13 de abril de 2014

Sertão volta a sorrir! Agricultores comemoram o início produtivo de 2014 na região do Cariri.


O olhar do homem do campo cearense voltou a brilhar. As águas de fevereiro, março e abril banharam os quatro cantos do Estado e aliviaram a vida de quem, até pouco tempo, sofria com a falta de água e com os efeitos causados pela estiagem. O sertão floriu e o verde da vegetação é de “limpar a vista”, pela intensidade, como há muito tempo não se via. E O POVO foi conferir de perto como esse novo momento está sendo vivido por aqueles que estão desfrutando desse 2014, até aqui, abundante em chuvas.
Em Limoeiro do Norte, Francisco Souza, que vive da pesca e da agricultura, revelou que temia que os filhos, Cauã Vitor, 5, e Daniel, 7, ficassem sem água para beber. Mas, como vem chovendo forte na Região Jaguaribana nas últimas semanas, ele garante estar aliviado. “Tenho pra mim que o pior já passou. Agora é torcer que essas chuvas continuem”, diz, ao lado das duas crias e da esposa, Zilmar da Costa.
Na Região do Cariri, os agricultores comemoram aquilo que consideram ser o inverno ideal. “Tá chovendo muito, mas tá fazendo muito sol também. É o inverno criador, como a gente chama. O bom é que, como chove mais à noite, não tem atrapalhado nossas vendas”, diz a comerciante Marieta Barbosa, que tem uma banca de frutas e verduras na feira do Crato.
Parte do que é comercializado ali vem das plantações de Celineide Tavares, na localidade Baixio do Muquém. Lá, o que não falta é trabalho para dar conta da colheita de milho, feijão, maracujá e goiaba. “Ano passado, a estiagem judiou muito a gente. Tivemos muitas perdas. Esse ano não. Não perdemos nada e continuamos plantando direto”, diz Celineide, a Dona Nena para os conhecidos.
No pé de serra de Barbalha, Damião da Silva, 23, trabalha como funcionário de um grande produtor de legumes da Região. E conta que vem conseguindo tirar um ‘extra’ com o serviço a mais na colheita. “Só de chuchu, tô tirando na faixa de 80 caixas por semana. Melhorou demais esses meses. Com o dinheiro que tá entrando tá dando para ajudar a pagar umas contas”, garante o jovem agricultor.
Há também quem viva dias de fartura sem se preocupar com o bolso. Na roça do seu Lázaro Simplício, 66, no município de Barro, no Sul do Ceará, já há colheita para milho, maxixe, melancia, feijão e fava. Toda a produção vai para a casa dele e é compartilhada ainda com vizinhos, amigos e familiares. Sorridente, ele se orgulha de, em 50 anos como agricultor, nunca ter precisado vender nada que plantou. “Se eu fosse doente do coração, já tinha morrido, de tão alegre que eu tô ultimamente”, dispara.
SAIBA MAIS
Apesar do otimismo do homem do campo, a Funceme registrou chuvas abaixo da média histórica nos primeiros três meses do ano. Em março, por exemplo, a chuva foi de cerca de 122,9mm, mas a média do mês no Ceará é de 206,2mm.
O prognóstico da Funceme é que as chuvas fiquem abaixo da média histórica no trimestre abril – maio – junho na maior parte do Estado. Em fevereiro e março, entretanto, choveu 78% a mais no Ceará do que no mesmo período do ano passado.
O Povo

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