Exército. Mas a burocracia para recebê-lo era tamanha – o pedido era feito via ofício, e a resposta com a liberação vinha cerca de um mês mais tarde – que ele capitulou. Corrida agora é só na esteira de casa ou na academia. “Entrei nessa academia há quase 30 anos, meu convívio social é ali”, diz. A Polícia Federal recomendou a Odilon cortar também as idas à academia, um padrão de rotina perigoso. Por ofício, Odilon respondeu que não obedeceria. “Então vou comprar um carro-forte e me trancar dentro...”, afirma.
A família também paga um preço alto. Odilon é casado com Maria Divina há 42 anos. Tem uma filha e dois filhos, todos formados em Direito. A menina mora em São Paulo, longe das ameaças. O do meio, numa residência colada à dos pais, também monitorada. O mais novo nunca mudou de casa. Odilon e a mulher nunca mais puderam frequentar as aulas de polca paraguaia, uma dança popular na região da fronteira, programa que adoravam. Pelo volume de trabalho, o casal tampouco consegue viajar. O lugar mais distante em que já estiveram é a Argentina.
O juiz Odilon de Oliveira pretende processar a União para conseguir a permanência da escolta
Os amigos também foram rareando. Para as poucas festas que oferece em sua casa, Odilon convida somente autoridades, como generais e o governador. No casamento de um dos filhos, Odilon tirou a mulher para dançar e se viu cercado de casais de policiais à paisana rodopiando ao redor. Precisavam proteger o juiz, mas sem chamar a atenção dos convidados. O juiz passa sábados e domingos às voltas com processos. Vez ou outra, vai ao shopping e deita na rede em casa para ler (adora literatura policial, mas não está lendo nada no momento).
Até a mais elementar atividade diária requer cautela. Odilon quase nunca come fora de casa. Sua alimentação é preparada pela empregada, e ele leva todos os dias uma marmita para a Justiça Federal. O cuidado tornou-se necessário depois que a PF descobriu um plano para envenená-lo. Os traficantes tentaram subornar soldados do Exército nos tempos em que Odilon morava em Ponta Porã para batizar sua comida.
O juiz Odilon vste colete a prova de balas (Foto:  Emiliano Cpozoli/ÉPOCA)











Odilon é conhecido pelo estilo linha-dura com os bandidos. Durante um julgamento no começo de março, na 3ª Vara de Mato Grosso do Sul, ouviu por cerca de três horas dois investigados por tráfico de drogas. Seu tom de voz era o mesmo de quando trava uma conversa cordial. Odilon tampouco alterou as expressões faciais. Contudo, foi tão detalhista nos questionamentos que parecia difícil engambelá-lo. O primeiro suspeito começou negando o crime. Aos 12 minutos, confessou. Aos 44, caiu no choro. O segundo réu respondeu a 53 perguntas de Odilon num período de dez minutos. Acabou também por confirmar sua participação no crime.
Antes de condenar alguém, Odilon coloca a vida do réu sob rigoroso escrutínio. No auge das grandes operações na fronteira, autorizava mais de 1.000 interceptações telefônicas por mês durante as investigações. Sua lealdade aos policiais federais, parceiros na missão, é notável. Certa vez, um delegado novato proibiu os agentes de se encontrar com Odilon para atualizá-lo do andamento dos casos. Queria ele próprio se reunir com o magistrado. Odilon sentou-se diante do delegado e disparou questionamentos. Sem resposta para boa parte deles, o delegado levou um sermão e os policiais retornaram.

O perfil duro vem da criação. Seus pais, agricultores de subsistência da pequena Exu, no sertão de Pernambuco, deram aos oito filhos uma educação rigorosa. “Lembro deles dizendo para a gente nunca pegar no alheio”, diz. Como inúmeros nordestinos, sua família migrou para o sul para fugir da seca. Viajou de pau de arara, comendo banana e farinha. Odilon tinha só 4 anos na época, mas até hoje preserva um forte sotaque pernambucano. O nome de sua cidade natal ele pronuncia com um acento imaginário no “e” (É-xu).
Assim que chegou a Mato Grosso do Sul, a família comprou um pedaço de terra. Odilon ia para a roça durante o dia e à noite estudava numa escola improvisada no quintal. Um conhecido com primário completo ensinava a lição às crianças sob a luz de uma lamparina. A geração de Odilon foi a primeira da família a conhecer as letras. O pai só sabia assinar o nome; a mãe, nem isso. Quando aprendeu a ler, Odilon reunia os parentes e lia literatura de cordel em voz alta. Treinava a leitura e ainda os entretinha.
Detalhe ameaça de morte que recebeu do então rei da fronteira Jorge Rafaat (Foto:  Emiliano Capozoli/ÉPOCA)











A convite de um primo vereador, Odilon saiu da colônia para estudar na cidade. O primo despertou no menino a vontade de cursar uma faculdade de Direito. “Meu primo contava causos de advogado que soltava preso. Então pensei: ‘Quero ser isso aí’”, diz. Seu mundinho se abriu. Já na faculdade, descobriu que, além de soltar, poderia mandar prender. Começou a sonhar com a magistratura.
É assim, numa constante expansão de horizontes em mundos recém-descobertos, que Odilon escolhe seus objetivos de vida. Depois de dois anos como advogado, passou no concurso para procurador federal (em 2º lugar). Depois para promotor de justiça (em 10º). Então para juiz estadual (em 2º). E, por fim, para juiz federal (em 19º). Com a altivez de quem reconhece o longo caminho que percorreu, Odilon faz questão de enfatizar suas boas colocações nos concursos ao relembrar sua trajetória.
Odilon é declaradamente vaidoso, um dos poucos prazeres que ainda consegue manter. Já fez cirurgia plástica para corrigir as bolsas debaixo dos olhos e Botox. Apara a barba todos os dias, inclusive em feriados, e sempre carrega uma escova de cabelo no carro. Vai à manicure para tirar a cutícula das unhas das mãos e dos pés uma vez por semana. Numa sexta-feira de março, Odilon chegou ao salão de beleza, cumprimentou a cabeleireira e uma cliente com bobes no cabelo e seguiu para o espaço privado onde é atendido. Como estava com pressa, fez só a mão.
Depois de mandar soltar e mandar prender nos mais de 40 anos no serviço público, Odilon cogita agora fazer suas próprias leis. Há mais de dez anos, o juiz é sondado por partidos para entrar na política. Há cinco, passou a refletir sobre o assunto. Agora, com a aposentadoria, a ideia começa a ser amadurecida. Se aceitar algum dos muitos convites, se candidatará para o Senado. “Reconhecimento popular eu tenho, mas não sei se é meu perfil. A política é, digamos assim, uma devassidão muito grande. De repente, a gente vai para lá e é aquele covil, aquela coisa danada, um aborrecimento do capeta”, diz. Odilon afirma que não iria para um partido grande, como PT, PSDB ou PMDB. Mas para um nanico do chamado centrão, desde que seja coligado a uma sigla maior.
O Senado seria uma forma de resolver sua segurança. Odilon, entretanto, trabalha paralelamente em outras frentes. Planeja processar a União caso não consiga manter sua escolta de forma amigável. Em 2014, enviou um ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para tratar do assunto, mas não recebeu retorno (O CNJ não respondeu ao pedido de entrevista de ÉPOCA). Se tudo der errado, tem uma alternativa mais inusitada: mudar-se para a Romênia, país de origem de seu genro. Ele trocaria mesmo o calorão de Campo Grande pelo frio de lá? “Faz 20 graus abaixo de zero, mas meu genro disse que as casas têm aquecimento. Vou para o gelo também, não tem problema. Ainda é melhor que ficar preso aqui”.
Por ALINE RIBEIRO, DE CAMPO GRANDE
Com informações da revista época 

Lula e Dilma participam de inauguração simbólica da transposição do São Francisco no sertão da Paraíba

Ex-presidentes Lula e Dilma são recebidos por milhares de pessoas em Monteiro, no sertão da Paraíba, para celebrar chegada do rio São Francisco no município

Os ex-presidentes da República Lula e Dilma foram até o sertão da Paraíba neste domingo (19) participar da inauguração simbólica da transposição do rio São Francisco. Lula foi o responsável pelo início das obras que levaram água até o sertão nordestino, em 2007. As obras foram interrompidas no governo Dilma, devido a diversas causas, entre elas denúncias de corrupção e crise política instalada antes do processo de impeachment.
Milhares de pessoas acompanham a cerimônia. Um grande engarrafamento se formou nas estradas que dão acesso à cidade de Monteiro. O objetivo dos petistas é rebater o discurso do atual governo sobre a “paternidade” da obra.
Senadores, deputados e membros do Partido dos Trabalhadores também participaram da homenagem aos ex-presidentes da legenda. No Twitter, internautas utilizaram a rede social para prestar apoio com a #ComLulaOSertaoVirouMar que ficou no ranking dos assuntos mais falados no Brasil durante boa parte do dia. 
Dilma, Governador da Paraíba Ricardo Coutinho e Lula a caminho da inauguração simbólica

Há nove dias, o trecho leste da transposição foi inaugurada, em meio a protestos, pelo presidente Michel Temer. Também presente ao evento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) saiu em defesa do peemedebista. O senador disse que Lula deu início às obras, mas que sua conclusão dependeu da “determinação” do atual presidente.

Com informações do Congresso em Foco

Exército abre vagas em Fortaleza com salários de até R$ 6,4 mil

10ª Região Militar divulga edital para contratação com salários de até R$ 6,4 mil (Foto: 10ª RM/Divulgação)10ª Região Militar divulga edital para contratação com salários de até R$ 6,4 mil (Foto: 10ª RM/Divulgação)
O Comando da 10ª Região Militar divulgou edital de seleção para contratação de Oficial Técnico Temporário (OTT) com formação em Direito, Ciências Contábeis e Engenharia Elétrica. Os selecionados vão atuar em Fortaleza e Teresina.
Os salários variam de R$ 3,5 mil a R$ 6,4 mil. A seleção é para contrato temporário, com atuação de um ano com prorrogação anual, sendo o período máximo de oito anos.
A seleção também prevê a função de Sargento Técnico Temporário (STT) Técnico em Administração, Técnico em Contabilidade, Técnico em Edificações, Técnico em Eletrotécnica, Técnico em Enfermagem, Técnico em Manutenção de Equipamentos Médico Hospitalar e Técnico em Informática.
Os interessados devem se inscrever de 22 a 31 de março. Em Fortaleza, o endereço para inscrição em Fortaleza é Avenida dos Expedicionários, 1589, Bairro de Fátima; em Teresina, na Avenida Frei Serafim, 2833. Nas duas cidades, o horário de inscrição é das 8h às 11h30 e das 13h às 16h, de segunda a quinta-feira. Na sexta, o horário é das 8h às 11h30.
Em Fortaleza, a seleção prevê a contratação de Oficial Técnico Temporário (OTT) com formação em Direito, Ciências Contábeis e Engenharia Elétrica.
Já para Teresina, as vagas são para Oficial Técnico Temporário formado em Psicologia e para Sargento Técnico Temporário Técnico em Enfermagem.
Com informações do G1 CE

Gilmar Mendes defende reforma política para eleições de 2018

Brasília - Presidente do TSE, Gilmar Mendes, faz balanço dos trabalhos do tribunal e apresenta dados sobre prestações de contas de campanhas referentes às eleições municipais deste ano (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, defendeu hoje (20) uma reforma no sistema político do país para as próximas eleições. Ao participar da abertura de seminário sobre o assunto, em Brasília, Mendes criticou o atual sistema de eleição por meio de lista aberta de candidatos e com coligações. "No nosso sistema hoje, vota-se em Tiririca e elege-se Valdemar da Costa Neto e Protógenes [Queiroz]", disse o ministro.

Para Gilmar Mendes, é preciso discutir com a sociedade e com o Congresso um modelo mais adequado para evitar distorções no processo eleitoral, como candidatos que se elegem com votos de terceiros porque não têm votos para atingir o quociente eleitoral. São eleitos pelos chamados "puxadores de votos" – artistas e personalidades atraídos pelos partidos para obter votos para a coligação.

"O debate não pode ser fechado em uma fórmula simples. Sabemos o que não queremos. O que nós não queremos? Este sistema que aí está. Este sistema de lista aberta com coligação, sem nenhum freio, que nos levou a esse estágio em que nós estamos hoje", disse o ministro.

O seminário ocorre na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até amanhã (21) e tem a participação de autoridades internacionais e representantes do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (Idea).

Com informações da Agência Brasil

No Maiorais 400, Marcelinho perde pênalti, e Treze e Campinense empatam sem gols

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No Clássico dos Maiorais de número 400, o Treze jogou melhor, criou mais chances, mas, mesmo assim, não conseguiu vencer. O Campinense chegou menos vezes perto de balançar as redes. No fim, o 0 a 0 no Amigão, neste domingo, deixou um gosto amargo para os trezeanos, que viram Marcelinho Paraíba acertar a trave aos 12 minutos do primeiro tempo e desperdiçar uma cobrança de pênalti aos 27. 

O capitão do Galo bateu mal e Gledson fez a defesa. O Alvinegro ainda teve outras oportunidades, com Dico e Jean Carlos, e o Rubro-Negro chegou perto com Augusto. 

O ritmo diminuiu na segunda etapa, que foi mais equilibrada e, no fim, o empate sem gols acabou sendo menos prejudicial para o Campinense.

Por Campina Grande

Prova Brasil: mais de 22 mil professores ameaçados por estudantes

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Mais de 22,6 mil professores foram ameaçados por estudantes e mais de 4,7 mil sofreram atentados à vida nas escolas em que lecionam.  Os dados são do questionário da Prova Brasil 2015, aplicado a diretores, alunos e professores 5º e do 9º ano do ensino fundamental de todo o país. As informações foram organizadas e divulgados hoje (20) na plataforma QEdu www.qedu.org.br

As respostas aos questionários mostram que há um cenário de violência nas escolas. As agressões não ocorrem apenas com professores e funcionários, mas também entre estudantes. A maioria dos professores (71%), o que equivale a 183,9 mil, disse ter ocorrido agressão física ou verbal de alunos a outros estudantes da escola.

Mais de 2,3 mil professores afirmaram que estudantes frequentaram as aulas com armas de fogo e mais de 12 mil disseram que havia alunos com armas brancas, como facas e canivetes. Muitas vezes, havia nas aulas estudantes que tinham bebido, segundo 13 mil professores, ou usado drogas, de acordo com 29,7 mil.

Segundo o pesquisador da Fundação Lemann, Ernesto Faria, muitos desses conflitos vêm de fora da escola. "O desafio não é tão simples porque a violência, muitas vezes, não está ligada à escola, mas a problemas locais na região. É importante não pensar a escola como uma caixinha sozinha. A escola vai ter que envolver a comunidade e pensar que tipo de parceria deve haver", diz.

Ao todo, 262,4 mil professores responderam aos questionários. Embora, percentualmente, os índices de violência não sejam tão altos, quando olhados em números, segundo o pesquisador, são preocupantes. "Temos que olhar o quanto o ambiente escolar é agradável, a relação de professores e alunos. Temos que pensar em gestão em sala de aula, disciplina, o trabalho com habilidades socioemocionais", diz.

Organização deu certo
A Escola Municipal Armando Ziller fica na periferia de Belo Horizonte, numa região com alto índice de violência. O estabelecimento, no entanto, é conhecido na vizinhança por exigir o rígido cumprimento de horários e por não liberar os alunos por falta de professores. Foi uma das escolas destacadas pela pesquisa Excelência com Equidade, que identificou escolas públicas que atendem a alunos de baixa renda familiar e que conseguem alcançar bons índices educacionais.

Excelência com equidade
"A escola é muito tranqüila, considerando a localização, a situação local é de conflitos no entorno entre gangues rivais. A comunidade tem essa escola como referência. Por maiores que sejam os problemas, aqui dentro parece outra realidade", diz o diretor Hamilton Gomes Pereira. Segundo ele, quando é identificada uma situação de violência, os responsáveis pelos estudantes são imediatamente convocados.

Eles não são chamados apenas em situações críticas. A escola busca envolvê-los, ainda que com dificuldade, no aprendizado dos estudantes. Logo no início do ano, os professores se apresentam e mostram o planejamento de cada uma das disciplinas.

Ao longo do ano letivo, os estudantes avaliam a escola e o ensino e fazem uma autoavaliação. Isso é apresentado aos responsáveis, que também podem contribuir. Os professores também anotam o que ocorre em sala de aula e repassam as informações. Eles também são informados se alunos faltam às aulas.

Outra estratégia adotada envolve a organização e a limpeza do espaço. "O aspecto físico da escola conta muito. Uma escola suja, pichada, contribui para a indisciplina. Os estudantes sabem que, quando eles sentam em uma carteira, ela é de responsabilidade deles. Se há alguma pichação ou algo anormal, o estudante específico é procurado. Quando não conseguimos identificar a autoria, tiramos foto, mas rapidamente fazemos a limpeza". Os alunos também não ficam sem aula. Caso haja faltas, rapidamente há uma substituição, algumas vezes até mesmo pela direção.

Com informações da Agência Brasil

Iguatu, Maracanã e Aliança vencem na estreia da Série B do Cearense

Domingão, Horizonte (Foto: Roberto Leite)
Começou a Série B do Campeonato Cearense. Foram três jogos na estreia da competição. Iguatu, Maracanã e Aliança largaram na frente e venceram seus jogos. No sábado, a equipe do Iguatu venceu o Tianguá no estádio Morenão. Anderson marcou o gol do jogo. No domingo, foi a vez do Maracanã bater o Icasa por 1 a 0 no estádio Domingão, em Juazeiro do Norte. Jackson marcou o gol do jogo. Completando a rodada, o Aliança venceu o Esporte Limoeiro por 2 a 0 no estádio Bandeirão. Rômulo e Leandro marcaram os gols do jogo.

Três jogos movimentam a segunda rodada da Série B do Cearense. Na sexta-feira (24), o Floresta encara o Iguatu no Domingão. No sábado (25), Aliança e Maracanã duelam no mesmo Domingão. No domingo (26), Tianguá e Esporte Limoeiro se encaram no Junco, em Sobral.

Por Fortaleza, CE

Marcelo Boeck pede confiança da torcida com equipe do Fortaleza

Boeck é um dos destaques do Leão em 2017. E do posto em que está no time cearense, ​pede confiança da torcida do Fortaleza para que o Fortaleza consiga se restabelecer na temporada e cresça com o seu futebol. Recentemente, torcedores invadiram o treino do Tricolor para cobrar jogadores, comissão técnica e diretoria. 
Marcelo Boeck, Fortaleza (Foto: Divulgação/Fortaleza)Marcelo Boeck, Fortaleza (Foto: Divulgação/Fortaleza)
Em seguida, o time enfrentou e ganhou no sufoco do Tiradentes, na última quarta-feira (15), pelas quartas de final do Campeonato Cearense. E, mesmo com a vitória, o elenco do Fortaleza segue se preparando intensamente para a partida de volta. Tanto que o time reserva enfrentará o Bahia, pelo Nordestão. Afinal, o jogo não vale mais nada para os cearenses, que já estão eliminados.
- Estamos trabalhando muito nas últimas semanas para dar a volta por cima nesta temporada. O elenco é comprometido e está ciente das dificuldades que encontrará durante este ano, mas estamos preparados. Temos que manter o foco para fazer uma boa sequência nas próximas semanas. Isso será importante - disse.
Ainda para o arqueiro, o foco tricolor agora é a conquista do estadual em 2017.
- Temos que focar tudo no estadual. Vamos lutar muito por esse título. É o desejo de todos aqui. Nosso torcedor espera isso da gente e ele pode ter certeza que não faltará entrega do elenco para chegar a este objetivo. Queremos esse voto de confiança da nossa torcida.
O Fortaleza encara o Bahia, na próxima quarta-feira (22), na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Copa do Nordeste, com o time reserva. Pelo Campeonato Cearense, o jogo será contra o Tiradentes, na volta das quartas de final, na Arena Castelão. A partida tem início às 18h30 do domingo (26).
Por 
Fortaleza, CE

Noruega é considerado país mais feliz do mundo; Brasil fica na 22ª posição


O mundo celebra em 20 de março, o Dia Internacional da Felicidade. A data foi criada em julho de 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e as celebrações ocorrem desde 2013.
O índice de felicidade dos países leva em conta o PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, ausência de corrupção no governo e nas empresas, liberdade social e generosidadeFoto: ONU/Eskinder Debebe

O mundo celebra nesta segunda-feira, 20 de março, o Dia Internacional da Felicidade. A data foi criada em julho de 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e as celebrações ocorrem desde 2013. Segundo a ONU, o Dia é uma forma de se reconhecer a importância da felicidade nas vidas das pessoas em todo o mundo.

Para marcar a data, o “Estudo Mundial sobre a Felicidade”, a edição 2017 de um relatório oficial divulgado hoje em Nova York pela ONU, que apresenta a lista dos países mais felizes e os mais infelizes do planeta, numa pesquisa que envolveu 155 nações. O Brasil ficou na 22ª posição.
As informações são da ONU News e da agência alemã DPA.

O informe combina seis factores: PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social (ter alguém em quem confiar em momentos difíceis), ausência de corrupção no governo e nas empresas, liberdade social e generosidade (medida por doações recentes).

Segundo a lista, os dez países más felizes são, pela ordem: 1. Noruega; 2. Dinamarca; 3. Islândia; 4. Suíça; 5. Finlândia; 6. Holanda; 7. Canadá; 8. Nova Zelândia; 9. Austrália e 10. Suécia.

No outro extremo, os dez países mais infelizes do mundo são: 155. República Centroafricana; 154. Burundi; 153. Tanzânia; 152. Síria; 151. Ruanda; 150. Togo; 149. Guiné; 148. Libéria; 147. Sudão do Sul; e 146. Iêmen.

Metas para a felicidade
Em 2015, a ONU e os seus estados-membros lançaram os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que buscam acabar com a pobreza, reduzir as desigualdades e proteger o planeta.
Segundo as Nações Unidas, esses são três aspectos que podem levar ao bem-estar e à felicidade das nações.

Com informações da Agência Brasil

Com dois gols de Magno Alves, Ceará vence Uniclinic no jogo de ida

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Com bela atuação do atacante Magno Alves, que chega ao gol de número 98 com a camisa do Vovô, o Ceará bateu o Uniclinic por 3 a 1 na Arena Castelão, neste domingo (19), pelo duelo de ida das quartas de final do estadual. Magnata marcou duas vezes e Cametá ampliou com mais um. Preto diminuiu para o Uniclinic. As duas equipes se encontram no segundo jogo no próximo sábado (25). O Vovô tem a vantagem do empate. Caso a Águia vença, haverá um terceiro jogo. 
No primeiro tempo, o Ceará teve mais posse de bola, mas as oportunidades de gol foram mais frequentes do Uniclinic. Edson Cariús e Netinho tiveram as melhores chances, mas chutaram para fora. Quando a Águia era melhor, Magno Alves recebeu na frente e não perdoou. O atacante do Vovô marcou o gol de número 97 dele com a camisa do Alvinegro e o quarto gol dele na temporada. 
Na segunda etapa, o Ceará até tentou criar mais chances logo no início, mas faltava o capricho nas finalizações. O Uniclinic já não ameaçou como antes. Quando o jogo já estava ficando sonolento, a bola sobrou para Magno Alves, após bobeira da zaga, e ele fez o dele de número 98 com a camisa do Alvinegro. O Magnata ainda teve outras duas chances, mas desperdiçou. E Preto, em chute cruzado, venceu o goleiro adversário e fez o primeiro dele. Cametá, com bom auxílio de Magnata, ainda fez o terceiro do Alvinegro.
Por 
Fortaleza, CE

Prova Brasil: metade dos professores não consegue cumprir conteúdo planejado

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Metade dos professores do ensino fundamental (51%) conseguiu desenvolver pelo menos 80% do conteúdo previsto para o ano. Na outra ponta, 11% concluíram menos de 60% daquilo que deveria ter sido ensinado aos alunos.

Os dados são do questionário da Prova Brasil 2015, aplicado a diretores, alunos e professores do 5º e do 9º ano do ensino fundamental de todo o país. As informações foram organizadas e divulgados hoje (20) na plataforma QEdu (www.qedu.org.br)

Quando considerados apenas os professores do 9º ano, menos da metade (45%) desenvolveu pelo menos 80% do conteúdo previsto para as turmas que fizeram a Prova Brasil em 2015. Já entre os professores do 5º ano, a porcentagem chega a 55%. A questão foi respondida por mais de 262 mil professores.

A maioria dos professores (91%) disse ainda que gasta até 20% do tempo da aula com tarefas administrativas como fazendo a chamada ou preenchendo formulários. Outros 20% da aula são gastos para manter a ordem e a disciplina em sala de aula para 70% dos professores.

O tempo que resta para atividades de ensino e aprendizagem é de menos de 80% do total para 57% dos professores. Considerando uma aula de 50 minutos, isso significa que, nos melhores cenários, menos de 40 minutos são dedicados de fato ao ensino.

Segundo o pesquisador da Fundação Lemann, sediada em São Paulo, Ernesto Faria, os dados são preocupantes. "Os alunos não estão tendo acesso a conteúdos importantes. Os professores conseguem cumprir uma parte, mas conteúdos importantes sequer são apresentados", disse.

O resultado pode ser visto no desempenho dos estudantes brasileiros na última divulgação da Prova Brasil. A avaliação de 2015 mostrou que, ao deixar a escola, no fim do ensino médio, apenas 7,3% dos estudantes aprendem o mínimo adequado em matemática e 27,5% em português.

De acordo com Faria, esses dados podem ser usados para se pensar a Base Nacional Comum Curricular, que atualmente está em discussão no Ministério da Educação. A base deverá orientar o que deve ser ensinado em cada etapa escolar.

"Não basta só ter um documento e currículo de altas expectativas e não resolver problemas de material didático e estratégias para aprendizagem. Não adianta ter um currículo bom, mas não cumprido na sala de aula", afirma. Os questionários foram respondidos por 52.341 diretores, 262.417 professores e 3.810.459 estudantes.

Condições de trabalho
Os problemas nas escolas são diversos. Segundo a maior parte dos diretores (70%), o ensino foi dificultado por falta de recursos financeiros. Mais da metade (55%) disse ter enfrentado dificuldades por falta de recursos pedagógicos.

Os dados mostram ainda que a maioria dos professores trabalha 40 horas ou mais (66%) e que 40% deles lecionam em duas ou mais escolas. Pelo menos um terço (34%), ganhavam, como professores, menos do que o piso salarial estabelecido pela Lei do Piso (Lei 11.738/2008) para aquele ano, que era de R$ 1.917,78.

A professora Cleonice Santos, 43 anos, concilia mais de um trabalho. Durante o dia, dá aulas de português para o 9º ano do ensino fundamental no Centro de Ensino Fundamental 10 do Gama, no Distrito Federal. À noite, leciona no ensino médio do Centro de Ensino Médio 2 do Gama.

"Tenho uma vida muito corrida. Trabalho de manhã, saio da escola, ajudo minhas filhas com o dever de casa, deixo nas escolas onde estudam, volto para a minha à tarde. Depois busco as minhas filhas, ajudo com o dever do dia seguinte e vou para a escola à noite. É corrido, cansativo, mas consigo levar com planejamento. Cleonice disse gostar muito da profissão. Consegue concluir o conteúdo do ensino fundamental, mas não do médio. Quando perguntada se se sente desvalorizada, Cleonice responde: "Estou em greve".

Assim como Cleonice, 30% dos professores acreditam que a sobrecarga, que dificulta o planejamento da aula, atrapalha a aprendizagem dos alunos; e 29% opinam que a insatisfação e o desestímulo com a profissão impactam também no aprendizado dos estudantes.

Considerando todas as escolas em que o professor trabalha, atualmente 36% gastam menos de um terço da carga horária para o planejamento das aulas. Pela Lei do Piso, esse é o tempo garantido ao professor para que planeje as atividades a serem desenvolvidas em sala de aula.

"Infelizmente, continuamos com muitas dificuldades. A começar pela própria infraestrutura das escolas. Temos reclamações de professores com salas superlotadas, salas muito quentes, que atrapalham o aprendizado, falta de luz, de água. Isso tudo somado ao não cumprimento da Lei do Piso", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. "Os governantes dizem que os alunos são prejudicados só quando tem greve. Isso não é verdade, eles precisam tomar uma atitude porque os alunos são prejudicados o ano inteiro", finaliza.

Com informações da Agência do Brasil