Ainda que pregue a “neutralidade” do seu partido nas eleições deste ano para o Governo do Estado, o deputado federal, Cabo Sabino (Avante), admite ter uma relação de “amizade” com o governador Camilo Santana (PT), mas que não integrará a base de sustentação do petista na disputa pela sua reeleição em outubro próximo. Em entrevista ao Diário do Nordeste, hoje, durante ato de sua posse como presidente estadual do Avante, Cabo Sabino disse que não tem como “conviver” com os irmãos Cid e Ciro Gomes e veta seus filiados a estarem no mesmo palanque deles.
Em busca de mais um mandato na Câmara Federal nas eleições deste ano, Cabo Sabino confirma sua aproximação com o governador Camilo Santana, para tratar de demandas “oficiais” da categoria dos profissionais de segurança. E admite ter uma relação de “amizade” com o petista. Ele disse que já recebeu convite do próprio governador para integrar a sua base, mas descarta a aliança.
“Deixei claro que gosto dele demais, tenho respeito por ele, mas onde os Ferreira Gomes estiverem eu não tenho condições de estar. Eu tenho uma situação que não tem como conviver com o Cid e com o Ciro, não tenho como estar no mesmo palanque com eles. Não tenho nada contra o governador Camilo, pelo contrário, eu acho que ele abriu a porta do diálogo e permanece essa porta de diálogo com a categoria. A base tá liberada, agora o que eu não quero é que nenhum candidato do Avante esteja no mesmo palanque junto com Ciro e Cid”.
Cabo Sabino já foi filiado ao PR até o fim do ano passado, quando o partido fazia oposição à gestão estadual, mas ele passou a receber tratamento de aliado no Palácio da Abolição, principalmente, após ter rachado a sua relação com o deputado Capitão Wagner (PROS), seu colega de partido na época, que decidiu também pleitear uma vaga para deputado federal. No entanto, ele nega ser adversário de Wagner e disse que há espaço para dois representantes militares na Câmara dos Deputados.
Foi com Wagner que ele também disputou a coordenação da campanha do presidenciável, Jair Bolsonaro (PSL) no Estado, nome que é defendido por profissionais de segurança pública. Recentemente, em visita de Bolsonaro a Fortaleza, Cabo Sabino não subiu no palanque dele, apenas Capitão Wagner. Sabino disse que houve uma “ciumeira” do PSL no Estado com o fato dele ser próximo do governador Camilo Santana, do PT, partido que Bolsonaro critica. Mas, apesar de ter sido vetado pelo presidenciável em seu palanque, colocou panos frios e disse que continuará apoiando o seu nome para a Presidência da República.
“Eu não vou deixar de ter proximidade com o governador do Estado por nenhuma pessoa, porque é mais importante a minha categoria do que o Bolsonaro. Eu não vou deixar de tratar com o governador as coisas da minha categoria, porque os que estão próximos do Bolsonaro, o Bolsonaro ou quem quer que seja tem divergências com o governador Camilo. Pra mim, o Bolsonaro será o próximo presidente da República, voto nele, mas a minha categoria é mais importante do que ele”.
Cabo Sabino disse também que o partido estuda fazer uma coligação nas eleições para deputado federal com a Rede Sustentabilidade, PHS e o MDB. Já para a Assembleia Legislativa, o MDB ficaria fora dessa eventual coligação.
Por Edison Silva
Com informações do Diário do Nordeste
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