18 de maio de 2017

Leia a conversa completa entre Temer e o dono da JBS

A conversa entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS Joesley Batista foi divulgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (18).
Veja a transcrição completa da conversa:
Michel Temer: Primeiro você sabe que tô fazendo 10 meses, parece que foi ontem, né. Parece que foi ontem e parece uma [...] e segundo que tem uma oposição muito brava, muito orgânica, né? Foi terrível no começo.
Eles lançaram o negócio do golpe, golpe, golpe e não passou. Daí a economia não vai dar certo, não vai dar certo  e começou a dar certo. Então, os caras estão num desespero. Não dá nem pra ter apoio do Congresso, isso eu não tenho apoio
Joesley Batista: Muito grande.
Michel Temer: Tô ferrado, tô ferrado.
Não tenho apoio da imprensa, entendeu? Mas vai dar certo . Nós vamos atravessar isso aí, você vai ver. Vamos chegar no final este ano já muito melhor e dia 18 vamo comemorar.
Joesley Batista: Com certeza. Sabe que nós vamos chegar isso mesmo. Vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente…
Michel Temer: Já começou, modestamente, mas já começou. Uma coisa que eu não esperava que começasse agora.
Joesley Batista: Muito rápido, tá sendo muito rápido. Cê tá falando de 10 meses, mas na realidade…
Michel Temer: Seis como titular.
Joesley Batista: Então, porque teve aquele periodozinho muito duro ali. Não podia fazer nada…
Michel Temer: Seis meses como titular. E olha o que nós já fizemos… O teto dos gastos, a reforma da [...], aprovamos a [...], um troço que tava lá há dez meses sem ser votado, aprovado, dezenas, aprovamos a [...] do Conselho Nacional de Justiça, fizemos um grande acordo com a [...] Trabalhista [...] com as centrais sindicais [...]
Joesley Batista: Muito rápido. Muita coisa, muito rápido. A economia tá bem, mas tem que baixar o juro rápido, porque a expectativa é [...] rápido, né? A reversão da expectativa.
Michel Temer: [...] Aí desce mais um. Vai descendo o responsável [...]
Joesley Batista: Cê sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco, o mercado tem que ficar na sensação de que [...], aí você pode tomar a dianteira. O Banco Central baixou 25, depois 25.  Aí o mercado pôôô. Aí quando ele deu aquele 75 o mercado deu uma animada, só que aí já esperava. Aí ele deu 75, que é muito. 75 é muito. Aí ele deu 1, o mercado ohhhh, agora vai dar 1 o mercado vai achar pouco. ‘Pô, mas só 1, tinha que ser 1,5’
Não tá bom, presidente, a tarde. Primeiro eu vim aqui por dois, três motivos, assim, assim, assado. Primeiro que eu não tinha te visto, né? Desde quando você assumiu.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Não, não desde que você assumiu
Michel Temer: Não quando eu assumi?
Joesley Batista: Não, não. Antes de assumir.
Eu tive motivo no teu escritório dez dias antes ali, quando tava ali naquela briga ainda, naquela guerra pela rede social.
Michel Temer: Você tem razão.
Joesley Batista: Negócio de golpe, golpe. Mas tudo bem.
Mas e aí, enfim, de lá pra cá, eu vinha falando com o Geddel [Vieira Lima], enfim, aí também não deu [...]
Michel Temer: Foi quando deu aquele problema?
Joesley Batista: É, também não quis incomodar.
Michel Temer: Um idiota aqui...
Joesley Batista: Foi uma bobagem.
Michel Temer: Foi uma bobagem que ele fez. Uma bobagem sem consequência nenhuma, mas o cara aproveitou para fazer um Carnaval.
Joesley Batista: Mas eu ia ali falando com o Geddel, tudo bem. Andei falando algumas vezes com o [Eliseu] Padilha também, agora que o Padilha adoeceu, tá adoentado, enfim, aí eu fiquei meio. Falei. ‘Deixa eu ir lá pra dar uma...’.
Eu queria primeiro dizer o seguinte. E tamo junto aí, o que o senhor precisar de mim me fala.
É, eu queria te ouvir um pouco, presidente.
Como é que o senhor tá nessa situação toda aí do Eduardo, do não sei o quê [...].
Michel Temer: O Eduardo tentou me fustigar
Joesley Batista: E como é que tá essa relação?
Michel Temer: Ah tá [...] e na hora de ir para a defesa indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era pra me [...]. Eu não fiz nada com ele [...] no Supremo Tribunal Federal. Ó só [...] fatalidade [...]. E tá aí, rapaz [..], mas os meus ministros [...]
Joesley Batista: Dentro do possível eu fiz o máximo que deu ali. Zerei tudo o que tinha, alguma pendência daqui prali zerou e tal. [...] deu tudo e ele foi firme em cima, ele já tava lá [preso em Curitiba] , veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto, acelerei o passo e tirei da frente. O [...], companheiro dele [...] que o Geddel sempre tava.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Geddel que andava sempre ali. Mas o Geddel também com esse negócio, eu perdi o contato também, porque ele virou investigado. Agora eu não posso também …
Michel Temer: É complicado.
Joesley Batista: Eu não posso encontrar ele.
Michel Temer: [...] perigosíssimo.
Joesley Batista: Isso, isso. O negócio dos vazamentos, o telefone lá do [...] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, eu tô lá me defendendo.
O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora?
Tô de bem com o Eduardo.
Michel Temer: Tem que manter isso, viu.
Joesley Batista: Todo mês também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. [...]. Eu tô meio enrolado aqui no processo assim.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Isso, isso. investigado. Eu não tenho ainda denúncia. [...]
Aqui eu dei conta de um lado com o juiz, dá uma segurada. Do outro lado o juiz substituto, que é o cara que ficou.
Michel Temer: Tá segurando os dois?
Joesley Batista: Tô segurando os dois.
Michel Temer: Ótimo, ótimo.
Joesley Batista: Consegui [...] dentro da força-tarefa que também tá me dando informação e lá que eu tô [...] pra dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim.
Se eu der conta tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva ou com não sei o quê.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Tem um que tá me investigando [...] eu consegui colar um no grupo, agora tô tentando trocar o...
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Isso. Essa semana eles estão de férias . Até essa semana eu fiquei preocupado, porque saiu um burburinho de que iam trocar ele e não sei o quê. Tudo bem.
Só tô contando essa história pra dizer que eu tô me defendendo aí, tô me segurando com os dois lá, tô mantendo, tudo bem.
Mas [...] aquele dia que o Geddel tava aqui e quase não deu.
Michel Temer: [...] se todos se reunirem e fizerem isso, [...], mas se todos fizerem isso.
Joesley Batista: Sabe que eu tive até com o presidente Lula na época, no dia que parte do PT . [...].
'Pô, presidente, quando [...]’.
Eu quero uma aguinha.
Água.
Todo mundo.
Michel Temer: [...].
Joesley Batista: Então, isso foi um negócio da autoridade [...] era outra.
Michel Temer: [...].
Joesley Batista: Presidente, eu não sei o quanto o senhor tá [..] de verdade da casa [...]. É uma brutalidade, um negócio assim.
Duas semanas atrás, três semanas atrás [...] que trabalhava lá com o Lúcio que ninguém nosso nunca viu, ninguém nunca, nada.
Pô, me rendeu um “Fantástico”, um “Jornal Nacional”, e não sei o quê. Como eu tenho boa relação com a imprensa consegui rapidamente quietou.
Foi um dia, dois, parou. Mas, puta merda, é um problema. Sobre esse ponto aí, também estamos tocando.
Ninguem nosso nunca viu nada. É um diz que me diz de ‘ah, eu ouvi falar do Lúcio que não sei que, eu ouvi falar…’ Po, me rendeu um “Fantástico”, um Jornal Nacional, e não sei o que. Como eu tenho boa relação com a imprensa consegui rapidamente ‘quietou’ (sic). Foi um dia, dois, pronto, parou. Mas, puta merda, é um problema. Sobre esse ponto aí, também estamos tocando.
[...]
Joesley Batista: To fazendo [...] mil por mês.
[...]
Joesley Batista: [...] enfim, mas vamos lá. Eu queria falar sobre isso. Falar como é que… falar contigo qual é a melhor maneira [...]
Geddel… Eu não vou lhe incomodar [...] é o Rodrigo?
Michel Temer: É o Rodrigo.
Joesley Batista: Então ótimo [...]
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Eu prefiro combinar assim, Se for alguma coisa que precisar eu falo com o Rodrigo. Se for algum assunto desse eu te encaminho.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Funcionou super bem à noite, umas 10h30 da noite, uma horinha… tá, falar de outra coisa aqui. O Henrique, como é que você tá com o Henrique?
Michel Temer: A gente tá muito bem. [...] Quer dizer, ele concorda [...]
Joesley Batista: Ele é trabalhador [...]
Michel Temer: [...] inacreditável, inacreditável [...] Mas o Henrique [...] Eu chamo ele todo dia.
Joesley Batista: E ele gosta. Ele gosta de trabalhar. Se chamar pra ir para a praia, se você for pra praia e chamar ele (sic), ih…. agora se chamar ‘vamos trabalhar’... Ele é muito disciplinado, tem uma relação ótima comigo.
Eu não sei… assim, eu já andei falando com ele alguns assuntos  [...] falou ‘ah, lá o Nilo (?) faz as coisas, eu tiro fora. Você que manda nessa merda? Não, Nilo lá’ Um dia eu cheguei assim: ‘Nilo, você tem que chegar na Receita Federal, po. [...] Tem um monte de coisa pra fazer’. ‘Ixi, não posso mexer’. BNDES? BNDES é o Planejamento, mas foi você quem botou a Maria Sílvia [Bastos Marques] lá...



Michel Temer: [...] A gente ligou, acertou e tal.

Joesley Batista: Queria ter alguma sintonia contigo para quando eu falar com ele não jogar que 'o presidente não deixa, não quer'. Então, você é um banana, não manda p*** nenhuma. Eu falei com ele [...] o companheiro presidente do Cade ia mudar, mudou, sei lá. Já mudou, já botou?

Michel Temer: Isso.

Joesley Batista: Eu também não sei se é hora de mexer em uma coisa porque dentro do contexto geral eu também não quero importunar ele, também se eu for mais, eu trabalhei com ele quatro anos. Se eu for mais firme, eu acho que ele corresponde.

Michel Temer:  Ele [...] denúncias maiores.

Joesley Batista: Até voltando um pouco para o caso Eduardo, na época ‘ah, briguei lá e tal’. Agora, uns 15 dias antes dele perder o cargo, o Eduardo. Ele veio e deu uma cobradazinha em mim: ‘a gente tem que trabalhar, não sei o quê e tal’.  Eduardo não é assim também [...]

Aí uns 15 dias antes, eu falei: ’Eduardo, não é assim não. Parai, pô’.  Ele olhou: ‘pô, cê tá com a Ferrari aí?” [...] ficou Fazenda, Banco Central. O Banco Central perdeu o status de ministro, né.
O Henrique [Meirelles] ficou muito prestigiado. Peraí, o Henrique também não vai sair fazendo [...] Ele é só. Não sei. Vou só te dar um toque em relação a isso e em relação a eu não sei o quanto eu vou engolir, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele. Enfim...



Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Se ele jogar para cima de você, eu posso bancar e dizer assim: ‘eu não, qualquer coisa eu faço...’

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Eu não vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do Cade não sei se [...] Seria importantíssimo para o governo, um Cade ponta firme.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Já foi, já foi. Em janeiro, já. E eu não soube. Eu falei para ele...

Michel Temer:   [...]

Joesley Batista: Foi nomeado o presidente.      

Michel Temer:  [...] conversa franca.



Joesley Batista: Eu não sei. Então, talvez.... Agora tá o presidente da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] para trocar ou não trocar. É um outro lugar fundamental. Eu diria assim: ‘se eu falo com ele e empurrar para você’.
Michel Temer:  Pode fazer.



Joesley Batista: É só isso que eu queria ter, esse alinhamento, para a gente não ficar e para ele perceber que nós temos.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Mas, quando eu digo de ir mais no Henrique é isso. É falar: ‘Henrique, mas você vai levar? ‘Vou’, Então, tá bom. Então, pronto. Aí ele vem. É esse alinhamento só que eu queria ter em todos os termos mais amplos e genéricos ter esse alinhamento para dizer o seguinte: ‘mas olha: quando eu falei um negócio pelo menos vai lá e consulta para ver’. Queria te dizer daquela operação. O Geddel me falou que teve todo um empenho             

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Não de um jeito, mas deu do outro, pronto.

Michel Temer:  [...]

Joesley Batista: Esse negócio do BNDES é outra [...] Influencia e tal. Hoje, quem assumir vai estar falando com quem? É um negócio que vai estar problemático.

Michel Temer:  [...] Tem uns servidores lá que estão com os bens indisponíveis.  [...] Não se pode mexer. Então, eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. [...] Isso ai do Meirelles.



Joesley Batista: É isso que eu quero. [...] Se eles [...] eu digo: consulta lá e me fala desse negócio. Para eles. Afinal de contas, eu fiz...

Michel Temer: Consulta o presidente

Joesley Batista: Afinal de conta tem até o fim do ano aí. [...] O Geddel cê tem visto ele? Como é que ele tá?

Michel Temer: [...]

Joesley Batista: Exatamente. [...] Como é que será 2018? [..]
Michel Temer: Não sei. [...] Apesar de todo [...] na economia
Joesley Batista: Casa que falta pão não tem união, né? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas irem bem, né? Financeiramente, todo mundo acalma
Michel Temer: Certamente.
Joesley Batista: E o TSE, como é que tá?
Michel Temer: [...] eu acho que ele não passa o negócio da minha cassação, porque eles têm uma consciência política de pô mais um presidente [...] primeiro. Segundo, [...], terceiro, a improcedência da ação. Pra mim não é só dos direitos políticos [...]
Joesley Batista: Então tá bom. Puta que pariu.
Michel Temer: Os aborrecimentos que você tá tendo também.
Joesley Batista: É duro né presidente, porque é o seguinte, igualzinho o senhor aqui. A gente fica equilibrando esse prato, né, porque um monte de coisas, não temos só isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os EUA, tem o dia a dia, tem a empresa. Ai tem que parar por conta de resolver coisa lá com o procurador lá. O procurador, se você quer me investigar não tem problema, mas não fica dando solavanco não.
Não fica dando solavanco e fazendo medidas [...] e divulgando pra imprensa. E, doutor, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto. De tanto solavanco que você vai me dar, se eu tiver 100% certo, eu morro. Para com isso. Da outra vez eu falei “faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa”. Mas não, não tenho nada pra te denunciar.
Eu falei “mas inventa ou você para de [...] que eu não aguento. Se o senhor ficar desse jeito o senhor vai me quebrar. Puta que pariu eu sei que é o seguinte [...] eu sou um [...] grosso
Michel Temer: [...] não dá pra passar a vida toda assim.
Joesley Batista:  Tem o que, como se diz, ter o pé no chão [...] passado é passado. Tá faltando, talvez, quando tava ali falando de anistia, de negócio da autoridade, tinha uma coisa objetiva a lutar pelo que. Tamo trabalhando [...] pensar que se não for atrás de algo [...] esses meninos, eles não param.
Eles vão ficar ‘pum pum pum pum’. Um delata um que delata o outro que delata um que delata outro. Uma delação é a verdade. Não precisa provar nada. [...] é o seguinte, eu até perdoo, já teve uns 4, 5 delator nosso, coisa estapafúrdia, coisa nós nunca vimos esse cara na vida.
Eu vi o vídeo e fiquei pensando. Fala assim ‘fala ai da JBS’. ‘Não, não tenho nada’. “Ah, mas então vai preso, então não vai embora”. ‘Eu não conheço esse povo’. “Não, lembra de alguém senão” [...]. Eu vi o vídeo, o pobre coitado que eu não conheço e o último capítulo era a JBS. Então agora faz assim. Ai ele decorou assim, leu um papelzinho na hora, tal tal tal. [...] ah, acabou, tá no vídeo.
Michel Temer: Sérgio Machado?
Joesley Batista:  É, falando de JBS com um cara que nunca vi, nunca passamos perto da Petrobras [...] Eu nunca vi Sérgio Machado na vida, nem ele nem os filhos dele. Nada. Mas o procurador vira e diz fala se não [...]
Michel Temer: É, [...] agora fala.
Joesley Batista: Lembra de alguma coisa, qualquer coisa assim. Ai o cara
Michel Temer: [...] para poder convencer os procuradores [...]
Joesley Batista: Eu fico imaginando que teve um menino em uma dessas operações que tava preso e ele contando, fala alguma coisa nossa. Ele contando é de dar dó do cara. Você não sabe, eu fiquei 15 dias humilhado na cadeia porque não tinha nada para falar de vocês.
Aí foi foi foi eu falei. Aí você olha pro cara [...] De tudo o que aconteceu conosco até agora, tem só um tal de um PIC, que é procedimento investigativo criminal. Não tem nada: não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei, não tem uma, uma. No dia que aconteceu eu tava nos EUA. Eu liguei pro meu advogado e ‘o que que é isso?’ Que ele também não sabia,  que ele é criminalista.
Não, Joesley, o delegado aqui disse para não se preocupar não, é um PIC, um procedimento investigativo criminal, é só um procedimento investigativo. Tá bom. Meia hora bloqueou as contas, passou mais meia hora, os bens tão bloqueados. Que coisa que não é problema? Passou mais meia horinha e falou ‘i, Joesley, tão recolhendo os passaportes, não pode viajar. Não pode viajar, tá louco? Daqui a pouco [...]
Foi onde, compilando o procurador tinha [...] um milhão e meio e ai pronto, resolveu meu problema. Ai imagina se eu não consigo fazer um negócio desse? É muito desproporcional, então eu acho presidente, assim, tem que criar, não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa [...] para o PSDB ai. Agora tão se mexendo, dizendo “não” [...]
Michel Temer: [...] e daí começa a [...] numa solução
Joesley Batista: Eu não vou mais tomar seu tempo não. Obrigado.
Michel Temer: Foi bom te ver aí.
Joesley Batista: Adorei te ver, nós estamos combinando assim, se precisar de alguma coisa fala.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Segundo, estamos lá, nos defendendo. Terceiro [...] e, enfim, se surgir alguma coisa
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Se for urgente [...]. Gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, ele de motorista [...] eu tinha combinado de vir com ele
Michel Temer: [...] se identifica com ele [...]
Joesley Batista: Eu vinha com ele.
Michel Temer: ah, você veio sozinho?
Joesley Batista: Eu vim sozinho, mas eu liguei pra ele era umas 10h30, por isso que me atrasei uns cinco minutinhos, ai deu 9h50 eu mandei mensagem pra ele. Ai ele não respondeu, deu 10h05 eu liguei pra ele [...] puta, eu to num compromisso aqui, vai lá, eu passei a placa do carro, fui chegando, eles abriram, nem deu meu nome.
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Fui chegando, eles abriram, entrei aqui na hora
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: Funcionou super bem. O senhor não vai mudar pro outro?
Michel Temer: Não [...] Fiquei uma semana lá. [...] Primeiro embaixo [...] Na parte de cima [...] Tem cozinha, tem massagem, [...] vamos voltar, porque [...]
Joesley Batista: É frio, né? Aqueles vidrão [...] como é que a Dilma aguentava ficar sozinha. Deixa eu ir embora que já é tarde
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: To bem. [...] To me alimentando bem, mais saudável [...] coisa mais saudável, menos doce, menos industrializado.
[...]
Joesley Batista: Se ele falar, ah tá bom [...]
Michel Temer: [...]
Joesley Batista: ué, espalha pro Rodrigo [...]


Com informações do R7.com

Roberto Freire anuncia saída do governo; Jungmann permanece na Defesa

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O ministro da Cultura, Roberto Freire, decidiu deixar o cargo logo após o presidente Michel Temer anunciar que não renunciará à presidência da República por causa das denúncias de que Temer teria pedido ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, que desse dinheiro ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato.

Segundo O Globo, em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Batista contou aos procuradores da República que a “mesada” tinha o objetivo de comprar o silêncio de Cunha sobre investigações da Operação Lava Jato envolvendo integrantes do governo e políticos da base aliada.

Segundo a assessoria do Ministério da Cultura, a decisão de Freire está alinhada à primeira manifestação pública das bancadas de seu partido, o PPS, na Câmara dos Deputados e no Senado. Em nota divulgada mais cedo, o diretório nacional do PPS cobrou a renúncia do presidente caso as informações antecipadas pelo O Globo sejam confirmadas. O partido, no entanto, não explicitou a intenção de abandonar a base aliada, tanto que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também é filiado ao PPS, anunciou que permanecerá no cargo.

Na nota que divulgou hoje (18), o PPS diz que “as denúncias até então divulgadas são de tal gravidade, que se for confirmado o teor da delação do empresário Joesley Batista, o presidente Michel Temer precisa renunciar imediatamente para a preservação dos interesses do Brasil, com a manutenção da recuperação da economia, a retomada do crescimento e a geração de empregos”.

O partido entende que se o áudio da suposta conversa que o dono da JBS diz ter gravado com Temer defendendo a necessidade do empresário continuar dando dinheiro a Cunha for comprovada, o presidente “perderá a capacidade de continuar à frente do comando do país” e o “vácuo de governabilidade” precisará ser preenchido o mais rápido possível. No caso de renúncia, o partido não descarta a possibilidade de que se realize uma eleição direta para “devolver para o povo a chance da escolha de quem comandará o país até 2018”.

Com informações da Agência Brasil

Temer nega ter comprado silêncio de Cunha e anuncia: “Não renunciarei”. Assista ao vídeo

Em pronunciamento ao vivo na tarde desta quinta-feira (18), o presidente Michel Temer, agora formalmente investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), negou ter comprado o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – preso e condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por envolvimento na Operação Lava Jato –, segundo denúncia publicada ontem (quarta, 17) pelo site do jornal O Globo. Por cerca de cinco minutos, o peemedebista convocou correligionários e a imprensa para o comunicado, no Palácio do Planalto, e disse que não renunciará ao mandato.
Cada vez mais ameaçado de impeachment e pressionado, inclusive por membros da base aliada, a renunciar, Temer se referiu às denúncias dos donos da JBS, que constam de conjunto probatório de delação premiada já homologada no STF, como “conversa gravada clandestinamente” que trouxe à tona, mais uma vez, o “fantasma de crise política”.
“Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima: exata e precisamente porque não temo nenhuma delação, não preciso de cargo público nem de foro especial. Nada tenho a esconder”, declarou Temer, acrescentando que não precisa de foro privilegiado.
Temer disse já ter solicitado às autoridades acesso às investigações da Lava Jato, transformadas hoje (quinta, 18) em inquérito no Supremo. “Até o presente momento não o consegui [acesso aos documentos]. Quero deixar muito claro, dizendo que o meu governo viveu, nesta semana, seu melhor e seu pior momento”, afirmou o presidente, no começo do discurso, referindo-se à suposta melhoria dos indicadores econômicos. “Todo um imenso esforço de retirar o país de sua maior recessão pode se tornar inútil. E nós não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país.”
Para o peemedebista, as investigações que o envolvem no petrolão serão “território em que aparecerão todas as explicações”.
Assista ao vídeo:

Veja a íntegra do discurso:
“Declaração à Imprensa do Presidente da República, Michel Temer
Palácio do Planalto, 18 de maio de 2017
Olha, ao cumprimentá-los, eu quero fazer uma declaração à imprensa brasileira e uma declaração ao País. E, desde logo, ressalto que só falo agora – os fatos se deram ontem – porque eu tentei conhecer, primeiramente, o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei, aliás, oficialmente, ao Supremo Tribunal Federal, acesso a esses documentos. Mas até o presente momento não o consegui.
Quero deixar muito claro, dizendo que o meu governo viveu, nesta semana, seu melhor e seu pior momento. Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno ao crescimento da economia e os dados de geração de empregos, criaram esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas avançavam, no Congresso Nacional. Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada.
Portanto, todo um imenso esforço de retirar o País de sua maior recessão pode se tornar inútil. E nós não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do País. Houve, realmente, o relato de um empresário que, por ter relações com um ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar. Não solicitei que isso acontecesse. E somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário.
Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima: exata e precisamente porque não temo nenhuma delação, não preciso de cargo público nem de foro especial. Nada tenho a esconder, sempre honrei meu nome, na universidade, na vida pública, na vida profissional, nos meus escritos, nos meus trabalhos. E nunca autorizei, por isso mesmo, que utilizassem o meu nome indevidamente.
E por isso quero registrar enfaticamente: a investigação pedida pelo Supremo Tribunal Federal será território, onde surgirão todas as explicações. E no Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses fatos.
Não renunciarei, repito, não renunciarei! Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida, para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Esta situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Se foram rápidas nas gravações clandestinas, não podem tardar nas investigações e na solução respeitantemente a estas investigações.
Tanto esforço e dificuldades superadas, meu único compromisso, meus senhores e minhas senhoras, é com o Brasil. E é só este compromisso que me guiará.
Muito obrigado. Muito boa tarde a todos”

Com informações do Congresso em Foco

Palácio do Planalto solicita íntegra de gravações feitas por delatores

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A Casa Civil confirmou hoje (18) que o Palácio do Planalto solicitou ao Supremo Tribunal Federal a íntegra das gravações divulgadas ontem pelo jornal O Globo, segundo as quais, em encontro gravado em aúdio pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio.

Batista, que é dono do grupo JBS, firmou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e entregou gravações sobre as denúncias. A delação do empresário foi homologada na manhã desta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com assessores do Planalto, o material solicitado servirá de base para o pronunciamento a ser feito pelo presidente da República, provavelmente ainda hoje.

Com informações da Agência Brasil