Em plena revolução de 1930, que culminou com o golpe de Estado, aos 17 anos, Luiz Gonzaga do Nascimento se alistou no 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, depois de deixar o Exu fugido por conta de uma história de amor mal resolvida que resultou na maior surra já recebida pela sua mãe Santana.
O sanfoneiro chegou à capital cearense, após um longo percurso a pé, de cerca de 60 quilômetros, entre a sua terra natal e o município do Crato, no interior daquele estado. De lá, pegou o trem até a capital do Ceará, depois de conseguir vender o único bem que possuía: uma sanfona branca.
Esperto que só ele, como a idade mínima para o alistamento era de 21 anos, o menino Gonzaga mentiu sobre o seu ano de nascimento. Entrou para as forças armadas, sendo conhecido pelos colegas de farda como “Recruta 122”. Lá, não tardou para o pobre exuense encontrar suas origens no Exército. Entrou para a banda como corneteiro, o que lhe rendeu depois o apelido de “bico de aço”. Ao quartel dedicou quase dez anos de sua vida.
“Gonzaguinha sabia que eu era muito pelos militares. Eu tinha sido soldado durante nove anos e eu sentia naquele meio um engrandecimento muito grande para com a minha pessoa. Eles me chamavam para cantar para eles e eu me apresentava diante de vinte, trinta generais, cantando coisas do sertão, porque militar gosta muito de música que decanta o trabalho, a força, a coragem, a capacidade de desenvolver a terra, tudo que minha música cantava. Uma vez eu cantei para Castello Branco numa festa grande que houve em Fortaleza. No final, ele me cumprimentou e disse: ‘gosto muito de você, Luiz’”, narrou Luiz Gonzaga, no livro da jornalista Regina Echeverria, Gonzaguinha e Gonzagão, Uma História Brasileira.
Em seu livro “Luiz Gonzaga, o Rei do Baião”, o autor José de Jesus Ferreira relata alguns trechos marcantes da passagem do sanfoneiro pelo Exército. “Sua permanência nas foi pontilhada de constantes movimentações. Nos princípios de julho de 1930, ainda com as insígnias da unidade cearense cingidas na túnica, participou, sob o comando do coronel Pedro Ângelo, de algumas incursões a municípios sertanejos, como Princesa e Cajazeiras, na Paraíba, e Cariri, no Ceará. A partir de outubro daquele ano, com a explosão do movimento revolucionário, liderada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, e a consequente deposição do presidente Washington Luís pelos chefes das Forças Armadas, o pracinha Gonzaga, já militarmente aprimorado e com seu gordinho ordenado de 57 mil-réis, deixou as fronteiras cearenses para servir em Minas Gerais”, contou.
Em 27 de março de 1939, entretanto, recebeu a sua baixa no Exército, depois que foi sancionada uma lei que impedia o reengajamento de cabos e soldados com mais de dez anos de atuação. Por conta disso, partiu rumo ao Rio de Janeiro, com a intenção de poder voltar para casa.
Já no Rio, Gonzaga ficou alojado no Batalhão de Guardas esperando o navio que o levaria de volta ao Recife. Foi lá, enquanto limpava a sua sanfona de 80 baixos, que havia comprado no período que servia ao Exército, que conheceu um rapaz em suas mesmas condições, o qual lhe contou sobre um local, ali perto, onde poderia tocar para ganhar um pouco de dinheiro.
O bar ficava no bairro do Mangue e era conhecido pelo nome de “Bar do Espanhol”. Gonzaga, que nutria o sonho de ser um sanfoneiro famoso, não pensou duas vezes e adiou sua volta à terra natal depois da prosa com o seu novo amigo.
O sanfoneiro chegou à capital cearense, após um longo percurso a pé, de cerca de 60 quilômetros, entre a sua terra natal e o município do Crato, no interior daquele estado. De lá, pegou o trem até a capital do Ceará, depois de conseguir vender o único bem que possuía: uma sanfona branca.
Esperto que só ele, como a idade mínima para o alistamento era de 21 anos, o menino Gonzaga mentiu sobre o seu ano de nascimento. Entrou para as forças armadas, sendo conhecido pelos colegas de farda como “Recruta 122”. Lá, não tardou para o pobre exuense encontrar suas origens no Exército. Entrou para a banda como corneteiro, o que lhe rendeu depois o apelido de “bico de aço”. Ao quartel dedicou quase dez anos de sua vida.
“Gonzaguinha sabia que eu era muito pelos militares. Eu tinha sido soldado durante nove anos e eu sentia naquele meio um engrandecimento muito grande para com a minha pessoa. Eles me chamavam para cantar para eles e eu me apresentava diante de vinte, trinta generais, cantando coisas do sertão, porque militar gosta muito de música que decanta o trabalho, a força, a coragem, a capacidade de desenvolver a terra, tudo que minha música cantava. Uma vez eu cantei para Castello Branco numa festa grande que houve em Fortaleza. No final, ele me cumprimentou e disse: ‘gosto muito de você, Luiz’”, narrou Luiz Gonzaga, no livro da jornalista Regina Echeverria, Gonzaguinha e Gonzagão, Uma História Brasileira.
Em seu livro “Luiz Gonzaga, o Rei do Baião”, o autor José de Jesus Ferreira relata alguns trechos marcantes da passagem do sanfoneiro pelo Exército. “Sua permanência nas foi pontilhada de constantes movimentações. Nos princípios de julho de 1930, ainda com as insígnias da unidade cearense cingidas na túnica, participou, sob o comando do coronel Pedro Ângelo, de algumas incursões a municípios sertanejos, como Princesa e Cajazeiras, na Paraíba, e Cariri, no Ceará. A partir de outubro daquele ano, com a explosão do movimento revolucionário, liderada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, e a consequente deposição do presidente Washington Luís pelos chefes das Forças Armadas, o pracinha Gonzaga, já militarmente aprimorado e com seu gordinho ordenado de 57 mil-réis, deixou as fronteiras cearenses para servir em Minas Gerais”, contou.
Em 27 de março de 1939, entretanto, recebeu a sua baixa no Exército, depois que foi sancionada uma lei que impedia o reengajamento de cabos e soldados com mais de dez anos de atuação. Por conta disso, partiu rumo ao Rio de Janeiro, com a intenção de poder voltar para casa.
Já no Rio, Gonzaga ficou alojado no Batalhão de Guardas esperando o navio que o levaria de volta ao Recife. Foi lá, enquanto limpava a sua sanfona de 80 baixos, que havia comprado no período que servia ao Exército, que conheceu um rapaz em suas mesmas condições, o qual lhe contou sobre um local, ali perto, onde poderia tocar para ganhar um pouco de dinheiro.
O bar ficava no bairro do Mangue e era conhecido pelo nome de “Bar do Espanhol”. Gonzaga, que nutria o sonho de ser um sanfoneiro famoso, não pensou duas vezes e adiou sua volta à terra natal depois da prosa com o seu novo amigo.
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