30 de maio de 2016

Os municípios estão na penúria

O corte de repasses e a queda das receitas esvaziam os cofres das prefeituras
Brasília
Reunidos em Brasília, prefeitos lutam contra a seca de recursos
Última frente de resistência à crise fiscal e à recessão, municípios de todas as regiões do País estão à beira do caos com a redução drástica de repasses da União, queda generalizada de receitas e aumento contínuo de despesas. “Cerca de cem cidades não receberam 1 centavo do Fundo de Participação no mês passado, 700 sofreram a retenção de quase 80% daqueles recursos e zeraram a arrecadação, mais de mil estão com a folha atrasada há meses, restos a pagar, fornecedores há sete ou oito meses sem receber e devem à Previdência”, contabiliza Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios.
Em 2015, 42,6% das 5.568 localidades não conseguiram fechar as suas contas. Neste ano, o total “com certeza passará de 50%”. Na segunda-feira 9, milhares de prefeitos e gestores iniciaram, em Brasília, a XIX Marcha em Defesa dos Municípios, uma jornada de quatro dias para reivindicar soluções ao governo e ao Congresso. 
A arrecadação total aumentou 6,3% nominais em 2015 e a despesa, 9,4%. O Fundo de Participação dos Municípios, principal fonte de receita de 60% deles, encolheu 14%, descontada a inflação, no primeiro trimestre diante do mesmo período do ano passado, o equivalente a 323,5 milhões de reais. 
Os gastos com pessoal pesam. As prefeituras têm 6,3 milhões de servidores, inclusive terceirizados, e a folha de pagamento somou 240 bilhões de reais no ano passado. “As despesas com pessoal cresceram muito porque vários estados e municípios tiveram de assumir serviços de saúde e educação e isso exigiu o aumento daqueles gastos, difíceis de cortar”, analisa o economista Francisco Lopreato, da Unicamp, especialista em contas públicas.
Os maiores gastos são com educação e saúde. Cerca de 24% da arrecadação destina-se ao pagamento de 1,2 milhão de professores. O piso do magistério aumentou 11,4% em janeiro, impacto de 8 bilhões. O aperto fiscal soma-se ao subfinanciamento sistemático de alguns programas federais. O custo médio da merenda é de 2,50 reais por aluno, e o do transporte escolar, 114 reais, mas o governo repassa 30 centavos por aluno para o primeiro gasto e 12 reais para o segundo. Os cortes reduziram a eficácia do combate, em 2015, às três epidemias de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, segundo relatos de prefeitos em Brasília. 
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A União deve aos municípios 43 bilhões de reais de restos a pagar de emendas parlamentares canceladas, mas com verbas empenhadas. O resultado é a paralisia de obras do Programa de Aceleração do Crescimento e da Fundação Nacional de Saúde, da construção de postos de atendimento médico e ginásios em escolas, entre outras. A interrupção implica perda de ao menos metade do investimento por deterioração das edificações, oneração no caso de retomada e falência das empresas privadas contratadas pelas prefeituras. 
O corte de 17 bilhões de reais no orçamento do Ministério das Cidades interrompeu os projetos do Minha Casa Minha Vida, entre outros programas. O balanço dos prejuízos inclui a perda de 120 bilhões de reais para as administrações municipais, provocada pela renúncia do governo federal a receitas do IPI e do Imposto de Renda entre 2009 e 2014.
No mês passado, prefeitos de 14 cidades do Triângulo Mineiro aprovaram, em Uberaba, a decretação conjunta de calamidade financeira em consequência da queda da arrecadação e das transferências, falta de repasse de recursos da União para execução de programas federais e dificuldade em arcar com a folha de pagamento. Os administradores reivindicam o estabelecimento de um prazo para a readequação à Lei de Responsabilidade Fiscal. Itabira e Vespasiano decretaram calamidade financeira em 2015, e Betim tomou a mesma decisão em março.
“Pediremos aos deputados e senadores para preservarem ao máximo os municípios quando deliberarem sobre cortes. Está prevista uma redução de recursos de 750 milhões de reais para Minas Gerais e isso inviabilizaria o planejamento financeiro e até a sobrevivência de algumas administrações municipais”, alertou o prefeito de Pará de Minas, Antônio Júlio, presidente da Associação Mineira de Municípios. 
Os prefeitos sentem-se abandonados pela União. As propostas de renegociação com o governo federal envolvem só a chamada dívida fundada, dos estados e de 90 grandes cidades, com captação de recursos internacionais ou locais de longo prazo e pagamento em 20 ou 30 anos, para desenvolvimento de projetos. 
Além de enfrentar a falta crônica de dinheiro, os prefeitos podem sofrer sanções se as contas estourarem. A Lei 10.028, de 2000, prevê punições aos transgressores da Lei de Responsabilidade Fiscal, incluídas a suspensão de transferências voluntárias e de projetos, multa de 30% dos vencimentos anuais e prisão do chefe do Executivo. “Quem deixa restos a pagar de dívidas contraídas no último ano de mandato está sujeito a detenção por 1 a 4 anos. Há centenas de prefeitos condenados com sentença transitada em julgado e não cabe mais recurso”, segundo Ziulkoski. 
Cerca de 80% dos 1,8 mil municípios do Nordeste, onde os problemas orçamentários são mais graves, descumprem o limite de gasto com pessoal, calcula a CNM. Em agosto, o Ministério Público de Alagoas ingressou no Tribunal de Contas do Estado com uma representação contra 16 prefeitos, por estouro do limite legal de despesa com pessoal, contratação de servidores temporários em desconformidade com a Constituição Federal e por prazo superior ao permitido em lei, e de precários sem o concurso público obrigatório. 
*Reportagem publicada originalmente na edição 901 de CartaCapital, com o título "Cidades na penúria"

Todos os carros do Brasil terão que usar placas do Mercosul até 2020

Novo padrão de placa prevê três numerais e quatro letras, dispostas de forma aleatória
Divulgação
Novo padrão de placa prevê três numerais e quatro letras, dispostas de forma aleatória
O Brasil já tem uma data oficial para que sua frota de automóveis e motocicletas passe a usar as novas placas adotadas pelos demais países membros do Mercosul. De acordo com resolução que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou no Diário Oficial da última sexta-feira (27 de maio), os carros novos passarão a receber a nova placa a partir de 1º de janeiro de 2017. O mesmo vale para carros que estejam sendo transferidos de município ou que precisem repor as placas.
Já para o restante da frota, foi estipulado um prazo maior para a transição. Todos os veículos que circulam em território brasileiro deverão ter trocado as placas atuais pelas novas até 31 de dezembro de 2020.
A data prevista inicialmente para a introdução das novas placas era janeiro deste ano, mas foi adiada pelo próprio Contran em abril de 2015, por questões técnicas.
Pelo novo sistema, já em vigor no Uruguai e Argentina e em vias de ser adotado também por Paraguai e Venezuela, a placa tem fundo branco e quatro letras e três números, dispostos de maneira aleatória. A cor da combinação alfanumérica indica a categoria: preta para carros particulares, vermelha para táxis, veículos comerciais e de aprendizagem, azul para carros oficiais, verde para carros de teste, dourada para carros diplomáticos e prateada para veículos de coleção.
Uma tarja azul conterá o nome do país e sua bandeira e o emblema do Mercosul. Nas placas brasileiras, ao contrário do que ocorre nas argentinas, haverá também identificação do estado e município. Um sistema integrado de consulta compilará dados sobre o veículo e o proprietário, incluindo eventual histórico de roubos e furtos.
A nova placa será do mesmo tamanho da utilizada atualmente. Apenas carros de passeio precisam ter placas dianteira e traseira. Motocicletas, quadriciclos, reboques, tratores e guindastes serão identificados apenas pela placa traseira.
estadao.com

Marquinhos Santos pede cautela após vitória: "faltam 22 jogos para o título"

Marquinhos Santos, técnico do Fortaleza (Foto: JL Rosa/Agência Diário)Marquinhos Santos, técnico do Fortaleza (Foto: JL Rosa/Agência Diário)
O Fortaleza foi à Sergipe em busca da primeira vitória na Série C do Brasileiro. Na Arena Batistão, o Tricolor enfrentou o Confiança em jogo válido pela segunda rodada. Com dois gols de Anselmo, a equipe de Marquinhos Santos saiu com vitória de 2 a 0 e assumiu a vice-liderança do grupo A. Para o técnico, a equipe se comportou bem em campo, mas o resultado ainda não foi o esperado.
- Foi um jogo equilibrado, e o time teve um comportamento tático bom. Não foi um dos melhores jogos, mas o fato de termos conseguido o primeiro gol rápido ajudou bastante. Não saio satisfeito com o rendimento, poderíamos ter saído com um placar melhor. Mas o importante é que o time já começa a entrar em outro ritmo de jogo. Agora é continuar nessa caminhada que ainda faltam 22 jogos pra o título do Brasileiro - afirmou o técnico do Fortaleza.
Na primeira partida fora de casa, o grupo de Marquinhos Santos chega aos quatro pontos e à vice-liderança do grupo A, atrás do líder América-RN, que soma duas vitórias e seis pontos. A equipe, por sinal, é a próxima adversária do Tricolor do Pici. Os times entram em campo na segunda-feira (16), a partir das 19h55, na Arena das Dunas.
Por Aracaju, SE