/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2017/U/l/hClCAISxSpjAMql14rdQ/7f22573c-70c7-47de-a32c-e12fd7373291.jpg)
Quando o telefone de Marcelo Boeck tocou no dia 18 do
novembro do ano passado, o goleiro mal poderia imaginar que esta ligação
salvaria sua vida. Do outro lado da linha, dirigentes do Fortaleza queriam sua
contratação para a temporada de 2017. Ele acabou ficando fora da lista do
relacionados para a final da Copa Sul-Americana, quando houve o acidente com o
avião da Chapecoense.
Agora, é a vez do goleiro salvar o
Fortaleza. Foi assim durante toda a campanha na Série C, com muitos milagres
debaixo do travessão. Roteiro que se repetiu no último sábado, na derrota por 1
a 0 para o Tupi em Juiz de Fora (MG), com o camisa 1 evitando em cima da linha
o que seria o gol de mais uma eliminação do Leão em oito anos de Terceira
Divisão. Só que não desta vez!
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2017/K/q/qCrrynShWuMb8g52VQoA/8f72089e-e301-43f4-8340-11a14a543ec5.jpg)
Herói, Marcelo Boeck foi tietado por torcedores no gramado do Mario Helênio (Foto: Thiago Lima)
Pelas mãos de
Boeck, o Fortaleza garantiu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro em
2018. O goleiro, capitão e maior destaque do time se emocionou e chorou
copiosamente após a partida, no gramado do Estádio Radialista Mario Helênio.
Religioso, ele acredita ter encontrado a explicação para não estar no avião da
Chapecoense naquele fatídico dia da tragédia.
– Após aquela tragédia, aquela semana toda ruim, de luto, o Fortaleza
ainda assim esperou. E a gente, eu e minha esposa, sentimos algo muito forte de
vir para o Fortaleza. Uma Série C, um projeto desafiador, muita pressão, mas
nós aceitamos. Creio que a explicação que não tinha, do porque não estou morto,
hoje tenho: para viver um dia como esse – refletiu o goleiro, que também já
passou pelo Internacional.
– Se hoje estou
aqui, em primeiro lugar devo a Deus, em segunda à minha esposa, porque sem ela
não sou nada. E a esse grupo e esse clube, que não merecia estar esses anos
todos em uma Série C. Deus quis que fosse aqui em Juiz de Fora, porque minha
esposa é daqui, minha família está toda aqui. Ficou marcado eternamente.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2017/k/e/myxW7FQ5ujzhVNzlAV1g/02.jpg)
Boeck com a esposa Dayane, que é de Juiz de Fora e estava no jogo (Foto: Divulgação)
A ligação com a Chapecoense continua forte, tanto que
seu uniforme, com dirieto ao próprio autógrafo no peito, é verde em alusão ao
clube catarinense. Boeck agradeceu a sensibilidade da diretoria em permitir
usar a camisa de uma cor que não faz parte da bandeira do clube, mas que guarda
um grande valor sentimental.
– Quando o Fortaleza quis fazer uma
homenagem a mim, havia três cores. Vermelha e azul, que são as cores do clube,
e a verde. Eles me deixaram muito à vontade, foi a minha maneira de reconhecer
tudo aquilo que meus companheiros que partiram na Chapecoense, por isso escolhi
a verde. Hoje ela representa muito para mim, tudo aquilo que aprendi lá, tudo o
que sofri, mas principalmente o carinho que recebi dessa imensa nação (aponta para
a torcida do Fortaleza em Juiz de Fora).
/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2017/09/23/dsc07096.jpg)
Goleiro foi saudar a torcida que veio de longe para ver de perto o acesso (Foto: Raphael Lemos)
Já garantido na Série B do ano que vem, o Fortaleza vai
em busca agora de seu primeiro título nacional. Para isso, precisará passar
pelo Sampaio Corrêa para chegar à final da Terceira Divisão. A CBF ainda irá
definir datas e horários dos jogos da semifinal.
– Posso dizer que tive uma noite de
um grupo que soube suportar toda a pressão e dificuldade para chegar nessa
glória. Agora é poder comemorar porque o peso foi grande, um jogo de oito anos.
E vamos em busca de uma final. Esse clube merece, e a gente está aqui para
isso.
Por Thiago Lima
Com informações do GloboEsporte.com, Fortaleza Ce
Nenhum comentário:
Postar um comentário