Filho de um casal de agricultores que sobreviviam com terras emprestadas pelos pais na pequena comunidade de São Bráz, distrito de Caxias do Sul, Adenor Leonardo Bachi nasceu em 25 de maio de 1961 com o destino praticamente definido. Seria agricultor como o pai Genor, a única profissão que ele conhecia até os dois anos de idade.
Só que o próprio pai tratou de mudar de vida, prevendo que o mundo da colônia seria pequeno para aquele garoto espichado com cabelos arredios. O sonho, que começou de brincadeira na decisão escolar municipal no final dos anos 70 e terminou na série de lesões como atleta 10 anos depois, retornou com força incalculável na conhecida trajetória de sucesso como técnico.
Na fé da mãe Ivone e nos passos de seu Genor, o pequeno Adenor vislumbrou o futuro no esporte a partir da convivência dividida entre a escola, no bairro Lourdes, onde o pai fixou residência para trabalhar na Vinícola Riograndense, e os campinhos de São Bráz. Técnico e incentivador, Genor escalava o filho ao lado dos adultos no segundo quadro do Juvenil, tradicional time da região.
Na fé da mãe Ivone e nos passos de seu Genor, o pequeno Adenor vislumbrou o futuro no esporte a partir da convivência dividida entre a escola, no bairro Lourdes, onde o pai fixou residência para trabalhar na Vinícola Riograndense, e os campinhos de São Bráz. Técnico e incentivador, Genor escalava o filho ao lado dos adultos no segundo quadro do Juvenil, tradicional time da região.
— Como ele era menino, aos 15 anos não conseguia fisicamente disputar com os grandões a bola no meio campo, apesar de talentoso. Então, o pai colocava ele na ponta. Nos finais de semana, ele jogava em São Bráz, e durante a semana, atuava no time da escola — conta o irmão Ademir, o Miro, hoje com 50 anos, mais novo que a irmã Beatriz, 58.
Alto, mas magro, Adenor sofria com as faltas. E, em alguns
casos, o pai precisava intervir.
— Teve um jogo que o cara derrubou o meu irmão umas três vezes
seguidas. Na primeira, o pai não falou nada. Na segunda, se segurou para não
estourar. Na terceira, invadiu o campo e avisou o cara: "É a última falta
que tu faz no meu filho" — lembra Miro.
O futebol não era uma opção profissional. Seu Genor queria que
os filhos trabalhassem e ajudassem no sustento da família. A filha mais velha,
Beatriz, foi a primeira a seguir os conselhos. Funcionária de uma revenda da
Volkswagen, arrumou um trabalho e office-boy para o irmão Adenor no final dos
anos de 1970. Meio a contragosto, ele foi. A mãe sentiu que o filho não queria
aquilo e tratou de resolveu a questão por baixo da máquina de costura, onde
guardava um dinheiro.
— Perguntei pra ele o que ele queria. Ele disse que era jogar
bola. Então, passei a costurar cada vez mais para dar um pouco de dinheiro para
o Ade comprar o lanche. Quando eu não tinha, ele ficava em casa correndo de um
lado para o outro como se estivesse treinando — recorda dona Ivone, hoje com 80
anos e com residência fixada em Ana Rech.
Era uma época em que, além de jogar pela equipe da escola,
Adenor treinava no Juventude. Porém, não como ele gostaria. Primeiro, porque
fazia mais parte de uma turma vinda de um peneirão do que da própria equipe
competitiva. Segundo, porque atuava como zagueiro.
— Como tinha estatura boa, jogaram ele lá para trás, mas ele não
gostava. Queria ser meia, o camisa 10 — destaca o fã e irmão Miro.
Por Adão
Junior
Zero Hora
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