No dia que completou 33 anos de idade, o atacante Marciano foi apresentado como novo reforço do Guarani de Juazeiro. O maior artilheiro da era profissional do Icasa, com 84 gols e quase 150 jogos pelo clube, entra para a estatística como mais um exemplo de ídolo que vai jogar pelo arquirrival. E as chances de dar certo são enormes.
Marciano tem uma identificação tão forte com o Icasa que superou a esfera esportiva. O atacante tem título de cidadão juazeirense, casa própria mobiliada, domicílio eleitoral em Juazeiro do Norte e até filiação partidária, pois pensou em concorrer ao cargo de vereador nas últimas eleições. O jogador teve proposta do Luverdense e do Tiradentes, mas sua vontade era voltar a morar no Cariri. Marciano conhece bem a torcida do Verdão, mas por várias vezes enfrentou o Leão. Sua relação com os torcedores dos rivais deve ser tranquila. Principalmente pelo nível cultural do atacante, que deve ajudar na hora de encarar uma vaia, por exemplo.
Marciano garantiu na entrevista coletiva que “ainda se sente em bom nível técnico”. Pra muitos torcedores do Icasa isso é claro, tanto que nas redes sociais houve muita comparação com os atuais Kiros e Leandro. A Fares Lopes parece o torneio ideal para o atacante provar em campo o que garante fora. Principalmente pelo elenco que está sendo formado pelo Guarani. A idade não deve ser problema para um jogador que sempre preferiu os estudos (é formado em direito) do que as “barcas”. A principal condição para um bom rendimento em campo será a parte física. Marciano sempre foi um jogador que dependeu muito de um bom preparo para conseguir render.
Pelo que se soube, a parte financeira da negociação agradou as duas partes. O Guarani quer o bicampeonato da Fares Lopes e o presidente Marcelo Santana afirmou que vai fazer todos os esforços para alcançar esse objetivo. Todos sabemos que jogador que recebe em dia, rende melhor. O salário atual de Marciano é menor que em outros clubes. Algumas exigências foram feitas pelo atacante e prontamente atendidas. O jogador parece satisfeito com o que lhe será pago.
Os exemplos de jogadores que foram ídolos num clube e trocaram de camisa são facilmente encontrados na eterna rivalidade entre Icasa e Guarani. Desde Zé Nilton, passando por Bosco Flecha e chegando a André Turatto. Alguns conseguiram sucesso, outros não tiveram o mesmo rendimento. Garantir qual caminho Marciano vai tomar é impossível. Em tese, a possibilidade de gols com a camisa rubronegra é grande. Quem viver, verá.
DN
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