30 de agosto de 2016

Cai número de prefeitos candidatos à reeleição no Ceará

Desde 2000, quando a reeleição foi permitida para prefeitos no Brasil, o número de candidatos à reeleição no Poder Executivo registrou a maior queda dos últimos 16 anos: somente 54,5% tentam mais quatro anos de mandato. No Ceará, de 135 prefeitos em primeiro mandato, apenas 75 são candidatos à reeleição.
O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Em junho deste ano, a CNM revelou dados que mostravam interesse de 68,79% dos atuais prefeitos em se candidatar. O resultado oficial, no entanto, mostrou queda das expectativas.
No Ceará, dos 135 prefeitos em primeiro mandato que poderiam disputar reeleição, 60 desistiram de estender o mandato. Esse é o caso, por exemplo, do prefeito do Crato, Ronaldo Mattos; de Aiuaba, Airton Araújo; e de Jaguaribara, Francini Guedes.
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2016 teve a maior queda no índice de candidatos à reeleição. (Foto: Reprodução)
“Hoje, os prefeitos, principalmente os de municípios pequenos, apenas administram folhas de pagamento, não têm dinheiro para investimento em nada”, pontua Guedes. Ele afirma que, em 2013, quando assumiu o cargo, a prefeitura já passava por crise, mas a situação se agravou. “O Congresso Nacional legisla para o município desempenhas funções como se tivesse condições”, ressalta, citando ajustes como a obrigação do piso salaria dos professores, como exemplo.
“Meu município é um pouco diferente. Temos uma cidade nova, que foi totalmente planejada com toda infraestrutura, mas para manter essa infraestrutura é caro. A cidade antiga (Jaguaribe) tinha uma praça, a nova tem 12, é toda em paralelepípedos, a iluminação é diferenciada”, pontua.
pesquisas-cnm-prefeitos-numerosPesquisa mostra mudança na decisão dos prefeitos. (Foto: Reprodução)
O relato de Francini se assemelha ao cenário traçado pela CNM. O relatório do órgão aponta como razão para a queda no número de reeleições a crise financeira e a dificuldade em se atender as demandas da população. “Na eleição municipal anterior, em 2012, houve a maior renovação da gestão municipal, desde 2000. Essa grande modificação, ocorreu grande parte em virtude da insatisfação dos eleitores com seus governantes. Agora espera-se um fenômeno semelhante, pois muitos desses gestores de primeiro mandato não pretendem continuar no comando de suas cidades, o que vai ocasionar de novo uma grande mudança nas prefeituras do Brasil”, ressalta o estudo.
Tribuna do Ceará

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