Sob o gelo da Sibéria, um dos lugares mais frios do mundo, existe uma enorme bolha de gás metano, com 50 bilhões de toneladas. O gás foi formado pela decomposição de material orgânico (restos de plantas e animais) e pela ação de bactérias. O problema é que, com o aquecimento global, o gelo da Sibéria está derretendo - e pode deixar o metano escapar para a atmosfera, onde ele provocaria um desastre ambiental. Essa é a conclusão de cientistas da Universidade do Alasca e da Universidade de Cambridge. Segundo eles, a superbolha poderá escapar entre 2015 e 2025, com consequências terríveis. Isso porque o metano retém muito calor: 23 vezes mais do que o CO2, atual vilão do aquecimento global. Se for liberado, o metano provocará uma aceleração dramática no aquecimento da Terra - que aumentará 2 graus celsius, nível considerado crítico, até 35 anos antes do previsto. Isso fará o nível do mar subir, inundando cidades e alterando várias regiões (a floresta amazônica, por exemplo, poderia se transformar numa savana). "O gelo marinho derrete tanto, e fica assim por tanto tempo a cada verão, que a plataforma siberiana fica descoberta por um tempo substancial", explica o climatologista Peter Wadhams. E aí o metano tem chance de escapar. O estudo tem sido contestado por outros especialistas. Eles dizem que o Ártico já sofreu um grande derretimento 125 mil anos atrás, mas não houve liberação de metano. "Espero que, em vez de descartar o risco, a resposta seja fazer pesquisas mais detalhadas", responde Wadhams.
Foto: Wikimedia Commons / Domínio público
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