5 de fevereiro de 2017

Consumidores colhem próprio alimento em 'apanhe e pague'

No Norte do Rio Grande do Sul, uma família da cidade de Aratiba trabalha com uma forma diferente de vender os produtos cultivados na pequena propriedade, de menos de seis hectares, aos consumidores da região. Eles criaram o 'apanhe e pague' há cinco anos, e hoje já acumulam mais de mil clientes. A ideia é que as pessoas coloquem a mão na terra e escolham seus próprios alimentos.
"A diferença é que no mercado é cada vez mais caro, a qualidade não é tão boa como aqui, e aqui você pode vir e escolher como quiser, mais doce ou mais madura", diz a cliente Ângela Maria Zin.
Foi o agricultor Miguel Trentin que criou o apanhe e pague na propriedade da família. São quatro pessoas, que vivem da produção de frutas.
"Surgiu a idéia porque temos pouca mão de obra na propriedade", conta. "O cliente chega, vai no parreiral, tira a uva e a gente não precisa pagar empregado", completa o agricultor.
Consumidores colhem os produtos que querem comprar na propriedade (Foto: Reprodução/RBS TV)
O projeto da família ficou conhecido ao longo desses anos e se tornou destaque em sustentabilidade e otimização de espaço. São sete culturas, como uva, morango, laranja, caqui e outras.
"Aqui é direto de sábado a sábado, todo dia (...) É nosso ganha pão", diz o agricultor.
O entra e sai na propriedade é constante. Começa com o nascer do sil e vai até o entardecer. A cada safra, seu Miguel e a família testemunham que o movimento só aumenta. "Cinquenta por cento do pessoal é estranho, que vem da região, tem parentes na cidade. Daí vai boca a boca, os caras ficam sabendo e já aparecem aqui pra comprar", comenta.
"É bom colher. Mesmo que a gente não tenha tempo, é uma experiência diferente", diz o cliente Ari Simionato, que não é da cidade de Aratiba, mas decidiu conhecer o projeto.
Cliente seleciona morangos na propriedade (Foto: Reprodução/RBS TV)
A família adaptou a propriedade para garantir a melhor experiência de compra. As mudas de morango, por exemplo, são elevadas para facilitar a colheita. Tudo foi planejado com auxílio do programa "Juntos para Competir", uma parceria entre o Sebrae, o Senar e a Farsul, que incentiva o planejamento.
"A gente melhorou muito o uso de áreas. Tu vê que o Miguel, numa propriedade pequena, tem explorado o máximo possível essa capacidade instalada nessa propriedade. Hoje ele tem um planejamento estratégico, trabalha com custos de produção, então ele sabe qual é o custo de um produto porque está vendendo naquele preço", explica o gestor do projeto, Ronaldo Kloeckner.
Os próximos 10 anos de produção já estão no papel. Com planejamento, seu Miguel pensa no futuro. Há três anos, ele testa um novo tipo de uva, a de mesa. A paetir do ano que vem, ele começará a vender.
"Se o cliente vem e não gosta de um tipo, tem de outro. É pra garantir a venda. Nossa expectativa é que, em dois anos, passe de 40 toneladas de uva para 60 toneladas, e citrus de 80 toneladas para 120 toneladas", projeta o agricultor.
Com informações da RBS/TV

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