“O Governo dá com uma mão e tira com a outra. Vai ser a mesma coisa que vão fazer com o projeto de lei que vai garantir recursos para a intervenção federal no Rio de Janeiro”, criticou o líder da oposição, José Guimarães (PT-CE). “A violência é também resultado da má distribuição desses recursos”, defendeu Chico Lopes (PCdoB-CE).
A medida incomodou inclusive deputados da base governista. Vários deles pediram, no Plenário, que a Presidência envie novo projeto para recompor parte dos cortes. “Não consultaram a coordenação das bancadas. Cortaram ao bel-prazer”, criticou Cabo Sabino (ainda PR-CE).
O deputado Danilo Forte (CE), que defende no Ceará uma intervenção similar à do Rio, também criticou a medida, dizendo que ela deveria ter feito de “forma linear respeitando a equidade das áreas”. Ele havia ingressado com emenda para cancelar cortes previstos para a Universidade Federal do Cariri (UFCA). “A bancada se mobiliza para conseguir repor essas verbas”, disse.
O presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), que presidiu a sessão e articula apoio federal na segurança do Ceará, argumentou que o remanejamento de recursos vai “aliviar” contas das prefeituras. “Esse recurso vai para os municípios, para ajudar o cidadão que está lá na base”, alegou.
A mensagem do Poder Executivo que cancela recursos para a segurança do Ceará foi enviada ao Congresso no último dia 9 de fevereiro, dez dias depois de o presidente Michel Temer autorizar a primeira ação federal no Estado, após o massacre nas Cajazeiras.
O POVO enviou questionamentos sobre os cortes à Casa Civil da Presidência. Por e-mail, o órgão se limitou a dizer que o texto é de competência do Ministério do Planejamento. A reportagem também solicitou posicionamento da Casa Civil do Governo do Estado, mas até o fechamento desta página não obteve resposta.
OS CORTES NO CEARÁ
UNIVERSIDADE
Entre os cortes aprovados no Estado, o mais significativo é o que impacta a Universidade Federal do Ceará (UFC), que perdeu R$ 36 milhões. A construção do complexo de pesquisa da Fiocruz no Estado também teve cancelamento de verba de R$ 13,8 milhões.ÁREASA principal área que sofreu corte no Estado foi a Educação (R$ 50 milhões), seguida da Saúde (R$ 21,9 milhões), da Segurança (R$ 18 milhões) e da Gestão de Resíduos Sólidos (R$ 8 milhões).
BRASIL
Os cortes atingiram áreas do País inteiro. Entre as principais programações que tiveram recursos cancelados, destacam-se fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS (R$ 309 milhões), aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar para promoção da segurança alimentar e nutricional (R$ 210,2 milhões) e programa Educação de Qualidade para Todos (R$ 226 milhões).
Por Rómulo Costa
Com informações do Jornal O Povo
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