14 de agosto de 2017

Para 94% dos eleitores, atuais políticos não os representam, aponta pesquisa

ABr
Crise de representatividade foi bandeira dos protestos de junho de 2013. "Eles não nos representam", diziam manifestantes por meio de cartazes

Pesquisa publicada neste domingo (13) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que 94% dos eleitores não se sentem representados pelos políticos que estão no poder. O levantamento, do instituto Ipsos, confirma a rejeição generalizada dos brasileiros à classe política, independentemente de partidos, e ao atual sistema político-eleitoral, e um dado preocupante: só metade dos entrevistados defende a democracia.
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Segundo o Estadão, o percentual dos que se consideram representados pelos atuais políticos caiu nove pontos percentuais desde novembro e chegou a irrisórios 4%. Outros 2% não souberam responder. Um terço das pessoas ouvidas declarou que o regime democrático não é a melhor opção para o país. Outros 17% não souberam responder. A taxa de apoio ao modelo brasileiro de democracia é de 38%. Mas 47% discordam. De acordo com a pesquisa, 74% são contra o voto obrigatório.
Já 86% disseram que não se sentem representados por aqueles políticos nos quais já votaram. A crise de representatividade também atinge fortemente as legendas partidárias: 81% avaliam que “o problema do país não é o partido A ou B, mas o sistema político”. A desigualdade social e econômica também pesa na avaliação dos entrevistados pelo Ipsos: embora 96% afirmem que todos devem ser iguais perante a lei, somente 15% consideram que essa regra é respeitada no Brasil. Nove em cada dez eleitores entendem que, se não fosse a corrupção, o Brasil poderia ser um “país de primeiro mundo”.
Apesar do acirramento da polarização política nos últimos anos, 88% concordam com a afirmação de que “as pessoas deveriam se unir em torno das causas comuns, e não brigar por partido A ou partido B”. Para 84%, “brigar por partido A ou B faz com que as pessoas não discutam os reais problemas do Brasil”. “A democracia no Brasil, desta forma, não é representativa”, disse ao Estadão Rupak Patitunda, um dos responsáveis pela pesquisa. “Há uma expectativa sobre o regime que não é atendida pelos seus clientes”, acrescentou.
A pesquisa do Ipsos faz parte de um levantamento chamado Pulso Brasil, feito mensalmente desde 2005 para monitorar a opinião pública sobre política, economia, consumo e questões sociais. Nessa última edição foram ouvidas 1,2 mil pessoas, em 72 municípios, entre 1º e 14 de julho. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Com informações do Congresso em Foco

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