26 de maio de 2014

Os nordestinos são os principais consumidores de motocicletas no país. Nas concessionárias cearenses, treze motos são vendidas a cada hora

Foto 1 / 14
AMPLIAR FOTOS
Sem capacete, motoqueira passa em frente aos guardas municipais de São Gonçalo do Amarante (CE)
Sem capacete, motoqueira passa em frente aos guardas municipais de São Gonçalo do Amarante (CE) - Cristiano Mariz
















Em 1950, o sanfoneiro Luiz Gonzaga cantava que no sertão de Canindé, no Ceará: “Artomove lá nem se sabe, se é home ou se é muié. Quem é rico anda em burrico, quem é pobre anda a pé." Seis décadas depois, a população de Canindé até sabe o que é automóvel, mas quem faz sucesso mesmo por lá é a motocicleta.
Graças ao aumento do poder de compra da classe C, o Nordeste se tornou a região onde mais se vendem motos no país. De cada cem novas motocicletas vendidas, 35 rodam pelas ruas e estradas nordestinas. No Ceará, líder regional em emplacamentos, treze novas motocicletas são compradas a cada hora – e a parcela de consumidores que mais cresce é a feminina.
A preferência pela moto é explicada não apenas pelos preços mais acessíveis do que o dos carros, mas também porque este tipo de veículo consegue trafegar com maior facilidade por vias e estradas de terra, ainda muito comuns em todo o Nordeste.
Tanto no sertão quanto na região metropolitana de Fortaleza, as cenas se repetem. Ao mesmo tempo em que pilota a moto, uma mulher carrega um notebook numa das mãos. Uma mãe dirige o veículo espremida entre duas filhas. Condutoras mais corajosas levam até três passageiros na garupa.
Em São Gonçalo do Amarante, distante 55 quilômetros da capital, a vigilante Luciana Garcia, de 31 anos, trafegava sem capacete. “Aqui não tem fiscalização e o caminho em que vou passar é bem tranquilo”, justifica Garcia.
As irmãs Eveline, de 26 anos, e Everlânia Freitas, de 20 anos, moradoras de Canindé, também não parecem estar muito preocupadas com a segurança. “Não tenho habilitação, mas uso a moto sempre que preciso. Para que vou andar trinta minutos, se posso chegar a um lugar em cinco?”, pergunta Everlânia.
“Tenho uma filha de 3 anos e já caí de moto com ela. Daquela vez, ela estava na minha frente. Agora, só ando com a bichinha agarradinha atrás de mim”, diz Eveline. Seja como for, no sertão de Canindé e em todo o Ceará, ninguém mais quer andar a pé.
Nesta segunda-feira, a Expedição VEJA chega a Petrolina. Tem algo a dizer sobre a cidade pernambucana? Converse conosco pelas redes sociais utilizando a hashtag #expedicaoveja.
Veja

Nenhum comentário:

Postar um comentário