Os tempos de glória ficaram para trás. Tentando se reerguer, o Sumov chega ao 50° aniversário vivendo apenas do seu passado. Mas não pense que o time caiu no limbo do futsal. Ativo, chegou às quartas de final da atual edição do Campeonato Cearense da modalidade. A marca segue forte, mas caminhando a passos lentos. Quando se fala em futsal no Ceará, o primeiro nome que vem à cabeça é o do time seis vezes campeão da Taça Brasil. Dos nomes que ajudaram a escrever essas histórias, estão Lavoisier e Cacá.
Para a dupla, a palavra-chave é investimento. De fato, há que se entender que, sem patrocínio, a situação do desporto no país sempre pende para o lado mais fraco. Dos entrevistados pela reportagem, não houve um que pusesse em questão uma outra alternativa para reerguer o Sumov. Os termos "patrocínio" e "investimento" se unem a "esperança" no anseio de recolocar o time no seu lugar de origem.
- Fico triste por ver o Sumov agonizando. Vi toda a fase áurea dele. Só fui convocado para a seleção brasileira por causa do Sumov. Sempre foi e sempre será uma grande equipe. A gente tenta buscar explicações, mas é difícil. De imediato, acho que o clube deveria buscar uma empresa e, junto a ela, destinar-se a captar recursos, patrocinadores para o time. Muita gente acha que o Sumov nem existe mais, o que é preocupante - lamentou o ex-goleiro Lavoisier.
Cacá, também campeão de Taça Brasil com a camisa do Sumov, compartilha do ponto de vista de Lavoisier. E ainda explica que não somente pela falta de patrocínio, o time vive uma queda de produção.
- Tem muito olheiro trabalhando por aqui. Eles descobrem os talentos e levam os atletas para o sul. O que aparece de bom por aqui, vai embora - pontuou.
O ex-jogador ainda lembra, inclusive, do título recente da Taça Brasil conquistado pelo Crateús, de maneira invicta, dentro de casa. A ausência de uma equipe cearense na Liga Nacional de Futsal prejudica bastante o reconhecimento do esporte local.
O ex-jogador ainda lembra, inclusive, do título recente da Taça Brasil conquistado pelo Crateús, de maneira invicta, dentro de casa. A ausência de uma equipe cearense na Liga Nacional de Futsal prejudica bastante o reconhecimento do esporte local.
- Aqui a gente teria condições de ter time na liga nacional. Até o time de Crateús, por exemplo, que venceu a Taça Brasil recentemente, seria um bom representante. Tem que acreditar, investir, ir lá e fazer. Tenho esperanças de que ainda irá chegar um empresário e entender a causa do futsal cearense - completou Cacá.
Nova geração
A nova geração dos nomes que começa a reescrever a história do Sumov é comandada pelo experiente técnico Aíres e pelo presidente do clube, coronel Gomes. A dupla, que lembra muito bem dos ditos tempos de glória, aposta que os bons tempos podem voltar. Tudo isso, claro, às custas de muito trabalho.
- Acompanhei a fase áurea do Sumov quando ainda era pequeno. Depois joguei na categoria juvenil e na adulta. E fui técnico da categoria juvenil e da adulta. Minha história é um pouco da história do Sumov também - compara o treinador.
- O Sumov, hoje, joga muito com a força da camisa, sabe. Falta apoio dos poderes público e privado. Sei que o Brasil todo passa por uma crise econômica, mas o nome do Sumov é muito forte. Enquanto durar o esporte, vamos estar sempre atrás de títulos, sejam eles nacionais ou não. Estamos em um barco que está afundando, mas vamos aos poucos tirando a água de dentro do barco. Na medida do possível, vamos fazendo a nossa parte. Um dia, acreditamos que vamos recuperar o Sumov, sim - completou Aíres.
No comando do Sumov desde 2008, Francisco Gomes da Silva, o coronel Gomes, tem a missão de dirigir o time mais tradicional do futsal cearense. Ele explica que o clube atualmente sobrevive com pequenas doações dos conselheiros e patrocínios pequenos.
- Apoio é a palavra que vamos repetir sempre. Precisamos dela. Hoje em dia temos muitas promessas de craques no futsal. Nosso trabalho de base é muito bem feito, mas nós formamos os atletas e eles vão embora. A oferta de fora é sempre mais atrativa. Temos uma equipe forte, mas temos como melhorar, também.
É chavão, mas nem por isso deve ser deixado de lado: "A esperança é a última que morre". No Sumov, o caminho é esse. Trabalho constante para que, um dia, as conquistas reapareçam.
- Daqui saem bons atletas. Dos demais times, sempre tem alguém que passou pelo Sumov. Estamos em busca constante de meios para sermos mais fortes. Buscamos um braço forte para nos apoiar. Falo de recursos privados, mas buscamos também recursos públicos, claro. Acredito muito na recuperação. Se não fosse possível, já teríamos deixado de lado - concluiu Coronel Gomes.
- Daqui saem bons atletas. Dos demais times, sempre tem alguém que passou pelo Sumov. Estamos em busca constante de meios para sermos mais fortes. Buscamos um braço forte para nos apoiar. Falo de recursos privados, mas buscamos também recursos públicos, claro. Acredito muito na recuperação. Se não fosse possível, já teríamos deixado de lado - concluiu Coronel Gomes.
G1 CE
Por Juscelino FilhoFortaleza, CE
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