Manifestantes mascarados em frente ao Masp: protesto na capital paulista acabou em depredação de agências bancárias e veículos incendiados. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
No dia em que os rolezinhos não conseguiram uma mobilização expressiva no país, manifestantes protestaram em pelo menos 10 capitais brasileiras contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Além de Brasília, foram registrados atos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Goiânia, no Recife, em Curitiba, em Belo Horizonte, em Porto Alegre, em Vitória e em Fortaleza. Na capital paulista, onde houve uma série de eventos para comemorar os 460 anos da cidade, foram registrados os maiores problemas, com atos de vandalismo e confronto com policiais militares.
Segundo as autoridades, duas agências bancárias foram depredadas e ao menos dois veículos — sendo uma viatura da PM — foram incendiados. Não foram informados o número de detidos e feridos. No fim da tarde, a prefeitura cancelou shows e festas que ocorreriam em vários bairros de São Paulo.
Antes da confusão, munido de cartazes que pediam escolas, hospitais e transporte coletivo padrão Fida, o Movimento Não vai ter Copa fechou os dois sentidos da Avenida Paulista. A Polícia Militar de São Paulo comunicou que a manifestação reuniu aproximadamente mil pessoas. Assustados com a movimentação, alguns comerciantes da Avenida Brigadeiro Luis Antônio, por onde passou o protesto, fecharam as portas. Após uma hora, o comércio voltou a funcionar normalmente.
Alguns integrantes do grupo black blocs, mascarados conhecidos por protestar de maneira violenta, participaram do ato. Eles fecharam a Avenida Paulista no sentido Consolação. Uma hora depois, a própria PM bloqueou o sentido Paraíso e as pessoas que protestavam tomaram a Paulista, no trecho próximo ao Masp.
Durante a manifestação, palavras de ordem contra a Copa eram ouvidas. Os ativistas entoavam gritos como “Não vai ter Copa” e “Ô, Brasil, vamos acordar! Um professor vale mais do que o Neymar”.
No Rio de Janeiro, o local escolhido foi a Avenida Atlântica, em frente ao Hotel Copacabana Palace. Apenas 130 pessoas participaram do ato. Além do Mundial de Futebol, o grupo protestava contra o governador Sérgio Cabral (PMDB). Alguns manifestantes ainda pediam a extinção da Polícia Militar no estado fluminense.
O policiamento no local foi reforçado por homens do 19º BPM. Um manifestante foi conduzido à delegacia para averiguação, mas foi liberado logo em seguida. Nas redes sociais, 5 mil pessoas tinham confirmado presença no evento.
Pichações
Em Goiânia, um pequeno grupo de pessoas foi até o centro da cidade. A concentração ocorreu por volta das 9h, em frente ao Teatro Goiânia, no cruzamento das avenidas Anhanguera e Tocantins. Depois, eles seguiram até o Palácio Pedro Ludovico, sede do governo do estado. De acordo com a Polícia Militar, a passeata foi pacífica e ninguém foi preso. No entanto, algumas pessoas queimaram pneus e picharam muros durante o trajeto. Um ônibus ficou parado no meio da manifestação, e os passageiros foram impedidos de descer.
No Recife, a mobilização também foi fraca. Aproximadamente 100 pessoas participaram de uma caminhada pela Avenida Agamenon Magalhães. A Polícia Militar, que contava com um efetivo de 20 policiais, acompanhou tudo a distância.
Nos principais cruzamentos da capital pernambucana, o grupo sentava no asfalto por alguns minutos. O trânsito ficou congestionado em alguns locais da cidade. Parte dos manifestantes protestaram em um shopping de luxo da cidade. Dez pessoas ligadas ao Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe foram até o centro de compras, mas não foram registrados tumultos.
Em outras capitais, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória e Fortaleza, os protestos foram pequenos e, apesar de um outro caso de vandalismo, não houve maiores incidentes.
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