30 de abril de 2018

Flamengo derrota o Ceará e assume a liderança do Brasileirão

Com ótima atuação de Vinicius Júnior, autor de dois gols, Flamengo derrotou o Ceará por 3 a 0 , em partida disputada na tarde deste domingo, no Castelão, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado fez o time rubro-negro chegar aos sete pontos ganhos e assumir a liderança do torneio. O Ceará, com apenas um ponto, é o 18º colocado. Os gols da equipe carioca foram marcados por Vinicius Júnior, dois, e Diego.
O resultado fez justiça ao melhor desempenho da equipe comandada por Mauricio Barbieri que tem enfrentado dias tumultuados por causa de protestos de torcedores. O Flamengo adotou um estilo de jogo ofensivo, com marcação na saída de bola e dificultou as tentativas do Ceará de partir para o ataque. O time nordestino chegou ao terceiro jogo sem vitória e mostrou que vai precisar melhorar muito para escapar das últimas posições.
Na próxima rodada, o Ceará enfrentará o Corinthians, em São Paulo; o Flamengo vai receber o Internacional, no Maracanã.
Com informações da Gazeta Esportiva

29 de abril de 2018

Açude sangra pela primeira vez em nove anos e emociona sertanejo


Chuva é motivo de alegria para quem mora no Sertão. A água que cai sobre município de Ibicuitinga fizeram o Açude Grande, que corta a cidade, sangrar. O reservatório, também conhecido como açude da Sirene. assim como o nome da senhora que mora em frente, não sangrava há nove anos. Em vídeo, o agricultor Manoel Rozeno comemora as chuvas e destaca a produtividade possível. 
 
"Tem milho novo e feijão maduro; o jerimum, a água carregou", emociona-se Manoel ao falar da produção no município de Ibicuitinga. No vídeo, enviado pelas redes sociais ao O POVO Online, o agricultor mostra com felicidade a sangria do açude que corta o distrito do Chile, onde mora. De acordo com ele, naquela noite, "a chuva foi pesada".

A Açude Grande sangrou na manhã da última terça-feira, 24, após intensa noite de chuva, segundo Manoel. De acordo com os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos(Funceme), o município de Ibicuitinga acumulou em abril até este domingo, 29, 375 milímetros de água devido às chuvas. 

Por outro lado, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos(Cogerh), que tem controle de 155 represas, não monitora o Açude Grande. Por isso, ele não entra nas estatísticas da Cogerh. 

Por Italo Cosme
Com informações do Jornal O Povo

Milhares de ilhas serão inabitáveis em 2050 por falta de água

Vista parcial das 97 ilhas que formam o atol de Kwajalein.Vista parcial das 97 ilhas que formam o atol de Kwajalein.  USGS
Na madrugada entre os dias 2 e 3 de março de 2014, uma onda de seis metros chegou à costa de Roi-Namur. A altura da água não chamaria a atenção se não fosse por um detalhe: a elevação média desse pedaço de terra no meio do Pacífico não supera os dois metros. Além de causar danos à rede de infraestrutura, a água do mar aumentou a salinidade do aquífero, comprometendo sua potabilidade. Um estudo sobre esse evento prevê agora que a mudança climática multiplicará a frequência e a intensidade de ondas desse tipo, tornando inabitáveis milhares de pequenas ilhas e atóis dos oceanos Índico e Pacífico dentro de 30 anos.
O destino de muitas dessas ilhas já estava traçado: o degelo e outros fenômenos associados à mudança climática estão elevando o nível global dos oceanos. Embora haja certa variação nos centímetros, cálculos moderados indicam que a água subirá até dois metros ao longo deste século. Levando em conta que em muitas dessas ilhas as palmeiras são o que há de mais alto (além de construções humanas), paraísos como Maldivas, Kiribati e Tuvalu acabarão debaixo d’água. Os cientistas não chegam a um acordo sobre quando — uns acreditam que será no início, outros em meados do século XXII —, mas todos concordam que isso vai acontecer.
A elevação média de muitas dessas ilhas não supera os dois metros
Pesquisadores dos Estados Unidos, Holanda e Índia estão convencidos de outro fato: bem antes de ser apagada do mapa pela água do mar, a maioria dessas ilhas já não vai abrigar vida, pelo menos a humana, já que ficará sem água potável. Para chegar a essa conclusão, que integra um estudo publicado na revista Science Advances, os autores modelaram a resposta à incursão de água salgada da onda de 2014 no aquífero de Roi-Namur, uma das 1.100 ilhas espalhadas pelos 29 atóis das Ilhas Marshall.
Os cientistas perceberam que o aumento do nível do mar amplifica o impacto das grandes ondas. A principal proteção dessas ilhas, em sua maioria formada por material orgânico, são os recifes de corais. Metros antes da linha da costa, eles formam uma barreira que suaviza a chegada das ondas. Entretanto, sobre um mar mais elevado, o ponto mais alto da onda de 2014 superou a barreira inundando a parte norte da ilha. Os pesquisadores estimam que, com um aumento de um metro no nível do mar, Roi-Namur sofrerá o impacto de pelo menos uma dessas ondas por ano antes da metade do século.
Imagem do atol de Kwajalein feita do espaço pelo Landsat 7.Imagem do atol de Kwajalein feita do espaço pelo Landsat 7. NASA
“As inundações de água do mar costumam provocar a entrada de água salgada no subsolo, poluindo o aquífero de água doce”, explica Stephen Gingerich, especialista em hidrologia do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) e coautor do estudo. Em condições normais, as chuvas posteriores se infiltram no terreno e, em alguns meses, acabam expulsando a água salgada pela diferença de densidade. No entanto, com redução do regime de chuvas — prevista por todos os modelos climáticos — e o maior impacto das ondas, o cenário muda. “As chuvas seguintes não serão suficientes para expulsar a água salgada e renovar o abastecimento de água da ilha antes da chegada da tempestade do ano seguinte repetindo a incursão”, acrescenta.
Mais cedo ou mais tarde, dizem os autores do estudo, muitas outras ilhas terão o mesmo destino que o de Roi-Namur. “É um dos atóis de maior altitude do mundo”, afirma Ap van Dongeren, especialista em morfologia costeira do Instituto de Pesquisa Deltares (Holanda) e coautor do estudo. “A maioria dos outros atóis é mais baixa e, portanto, mais propensa a inundações.” Na lista figuram atóis, ilhas e ilhotas, como as Carolinas, as Ilhas Cook, Maldivas e Seychelles. Inclusive algumas do arquipélago do Havaí, ao norte.
“O ponto de inflexão no qual a maioria dos atóis deixará de dispor de água potável será atingido, no mais tardar, em meados do século XXI”, afirma o geólogo do USGS Curt Storlazzi, principal autor do estudo. Mas Storlazzi não acredita que essas ilhas se “afoguem” ou “morram” quando esse momento chegar. “Na verdade, sofrerão enchentes com tanta frequência que a entrada de água do mar afetará a infraestrutura, a água doce, a agricultura e os habitats. Isso vai tornar difícil, ou mesmo impossível, a vida nas ilhas se não houver importantes e provavelmente custosas medidas de mitigação”, afirma.
É provável que Roi-Namur, que abriga um centro de pesquisa e ensaio de mísseis balísticos dos EUA, se salve levando água em aviões-cisterna. O futuro habitado das outras ilhas é mais incerto.
Com informações do Jornal El País

‘Não sou o tipo de pessoa que dispara armas nucleares’, diz Kim Jong-un

ctv-nul-kim3Ditador norte-coreano disse que apesar das reservas com Estados Unidos, não lançaria mísseis nucleares, informa presidência da Coreia do Sul Foto: AFP PHOTO / KCNA VIA KNS
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse ao presidente sul-coreano Moon Jae-in que não é “o tipo de pessoa que dispara armas nucleares”, informou o gabinete da presidência da Coreia do Sul em comunicado. A declaração foi dita durante conversa privada entre os dois líderes durante a cúpula intercoreana de sexta-feira, 27.
“Embora tenha minhas reservas com Washington, as pessoas verão que não o tipo de pessoa que dispara armas nucleares contra a Coreia do Sul, o Pacífico ou os Estados Unidos”, disse Kim a Moon, informa o gabinete presidencial sul-coreano.
“Se nos reuníssemos regularmente com os americanos para sedimentar a confiança e eles prometessem pôr fim à guerra e não nos invadir, para que manteríamos um arsenal nuclear e viveríamos em condições tão difíceis?”, questionou o ditador, de acordo com o comunicado.
Durante a histórica cúpula de sexta-feira passada, os dois líderes assumiram um compromisso de conseguir a "desnuclearização total" da península coreana e acertaram firmar um tratado de paz para dar fim à guerra entre as duas Coreias. O confroto militar terminou em 1953, com um pacto de cessar-fogo, mas tecnicamente os dois países ainda estão em guerra.
Na conversa privada, Kim acrescentou que não repetiria “a dolorosa história da Guerra da Correia” e que são necessárias “medidas concretas para evitar qualquer confronto militar acidental”.

Fuso horário

Segundo o gabinete presidencial sul-coreano, Kim também decidiu unificar o fuso horário da Coreia do Norte com o de Seul, adiantando os relógios do país em meia hora. 
Em 2015, Pyongyang atrasou o horário oficial norte-coreano para retornar o fuso tradicional de mais de um século. Á época, o governo justificou a decisão com o 70º aniversário da independência do domínio colonial japonês.
“Havia dois relógios na sala de espera da Peace House (local onde foi realizada a cúpula). Um tinha a hora de Seul e o outro, de Pyongyang. Isso me entristeceu”, disse Kim, segundo a presidência da Coreia do Sul.
Ainda não há informação de quando a medida entrará em vigor na Coreia do Norte.
Com informações do Jornal O Estado de S Paulo

Termina amanhã o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda

Resultado de imagem para Termina amanhã o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda

Termina amanhã (30) o prazo para declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Até ontem (28), cerca de 4,9 milhões de contribuintes ainda não haviam acertado as contas com o Fisco. O prazo para entrega da declaração começou em 1º de março e vai até as 23h59 de amanhã (30).

Está obrigado a declarar quem recebeu rendimentos tributáveis, em 2017, em valores superiores a R$ 28.559,70. No caso da atividade rural, deve declarar quem teve receita bruta acima R$ 142.798,50. A multa para quem apresentar a declaração depois do prazo é de 1% por mês de atraso, com valor mínimo de R$ 165,74 e máximo de 20% sobre o imposto devido.

O programa de preenchimento da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2018, ano base 2017, está disponível no site da Receita Federal.

A estimativa é que sejam enviadas 28,8 milhões de declarações até o fim do prazo. Confira um passo a passo com as principais orientações sobre como preencher e enviar a declaração do IRPF, bem como os documentos necessários.

Com informações da Agência Brasil

Pelo Brasileiro, Ceará recebe o pressionado Flamengo no Castelão

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Mesmo na zona de classificação para as oitavas de final da Libertadores e entre os líderes do Campeonato Brasileiro, o Flamengo vai a campo neste domingo, contra o Ceará, na Arena Castelão, pressionado por um bom resultado. No entanto, do outro lado, os donos da casa contam com o apoio da torcida em busca da primeira vitória na Série A.
Pelo lado do Flamengo, o empate no meio de semana com o Independiente Santa Fe-COLnão foi bem recebido pela torcida, que protestou contra a atuação da equipe na Colômbia. Os torcedores têm cobrado mais raça do time durante os jogos e temem uma nova eliminação na fase de grupos da Libertadores.
Internamente, a diretoria se mostra tranquila com a situação atual, mas segue em busca de um treinador para conduzir a equipe no restante da temporada. Enquanto não encontra um nome de consenso, Maurício Barbieri segue no comando rubro-negro.
Para esta partida, Barbieri não sinalizou mudanças na equipe, mas pode surpreender caso algum atleta reclame de cansaço pela semana desgastante. O pensamento dos rubro-negros é conquistar uma vitória para acalmar os ânimos dos torcedores para a sequência da temporada.
Já no Ceará, o clima é de decisão. A torcida deve encher o Castelão para apoiar a equipe em busca de sua primeira vitória neste Campeonato Brasileiro. O goleiro Everson admitiu que será um confronto difícil e pregou foco aos cearenses.
“O Flamengo tem uma grande equipe e vem de dois bons jogos na Série A. Temos que ter o máximo de atenção contra eles para conquistarmos nossa primeira vitória na competição. Esse é o foco de todos aqui. Vai ser mais uma batalha e temos que estar preparados”, disse.
Em termos de escalação, o técnico Marcelo Chamusca tem um reforço: o volante Richardson treinou normalmente durante a semana e deve ser titular. Mesmo assim, o comandante vai manter o esquema com três zagueiros.
O Ceará espera se aproveitar da pressão rubro-negra para sair de campo com os três pontos.
FICHA TÉCNICA
CEARÁ X FLAMENGO

Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 29 de abril de 2018, domingo
Hora: 16h00 (horário de Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Elio Nepomuceno de Andrade Júnior (RS)

CEARÁ: Everson; Luiz Otávio, Valdo e Tiago Alves; Arnaldo, Juninho, Richardson, Wescley e Romário; Felipe Azevedo e Arthur
Técnico: Marcelo Chamusca

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Réver, Juan e Renê; Gustavo Cuéllar, Willian Arão, Diego e Lucas Paquetá; Vinícius Júnior e Henrique Dourado
Técnico: Maurício Barbieri (interino)

Com informações da Gazeta Esportiva

25 de abril de 2018

Sport Recife anuncia Claudinei Oliveira como novo técnico

Ex-Avaí, Claudinei Oliveira é o novo técnico do Sport (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Depois da saída de Nelsinho Baptista do comando do Sport, a diretoria agiu rápido e já anunciou um novo comandante para a sequência da temporada: trata-se de Claudinei Oliveira, que estava no Avaí, mas acabou sendo demitido após a derrota por 2 a 0 para o Goiás na Copa do Brasil, resultando na eliminação do time catarinense na Copa do Brasil.
O treinador será apresentado na tarde desta quinta-feira aos jogadores, e na sequência para a imprensa. O contrato do novo comandante do Leão é válido até o final deste ano.
A estreia deverá ser já diante do Paraná Clube, no próximo domingo às 16h00 (horário de Brasília), no Estádio Durival Britto, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O time perdeu na estria por 3 a 0 para o América-MG, e apenas empatou com o Botafogo em 1 a 1.
Claudinei Oliveira começou a carreira como treinador das categorias de base no Santos. Em 2013, assumiu o time profissional, substituindo Muricy Ramalho. Depois passou por Goiás, Paraná, Atlético-PR, Vitória e Avaí.
Com informações da Gazeta Esportiva

Ceará deve voltar a receber chuvas fortes nos próximos dias, prevê Funceme

Imagem relacionadaCeará deve ter chuvas diárias até meados de abril, prevê Funceme (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

O Ceará deve voltar a receber chuvas em todas as regiões na madrugada desta quinta-feira (26), conforme previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O estado acumula neste mês de abril 206 milímetros, o mês mais chuvoso desde 2009.

Nos últimos dias, no entanto, o volume de precipitação reduziu em todas as regiões do estado. Conforme a Funceme, a sequência de dias chuvosos intercalada por dias sem chuvas é comum em regiões semiáridas, como o Nordeste brasileiro.

Esta quarta-feira foi o dia menos chuvoso do Ceará neste mês de abril, com precipitações leves em 25 dos 184 municípios.

Para a quita e sexta-feira, a previsão da Funceme é de chuva em todas as regiões. Conforme o órgão, a reaproximação da zona de convergência - fenômeno meteorológico que propicia a formação de chuva - favorece a precipitação nos próximos dias.

Açudes em situação crítica
Os açudes de pequeno e médio porte receberam um grande volume de água desde o início do ano. Atualmente, 84 dos reservatórios do estado têm 30% de sua capacidade ou menos. Em dezembro 2017, 123 açudes estavam na mesma situação.

O Castanhão teve o seu volume ampliado de 2,3% para 8,31% desde o início do ano. Apesar do aporte, o maior açude do estado segue em situação crítica.

O Orós, segundo maior reservatório do estado, tem atualmente 9,55% da capacidade.

Com informações do G1 CE

Há 54 anos... A mais longeva ditadura de nossa história

Diretas_Já.jpgDo golpe de 1964 muito se pode afirmar, menos a surpresa
Completaram-se, no último 1º de abril, 54 anos da implantação da mais longeva ditadurade nossa história, com todo o seu acervo de tragédias sociais e individuais, e profundo atraso político. Suas consequências ainda se fazem sentir, pois estão na raiz dos dramas de nossos dias, cujo desfecho  não podemos divisar: em alguns momentos a ‘luz no fim do túnel’ nos enche de esperanças; noutros sugere um trem na contramão.
Lamentavelmente, os regimes autoritários e as ditaduras não são fenômenos estranhos à República, marcada por insurreições militares e golpes de Estado, manifestações exacerbadas de um  autoritarismo larvar cujas fontes remontam à Colônia e ao escravismo de séculos, construtor da ideologia da casa-grande, profundamente presente em nossa vida política e em nossa vida social, e mesmo nas relações interpessoais.
A própria República é obra de um golpe de Estado construído na caserna, e sua consolidação fez-se dependente de outro golpe, sustentado pela espada  de Floriano Peixoto. Assim se firmou a República oligárquico-agrária, sem povo e sem eleitores, que sobreviveria até a ‘revolução de 1930’. Antes, porém, viveria o país a insurreição de 1922 (Levante do Forte de Copacabana), e os dois 5 de julho que desembocariam na Coluna Prestes (1924).
E, na sequência de 1930, o levante paulista de 1932, o levante comunista de 1935, a implantação da ditadura do ‘Estado Novo’, o putsch integralista de 1938 e, fechando o ciclo, o golpe que detonou a ditadura e levou Vargas para seu exílio na estância Santos Reis em 1945.
É a história do ‘tenentismo’ que se estende até o regime de 1964, quando seus líderes já eram generais, almirantes e brigadeiros.  No seu currículo constam ainda a deposição e suicídio de Vargas em 1954, o golpe e contragolpe de 1955, a crise de 1961 e a implantação casuística do Parlamentarismo, de vida breve. A história da República tem sido a história da preeminência dos militares sobre a política e a vida institucional.
O clima de hoje muito lembra aqueles vividos nas vésperas do golpe de 1964, dividindo o país e abrindo espaço para a violência. É sempre assim. Antes da ruptura propriamente dita, a conflagração. Os  conflitos exacerbados em 1963 foram a preparação ideológica da ditadura militar.
Os anos difíceis que se instalam com as jornadas de 2013, de que se apropriou a direita com seu aparato midiático, abrem as rotas que levariam ao golpe de 2016 e à instauração do regime de exceção jurídica que não sabemos se será declarado perempto com as eleições de 2018. O precedente histórico não é animador.
Esse viés autoritário, cultivado pela casa-grande desde a Colônia, é servido à população pelos aparelhos ideológicos do Estado a serviço dos interesses de nossas elites perversas. Nesta  faina destaca-se o papel dos meios de comunicação de massa, a quem se pode tributar, hoje, a maior responsabilidade pelo clima de violência que pervade a política.
Em 1964 os militares e seus associados – na política e no ‘mercado’– encerraram o ciclo da Constituição democrática de 1946, enquanto a consolidação do impeachment de 2016 declarou perempto o ciclo iniciado com a ‘Constituição cidadã’ de Ulisses Guimarães, que culminara com a ascensão e queda do lulismo.
Talvez sejam os dias correntes a boa oportunidade para tentarmos antecipar o que podem ser os tempos vindouros. As lições colhidas dos fatos que não se repetem podem orientar estratégias e corrigir táticas, principalmente quando o distanciamento histórico favorece a análise fria.
Naqueles anos hoje distantes, os anos do pré-golpe e do golpe de 1º de abril,  poucos viram para além da superfície, e assim muitos ignoraram a conspiração que se desenvolvia nos subterrâneos da caserna em  interlocução com a ordem econômica, o Congresso e os meios de comunicação,  para logo estampar-se à luz do dia.
De outra parte, uma vez mais, a continuidade e segurança do governo popular se havia deslocado das ruas para os acordos políticos de cúpula. O povo continuava percebido como  elemento tático numa estratégia que se resolveria fora das ruas.
Não obstante os elementos fornecidos pela realidade palpável, não eram poucos, então, os que transferiam da mobilização popular  para o ‘dispositivo militar do general Assis Brasil’,  chefe da Casa Militar de Jango, a defesa do governo, das ‘reformas de base’ e da ascensão das massas.
Nesta linha pontificava o antigo capitão Luiz Carlos Prestes, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro.
No dia 17 de março de 1964, para uma plateia que lotava o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o antigo Cavaleiro da Esperança, após dissertar sobre ‘a formação popular do Exército brasileiro’, anunciou, com o respaldo de sua biografia, a impossibilidade de um golpe militar no Brasil. E quando este se efetivou, muitos o viram como ‘apenas mais uma quartelada’, como as outras  que haviam pontuado a República de 46. Passaria logo.
A história que se segue é conhecida.
Do golpe de 1964 muito se pode afirmar, menos a surpresa, defendido que foi abertamente  pela grande imprensa, preparando sua recepção e animando as manifestações dos adversários do governo e de suas teses.
O pretenso combate à corrupção de 2013-2016 era, em 1963-1964, a denúncia de suposta  corrupção e  de infiltração comunista no governo João Goulart, dando conta das conspirações de toda ordem, militares e civis igualmente conjurados, e, hoje documentalmente comprovada, a arquitetura do Departamento de Estado dos EUA, para quem Goulart, se não era comunista, estava a serviço do comunismo, o que dava no mesmo, segundo Washington. Vivíamos o auge da Guerra Fria e poucos meses nos separavam da crise dos mísseis estocados em Cuba pela União Soviética, incidente que por muito pouco não nos levou ao suicídio nuclear.
A conspiração, aliás, já se iniciara e era visível  desde a posse de Goulart,  como em suas memórias registra sem peias o Marechal Denis, líder da trinca militar que em agosto de 1961 tentara impedir a posse do vice-presidente constitucional, chamado ao posto pela renúncia do presidente Jânio Quadros. 
Hoje também já se sabe que a articulação que culminou com a deposição de Dilma Rousseff já era maquinada nos idos de 2013, a onda preparadora do levante de 2015, com sua inédita carga de violência, deixando  para trás os piores momentos de 1963.
Nas duas oportunidades os golpes foram precedidos de grandes mobilizações populares e, ainda em ambos, o leitmotiv unificador da conspiração era, fundamentalmente,  a resistência da casa-grande à ascensão político-econômica das grandes massas, naquela altura representada pelo varguismo, em nossos dias pelo lulismo.
Os  golpes de 1964 e de 2016 guardam parentesco que precisa ser posto de manifesto. Ambos foram precedidos de mobilizações populares  carregadas de atos de violência que expunham a genealogia fascista. Em 1964 importava  aos seus verdadeiros formuladores algo muito além da mera deposição de Jango e esse seu caráter profundo só ficou claro aos analistas em 1965, com o Ato Institucional n. 2, baixado pelo presidente que havia jurado a Constituição e prometido defender a democracia.
O significado de 2013 não foi compreendido em seu primeiro momento, e os sismógrafos dos especialistas  não perceberam o real significado do impeachment, aquele que se revelaria pelo governo que a ele se segue..
O difícil não está na identificação dos fatos expostos e vividos, mas na arte ou ciência da prospecção social, aquela que revela a realidade ainda em gestação, ou seja, a serpente ainda no ovo.
Em 1964 muitos não lograram antever o significado e os objetivos da ditadura, nem seu largo e profundo mando de 21 anos. Carlos Lacerda, sua principal voz civil, e Juscelino Kubitschek, que votaria no marechal Castello Branco, primeiro ditador, apostaram, olhando para trás,  na transitoriedade do novo regime, e logo engrossariam  a lista de suas vítimas.
Se não nos foi possível antever a gestação da irrupção popular de 2013, também faltou clareza à esquerda quanto a deposição da presidente Dilma Rousseff, apenas o passo necessário para  defenestrar o lulismo, a grande operação de nossos dias.
O ovo da serpente, este é o título da obra-prima de Ingmar Bergman. Quem já assistiu, assista de novo. Quem ainda não o viu, corra para ver. Está no YouTube.
Por Roberto Amaral
Com informações da Revista Carta Capital 

Fortaleza vence CRB em casa e mantém 100% na Série B

Osvaldo, do FortalezaOsvaldo fez o primeiro gol do Fortaleza Foto: Twitter/Fortaleza
Fortaleza, do técnico Rogério Ceni, está impossível. Nesta terça-feira, o time cearense manteve os 100% de aproveitamento no Campeonato Brasileiro da Série B ao ganhar do CRB por 3 a 1, na Arena Castelão, em Fortaleza, pela terceira rodada.
Com nove pontos em três jogos, o Fortaleza está na liderança isolada e só pode ser alcançado por Figueirense, Paysandu e Vila Nova, que ainda jogarão nesta rodada. Já o CRB, que ainda não conquistou nenhum ponto, se encontra na outra ponta da tabela de classificação.
Foram necessários apenas seis minutos para o placar ser aberto na Arena Castelão. Edinho foi lançado em velocidade e cruzou rasteiro para dentro da área do CRB. A defesa não conseguiu cortar e Osvaldo bateu forte, sem chances para o goleiro João Carlos. Artilheiro do Brasil em 2018 com 17 gols, Gustavo ainda teve chance de ampliar e cabeceou para fora.
O time alagoano conseguiu equilibrar a partida na segunda metade do primeiro tempo, mas quem quase marcou novamente foi o Fortaleza com Edinho. A finalização rasteira do meia parou em João Carlos.
A etapa final começou de forma alucinante e com três gols em 10 minutos. Aos quatro, Diego Jussani cruzou e Bruno Melo ampliou de cabeça. O CRB diminuiu dois minutos depois com Neto Baiano, mas o Fortaleza marcou o terceiro aos 10. Jean Patrick aproveitou a saída errada da defesa, ajeitou e soltou a bomba na entrada da área. Ele mandou no ângulo de João Carlos.
O gol foi um balde de água fria no CRB, que ainda teve o volante Feijão expulso após cometer falta em Edinho. O Fortaleza teve uma boa oportunidade para fazer o quarto gol em chute cruzado de Jean Patrick, mas nos minutos finais só valorizou a posse da bola.
O Fortaleza volta a campo na próxima terça-feira contra o Londrina, às 16h30, no estádio do Café, em Londrina (PR), enquanto que o CRB recebe o Atlético Goianiense só no dia 5 de maio, um sábado, às 16h30, no estádio Rei Pelé, em Maceió. Os jogos serão válidos pela quinta rodada.
Com informações do Jornal o Estadão

24 de abril de 2018

Quais são as alternativas de Lula no STF? Entenda

Lula
Lula está preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba
Preso desde 7 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba, Lula aguarda possíveis movimentações no Supremo Tribunal Federal que podem beneficiá-lo. Há ao menos dois caminhos no horizonte para que o caso do ex-presidente volte a ser analisado pelos ministros da Corte.
Um novo julgamento sobre as prisões em segunda instância está pronto para ser realizado, apesar da resistência de Cármen Lúcia, presidente do STF, em incluir o tema na pauta. Outra alternativa é o julgamento de mais um recurso de Lula na Corte, que será analisado pela 2ª turma, reconhecida por seu perfil mais garantista e cuja maioria dos ministros já se posicionou contra as prisões em segunda instância.
Entenda cada uma das alternativas e os obstáculos que a defesa do petista enfrenta na Corte.
O STF vai debater novamente as prisões em segunda instância?
O cenário ainda é incerto. Nesta segunda-feira 23, o ministro Marco Aurélio Mello enviou um comunicado à Cármen Lúcia para informar que estão prontos para julgamentos em mesa, isto é, sem inclusão na pauta da Corte, os pedidos de liminares nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade 43 e 44.
Ambas as ações questionam as prisões em segunda instância e pretendem garantir que a execução da pena ocorra apenas após o trânsito em julgado, ou seja, com o esgotamento dos recursos nos tribunais superiores. 

Marco Aurélio optou pelo comunicado à presidente do STF para evitar um pedido direto ao plenário. A presidente do STF tem resistido à proposta de analisar o tema novamente. Atualmente, a Corte permite a prisão em segunda instância com base em julgamento de 2016, quando formou-se uma maioria de 6 votos a 5. O ministro Gilmar Mendes tem, porém, se manifestado contra a reclusão no segundo grau, embora tenha sido favorável há dois anos atrás. Logo, uma nova análise deverá levar ao entendimento de que não é possível antecipar a execução da pena. 

A análise de uma liminar relativa às ADCs havia sido suspensa a pedido do Partido Ecológico Nacional, que destituiu do caso o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Com o fim do período de suspensão, Marco Aurélio avisou Cármen de que as ações estão prontas para serem julgadas.

Marco Aurélio pode exigir um novo julgamento? 

Se a presidente do STF insistir em não pautar o tema, Marco Aurélio pode recorrer à chamada questão de ordem, levantada quando um ministro pretende que o plenário analise um tema sob seus cuidados. Como relator das liminares relacionadas às ADCs 43 e 44, Marco Aurélio tem a prerrogativa de pedir a questão de ordem.

Ele quase o fez em duas oportunidades, mas preferiu recuar. Primeiro, ele afirmou que desistira de pedir a questão após Cármen pautar o julgamento o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de março. Marco Aurélio indicou novamente que poderia fazer o pedido logo após a prisão do petista, mas a presidente STF mudou a previsão do plenário e incluiu em pauta o habeas corpus do ex-ministro Antônio Palocci.
A questão de ordem é algo raro?
Nem tanto. Embora seja incomum um ministro ter de desafiar a vontade de um presidente do STF sobre quais temas devem entrar em pauta, várias questões de ordem já foram suscitadas na história da Corte.
Um caso bastante atual é o do julgamento sobre o foro privilegiado, marcado para 2 de maio. Em 2017, o ministro Luís Roberto Barroso levantou uma questão de ordem para exigir que o plenário votasse a ação penal 937. Ela trata do caso do ex-deputado federal Marcos da Rocha Mendes, acusado de corrupção eleitoral quando era candidato à prefeitura de Cabo Frio (RJ).
O entendimento do relator foi de que o caso deveria voltar à primeira instância, pois o réu havia perdido a prerrogativa de função. Barroso levantou então a questão de ordem e o caso foi a plenário. Seis ministros seguiram o entendimento de Barroso de que o foro só se aplica a crimes cometidos no exercício do mandato e em razão das funções a ele relacionadas. À época, o ministro Dias Toffoli pediu vista do caso.
E o julgamento do recurso de Lula na 2ª turma?
Essa é outra alternativa que pode beneficiar o petista. Também nesta segunda-feira 23, o ministro Edson Fachin enviou para julgamento da 2ª turma do STF um recurso de Lula contra a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro. 

A defesa de Lula contesta a ordem de prisão, ao afirmar que ela desrespeitou decisão do STF, segundo a qual seria necessário aguardar o fim da análise dos recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os embargos dos embargos de Lula no tribunal foram julgados após sua prisão.

O recurso foi negado pelo relator Edson Fachin, que o enviou para julgamento pela 2ª turma.

Na reclamação, a defesa de Lula exige uma liminar para dar fim à execução provisória da pena e garantir o direito do petista de aguardar em liberdade até o fim do julgamento do mérito da ação nos tribunais superiores. 

Como alternativa, os advogados do ex-presidente pedem a liberdade Lula até que o TRF4 examine recursos extraordinários pedidos pela defesa ao STF. Nesse segundo caso, o petista só poderia ficar preso caso o tribunal de segunda instância não se atribua "eficácia suspensiva" a esses recursos.
A defesa de Lula já apresentou novos recursos para levar o caso de Lula aos tribunais superiores. Os advogados apresentaram ao TRF4 o recurso especial ao STJ e o recurso extraordinário ao STF. A expectativa é de que a admissibilidade deles seja analisada em maio pelo TRF4.
A 2ª turma tende a ser favorável a Lula no caso?
Sim. A 2ª turma é composta pelos ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Apenas o primeiro é favorável às prisões em segunda instância. Os outros quatro ministros já se posicionaram em votos ou publicamente contra a execução antecipada da pena.
Mendes e Dias Toffoli são favoráveis à prisão após a análise pelo Superior Tribunal de Justiça. Já Lewandowski e Celso de Mello defendem que réus só podem ser presos após o esgotamento de todos os recursos nos tribunais superiores, o que também inclui um julgamento no STF.
Quando a 2ª turma pode julgar o recurso?
Não há prazo definido para que isso ocorra. O julgamento deve ocorrer em maio, antes da análise da admissibilidade dos recursos aos tribunais superiores pelo TRF4.
Após o relator Edson Fachin determinar o início do julgamento, os ministros terão até 7 dias para proferirem seus votos, que podem ser enviados para o sistema digital do STF.
Com informações da Revista Carta Capital

Casa Civil define 17 pontos da reforma trabalhista

Rafaela Felicciano/Metrópoles
O governo prepara um decreto para definir alguns trechos da reforma trabalhista. A iniciativa ocorre depois que a medida provisória (MP) que alterava 17 pontos da reforma trabalhista expirou sem ter sido aprovada pelo Congresso Nacional.
O texto, que está na Casa Civil, abre nova discussão sobre itens como a quarentena de 18 meses para o empregado celetista demitido retornar à mesma empresa com outro contrato, na modalidade intermitente, o impedimento de atividades de gestantes e lactantes em locais insalubres e a aplicação do acordo coletivo para firmar contratos de jornadas de 12 horas por 36.
 Segundo o relator da reforma na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), há ainda a hipótese de o Ministério do Trabalho tratar de alguns pontos por meio de portaria ou resoluções normativas. Esses temas ainda estão em discussão.Todos os itens que estavam na medida, publicada em novembro do ano passado, geraram controvérsias e críticas.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reuniu-se com o relator na noite dessa segunda-feira (23/4) para definir os pontos que devem estar presentes no decreto.
De acordo com o deputado, ficou definido na reunião que o governo não deve enviar ao Congresso outra medida provisória ou projeto de lei para alterar a reforma. Como o decreto não pode mudar o teor de proposições aprovadas pelo Congresso, o único ponto da MP que deve ser contemplado no texto será o do trabalho intermitente.
Marinho disse que não há clima para votar esse tipo de matéria no Congresso em ano eleitoral e defendeu que as críticas e questionamentos à reforma trabalhista sejam resolvidos no âmbito da Justiça.
“Eu sempre defendi que a lei era autojustificável e que a própria sociedade, no período de aplicação da lei, conseguiria verificar a necessidade de alguma atualização ou alteração. Acho que é isso que vai acontecer, até porque as eventuais dúvidas, críticas e questionamentos estão sendo resolvidos pela pacificação de jurisprudência nos tribunais superiores, o TST [Tribunal Superior do Trabalho] e o Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou o parlamentar.
Marinho lembrou que “sempre” foi contra a edição de uma MP sobre o tema. Para ele, se a medida tivesse sido validada como lei, traria mais insegurança jurídica. “Eu não vejo a necessidade de se fazer ação legislativa neste momento. O fato de essa MP ter caducado é bom para o mercado de trabalho porque a medida provisória, por mais bem-intencionada que fosse, gerava um efeito de insegurança jurídica”.
Em seguida, o deputado argumentou: “[A MP] poderia, caso tivesse sido transformada em lei, modificar completamente o que havia sido aprovado pelo Congresso no ano anterior, então a caducidade da MP faz com que a lei seja cumprida na íntegra”.
Histórico
Editada pela Presidência da República em novembro de 2017, a medida provisória pretendia cumprir um acordo firmado com os senadores para incorporar mudanças polêmicas que não foram aprovadas no Congresso. Como o governo não queria atrasar a votação da reforma, se comprometeu com os parlamentares a tirar os pontos controversos do texto por meio da MP.

Com a falta de acordo entre os deputados e a divergência sobre os pontos a serem alterados, a medida provisória não avançou. O prazo de análise de uma MP é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. O primeiro prazo, vencido em 22 de fevereiro, foi prorrogado devido ao atraso na instalação da comissão de parlamentares que devem analisar a proposta. O segundo prazo venceu ontem, sem que a MP fosse ao menos discutida na comissão especial. Também não houve indicação de relator para emitir o parecer que seria submetido a votação nos plenários da Câmara e do Senado.
Com informações do Jornal Metrópoles 

PF pede transferência de Lula para outra unidade prisional

Lalo de Almeida/The New York Times/estadão
A Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pediu à Justiça a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “a um estabelecimento prisional adequado para o cumprimento da pena imposta”.
Os policiais afirmam, em ofício à juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do petista, que os gastos para mantê-lo são muito altos, além do trabalho ter aumentado na unidade em razão da chegada de Lula. Em cerca de 15 dias, já foram utilizados R$ 150 mil.
Outra preocupação é com o Dia do Trabalhador (1º/5). “Diante da circunstância da prisão do ex-presidente da República, todos os movimentos sociais e de trabalhadores estão se organizando para trazer para Curitiba o evento principal do feriado. Em informações preliminares, fala-se em uma concentração de até 50 mil pessoas”, dizem os delegados.

A PF destaca que a movimentação em torno da Superintendência aumentou, causando transtorno no trânsito e aos pedestres. A sala onde o petista está preso, consta no ofício, também é improvisada e não condiz com a necessidade de “longa permanência de pessoas alojadas”.

O texto afirma que as instalações são apenas para trânsito de pessoas, até que sejam transferidas para os lugares adequados, como o sistema carcerário estadual.

Outra necessidade citada na carta é a “sala de Estado Maior”. Trata-se de um cômodo, sem grades, que condiz com os privilégios previstos no inciso V, do artigo 7°, da Lei nº 8.906/94, para advogados.

“Em que pese a existência de planejamento prévio visando o atendimento das ocorrências das manifestações publicas, (…) a premissa sempre foi a de que a custódia do ex-presidente da República se daria no âmbito da Superintendência da PF em Curitiba apenas por alguns dias.”

O documento afirma ainda que os “reiterados pedidos de visitas” a Lula alteram a rotina do órgão e dificultam o seu funcionamento.

Por Aline Aguiar
Com informações do Jornal Metrópoles 

Eleições 2018 – Base do governador vê nome de general com surpresa


A base do governador Camilo Santana (PT) tem recebido as notícias do fortalecimento da pré-candidatura do general Guilherme Theóphilo (PSDB) ao governo estadual com “surpresa” e cautela ao mesmo tempo. Se, por um lado, o título de “general” pode atrair o eleitor crítico da política de segurança pública do petista, por outro o desconhecimento do nome tucano no Estado pode ser um fator que beneficia a atual gestão.

Os deputados que defendem o governador na Assembleia Legislativa admitem que o general não estava no radar do Palácio da Abolição como possível concorrente contra Camilo, mas que a mudança, em referência à provável desistência de Capitão Wagner (Pros), não muda a estratégia da pré-campanha.

O vice-líder do governador, deputado estadual Julio César (PPS), diz que “a patente não muda a estratégia” de Camilo e que a campanha do petista não vai fugir do debate da segurança pública — uma das áreas frágeis de Camilo com o avanço das facções criminosas. “Creio que independentemente se é general ou capitão, o governo tem que mostrar o que tem sido feito”, defende o parlamentar.

Sérgio Aguiar (PDT) fala em “surpresa” com a possível candidatura de Theóphilo pelo fato de um nome ligado às Forças Armadas não participar da eleição majoritária no Ceará desde o fim da Ditadura Militar, nos anos 1980. “Aqueles que fazem oposição estão querendo alguém com disciplina e hierarquia para gerir”, crê.

Para Aguiar, a inexperiência do tucano em eleições, aliada ao desconhecimento do eleitor, deve prejudicar a aposta da oposição. “Camilo é franco favorito”, afirma.

Dedé Teixeira (PT) acredita que a indicação do general é “falta de opção” da oposição, que ainda não se organizou. Segundo ele, há uma dificuldade “imensa” de o militar se fazer conhecer pelo grande público em menos de seis meses, que é o prazo para a eleição em outubro.

“Quem é general Theóphilo? Pensa o que sobre o Ceará? Conhece o quê? Muito prazer. É o que o povo do Ceará vai dizer”, ironizou o deputado estadual Elmano de Freitas (PT). Para ele, a provável postulação tucana “é um gesto marqueteiro” e que, ao avaliar preocupação do eleitor com a área da segurança pública, o grupo quer “apresentar alguém que pelo título de general saberia a solução dos problemas”.

Elmano defende que a pouca organização do grupo opositor pode comprometer a trajetória da provável candidatura. Sobre o general, ele acrescentou: “O nome de alguém que eu tenho dúvida se sabe chegar em Quixeré”.

Apesar de a candidatura de Theóphilo ter ganho solidez, ainda não há decisão do PSDB sobre a possibilidade de bancar o nome para a disputa majoritária de outubro próximo.

O POVO procurou o general Theóphilo para comentar as movimentações de bastidores, mas o telefone celular encontrava-se desligado na noite de ontem.

Por Wagner Mendes
Blog do Eliomar de Lima
Com informações do Jornal O Povo